Intolerância ao álcool: tudo que você precisa saber
Escrito e verificado por a nutricionista Florencia Villafañe
Você já ouviu falar sobre a intolerância ao álcool? Muitas vezes essa condição pode ser confundida com uma alergia ao álcool, pois causa reações imediatas e desconfortáveis após a ingestão desta substância.
Em relação a isso, a ciência aponta que a diferença específica é que a alergia ocorre porque o sistema imunológico reage diante dos componentes que uma bebida alcoólica pode conter (trigo, cevada, centeio, entre outros). Pelo contrário, na intolerância, o problema existe porque uma condição genética impede o corpo de decompor o etanol de forma eficiente.
Existem alguns casos que parecem ser de intolerância ao álcool porque o organismo reage a componentes químicos ou conservantes que, quando combinados com certos medicamentos, provocam reações adversas.
Quais são as causas da intolerância ao álcool?
Mais especificamente, a intolerância ao álcool é um distúrbio genético no qual o corpo é incapaz de produzir a enzima responsável por metabolizá-lo, ou então ela é sintetizada, mas permanece inativa. O nome dessa enzima é álcool desidrogenase (ADH). Graças a ela, o fígado converte o etanol em acetaldeído, uma substância que, em altas concentrações, pode causar dano celular.
Para evitar que isso aconteça, outra enzima chamada aldeído desidrogenase 2 (ALDH2) ajuda a transformar o acetaldeído em ácido acético (vinagre), um composto não tóxico.
No caso das pessoas com intolerância ao álcool, uma mutação genética torna a aldeído desidrogenase 2 inativa e, por isso, o organismo não consegue eliminá-la e ela tende a se acumular no sangue. Tudo isso faz com que os sintomas apareçam.
Além disso, existem ingredientes comumente encontrados em bebidas alcoólicas, especialmente na cerveja e no vinho, que podem causar reações típicas de intolerância. Esses componentes incluem os seguintes:
- Conservantes, especialmente sulfitos.
- Compostos químicos.
- Cereais, como a cevada e outros.
- Histamina, um subproduto da fermentação.
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Quais são os fatores de risco?
O fator de risco predominante para a intolerância ao álcool é ser de ascendência asiática, pois essa população tem uma maior probabilidade de apresentar a mutação genética hereditária na enzima. De acordo com um estudo publicado na revista BMC Evolutionary Biology, essa mutação está associada à domesticação do arroz no sul da China há vários séculos.
Além deste, também existem outros fatores de risco, tais como os seguintes:
- Ter asma ou rinite alérgica (uma condição que causa lacrimejamento, congestão e coriza).
- Ter alergia a cereais ou outros alimentos.
- Ter linfoma de Hodgkin (um câncer do sistema linfático).
Sintomas que indicam uma intolerância ao álcool
O sintoma característico da intolerância ao álcool é a vermelhidão da pele, especialmente na face, pescoço e peito. Além disso, também podem ocorrer outras manifestações e sinais:
- Náusea, vômito e diarreia.
- Taquicardia (batimento cardíaco acelerado) e hipotensão (pressão arterial baixa).
- Urticária (ardor e coceira na pele).
- Dor de cabeça latejante, fadiga e outros sintomas semelhantes à ressaca.
- Piora de uma asma pré-existente.
Como é diagnosticada?
Se há a suspeita de que alguém tem intolerância ao álcool, é porque um ou mais dos sintomas mencionados acima estão presentes. Nesse caso, é preciso consultar um médico. Ele fará perguntas sobre as manifestações e reações.
Além disso, um teste oral pode ser usado para diagnosticar se estamos diante de uma alergia ou de uma intolerância. Para esse procedimento, será necessário consumir a bebida alcoólica que desencadeia os sintomas. Então, será observado se ocorre o desenvolvimento de sintomas.
Em outros casos, é provável que primeiramente seja feito um teste conhecido como teste de contato do etanol, que identifica se há uma alergia. Consiste em colocar uma gota de etanol em uma gaze e colá-la no braço. Depois de alguns minutos, ela é removida para procurar vermelhidão, coceira ou inchaço.
Tratamento e prevenção da intolerância ao álcool
Não há como prevenir a intolerância e também não há cura, pois não é possível fazer a enzima funcionar corretamente. Como consequência, a única solução para evitar o aparecimento desses sintomas é não consumir bebidas alcoólicas.
De qualquer forma, se o etanol for ingerido em alguma ocasião, é possível consultar um médico para saber como agir diante do aparecimento dos sintomas. Além disso, uma recomendação é evitar o consumo de tabaco, pois fumar também causa um aumento dos níveis de acetaldeído.
O uso de antiácidos ou anti-histamínicos pode reduzir os sintomas e, assim, mascarar as manifestações da intolerância ao álcool.
Quais são as outras complicações que o consumo de álcool pode causar?
Felizmente, não poder ingerir bebidas alcoólicas é um aspecto positivo para a saúde. Em relação a isso, várias pesquisas mostram que o etanol, principalmente quando consumido em excesso, pode levar a diversas complicações:
- Aumento do risco de ter doenças cardiovasculares, como, por exemplo, a hipertensão.
- Ganho de peso, pois o álcool fornece 9 quilocalorias por grama.
- Maior chance de sofrer de doenças hepáticas.
- O álcool deprime o sistema nervoso, causando limitações nos movimentos, na concentração e na atenção.
- O consumo excessivo de álcool está relacionado a problemas familiares, escolares, profissionais e financeiros, entre outros.
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A intolerância ao álcool é inevitável
É impossível evitar essa condição, pois se trata de uma alteração genética. Um ponto a ser observado é que a intolerância ao álcool geralmente não é conhecida, por isso, as pessoas que sofrem com o problema costumam reduzir o consumo de etanol diante da presença dos sintomas.
Lembre-se de que, se assim que beber você tiver vermelhidão na pele, taquicardia, hipotensão ou algum dos sintomas mencionados, é aconselhável consultar um profissional e fazer um teste diagnóstico.
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