7 etapas no desenvolvimento emocional do bebê

Um bebê passa por diferentes etapas de desenvolvimento emocional desde que nasce até chegar aos 3 anos. O desenvolvimento emocional está vinculado ao desenvolvimento físico e mental.
7 etapas no desenvolvimento emocional do bebê
Bernardo Peña

Revisado e aprovado por o psicólogo Bernardo Peña.

Escrito por Thady Carabaño

Última atualização: 10 dezembro, 2022

O bebê tem emoções. Como tudo em sua vida, primeiro são muito básicas e depois vão evoluindo. O desenvolvimento emocional do bebê é um processo que se enlaça com seu crescimento físico e mental.

Ao longo de seus primeiros 3 anos de vida, cada um desses aspectos (físico, mental e emocional) predominará ou ficará mais notório, mas os três andam juntos e são fundamentais para que o bebê alcance o desenvolvimento que vai garantir seu bem-estar e equilíbrio.

Etapas no desenvolvimento emocional do bebê

Para entender como ocorre o desenvolvimento emocional do bebê, a classificação que apresentamos é com finalidade meramente didática. Como sempre afirmamos, cada bebê é único e, no contexto de sua individualidade, terá seu próprio ritmo e desenvolvimento particular.

1. De 1 a 3 meses

 

Vamos descobrir juntos a seguir quais são as reações do recém-nascido. Como você já deve supor, são bastante concisas e simples, mas aumentarão em complexidade à medida que o pequeno crescer.

  • Prazer: sente-se confortável e acolhido nos braços da mãe quando é amamentado.
  • Desagrado: chora para expressar fome, sede, incômodo com a umidade da fralda ou alguma dor.

Suas necessidades são “urgentes” e suas reações, exageradas. O choro é uma descarga para garantir sua sobrevivência, que pouco a pouco se tornará uma forma de comunicação de suas necessidades. É isso que afirma este estudo publicado em Ponencia presentada en el congreso de Madrid (Palestra apresentada no congresso de Madrid).

Assim, a medida que for crescendo, o bebê vai incorporar gestos, sons e, mais adiante, palavras. Ele demonstra interesse pelos rostos das pessoas ao seu redor e aprende a distinguir as expressões de alegria, tristeza e raiva. Além disso, esboça os primeiros sorrisos. O bebê sorri quando está feliz ou faz caretas para chamar a atenção.

Aprende a reconhecer seus pais e as pessoas com as quais está familiarizado. É dependente da mãe e, na medida em que suas necessidades são atendidas oportunamente, sua personalidade e sua estabilidade são estruturadas.

Nessa fase, os bebês agem praticamente de forma automática em resposta a uma ampla variedade de estímulos externos.

2. De 4 a 6 meses

A partir dos 4 ou 5 meses surge a raiva e o desgosto. O bebê chora para mostrar seu descontentamento. Ele responde cada vez mais aos rostos e às vozes que o rodeiam. Gosta da companhia e da atenção dos pais e cuidadores, e com cada um estabelece uma relação privilegiada.

Além disso, com vozes, gestos, gritos, sorrisos e risos tenta se comunicar, já não é só para satisfazer uma necessidade de sobrevivência. Reconhece e responde aos estados de humor da mãe.

Aos 5 meses, começa a demonstrar sentimentos de medo quando escuta barulhos fortes ou inesperados, como indica este artigo publicado na Revista de APPIA. Aos 6 meses, o bebê começa a estranhar cada vez mais as pessoas que não conhece e pode expressar de forma física o seu desagrado.

3. De 7 a 9 meses

Aos 7 meses, o bebê reage decidido com tensão e medo diante do desconhecido. Como já tem memória, fica feliz ao ver rostos conhecidos. Ao mesmo tempo, sentirá medo diante da presença de adultos estranhos.

Entre os 7 e 8 meses, ele se interessa por outros bebês e por crianças mais velhas. Gosta de se comunicar com sorrisos e gestos. Usa todas as competências adquiridas até agora para estabelecer essa comunicação e se relacionar. Por exemplo, começa a mostrar interesse pelos brinquedos, olhando-os de todos os lados, jogando-os.

Enfim, o bebê percebe a separação temporal de sua mãe ou de quem mais cuida dele e isso o afeta muito. O medo e a ansiedade que sente pela separação cederá em função do vínculo que tenha criado com quem cuida dele enquanto a mãe não está, ou seja, quanto maior for o vínculo, menor a ansiedade e vice-versa.

O bebê faz graça esperando uma reação. Ele precisa ser reconhecido como um interlocutor. Em suma, nessa etapa do desenvolvimento emocional do bebê, a necessidade de comunicação é tão relevante quanto a satisfação de suas necessidades físicas de alimentação e cuidado.

4. De 10 a 12 meses

O bebê expressa com facilidade alegria, desgosto ou raiva. Ele se dá conta se as pessoas estão felizes ou aborrecidas com ele e reage de forma diferenciada. Também se diverte imitando aos demais. Imita expressões de surpresa, gritos, gestos.

Entende e segue as regras e rotinas sociais. Expressa seu afeto com abraços e palmas, especialmente com seus pais e familiares ou cuidadores mais próximos. Já reconhece seu nome.

Além disso, o bebê fica muito atento aos movimentos da mãe e do pai em casa, e se saem do espaço onde está, ele chora. Se um estranho o pega no colo, sente ansiedade.

Nessa etapa do desenvolvimento emocional, o bebê, começa a levantar os braços para pedir que a mãe ou o pai que o peguem no colo. Também é comum que comece a ajudar enquanto o vestem, levantando os braços.

O interesse pela interação social começa a ser sentido nessa fase.

5. Desenvolvimento emocional do bebê de 13 a 18 meses

Quando explora algo desconhecido, procura a aprovação dos pais. Se receber um olhar de medo, se sentirá coibido. Se receber um sorriso, se atreverá a se aproximar.

O comportamento emocional dos adultos que mais ama (mãe e pai) regula a capacidade do bebê de explorar e de se relacionar. E é o que indica o mesmo artigo Palestra apresentada no congresso de Madrid que já mencionamos.

O bebê capta a informação que recebe do mundo que o rodeia.Ele já sabe se atendem as suas necessidades ao primeiro choro ou se deve chorar por horas para que prestem atenção nele.

O bebê é muito sensível ao humor dos pais ou de quem cuida dele. Se os pais ou cuidadores estão contentes, o bebê brinca mais. Se estão tristes, o bebê ficará mais esquivo. Passa de querer estar colado aos pais a brincar sozinho de forma independente.

Nessa etapa do desenvolvimento emocional do bebê, o pequeno tem consciência da forma como lhe demonstram afeto. Aprende a expressar seu afeto a partir da imitação. Gosta de dar beijos e abraços, assim como receber elogios e age em consequência para recebê-los. Também aparecem os ciúmes. É egocêntrico.

6. De 19 a 24 meses

 

É um período emocional difícil, pois o pequeno quer ser independente e autônomo, mas ainda é dependente em muitos sentidos. Isso gera frustração, o que ativa as iminentes birras ou pirraças.

Ele se comunica através do corpo: se morde ou agride, está manifestando sua angústia, sua dificuldade para expressar seus sentimentos adequadamente ou sua necessidade de limites claros.

O caminho para a independência é seu foco principal. Agora, compreende que seus desejos são diferentes dos de seus pais, o que gera um imprevisto importante: nem sempre obtém o que deseja.

O bebê começa um egocentrismo marcado nessa época. Se quer algo, é para “já”, e os que estão ao seu redor devem satisfazer suas demandas. Começa a saborear sua autonomia: gosta de ser mimado, mas quando já é suficiente, faz com que saibam. Sua palavra favorita é “NÃO”, como também indica o artigo Palestra apresentada no congresso de Madrid.

7. De 2 a 3 anos

A criança sente ansiedade cada vez que seus sentimentos saem do controle. Assim, descarrega sua raiva, com a qual pretende “assustar” os adultos. Seu maior conflito é o choque entre os limites e a sua independência. Não tem consciência das normas, mas as acata porque respeita aos adultos que as impõem.

Entende que suas ações desencadeiam reações nas outras pessoas. Assim, identifica essas ações e aprende a incomodar ou agradar aos demais. Aparece o jogo simbólico e, através deste, descarrega parte de sua agressividade ou tensão.

Além disso, como também entende o sentido de pertencimento, surge a inveja e aumentam os medos. É a época de começar a chamar as emoções por seus nomes, para que o bebê aprenda a identificá-las e eventualmente regulá-las.

Sobre o desenvolvimento emocional do bebê

Desde seu nascimento, o bebê tem a capacidade de se relacionar com os demais seres humanos. Para isso, precisa de outro ser humano que reaja às suas necessidades, demandas e sentimentos. Assim, sem dúvidas, os melhores interlocutores sempre serão seus pais.

Por isso, o modelo que ela vai seguir para aprender a identificar e regular suas emoções vem do exemplo de mamãe e papai, não se esqueça disso! Acompanhe o seu filho no processo de desenvolvimento e o ajude a regular as suas emoções.


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