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7 dicas para um divórcio saudável para as crianças

6 minutos
É comum que, em uma separação, um ou ambos membros do casal experimentem uma série se sentimentos e tenham atitudes negativas em relação ao outro. No entanto, para que isso não machuque os filhos, é importante que os dois se esforcem para ter um divórcio saudável.
7 dicas para um divórcio saudável para as crianças
Elena Sanz

Revisado e aprovado por a psicóloga Elena Sanz

Escrito por Edith Sánchez
Última atualização: 09 outubro, 2022

Ter um divórcio saudável não é uma tarefa fácil, mas é determinante para o bem-estar dos filhos. É óbvio que se a separação ocorre é porque existem conflitos insolúveis, mas, ainda assim, é muito importante tornar esse último passo o menos traumático possível.

Além das diferenças que podem existir no casal, a verdade é que a separação dos pais deixa uma marca profunda nos filhos. Apesar disso, o processo será muito mais fácil para eles assimilarem se um divórcio saudável for alcançado.

Seja ele agradável ou não, após um divórcio há muitas questões que devem ser acordadas, como a guarda compartilhada e a distribuição de bens. Enquanto isso, as crianças precisam enfrentar a ideia de que seu mundo mudou para sempre.

Os efeitos do divórcio nos filhos

Um divórcio representa uma grande mudança e uma grande perda para os filhos. A casa é a estrutura que dá a eles segurança e estabilidade. Quando ocorre um rompimento, as crianças sentem que seu mundo está desmoronando.

Após o divórcio, eles também precisam viver a experiência de ser privadas da presença de um de seus pais. Da mesma forma, o responsável que mantém a convivência frequente adquire um novo significado para eles. Tudo junto pode ser muito confuso e, se forem crianças pequenas, nem sempre elas encontram uma maneira de expressar suas inquietações.

A idade é um fator determinante nesses casos, pois a resposta à separação varia de acordo com ela:

  • De 3 a 5 anos: predomina o sentimento de culpa e o medo de ficar sozinho ou ser abandonado.
  • De 6 a 12 anos: as crianças já reconhecem a presença do sofrimento, mas não sabem lidar com ele. Elas criam a ilusão de que a separação não é definitiva.
  • Adolescentes: é gerada uma insegurança quanto às próprias possibilidades de formar um casal e obter realização no campo emocional. Eles experimentam culpa, sentimentos de solidão e depressão.
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As questões de custódia e distribuição de bens geralmente exigem longas negociações. É preciso estar preparado para enfrentar esse processo.

Dicas para ter um divórcio saudável para as crianças

Por tudo o que foi dito, fica claro que ter um divórcio saudável é a melhor opção para todos os membros da família. É fato que pode haver dor, raiva e decepção; no entanto, ceder a esses sentimentos só agrava a situação. O que fazer então? As dicas a seguir podem ajudar:

1. Mantenha-se saudável e com a situação sob controle

Para ter um divórcio saudável, a primeira coisa é cuidar do próprio bem-estar. É muito importante estar em paz consigo mesmo o máximo possível. A psicoterapia pode ser um apoio essencial nesses casos.

É fundamental que os pais mantenham tudo relacionado ao divórcio sob controle. O ideal é que todos os detalhes sejam tratados de forma privada e que as crianças não sejam envolvidas em questões nas quais elas não tenham que participar, como o acerto financeiro.

2. Comunique as notícias da maneira adequada

Não existe uma maneira fácil de comunicar uma notícia como essa para os filhos. O que pode ser feito é atenuar a situação com uma atitude inteligente e amorosa. É recomendável que ambos os pais a comuniquem, deixando de lado suas diferenças nesse momento.

É importante deixar claro que o que aconteceu não tem nada a ver com os filhos. Deve-se insistir nisso, não apenas no momento de dar a notícia, mas também depois. O casal deve estar pronto para responder às perguntas com honestidade, o que não implica revelar conflitos íntimos subjacentes.

3. Aborde a reação inicial

Após a notícia podem haver muitas reações. A mais comum será a rejeição da situação e da dor. É essencial que os pais validem esses sentimentos em seus filhos, isto é, fazê-los ver que é compreensível e normal que eles se sintam assim.

É necessário insistir que vocês os amam muito e lamentam causar esse sofrimento, mas que a decisão foi pensada e analisada, e é a melhor opção para evitar decepções e problemas. Também é importante deixar a criança se expressar.

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4. Ajude a criança a administrar seus sentimentos

Os filhos vão experimentar mudanças depois da notícia e após o próprio divórcio. Eles podem se tornar teimosos ou mais tristes e distantes. É recomendável fazer com que eles vejam que os pais estão ali para conversar sobre o assunto, quantas vezes for preciso.

Algumas crianças também podem agir como se nada estivesse acontecendo. No entanto, elas podem começar a apresentar distúrbios do sono, problemas alimentares e baixo desempenho acadêmico.

5. Preserve a consistência e a rotina

Um dos segredos para um divórcio saudável é manter as rotinas intactas, tanto quanto possível. Não é conveniente introduzir situações excepcionais, como permitir que elas faltem à escola ou inventar uma viagem do nada. Uma rotina estável as ajuda a recuperar a paz de espírito.

É importante estar atento às mudanças que ocorrem nas crianças e estar disposto a ouvi-las. No entanto, as regras não devem ser alteradas de forma alguma. A disciplina deve ser mantida e o fato de elas sofrerem não é motivo para fazer concessões especiais.

6. Evite brigar na frente das crianças

Este é outro dos aspectos fundamentais para ter um divórcio saudável. Existem diferenças e conflitos suficientes para que tenha sido tomada a decisão de se separar mas, mesmo assim, mostrá-los grosseiramente na frente das crianças pode causar muito dano.

Quando a hostilidade e o ressentimento prevalecem, é mais difícil para as crianças assimilarem a situação. Da mesma forma, elas recebem um mau exemplo quanto à forma de processar um conflito, tornando mais provável que elas repitam esse comportamento em suas próprias vidas.

7. Promova uma adaptação saudável à nova situação

A principal mudança que as crianças experimentam é não ter um dos pais morando com elas e vê-lo apenas em ocasiões específicas. Para o responsável que continua no comando, é hora de reorganizar os papéis, as tarefas e a rotina da casa, sem cair em excessos.

O pai que vai embora também precisa organizar a própria vida para poder passar um tempo de qualidade com os filhos. De qualquer forma será difícil para todos, mas se tudo for feito com naturalidade e boa disposição, todos se adaptarão em pouco tempo.

Expor as discussões abertamente na frente das crianças é contraproducente. Elas não saberão lidar com os conflitos de forma adequada por esse exemplo.

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Quando a ajuda profissional é necessária?

Se um responsável sentir que suas emoções ou a própria situação estão ficando fora de controle, ele não deve esperar para procurar aconselhamento profissional. A psicoterapia não faz milagres, mas ajuda a organizar sentimentos e ideias.

O mesmo se aplica quando o comportamento das crianças passa por uma mudança abrupta e incontrolável. Um profissional atuará como um terceiro que pode ajudar a canalizar a situação de forma adequada.

A separação dos pais com certeza vai deixar uma marca profunda na vida dos filhos. Se feito de forma inadequada, isso pode se tornar uma ferida que nunca cicatrizará. Eles deixarão de sofrer com isso, mas no futuro terão dificuldade em ter relacionamentos afetivos saudáveis.

Não há como fazer da separação uma experiência boa ou agradável para as crianças. No entanto, ter um divórcio saudável ajuda muito para que esse episódio de dor possa ser superado sem afetar o desenvolvimento normal dos filhos.


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  • Cárdenas, E. J. (1999). La mediación en conflictos familiares: Lo que hay que saber. Lumen/Humanitas.
  • Oliva Gómez, E. (2020). La aplicación del interés superior de niñas, niños y adolescentes en el caso del divorcio de sus progenitores.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.