O que são os cuidados paliativos?
Todas as pessoas com uma doença grave podem se beneficiar dos cuidados paliativos. Estes constituem uma forma de atendimento cujo objetivo principal é fornecer apoio e alívio àqueles que sofrem de um grave problema de saúde que pode levar à morte a curto ou médio prazo.
Está comprovado que os cuidados paliativos melhoram significativamente a qualidade de vida dos doentes graves e de suas famílias. No entanto, estima-se que apenas 14% das pessoas que necessitam desse tipo de atendimento o recebam de maneira efetiva.
Nunca na história os cuidados paliativos foram tão necessários como agora. Isso se deve aos avanços da medicina, que permitiram estender a expectativa de vida e, portanto, aumentar a sobrevivência de pessoas com doenças crônicas.
Assim, existem muitas pessoas que não morrem imediatamente da doença de que padecem, mas sofrem muito com a debilidade causada por ela.
O que são os cuidados paliativos?
Os cuidados paliativos são uma área da medicina voltada para prevenir e aliviar o sofrimento de pacientes graves, assim como de proporcionar uma melhor qualidade de vida para esses pacientes e suas famílias. Eles são aplicados quando uma pessoa sofre de uma doença potencialmente fatal.
Os principais objetivos desse tipo de atendimento são os seguintes:
- Gerenciar os sintomas que causam sofrimento ao paciente e à família.
- Adaptar as metas de tratamento às condições e preferências do paciente.
- Facilitar e manter a comunicação entre o paciente, sua família e a equipe médica responsável.
- Fornecer apoio psicossocial e espiritual ao paciente e seus familiares.
Os cuidados paliativos abrangem um grande número de doenças. Aqueles que estão em um estágio grave da sua doença se beneficiam, assim como os que, por causa da sua condição, não recebem um tratamento convencional. Do mesmo modo, incluem-se os que apresentam uma resposta fraca aos tratamentos estabelecidos.
Em que consistem os cuidados paliativos?
As doenças crônicas graves afetam múltiplos aspectos da vida do paciente e de sua família. Os cuidados paliativos buscam oferecer uma resposta para:
- Problemas físicos
- Questões práticas
- Aspectos psicossociais
- Âmbito espiritual
Os problemas físicos geralmente incluem dor, dificuldade para respirar, dificuldade para dormir e alterações digestivas. Esses problemas geralmente são tratados, por exemplo, com medicamentos, fisioterapia, aconselhamento nutricional e terapia ocupacional.
Nesses casos, também costuma haver uma série de problemas práticos relacionados, principalmente, à disponibilidade de recursos. Quando falamos de recursos, entendemos como a parte financeira ou os meios e ferramentas necessárias para o bem-estar do paciente e de sua família.
As doenças graves também demandam um apoio psicossocial para lidar com o medo, a desesperança e a negação. Ele é fornecido, principalmente, por meio de aconselhamento e grupos de apoio. Também deve ser oferecido apoio espiritual para explorar crenças e valores que possam contribuir para a aceitação e o gerenciamento da situação.
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Quem presta os cuidados paliativos e sob quais condições?
Os cuidados paliativos podem ser prestados em um hospital, em um centro especializado ou mesmo em casa. O paciente e a sua família são os únicos que devem decidir qual é a melhor opção, levando em consideração os prós e os contras de cada uma.
Está provado que, na maioria dos casos, o atendimento domiciliar é muito benéfico para a pessoa doente. No entanto, essa opção dependerá das condições e da disponibilidade de cada família, bem como do acesso a meios de apoio externos.
Idealmente, esse tipo de atendimento deve ser prestado por uma equipe médica multidisciplinar, em associação com a família do paciente. Uma pessoa com uma doença grave requer um grupo composto por médicos, enfermeiros, nutricionista, psicólogo, assistente social, fisioterapeuta e conselheiro espiritual.
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Aspectos a considerar
É muito importante que o paciente e sua família conheçam detalhadamente os pormenores da doença, as opções de tratamento e o prognóstico. Isso lhes dará as ferramentas de avaliação para tomar as decisões do caso, em cada estágio, com maior critério.
Por fim, há uma enorme desigualdade no mundo em termos de acesso aos cuidados paliativos. Nos países em que a renda é alta, quase todos os pacientes tem acesso; todavia, em países de baixa renda, esse tipo de atenção se destaca pela sua ausência. 98% das crianças que necessitam desse tipo de atendimento vivem em países pobres.
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- Pessini, L., & Bertachini, L. (2006). Nuevas perspectivas en cuidados paliativos. Acta bioethica, 12(2), 231-242.
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