Sequestrada e levada para a França ainda bebê, jovem realiza sonho de achar família

Isabella dos Santos, nascida no Brasil, foi vendida no mercado de adoções ilegais. Aos 25 anos, ela encontrou em São Paulo sua família verdadeira.
Sequestrada e levada para a França ainda bebê, jovem realiza sonho de achar família

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 26 agosto, 2022

Charlotte Merryl Cohen-Tenoudji levou 25 anos para poder ter seu final feliz de cinema. Ela tem como verdadeira identidade o nome Isabella dos Santos e foi sequestrada com apenas 2 meses de vida e vendida no mercado de adoções ilegais para uma família francesa. Enfim a jovem pôde reencontrar a família de sua mãe biológica, que foi assassinada três anos depois de seu nascimento.

O pai adotivo está hoje doente, com 92 anos, e a mulher dele, que era bipolar, morreu. Vendida com dois meses, Isabella foi parar nos braços do casal de franceses, que se revelaram desajustados e alcoólatras. Ela sofreu muito, sentiu abandono e medo e, sobretudo, se lembra das agressões.

Quando descobriu que não era filha legítima do casal e passou a perguntar sobre sua origem, a mãe adotiva respondia que a tinha achado no lixo. Foram tantos abusos que os pais perderam o pátrio poder e ela foi para um abrigo público

“Nunca tive natais felizes com irmãos, tios, avós que pudessem me contar memórias de família. Sou muito grata por ter encontrado minha mãe e, ao mesmo tempo triste porque, quando a achei, ela já não podia estar comigo. Mas quero estreitar laços com a minha família verdadeira e resolver questões com meu pai biológico ” diz Isabella.

Sequestrada e vendida por 15 mil euros

Isabella teria sido vendida por 15 mil euros. O modus operandi teria sido registrá-la em nome de uma “mãe laranja” como gêmea de outra criança, o que permitia o envio de dois bebês de uma só vez. Os pais adotivos conseguiram registrá-la legalmente na França cinco anos depois que ela chegou.

Sequestrada e levada para a França ainda bebê, jovem realiza sonho de achar família

Teste de DNA

Há quatro anos, ela conseguiu, através de um teste de DNA, comprovar que sua mãe era a empregada doméstica Jacira Lima dos Santos, que trabalhou na casa do casal que a vendeu e a enviou para a França.

Jacira foi assassinada em 1991, aos 25 anos, poucos dias após ter tido um outro bebê, sob circunstâncias que nunca foram esclarecidas. No encontro com Lucélia, irmã mais velha que reencontrou em Campinas, Isabela ouviu palavras que lhe deram ânimo:

“Ela disse que eu fui muito amada e que o grande desejo da minha mãe era me reencontrar. Foi o melhor presente que recebi e a força decisiva para a minha reconstrução”.

A jovem suspeita sobre a identidade do pai biológico, mas em razão de um processo judicial deve manter sigilo até que os filhos do suposto pai, que foi cremado, aceitem fazer o teste de DNA.

“A minha última meta, depois de conseguir confirmar na Justiça o nome do meu pai, é ter uma nova certidão de nascimento”, afirma a jovem que  usa socialmente o nome de batismo original até que seus documentos sejam oficializados.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.