Alergia alimentar: sintomas e causas

Existem alimentos que são capazes de desencadear alergias em pessoas predispostas pela genética. Descubra neste artigo quais são os sintomas que produzem.
Alergia alimentar: sintomas e causas
Florencia Villafañe

Escrito e verificado por a nutricionista Florencia Villafañe.

Última atualização: 09 outubro, 2022

A alergia alimentar é considerada um problema típico da população pediátrica, porém, atualmente observa-se com maior frequência que os adultos também a sofrem. Embora as alergias às vezes sejam identificadas como uma intolerância, deve-se esclarecer que não são a mesma coisa, mas sim duas condições diferentes.

O que é alergia alimentar?

As alergias alimentares são um grupo de doenças que ocorrem quando o sistema imunológico reage às proteínas encontradas nos alimentos. Nesses casos há uma resposta porque o organismo identifica esses compostos como patógenos, como se fossem um vírus ou uma bactéria.

O denominador comum dos processos que desencadeiam esta reação é a existência de uma predisposição genética, uma barreira gastrointestinal danificada devido a outras doenças alérgicas, bem como uma resposta imune alterada aos componentes alimentares envolvidos.

No caso de bebês e crianças pequenas que possuem essas características, acontece também que as proteções digestivas não estão totalmente desenvolvidas. Com o passar dos anos, as células entram em contato com diversas substâncias que ajudam a fortalecer os mecanismos de identificação de corpos estranhos.

Sintomas de alergia alimentar.
Os sintomas de alergia alimentar variam de reações de coceira leves a anafilaxia.

Quais são os sintomas que ela produz?

Os sintomas variam em cada indivíduo. Em alguns casos manifestam-se de forma leve e em outros desencadeiam o que se chama de choque anafilático, ou seja, são graves e comprometem a saúde. Se estes não forem tratados com urgência, podem causar a morte.

De acordo com o artigo “Alergia Alimentar” publicado na Revista Chilena de Nutrição, os sintomas típicos incluem reações que são geradas em minutos, horas ou até dias. Estes são os seguintes:

  • Erupções cutâneas com inchaço no rosto e lábios.
  • Coceira e manchas na pele.
  • Sensação de formigamento e queimação na boca.
  • Náuseas e vômitos com diarréia e cólicas abdominais.

Além dos sinais acima, em situações de anafilaxia também ocorre  dificuldade para respirar, diminuição da pressão arterial, dor e aperto no peito, tontura e perda de consciência. A taquicardia, que é o batimento cardíaco acelerado, acompanha as alterações cardiovasculares da anafilaxia.

Quais alimentos podem causar alergias?

A lista de alimentos que têm sido associados a reações adversas a alimentos é interminável. No entanto, de acordo com várias investigações, a existência de uma base imunológica nestes só foi comprovada para um pequeno grupo de alimentos, como ovos, leite, oleaginosas (especialmente amendoim).

Peixes, frutos do mar (incluindo camarões, mexilhões e caranguejos), frutas cítricas e trigo também são alérgenos reconhecidos. Neste último caso existe uma ligação com o que se entende por doença celíaca e intolerância ao glúten.

No caso das crianças, os alimentos com maior potencial para desenvolver alergias são amendoim, trigo, soja, leite e ovos. De fato, até um terço desse grupo reage a vários desses produtos ao mesmo tempo.

Ao contrário, evidências científicas sugerem que em adultos os alimentos que desencadeiam os sintomas são diversos e dependem, em grande parte, de sua disponibilidade para consumo. Da mesma forma, as preferências individuais e os hábitos culturais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento ou não de reações.

De acordo com os dados extraídos de estudos científicos, cada país tem suas particularidades em relação às alergias mais frequentes em suas populações. No Brasil, por exemplo, os principais culpados são frutas, leite de vaca e frutos do mar; para a Suécia são avelãs, maçãs e kiwi; no México, camarão e peixe.

Diagnóstico e tratamento

Alimentos que causam alergia.
A gama de alimentos capazes de gerar alergias é variada. As oleaginosas são uma das principais.

O diagnóstico diferencial consiste na combinação de dados. Em primeiro lugar, deve-se fazer uma história clínica completa na qual se deve investigar exaustivamente a presença de sintomas gastrointestinais associados a manifestações dermatológicas e respiratórias.

Além disso, existem métodos de detecção de testes cutâneos com extratos alergênicos ou com o alimento em questão. Da mesma forma, em certos casos pode ser útil realizar um registro alimentar, bem como a exclusão por certo tempo do produto em estudo.

O tratamento consiste em evitar comer os alimentos implicados. Por esse motivo, é prioritário ter certeza de que eles realmente causam a alergia alimentar.

Em caso de reações graves, especialmente as de choque anafilático, anti-histamínicos, corticosteróides e adrenalina devem ser usados para combater os efeitos em cadeia da referida reação.

Alergia alimentar: o que lembrar?

Como você verá, há uma longa lista de alimentos que podem causar reações, portanto, se você sofre de algum desses sintomas e não sabe a que se deve, pode ser uma alergia alimentar. Para ter certeza, é aconselhável consultar um médico.


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