Fernanda Montenegro: “Tudo já é meio despedida para mim. Uma hora acaba”
Assumindo que é apenas mais uma pessoa que desconhece o nosso destino após a morte, Fernanda Montenegro surpreende ao refletir sobre a transitoriedade do corpo físico e da alma.
Várias personalidades já dedicaram um pouco do seu tempo para refletir sobre os últimos momentos da vida, agraciando-nos com palavras de muita sabedoria e nos motivando a sempre valorizar o hoje ao lado das pessoas que amamos.
Fernanda Montenegro, que virou imortal da Academia Brasileira de Letras, é um ícone da dramaturgia brasileira. Ela é uma dessas pessoas que nos iluminaram com declarações tocantes, que podem surgir apenas de mentes experientes que já aprenderam muito com a vida.
Aos 92 anos, Fernanda Montenegro revelou que já está em clima de despedida. Em uma entrevista para o El País, a atriz foi questionada se tem medo de morrer e relembrou um susto que passou em 2019.
“Sentirei saudade. Gostaria de levar comigo a minha memória. Eu tive um desmaio (em 2019) durante uma gravação no sul do país. Eu demorei para acordar novamente. Mas, quando voltei, senti uma paz absoluta que contrastava com todo aquele alvoroço ao meu redor. Neste retorno, havia um hiato. Eu não lembrava do passado e nem do presente”, disse ela.
Reclusão na pandemia
Nessa entrevista, ela também contou que tem se mantido mais reclusa desde o início da pandemia e que passou um tempo vivendo no sítio da família, ao lado da filha Fernanda Torres, dos netos e do genro, o cineasta Andrucha Waddington.
Bastante honesta e realista, Fernanda afirmou ser uma mulher de 92 anos com imunidade baixa, deixando clara a incerteza sobre o futuro, especialmente porque ainda estamos combatendo o vírus.
Finalizando a declaração, a atriz disse que tudo já é uma espécie de despedida para ela e que uma hora tudo acabará, não tem jeito.
Deixamos aqui a nossa admiração pelo legado de Fernanda Montenegro, bem como o desejo de que sua jornada dure enquanto ela puder aproveitá-la.
A finitude da vida
Para as pessoas que já viveram muito, o momento da partida não é algo a ser temido, mas uma realidade imutável.
O medo da morte costuma ser inerente às pessoas mais jovens, que ainda não experimentaram tudo que essa vida tem a oferecer e estão cheias de sonhos. No entanto, para quem tem muitas experiências na bagagem, pode até mesmo ser sinônimo de paz e de encerramento de ciclos.
Para aqueles que vivem todos os dias com muita paixão e intensidade, o começo da despedida da vida certamente é uma experiência permeada de muitos sentimentos.
Para aqueles que sofrem, o descanso pode ser algo desejado, mas muitos de nós, que somos apaixonados pela vida, não queremos nem imaginar como será partir deste mundo. É uma mistura de sentimentos. Como enfrentar uma realidade desconhecida longe daqueles que amamos?
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