Cervicobraquialgia: a dor que vai do pescoço ao braço
Escrito e verificado por o médico Gilberto Adaulfo Sánchez Abreu
Pode ser que o nome nos preocupe um pouco, mas a cervicobraquialgia é mais comum dos que pensamos.
Trata-se de uma dor na região cervical que se origina no pescoço e se propaga pela medula espinhal até chegar ao braço e aos dedos.
É muito incapacitante. No entanto, uma concepção errônea que se mantém a respeito dessa doença é que se acredita que afeta apenas pessoas que praticam algum esporte.
A verdade é que fatores como o estresse ou a ansiedade crônica, e até a artrose, podem levar a esse tipo de transtorno tão doloroso.
A boa notícia é que, geralmente, pode ser resolvida com medicação. No entanto, nos casos mais graves, não há outro remédio a não ser recorrer à cirurgia.
A seguir, propomos conhecer mais dados sobre esse problema do qual não se fala muito.
Cervicobraquialgia: quando, de repente, qualquer movimento se transforma em dor
Mexer a cabeça, alcançar um objeto, sentar, ler, deitar… até respirar! Tudo se torna um grande sofrimento.
A cervicobraquialgia tem seu foco principal na coluna vertebral.
Não estamos diante de um simples torcicolo nem de uma contratura. É muito mais.
Leia também: Você conhece os sintomas da fibromialgia?
Vamos imaginar a região superior de nossa coluna vertebral. A parte que vai da vértebra C1 à C7, que são, especificamente, as menores.
Dentro dessas pequenas vértebras, existem também ligamentos, tendões, músculos, fibras nervosas, etc.
Quando alguma dessas regiões se inflama, a dor chega a diversas áreas de nosso corpo.
Assim, é comum que a inflamação comece na coluna e alcance um ombro, a escápula, os braços e até o tórax.
Como começa a cervicobraquialgia?
- Lesões traumáticas. Assim como assinalamos no início, uma das principais causas da cervicobraquialgia são as lesões causadas por um acidente ou pela prática de algum esporte. Luxações, fraturas, entorses ou distensões musculares podem ser as principais causas.
- Entretanto, períodos prolongados de estresse e ansiedade também causam este problema. É preciso levar isso em conta.
- Os processos inflamatórios, como o reumatismo, também podem ser uma causa.
- Por outro lado, as pessoas afetadas pelas doenças degenerativas, como a artrose, também podem desenvolver, com o tempo, uma cervicobraquialgia.
- Além disso, não podemos nos esquecer dos processos infecciosos, como, por exemplo, a tuberculose.
Quais os sintomas?
Com certeza, você já ouviu alguém dizer que “é como se tivesse um punhal enfiado nas costas“. De certo modo, é algo parecido.
Só que, além desse foco central, a dor se irradia a outras regiões do corpo, sob a forma de calor muito intenso.
A cervicobraquialgia, além de ser essa dor já descrita, também se caracteriza por cãibras intensas, transtornos de sensibilidade, fraqueza muscular, enrijecimento ou sensação de frio ou de calor intenso, como se fosse uma queimadura.
Ainda assim, é possível sentir dor de cabeça, dificuldade para mover o pescoço e se sentar, tontura, náuseas, entre outros.
Quase qualquer movimento vem acompanhado por intensas dores e incômodos.
Quais tratamentos existem?
A cervicobraquialgia requer um tratamento personalizado que apenas profissionais de saúde poderão oferecer.
É necessário tomar, em primeiro lugar, os fármacos adequados para diminuir a inflamação.
- Por sua parte, a fisioterapia permite aliviar a dor e restaurar o funcionamento das extremidades.
- Outra técnica muito adequada é a terapia frio-calor. As duchas quentes, as bolsas de água e até as massagens com álcool de alecrim são muito eficazes.
- Também não podemos nos esquecer de que, quando recebemos o diagnóstico de uma cervicobraquialgia, é necessário ficar de repouso. Todos esses processos de grande dor musculoesquelética requerem, acima de tudo, uma mudança no nosso estilo de vida.
- Os especialistas recomendam o descanso de barriga para cima, com o braço onde se localiza a dor bem atrás da cabeça.
A cervicobraquialgia tem um bom prognóstico
Geralmente, a cervicobraquialgia tem um bom prognóstico. O que isso significa?
Significa que pessoas com um bom histórico clínico têm uma tendência natural de melhorar em um período que varia entre quatro a seis semanas.
Leia também: 3 remédios com gelatina para tratar as dores articulares
O problema essencial está sem dúvida, naqueles pacientes afetados pela artrose ou pela artrite.
Quando estamos diante de enfermidades crônicas, o mais comum é alternar épocas de melhoras com semanas de dores intensas.
Se for nosso caso, se sofremos de alguma dessas doenças, deveremos prestar atenção no nosso estilo de vida.
Uma boa alimentação, exercícios moderados e controlar os focos de estresse e ansiedade podem nos ajudar.
Em pacientes com uma sintomatologia mais complexa, pode ser necessário recorrer à cirurgia. No entanto, serão sempre nossos médicos que tomarão a decisão.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Moretti, B., Vetro, A., Garofalo, R., Moretti, L., Patella, S., Patella, V., & Simone, C. (2004). Manipulative therapy in the treatment of benign cervicobrachialgia of mechanical origin. La Chirurgia Degli Organi Di Movimento.
- Persson, L. C. G., & Carlsson, J. Y. (1999). Headache in patients with neck-shoulder-arm pain of cervical radicular origin. Headache. https://doi.org/10.1046/j.1526-4610.1999.3903218.x
- https://www.physio-pedia.com/Cervicobrachial_Syndrome
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.