Badosa não jogará em Abu Dhabi: isso está relacionado com sua última lesão?

A tenista espanhola anunciou que não participará do WTA 500, nos Emirados Árabes Unidos, para se recuperar da lesão nas costas que a afastou dos 250 em Hua Hin. Embora pareça um problema menor, ela prefere cautela.
Badosa não jogará em Abu Dhabi: isso está relacionado com sua última lesão?
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto.

Última atualização: 26 fevereiro, 2025

A tenista espanhola Paula Badosa decidiu não marcar presença no torneio WTA 500 de Abu Dhabi, que já começou esta segunda-feira. Depois de desistir do último Aberto da Tailândia, realizado em Hua Hin, devido a uma lesão nas costas, os fantasmas dos problemas de coluna voltaram e houve preocupação com sua capacidade de recuperação.

O fato de não participar no campeonato dos Emirados Árabes Unidos responde ao plano completo de reabilitação que os especialistas propuseram à jogadora. Embora ela mesma tenha confirmado que tem apenas uma inflamação leve, a história de 2023 a obriga a tomar precauções extras.

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Qual foi a lesão anterior de Badosa que pode estar relacionada com a atual?

Em 2023, quando a atleta havia subido para a 29ª colocação no ranking, más notícias a impediram de seguir com a temporada regular desde maio. Após sua participação no torneio de Roma, foi detectada uma fratura por estresse na quarta vértebra lombar. Isso determinou que ela não estaria presente em Roland Garros.

A reabilitação da fratura demorou mais que o necessário e isso influenciou no seu posicionamento. No final do ano passado, ela havia manifestado a intenção de passar 2024 em boas condições físicas e sem lesões que a afastassem do circuito.

O que é uma fratura por estresse?

Fraturas por estresse, como a sofrida por Paula Badosa, não são incomuns no tênis profissional. Rafael Nadal, por exemplo, sofreu uma lesão nas costelas.

É uma lesão causada pelo acúmulo gradual de tensões repetitivas sobre um osso, sem trauma súbito ou direto. Ao contrário das fraturas comuns, que ocorrem após uma pancada, aqui o desenvolvimento é gradual.

Em geral, devem-se a uma espécie de fadiga cumulativa. Microimpactos constantes ou cargas repetitivas ao correr ou saltar acabam ultrapassando a capacidade natural de reparação do tecido ósseo.

Quando acontece na coluna, como é o caso de Paula Badosa, a lesão não difere em seu mecanismo do que acontece em outros locais do corpo. Mas vale ressaltar que não é um dos locais mais comuns para tenistas.

De acordo com os registros do Aberto da Austrália, por exemplo, as extremidades são responsáveis pela maioria das fraturas por estresse em participantes de torneios. São mais comuns em mulheres, embora a ocorrência nas vértebras seja mais comum em homens.

Existem diversos fatores que determinam o aparecimento da lesão, além do treinamento intenso. Existe até especulação sobre uma influência da predisposição genética em alguns casos.

Quais são os sintomas das fraturas por estresse?

Quando se trata de uma fratura por estresse na coluna vertebral, os sintomas variam dependendo da gravidade da lesão e da localização específica. Os mais comuns são os seguintes:

  • Dor: localizada na vértebra afetada e aumenta com os movimentos.
  • Rigidez: a mobilidade é limitada pelos reflexos inconscientes do corpo para aliviar a dor. Você também pode sentir menos flexibilidade se houver inchaço ao redor da fratura.
  • Fraqueza nas extremidades: casos mais graves podem estender a dor aos membros inferiores, como a radiação. Em geral, é uma inflamação ou compressão dos nervos que vão da coluna às pernas.
  • Formigamento: o envolvimento nervoso concomitante pode ser expresso com sensações estranhas no quadril e nos membros inferiores, como dormência e “formigas andando na pele”.

Os sintomas podem ser sutis no início. Algumas pessoas não reconhecem um problema até que seja realizada uma avaliação médica mais detalhada por causa de vagas sensações de dor lombar, por exemplo.

Paula Badosa tem recaída?

A tenista espanhola foi clara ao especificar que não tem recaída. Devido à ocorrência próxima de ambas as lesões, no início não se podia descartar a recorrência da coluna.

A verdade é que as fraturas por estresse podem recorrer. Principalmente quando estão localizadas em áreas que continuarão expostas a sobrecargas.

O grau de gravidade da lesão original e o tempo de repouso são cruciais para definir essa possibilidade de recorrência. Em geral, as fraturas leves requerem apenas 3 semanas de inatividade, enquanto as mais graves podem levar até 4 meses longe das competições, conforme detalhado em publicação científica de 2016.

Devido ao afastamento de campo em 2023, presume-se que Paula Badosa sofreu uma lesão grave no ano passado e levou o tempo necessário para se reabilitar.

O que espera Badosa após renunciar a Abu Dhabi?

A tenista está na posição 83 do ranking. A sua decisão de não participar em Abu Dhabi abre espaço para Sara Sorribes representar a Espanha neste torneio.

Parece uma precaução sensata para evitar complicações. Se for apenas uma inflamação dos tecidos moles, em algumas semanas poderá aparecer novamente em quadra.

A confiança terá um papel fundamental para a jogadora. Antecedentes recentes sempre acrescentam alguma ansiedade.


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