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Mau humor e apatia crônica: a depressão encoberta que você precisa conhecer

4 minutos
Ainda que associemos a depressão com a tristeza, às vezes, também podemos desenvolver um mau humor e apatia crônicos que, se persistirem ao longo do tempo, podem causar transtornos psicológicos
Mau humor e apatia crônica: a depressão encoberta que você precisa conhecer
Última atualização: 06 dezembro, 2018

O mau humor e a apatia crônica escondem, muitas vezes, uma doença que demora bastante a ser diagnosticada.

Passa-se períodos prolongados em que qualquer palavra afeta, e começa-se o dia com mal-estar e sem energia. Não se tem ânimo e perde-se a capacidade de ver o lado positivo das coisas.

O mais complexo desses estados é que, apesar de tudo, continua-se com a funcionalidade. É possível trabalhar, continuar andando daqui para lá, conversar e até fingir “sorrir”.

No entanto, sabe-se que há algo acontecendo, mas até receber o diagnóstico adequado, passa-se uma época muito complicada a nível pessoal.

Esse problema tem nome: distimia, uma doença que você precisa conhecer.

Mau humor e apatia crônica, uma doença que pode ser hereditária

Todos podem experimentar o mau humor e a apatia que cerca e asfixia em alguns dias. É algo normal, porque as emoções negativas fazem parte da vida.

No entanto, esses estados anímicos caracterizados pelo mal-estar costumam ter pouca intensidade e durarem pouco. Basta mudar de ares, deixar de dar importância ao que não vale a pena para, pouco a pouco, sentir-se muito melhor.

Por outro lado, há pessoas que vivenciam esse mal-estar dia após dia, inclusive, durante vários anos. Quando a tal “percepção” de mal-estar carregado de negatividade dura entre seis meses e dois anos, já estamos diante de uma depressão.

Falaremos sobre ela.

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Distimia, o transtorno do humor mais comum

Estamos diante de um tipo de depressão leve, mas muito comum entre as pessoas. Segundo o DSM-V (Manual de Diagnóstico dos Transtornos Mentais), caracteriza-se por:

  • Falta de energia.
  • Sentimentos de negatividade e apatia.
  • Dias de insônia e outros de grande sonolência.
  • Falta de apetite.
  • Sensação de desespero, deixamos de acreditar no futuro.
  • Não se consegue concentrar.
  • Sensação de que ninguém compreende.

Assim como falamos no início, uma das características da distimia é que pode-se viver muitos anos com ela sem que se tenha um diagnóstico.

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O peso da genética na distimia

Um dado importante para considerar: a distimia tem como origem uma alteração na neuroquímica do cérebro.

  • Ou seja, não é preciso buscar desculpas para este mal-estar. Muitas vezes, falta o combustível químico do bom humor, por causa de um déficit nos níveis de dopamina.
  • É comum que a distimia passe de pais para filhos. Quando crianças, vemos nossas mães ou pais tristes ou de mau humor e nos custa muito entender o que está acontecendo. Quando crescemos e chegamos na adolescência e ao início da vida adulta, começamos a passar pelo mesmo.

O peso da genética está aí, assim como essa pequena alteração nos neurotransmissores. Tudo isso deve convencer da necessidade de seguir um tratamento médico adequado.

Controlar a distimia dia a dia

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Apesar desse transtorno ser uma depressão “leve”, se não for bem tratado, pode resultar em uma depressão grave.

O mau humor e a apatia sempre têm uma origem que deve ser tratada. Se perceber que, quase sem saber como, tudo te afeta, e se cai numa sensação de profundo abatimento em que tudo perde o brilho e interesse, é o momento de pedir ajuda.

A necessidade de um diagnóstico

Ouvir que se tem uma depressão sempre assusta. No entanto, não há nada melhor que conhecer nosso “inimigo” para conhecer suas fraquezas e vencê-lo.

  • O diagnóstico vem acompanhado, por sua vez, de um tratamento médico.
  • É possível que, no começo, não ofereça o resultado que esperamos.
  • Por isso, os profissionais de saúde vão oferecer vários tratamentos que, no final, se ajustarão às suas necessidades.

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Encontre o “combustível vital” que permita a você seguir adiante

O tratamento farmacológico deve ser sempre acompanhado por uma terapia adequada, em que sejamos capazes de emergir da couraça que criou uma “crosta” em nosso cérebro de maneira permanente.

  • Busque novos sonhos para sua vida cotidiana. Às vezes, não basta propiciar uma pequena mudança, há momentos vitais em que precisamos virar a página.
  • O apoio da família é essencial. No entanto, tenha em mente que há pessoas que, longe de entenderem a depressão, pensam que nos sentimos assim por sermos fracos.

Escolha bem quem você deseja ter ao lado.

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A depressão, mais do que ser curada, é ser SUPERADA.

Não estamos diante de um resfriado em que basta que nossas defesas combatam e vençam o vírus. Uma depressão requer força pessoal, ânimo, um bom tratamento e essa vontade que emerge de nosso próprio interior.

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Por fim, sempre preste atenção às suas emoções. Se perceber que o mau humor e a apatia formem muros cotidianos que levam embora sua energia e bem-estar, busque ajuda.

Enfim, você merece se sentir melhor e pode consegui-lo.


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  • Okun, M. S., Wu, S. S., Fayad, S., Ward, H., Bowers, D., Rosado, C., … Foote, K. D. (2014). Acute and chronic mood and apathy outcomes from a randomized study of unilateral STN and GPi DBS. PLoS ONE. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0114140
  • Frankel, K. A., & Harmon, R. J. (1996). Depressed mothers: They don’t always look as bad as they feel. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. https://doi.org/10.1097/00004583-199603000-00009
  • Alhamad, M. (2003). Clozapine: A mood stabilizer in chronic resistant bipolar affective disorder. Arab Journal of Psychiatry.

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