Anos após ser vendido pelo pai, homem reencontra família

Algumas histórias de vida parecem roteiro de novela, não é mesmo? Gilberto Leite reencontrou seus familiares após uma publicação em rede social.
Anos após ser vendido pelo pai, homem reencontra família

Última atualização: 25 novembro, 2022

Gilberto Leite, do Paraná, foi vendido pelo pai quando tinha apenas dois anos de idade. Ele passou boa parte da vida se perguntando o que fez sua família biológica querer se livrar dele.

Somente aos 41 anos de idade, Gilberto resolveu buscar respostas sobre a sua história e tentar encontrar a família biológica. Para isso, ele fez uma publicação no Facebook com uma foto atual e outra de quando era criança.

No post, Gilberto contou o pouco que sabia sobre a vida dele antes da adoção e disse que só soube na adolescência, quando tinha 14 anos, que era adotado. Inesperadamente, um comentário de uma seguidora mudou tudo.

“Um dia, uma moça me mandou mensagem falando: ‘Meu tio tem uma história de um irmão que sumiu muito parecida com a sua. Sumiu com dois anos de idade e se chamava Dominique, você não quer conversar com ele?”, contou Gilberto, que hoje vive na Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba.

A descoberta da adoção

Gilberto descobriu aos 14 anos que, além de ser adotado, seu nome era Dominique. Mesmo com muitas informações desencontradas, ele cresceu com a dúvida sobre o motivo que realmente teria levado a família a colocá-lo num abrigo.

Os pais adotivos de Gilberto contaram que os pais biológicos dele sofreram um acidente de carro e morreram. Ainda bebê, ele ficou sob os cuidados dos avós que, por não terem condições de cuidar da criança, teriam colocado o pequeno Gilberto para a adoção.

“Fiquei revoltado. Fiquei pensando: ‘Poxa, porque foram me dar? Foram me jogar? Não quiseram ficar comigo?”, questionou.

Nova tentativa depois de adulto

Ainda muito jovem, com ajuda dos pais adotivos, Gilberto tentou encontrar a família, mas sem sucesso. Anos depois, desta vez incentivado pela esposa, ele decidiu usar as redes sociais para encontrar os parentes. Foi então que ele fez a publicação mencionada no Facebook.

Um dia, ao receber a mensagem de um homem, Gilberto olhou a foto do perfil e se surpreendeu com a semelhança física entre eles.

“Quando eu olhei aquela foto eu pensei: ‘Nossa, sou eu mais velho aqui’. Ele passou o endereço da casa dele, peguei o carro na mesma hora e fui”, relembrou.

O tão esperado reencontro com a família

Após visitar o irmão e confirmar a semelhança, Gilberto foi levado para a casa da mãe biológica, Izabel Vengue Martins. Ela contou que há pouco tempo havia perdido um filho, chamado Patrick, mais parecido ainda com ele.

Apesar da semelhança, Gilberto decidiu fazer um exame de DNA para confirmar o parentesco.  “Não queria ficar com essa dúvida no meu coração. Fiz o DNA e deu 99,99%. Depois disso, foi só conhecer o restante da família. Uma época eu estava chorando que não tinha irmão, não tinha uma pessoa com quem conversar, e agora tenho mais de 10 irmãos”, afirmou.

Revelação da verdade

Nesse reencontro Gilberto finalmente soube toda a verdade. A mãe contou que a família enfrentava problemas financeiros na época e que, um dia, enquanto ela estava fora, o pai biológico o vendeu para um homem. Sim, ele havia sido vendido pelo pai.

“Minha mãe saiu desesperada me procurando, e a história estava quase chegando neste homem [que comprou a criança]. Ao invés de me devolver para minha mãe, ele resolveu me colocar em um orfanato, e mandar sumir comigo, arrumar uma família para mim”, contou Gilberto.

Como não é possível recuperar o tempo perdido, o jeito é aproveitar cada segundo da família reunida. Por isso, Gilberto não quer mais se desgrudar da mãe e dos irmãos.

O caso nunca foi levado à polícia ou à Justiça. O Código Penal brasileiro estabelece que crimes com pena máxima de até 4 anos, como o sofrido por Gilberto, prescrevem em 8 anos a partir da data em que foram praticados.

Com informações de Diário do Nordeste e Só Notícia Boa


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