Síndrome de Stevens-Johnson: "achei que ia morrer"

Conheça a doença que afetou a mulher de Frank Aguiar.
Síndrome de Stevens-Johnson: "achei que ia morrer"

Última atualização: 14 julho, 2023

A influenciadora Caroline Santos, esposa do cantor Frank Aguiar, utilizou suas redes sociais, na segunda-feira (3 julho), para informar os seus seguidores que está se recuperando de um grave problema de saúde. Ela revelou que ficou dez dias na UTI após ter sido diagnosticada com Síndrome de Stevens-Johnson, condição rara com potencial de fatalidade.

“O Stevens-Johnson que eu tive é uma doença rara e grave que queima o corpo. Eu achei que ia morrer”, disse ela nos stories em seu perfil no Instagram, acrescentando que as marcas da síndrome agora se reduzem a apenas algumas manchas claras pelo pescoço e mãos.

Entenda a síndrome de Stevens-Johnson

A síndrome de Stevens-Johnson é uma doença da pele e mucosas que é causada pela reação grave a medicamentos, resultando em sintomas inicias semelhantes à gripe, como febre, cansaço ou dor de garganta. No entanto, após 3 a 4 dias podem surgir manchas vermelhas ou roxas na pele, que acabam se espalhando pelo corpo.

Entre os remédios que mais causam o problema estão os anti-inflamatórios não esteroidais, antibióticos e anticonvulsivantes. No entanto, em 1/3 dos casos o agente causador pode não ser identificado.

É uma síndrome rara. Estima-se que ela cause entre 1 e 6 casos em cada 1 milhão de pessoas durante o ano.

A síndrome de Stevens-Johnson tem cura, mas seu tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, pois é uma emergência médica, sendo feito com internamento em hospital, para evitar complicações graves como infecção generalizada ou lesões nos órgãos internos, que podem dificultar o tratamento e colocar a vida do paciente em risco.

Além de ser um tratamento demorado — pode levar semanas ou meses para a recuperação completa —, o paciente precisa ser monitorado constantemente, pois também há casos de perda de água do organismo, o que leva à desidratação corporal.

A síndrome também pode deixar algumas cicatrizes pelo corpo e, em alguns casos, ainda pode ter consequências mais graves, como cegueira, quando atinge os olhos.

“Estima-se que 5% das pessoas atingidas chegam a morrer por complicações da síndrome. Por isso, é importante ficar atento a qualquer reação medicamentosa, principalmente se ocorrer descolamento de pele. Nesses casos, é melhor buscar ajuda médica o quanto antes”, segundo Egon Daxbacher, dermatologista da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), em reportagem publicada em 23/10/2020.

Quais são os sintomas?

Os sintomas da síndrome de Stevens-Johnson podem surgir em qualquer região do corpo, porém são mais comuns no rosto, no tronco, nos braços, nas pernas e nas mucosas, incluindo boca, nariz, olhos e região genital.

Os principais sintomas da síndrome de Stevens-Johnson são:

  • Febre, cansaço, tosse, rinite, dor de garganta ou dor muscular.
  • Inchaço do rosto, da boca, da garganta e da língua.
  • Dificuldade para respirar.
  • Dor ou sensação de queimação na pele.
  • Manchas vermelhas ou roxas na pele, que se espalham pelo corpo.
  • Bolhas na pele ou nas mucosas.
  • Descamação da pele após a formação das bolhas.
  • Feridas nos lábios, no interior da boca e na pele.
  • Vermelhidão e queimação nos olhos.

Conforme a doença avança, surge uma dor generalizada pela pele e as erupções atingem as mucosas da boca, do nariz, dos olhos e dos órgãos genitais. Em seguida, há uma descamação da pele. Esses sintomas podem ser muito dolorosos e a aparência pode assustar o paciente.

O primeiro passo para o tratamento é tentar descobrir qual o medicamento que causou essa reação. Normalmente, os médicos pedem para o paciente interromper todos os medicamentos até descobrir o agente causador do problema.

Depois de identificada a síndrome, o tratamento é intravenoso com imunoglobulina IV. Também é feito um monitoramento dos sintomas, com soro para hidratar, e também com antibióticos para evitar infecções e medicamentos para dor ou febre. A recuperação pode demorar vários dias e até 30% dos casos são fatais.


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