Designer argentina cria capacete que evita queda de cabelo durante quimioterapia
A queda de cabelo é uma das etapas mais temidas por mulheres e homens que lutam contra o câncer. Esse efeito colateral da quimioterapia é muito mais que um problema estético, ele expõe o paciente a um estigma social.
A argentina Paula Estrada foi diagnosticada com câncer de mama em 20o9. Nesse momento, ela decidiu que venceria a doença sem perder seus cabelos durante o tratamento.
Na sua casa, em Buenos Aires, ela começou a improvisar um capacete com compressas de gelo que manteria seu couro cabeludo frio, evitando a queda de cabelo. E não é que deu certo?
O resfriamento faz com que os vasos sanguíneos do couro cabeludo se contraiam, o que leva à criação de uma espécie de capa protetora, ajudando a preservar os folículos capilares.
“Acho que [o capacete] foi a chave para manter meu humor. Não sinto nada [enquanto uso o capacete]. Eu saio [da quimioterapia], tiro o capacete e vivo minha vida como qualquer outra pessoa. É confortável [usar o capacete], não incomoda nada. Quando você coloca o capacete, fica frio no começo, mas não é desconfortável”, conta Estrada.
Queda de cabelo: 60 mil pacientes ajudadas
Devido à sua eficácia, essa técnica vem sendo muito utilizada para ajudar a prevenir a queda de cabelos de pacientes oncológicos que se submetem ao tratamento quimioterápico.
De lá pra cá, o capacete de Paula ajudou cerca de 60 mil pacientes com câncer na Argentina, Chile, México, Espanha e Estados Unidos. Seu oncologista, Gonzalo Recondo, afirma que há evidências claras de que o equipamento pode ser útil para prevenir a queda de cabelo.
“Tem que colocar [o capacete] no freezer com dois dias de antecedência. Eu sei que pegar o capacete, que é um pacote de gelo em gel, leva um pouco de logística, mas vale a pena porque faz você lutar contra a doença de forma diferente. Você, seus filhos e seu entorno se veem de maneira diferente”, comenta Paula.
O oncologista Daniel Gimenes da unidade São Paulo, do Centro Paulista de Oncologia (CPO), alerta que a crioterapia precisa ser indicada e acompanhada por um médico oncologista e precisa ser feita desde a primeira sessão de quimioterapia.
Vida que segue
No momento, a designer divide o seu tempo entre a escrita de um livro sobre a sua experiência, o trabalho como coach de políticos e empresários e respondendo mensagens de pessoas que precisam de conselhos para usar o capacete.
A paciente de 48 anos com câncer de fígado, Mariangeles Fernandez, disse que vale a pena porque faz você combater a doença de uma maneira diferente. A aposentada de 64 anos com câncer de mama, Elsa Ram, concorda e assina embaixo.
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