O que é pior para nossa saúde, a gordura ou o açúcar?
Escrito e verificado por bióloga, médica María Belén del Río
Os especialistas em nutrição nos advertem de que o problema da obesidade é, atualmente, um dos perigos mais comuns para a nossa saúde e, mais ainda, o sobrepeso continua aumentando ano após ano em todos os países de um modo quase que alarmante.
Por que isto acontece? Temos uma grande quantidade de possibilidades para evitá-la, pois existem alimentos light, dispomos de inúmeras opções para praticar esportes, nos exercitarmos…
Muitos consideram que o principal inimigo para nossa saúde e nosso peso é o açúcar. Para outros, porém, são as gorduras saturadas presentes na maioria dos alimentos.
Seja como for, parece que vivemos uma curiosa época onde nossos sabonetes são ricos em nutrientes e vitaminas, enquanto que muitos de nossos alimentos são cada vez menos saudáveis.
Por isso é preciso fazer um esforço diário de nossa parte para “comer bem”, para levarmos a sério nossa nutrição com a finalidade de evitar a obesidade. É por isso que hoje queremos responder a essa questão que muitos já se perguntaram alguma vez… O que é pior? A gordura ou o açúcar?
A verdade sobre as gorduras e o açúcar
O dado é curioso, segundo os nutricionistas, durante muito tempo o consumo de gorduras foi demonizado sem se considerar o perigo do consumo de açúcar.
A razão disso estava no fato de que um grama de gordura tem 9 calorias, enquanto que um de açúcar contém 4 calorias, o que fez com que durante muito tempo, especialmente durante a década de 70, a população se tornasse autenticamente viciada em açúcar.
Embora seja verdade que atualmente continuamos com esse vício, o que acontece é que a maioria dos alimentos processados que consumimos contém tanto gorduras quanto açúcares. Algumas das razões pelas quais as empresas alimentícias fazem produtos ricos nestes compostos são:
- Trata-se de um recurso fácil e rápido para o dia a dia em uma sociedade onde cada vez se tem menos tempo para cozinhar;
- A comida rica em açúcares e gorduras reduz a ansiedade e aumenta o bem-estar mas, ao mesmo tempo, sacia pouco a fome, o que faz com que acabemos por comer mais.
Vejamos agora as consequências do consumo do açúcar e das gorduras. Qual você acha que é mais nocivo?
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O risco do açúcar
- É importante saber que nosso organismo pode admitir uma quantidade limitada de açúcar. No momento em que cometemos um excesso, a insulina se transforma em gordura e em reserva adiposa em determinadas áreas de nosso corpo. Além disso, o excesso de açúcar se transforma, por sua vez, em triglicerídeos, que são moléculas tão prejudiciais que, como já sabemos, aumentam o risco cardiovascular.
- O açúcar é um tipo de carboidrato mas, por sua vez, existem diferentes tipos de açúcares que consumimos todos os dias sem nos darmos conta: muitas vitaminas são ricas em açúcares complexos; alguns cereais, por sua vez, dispõem de açúcares simples e as frutas também contém frutose, que se consumida em grandes quantidades pode ser prejudicial.
- O açúcar mais prejudicial é o refinado de mesa (açúcar simples), visto que é um alimento vazio e sem nenhum poder nutritivo. O mais aceitável ou “saudável” é o açúcar presente nas frutas, já que demora mais a ser absorvido e nos dá mais energia.
- Os alimentos ricos em açúcar branco processado engordam mais do que as gorduras.
- A grande maioria de açúcar que consumimos diariamente vem dos refrigerantes e dos sucos que compramos em supermercados.
O açúcar é mais viciante do que as gorduras, nos torna quase que dependentes de todo tipo de doce. A razão? Ele aumenta nossa serotonina, nos oferece bem-estar e, por sua vez, um “alto índice glicêmico”, ou seja, ficamos saciados durante um breve momento mas depois de um tempo voltamos a sentir “ânsias”. Logo, é um alimento perigoso.
2. O risco das gorduras
É importante fazer distinção entre as gorduras boas e as ruins:
- As gorduras chamadas “ruins” são as saturadas, hidrogenadas e as “trans”. Elas vêm das carnes animais, dos queijos, dos lácteos e dos óleos hidrogenados, como as margarinas. Não se trata de eliminá-las por completo de nossa alimentação, mas sim manter um equilíbrio adequado, visto que nos oferecem proteínas e são básicas para sintetizar determinados hormônios e vitaminas.
- Se nos excedemos diariamente no consumo das gorduras ruins, corremos o risco de sofrer arteriosclerose, obesidade e problemas cardíacos.
- As gorduras boas ou “monoinsaturadas” são necessárias para nossa saúde cardíaca, visto que dispõem de um alto teor de ômega 3, que mantém nosso colesterol na linha. Agora, se nos excedermos no consumo deste tipo de gorduras, também sofreremos problemas de saúde.
Conclusões que devemos considerar
Os nutricionistas alertam que ambos os compostos são igualmente perigosos, visto que a maioria dos alimentos que consumimos são ricos nos mesmos: gorduras e açúcares.
- O problema está no fato de que, geralmente, quando queremos manter uma alimentação mais saudável, costumamos eliminar as gorduras de nossa dieta, sem considerar que muitos dos alimentos que consumimos são ricos em açúcares, como é o caso dos sucos naturais.
- O perigo maior está no açúcar, presente em grande parte de nossos alimentos cotidianos.
- Talvez muitos pensem que uma opção saudável são os alimentos pobres em gordura ou com sacarina. Bom, a verdade é que continuam sedo um perigo, visto que adoçantes como a sacarina ou a sucralose não ajudam na perda de peso, nem são tão saudáveis como pensamos, sem esquecer que estimulam a fome. Por outro lado, quando as empresas alimentícias vendem seus produtos com a etiqueta “pobre em gordura”, o que fazem na realidade é eliminar a gordura, porém, adicionar açúcar. Sabe por quê? Porque quando se elimina a gordura de um produto o sabor não fica agradável, assim, a melhor opção é adoçá-lo, e assim, continuamos com os mesmos problemas.
Para concluir, ambos os compostos são igualmente nocivos, porém, o maior risco está no açúcar porque ele costuma estar presente na maioria dos alimentos que temos em casa. O melhor é manter um equilíbrio adequado, e sempre ler o que consumimos antes.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.