Conselhos para agir no trabalho diante de uma emergência cardíaca

Saber como agir diante de uma emergência cardíaca enquanto o socorro chega, tratando-se de um infarto do miocárdio ou de um ataque súbito, pode ser determinante para superar o ocorrido.
Conselhos para agir no trabalho diante de uma emergência cardíaca
José Gerardo Rosciano Paganelli

Escrito e verificado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli.

Última atualização: 23 agosto, 2022

Uma emergência cardíaca pode acontecer a qualquer hora e em qualquer lugar. E embora os pacientes devam estar cientes dos riscos e tomar precauções, em linhas gerais, trata-se de eventos que são quase impossíveis de antecipar.

O ritmo de vida moderno levou a maioria da população a ocupar a maior quantidade de tempo diário em seu posto de trabalho. Por isso, as probabilidades de que esses episódios ocorram em escritórios e empresas são muito altas.

Uma emergência cardíaca pode ocorrer com mais frequência do que muitas vezes se quer admitir.

  • De acordo com o Texas Heart Institute, nos Estados Unidos, a cada 34 segundos ocorre um ataque cardíaco.
  • No caso da Espanha, anualmente há em média 30 mil vítimas por morte súbita e até 20 mil episódios de tentativas de reanimação, segundo especialistas da Fundação Espanhola do Coração.

Diferenças entre ataque cardíaco e parada cardíaca súbita

Um ataque cardíaco e uma parada cardíaca súbita são duas coisas diferentes.

  • No primeiro caso, costuma-se contar com uma margem de tempo maior para reverter o problema.
  • Na parada cardíaca súbita, apenas alguns minutos podem ser suficientes para causar a morte dos afetados.

Ataque cardíaco ou infarto do miocárdio

Homem sentindo dor no peito

Acontece quando se reduz ou se interrompe completamente o fluxo da corrente sanguínea a uma parte do coração devido, na maioria dos casos, à ruptura de uma placa das artérias coronárias.

Também podem ser causado por um coágulo sanguíneo ou obstrução, ou por um espasmo de uma artéria coronária. Os ataques cardíacos não implicam necessariamente que o coração deixe de bater.

O principal sintoma é uma dor repentina e muito intensa no peito, que pode se estender a outras áreas do corpo como braços, ombros, mandíbula, pescoço ou nuca.

Igualmente, podem ser manifestados outros sinais, tais como:

  • Fadiga.
  • Enjoos.
  • Náuseas.
  • Sudorese.
  • Ardor estomacal.
  • Dificuldade para respirar.
  • Desmaios repentinos.

É importante levar em consideração que a sintomatologia não é igual em todos os casos. Em ocasiões, os ataques acontecem sem que o afetado perceba alguns desses sinais de alerta ou estes podem ser confundidos com outras coisas, passando despercebidos.

Parada cardíaca súbita

Dor no peito é uma emergência cardíaca

Acontece quando o coração se paralisa completamente de forma repentina. Priva-se do fluxo sanguíneo e do oxigênio incluído no cérebro e no resto dos órgãos do corpo.

Os episódios do que também se conhece como morte cardíaca súbita não costumam permitir aos afetados pedir ajudar às pessoas ao seu redor.

Quando o coração para, a pessoa desmaia repentinamente, perdendo por completo a consciência. A respiração também pode chegar a ser suspensa.

Apenas em um número reduzido de casos os afetados podem perceber enjoos nos instantes prévios ao desmaio.

Medidas rápidas a tomar diante da emergência cardíaca

Mulher agindo diante de uma emergência cardíaca
  • Ligar imediatamente para os serviços de emergência e solicitar ajuda.
  • Nos casos de ataque cardíaco, deve-se sentar a pessoa em um sofá o mais cômodo possível, procurando fazer com que ela fique tranquila.
  • É vital que o afetado tente manter a normalidade ao respirar. Cintos e camisas devem ser desabotoados e afrouxados.
  • Nos casos de parada cardíaca súbita, deve-se revisar as funções corporais (respiração e pulso). Se não houver resposta, deve-se começar de imediato a aplicar massagem cardíaca ou reanimação cardiopulmonar (RCP):
    • Para isso, ambas as mãos devem ser colocadas sobre o esterno do paciente, exercendo pressão para baixo e mantendo os braços estendidos.
    • Deve-se empurrar o esterno pelo menos 4 centímetros, com uma frequência não menor do que 100 compressões por minuto.
    • Da mesma forma, deve-se estabelecer um ritmo uniforme, com as mínimas interrupções possíveis.
  • A respiração boca a boca só deve ser aplicada por pessoas que conheçam a técnica. Do contrário, sua utilidade é nula.
  • Caso se disponha de um desfibrilador externo automático (DEA), devem ser aplicadas descargas para tentar reiniciar a atividade do coração do zero. Esses dispositivos não requerem treinamento especial para serem usados, pois seu funcionamento é muito simples.

Quanto mais rápido atuemos, maiores serão as probabilidades para as vítimas de superar o ocorrido.

Os casos de parada cardíaca súbita requerem ações de resposta ainda mais rápidas. Para cada minuto transcorrido, as chances de sobrevivência diminuem 10%, por isso depois de 10 minutos essa possibilidade chega a zero.

Se as pessoas que estão ao redor do afetado não agirem e só se limitarem a esperar a chegada dos serviços de emergência, as possibilidades de um desenlace trágico são de até 95%.

Nota: para saber como agir em caso de emergência cardíaca em casa, você pode consultar as recomendações dos especialistas da Fundação Espanhola do Coração.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.