Tudo que você precisa saber sobre as espinhas vaginais

As espinhas vaginais são lesões na pele da região genital feminina que costumam ser provocadas pela depilação. No entanto, existem outras origens mais complicadas e menos benignas. Descubra todos os detalhes a seguir.
Tudo que você precisa saber sobre as espinhas vaginais
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto.

Última atualização: 11 outubro, 2022

A região genital feminina é uma parte muito sensível e delicada do corpo. Por isso, é recoberta de pelos pubianos para manter a temperatura e umidade corretas e evitar o acesso de patógenos. O problema é que, ao se depilar, a mulher pode provocar o surgimento de espinhas vaginais.

Seja com lâmina, cera ou laser, a depilação da região vulvar causa irritação e alterações nos folículos. Mesmo com o maior cuidado, sempre existe o risco de inflamação.

O que é o folículo piloso?

O folículo piloso é um anexo da pele, onde nasce o pelo que cresce através de um canal localizado na derme. Em um determinado ponto, atinge a superfície corporal e ultrapassa os seus limites.

Bem perto da saída, esse canal torna-se mais estreito, recebendo o nome de infundíbulo. Neste lugar, há muitas glândulas que liberam suas secreções. Existe um tipo de glândula, conhecida como sebácea, que sempre acompanha o folículo piloso e tem uma secreção gordurosa. A sua presença se deve, em grande medida, aos hormônios.

Por outro lado, existem glândulas que só são encontradas em certas regiões anatômicas, como virilha, axilas, sulco submamário e prega na região dos glúteos. São as glândulas apócrinas e têm uma secreção espessa e com odor.

Depilação feminina
A depilação é a causa mais comum das espinhas vaginais.

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O que são as espinhas vaginais?

Se houver obstrução no infundíbulo do folículo piloso, seja por ser muito estreito ou porque há muita produção de gordura, ou porque ocorreu uma inflamação, aparecem pequenos caroços com o pelo preso no interior. Se estiverem na região genital feminina, são espinhas vaginais.

O nome da localização não está totalmente correto. Embora a tendência é que chamemos toda a área genital de vagina, na realidade esta é realmente apenas o espaço virtual extensível que começa na entrada da vagina e termina no colo do útero.

Este espaço é revestido por uma mucosa que não contém folículos capilares, portanto, as espinhas não podem se formar nessa região. O fato de encontrar lesões intravaginais deve alertar e motivar uma consulta médica imediatamente.

Revestindo a entrada da vagina há uma série de dobras, que são os grandes e os pequenos lábios, que constituem a vulva. As espinhas vaginais são formadas pela alteração dos pelos pubianos entre os grandes lábios e até o monte púbico e a virilha, que seriam os limites superiores da região.

Por que as espinhas vaginais se formam?

A formação dessas espinhas tem várias causas. Seja por excesso de umidade, calor, hormônios ou até mesmo estresse. Porém, há um fator que se destaca dos demais: a depilação.

A depilação da área vulvar altera o crescimento saudável dos pelos pubianos. A área do infundíbulo do folículo piloso fica inflamada, tornando a saída do pelo obstruída. Além disso, a depilação causa feridas e lesões na pele, permitindo a entrada de bactérias, causando ainda mais inflamação e infecção.

As espinhas também estão associadas à dermatite de contato, que é uma reação alérgica que causa coceira na pele. Isso ocorre quando se expõe a região a uma substância irritante, como sabonetes, loções, desodorantes, absorventes, tampões, medicamentos e até mesmo o tecido das roupas. Cada pessoa reage de uma maneira particular a diferentes partículas.

Que problemas as espinhas podem causar?

Técnicas de depilação
É importante ter muito cuidado com as técnicas depilatórias na região pubiana, pois a pele desta parte do corpo é mais sensível.

Em geral, as espinhas são inofensivas. A melhor forma de evitá-las é não depilar com lâmina de barbear ou cera, ou consultar um profissional para saber as melhores opções de depilação e cuidados com a pele da região íntima.

No entanto, essas espinhas costumam ser incômodas, e tentar removê-las, como fazemos com as espinhas de outras partes do corpo, aumenta o risco de piorar a inflamação. É preciso dizer que espremê-las ou tentar estourá-las não é o mais adequado, já que estamos falando de uma área delicada.

A espinha pode aumentar de tamanho e se encher de pus se for manuseada. Por outro lado, é importante diferenciar as espinhas vaginais de outras lesões de pele que podem sugerir problemas mais sérios, como os seguintes:

  • Molusco contagioso (Molluscum contagiosum): é um vírus que se transmite de humano para humano. Acontece com mais frequência entre crianças pequenas, mas em adultos é mais uma infecção sexualmente transmissível. Aparecem pequenas pápulas que não coçam, mas são muito contagiosas, com uma leve depressão central. A tendência é que se resolvam sem tratamento.
  • Vírus do papiloma humano: gera as famosas verrugas que podem surgir em qualquer área da região genital e são muito contagiosas. Alguns tipos desse vírus são perigosos porque podem evoluir para um câncer do colo do útero.
  • Herpes simples: é uma doença muito incômoda e dolorosa. Consiste em um grupo de vesículas na área genital que provocam dor e coceira. É uma infecção sexualmente transmissível resistente ao tratamento, pois o vírus nunca é destruído e pode reaparecer após o primeiro episódio.

Não confunda as espinhas vaginais

Existem várias doenças, como infecções sexualmente transmissíveis, que podem aparecer na forma de espinhas. Portanto, quando o que pensamos ser uma espinha na região vulvar começar a coçar, doer ou ficar com um formato diferente do esperado, é melhor ir ao ginecologista.

Por último, lembre-se de que os pelos pubianos não são anti-higiênicos. Pelo contrário, protegem a nossa pele sensível e atuam como uma barreira para o estabelecimento de microrganismos que podem ser patogênicos.


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