Doutora Brinquedos: o que pode ensinar ao seu filho?

A Doutora Brinquedos é uma série animada para crianças que contém mensagens como o amor, o respeito e a tolerância. Neste artigo explicaremos o que esta série pode ensinar ao seu filho.
Doutora Brinquedos: o que pode ensinar ao seu filho?
Marcela Caffulli

Revisado e aprovado por o pediatra Marcela Caffulli.

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 15 janeiro, 2023

Também conhecida nos Estados Unidos como Doc McStuffins, a Doutora Brinquedos (na Espanha e na América Latina) é uma série animada para crianças produzida por Chris Nee que debutou no ano de 2012 no canal Disney Channel.

Desde então, graças às suas críticas positivas e aceitação, ganhou grande popularidade entre o público infantil. De fato, a série foi indicada a numerosos prêmios, muitos dos quais ganhou. Mas, por que esta série causou tanto impacto no público?

Conheça a Doutora Brinquedos

Dottie “Doc” McStuffins é uma menina afro-americana de 6 anos que quer ser médica quando crescer. Esta pequena tem um estetoscópio mágico que lhe permite dar vida aos brinquedos que a rodeiam.

Menina brincando de Doutora Brinquedos

A série se caracteriza pelos cuidados que Doc dá, tanto física quando emocionalmente, a cada um dos diferentes brinquedos e pelúcias que recorrem a ela; tudo isso graças aos conhecimentos que aprendeu com sua mãe.

Sua base de operações é uma casa de brinquedo no jardim, onde se sente com liberdade para falar com eles e perguntar sobre os sintomas de seu mal-estar. Durante o processo, Doc tranquiliza os brinquedos assustados e lhes explica gentilmente o que lhes acontece e como podem se curar.

O que a Doutora Brinquedos pode ensinar aos seus filhos?

Em diferentes entrevistas, Chris Nee, criadora e produtora da série, declarou que o objetivo desta série animada é deixar uma mensagem e influências positivas na mente dos pequenos.

De fato, conta que grande parte da ideia surgiu pela situação que ela passava com seu filho. Seu pequeno, de sete anos, sofria de asma. Por essa razão, Nee procurava fazer com que a experiência constante nos hospitais fosse mais leve.

O objetivo era criar uma série que refletisse o mundo da medicina de uma forma mais amável e divertida para as crianças. Além disso, a criadora também desejava ampliar a visão delas sobre o mundo; além de encontrar um equilíbrio sobre temas como os papéis de gêneros.

A série da Doutora Brinquedos ensina a cuidar dos brinquedos

Podemos dizer que a Doutora Brinquedos contribuiu em grade parte para conseguir os objetivos de Nee. Porém, também conseguiu atingir outros objetivos. Continue lendo para saber o que a Doutora Brinquedos pode ensinar aos seus filhos.

Melhor saúde física e nutrição

De acordo com uma pesquisa publicada no The International Journal of Communication and Health, em 100% dos capítulos estudados é possível encontrar sinais de comportamentos saudáveis, ainda que também tivessem encontrado outros comportamentos negativos.

Dentre estes aspectos se encontraram a importância dos primeiros socorros e o cuidado com o bom estado físico através da dança. Por outro lado, no mesmo estudo encontrou-se que em 65% dos episódios havia conteúdo que promovia sinais positivos sobre pontos nutricionais.

Incentiva a diversidade racial

Como indicávamos no início, Doc é uma pequena de 6 anos, afro-americana. Poderia se dizer que o personagem principal desta série é um pioneiro. Por qual razão? Nos Estados Unidos, ainda existem certas barreiras raciais que fazem com que os médicos de diferentes etnias sejam minoria.

De acordo com uma pesquisa publicada no The International Journal of Communication and Health, o grupo de médicos afro-americanos e hispânicos em conjunto ocupam somente 6% do total da população médica. Certamente, são cifras muito baixas nas quais se leem poucas oportunidades para grupos minoritários.

A série da Doutora Brinquedos ensina a cuidar dos amigos

Porém a abertura para a diversidade racial que foi promovida pela série Doutora Brinquedos foi a base para o movimento “Nós somos a Doutora Brinquedos” (We are Doc McStuffins), onde se luta pela diversidade e inclusão dentro do campo da medicina.

Inclusão de papéis de gênero alternativos

Os pais da Doutora Brinquedos possuem papéis de gênero que não são tradicionais na maior parte das culturas. O pai, que se chama Marcus McStuffins, é um homem que cuida de Doc e seu filho pequeno, Donny McStuffins. Além disso, ele faz trabalhos de casa como limpar, preparar alimentos, dentre outras atividades.

Por outro lado, a mãe de Doc, a Doutora Myiesha McStuffins é uma médica e é sob quem as responsabilidades econômicas recaem, algo não muito comum, correto?

A Doutora Brinquedos diversifica os papéis de gênero culturalmente aprovados. Assim, permite ampliar a visão do mundo, tanto das crianças quanto dos adultos. Portanto, é um bom programa para que o seu pequeno aprenda sobre tolerância e diversidade.

A abordagem da Doutora Brinquedos

Definitivamente, Doutora Brinquedos apresenta papéis de gênero diferentes aos tradicionais que usualmente são vistos na televisão. Além disso, a série permite que as crianças percebam o mundo com maior visão e respeito para com quem é diferente.

Dessa forma, ensina às crianças comportamentos positivos com respeito à saúde e a nutrição. Além disso, lhes ajuda a ver de forma mais amável os serviços médicos e hospitalares.

Inclusive, nos faz refletir sobre o fato de que qualquer pessoa, independentemente de suas origens, pode ser médica (o). O que você acha? Acredita que a Doutora Brinquedos pode ensinar coisas positivas aos seus filhos?


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Gold JI, Annick ET, Lane AS, Ho K, Marty RT, Espinoza JC. “Doc McStuffins: Doctor for a Day” Virtual Reality (DocVR) for Pediatric Preoperative Anxiety and Satisfaction: Pediatric Medical Technology Feasibility Study. J Med Internet Res. 2021 Apr 19;23(4):e25504.
  • Keys, J. (2016). Doc McStuffins and Dora the Explorer: Representations of gender, race, and class in US animation. Journal of Children and Media, 10(3), 355-368.
  • Keys, S. (2016). DOC MCSTUFFINS: HOW AFRICAN AMERICAN PRESCHOOLERS INTERPRET ENTERTAINMENT-EDUCATION MESSAGES.
  • Mark, S. L. New geography for resistance: the engagement of diversity in Doc McStuffins as an out-of-school STEM setting. Cultural Studies of Science Education. 2022; 1-27.
  • Macquarrie, J. (2012). Doc McStuffins and Writer-Producer Chris Nee. Wired.
  • Grace-Leitch, L., & Foster, C. (2016). How Healthy is the Doc? A content analysis of the Doc McStuffin show. The International Journal of Communication and Health, 55-61.
  • Armstrong, K., Ravenell, K. L., McMurphy, S., & Putt, M. (2007). Racial/ethnic differences in physician distrust in the United States. American journal of public health, 97(7), 1283-1289.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.