Pessoas que pensam em voz alta não estão loucas
Revisado e aprovado por o psicólogo Bernardo Peña
“Depois de trabalhar você tem que ir à academia e fazer compras, como vai fazer para que dê tempo? Tem que levar em consideração que tem que preparar o jantar para as nove.
Na próxima vez, ou fico atrasado ou vou ao supermercado no dia anterior. Sim, usar a antecedência é a melhor opção.
De todas as formas, vou fazer uma ligação, ver se posso fazer o pedido e chegará quando eu chegar em casa. Aproveitarei melhor o tempo.”
Você está concentrado nesta conversa consigo mesmo enquanto coloca o café que irá ajudá-lo a terminar o dia de trabalho quando aparece um colega.
Começa a te olhar com estranheza e sorri sem dizer nada. Ou talvez faça algum comentário brincalhão.
Muita gente ri de quem fala consigo mesmo. Acreditam que é uma característica própria das pessoas estranhas ou produto de algum tipo de transtorno mental.
No entanto, a história está cheia de gênios que falam sozinhos. Isso não parece um indício de que se trata de uma preconceito equivocado?
Além disso, se alguma vez você já o fez, saberá que ajuda a tomar melhores decisões, mas por quê? Por que não basta pensar? Por que é preciso escutar?
Talvez nesta última palavra, “escutar“, esteja a chave.
As pessoas que pensam em voz alta escutam sua voz interior
Quando damos voltas em algo que nos preocupa, às vezes acontece algo curioso, do nada.
De repente nossa cabeça se inunda com as impressões dos outros. Nossa família, nosso parceiro, nossos amigos… Todo mundo tem algo a dizer e sentimos que vamos perder o juízo.
Cabe então se perguntar: o que acontece conosco, o que nós realmente pensamos? É então que as pessoas que falam sozinhas encontram neste hábito a solução perfeita.
Não é que nós também não sejamos importantes, é que provavelmente somos os únicos que importam.
Por isso, às vezes precisamos contar a nós mesmos o que sentimos e deixar as ideias fluírem.
Pensar em voz alta nos permite saber o que queremos e encontrar o modo de nos comunicarmos melhor.
Além disso, dá a segurança necessária para defender uma determinação frente aos demais, assim como para executá-la.
Por outro lado, ajuda a estimular a imaginação. As pessoas mais criativas afirmam que sua obra nasce do diálogo com o exterior e com o seu interior.
- Quando esta conversa se realiza em voz alta, a eficácia da mesma se multiplica, graças à força da voz.
- Assim sendo, comece com uma pergunta ou uma afirmação, para continuar questionando e seguir avançando na busca por respostas.
- Esta é a maneira por meio da qual as pessoas chegam a diferentes soluções.
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Um estudo psicológico confirma as vantagens de falar sozinho
Os especialistas Gary Lupyan e Daniel Swingley desenvolveram um estudo aplicado a 20 pessoas.
Os participantes foram levados a um supermercado e foi solicitado que eles encontrassem uma maçã e uma fatia de pão.
- Dessa forma, descobriram que aqueles que pronunciaram as palavras em voz alta obtiveram melhores resultados.
- No entanto, também chegaram a conclusão de que isso somente ocorre quando o ponto de partida é conhecido.
O cérebro funciona melhor nesta situação, já que sua capacidade para relacionar conceitos é muito maior.
- Além disso, também viram que se trata de uma ferramenta muito eficaz para se concentrar. Ao pensar em voz alta, nos escutamos e eliminamos as distrações que temos ao redor.
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Por isso, as decisões que são tomadas com este recurso costumam estar muito orientadas ao sucesso.
Saiba que, como dizíamos, partimos do conhecido para buscar aquilo que mais nos convém.
Em tal trajeto, podemos chegar a um local convencional ou o contrário. No entanto, quando fizermos isso, saberemos perfeitamente como foi o trajeto até lá.
Dessa maneira, as pessoas que pensam em voz alta não mostram nenhuma fraqueza. Elas enfrentam um processo de investigação dentro e fora de si mesmas, com o máximo nível de concentração e a máxima autoconsciência do que são capazes.
Através disso, dão solidez a suas conclusões, e ao mesmo tempo se asseguram de que estas surgem do desejo próprio, e não das expectativas dos demais.
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