Dormir em quartos separados melhora o relacionamento?
Dormir em quartos separados, que representam a personalidade individual e preservam a intimidade, é a solução que alguns casais encontraram para melhorar a dinâmica da rotina, a saúde do sono, a convivência e o relacionamento.
Nem sempre dormir em quartos separados indica que sua relação não vai bem ou que vocês não se desejam mais como antes. Cada relacionamento tem suas peculiaridades e é necessário saber lidar com as diferenças.
Segundo entrevista exclusiva ao Brightside, um casal relatou que, dos oito anos em que moram juntos, há sete eles dormem em quartos separados. Tudo começou quando a mulher acordou sozinha na cama, mesmo tendo absoluta certeza de que seu parceiro tinha se deitado junto com ela. Ela se levantou para verificar o que tinha acontecido e o encontrou dormindo no sofá de outro quarto.
Na manhã seguinte, conversando a respeito do acontecido, ele disse que não conseguia dormir, pois acordava toda vez que ela se virava na cama.
Na noite seguinte, aconteceu a mesma coisa: foram se deitar juntos, mas amanheceram separados, cada um em um quarto da casa.
É melhor dormir juntos ou separados?
Este é um assunto que divide opiniões. No entanto, os especialistas afirmam que a decisão madura e consensual de dormir separados é uma forma de respeitar o outro, sua privacidade, seu espaço e seu crescimento pessoal.
Como estava difícil dormir juntos, o casal percebeu que precisavam conversar sobre o assunto. A mulher tinha um horário de trabalho flexível, por isso podia assistir a filmes ou ler até tarde. Enquanto isso, o homem precisava de uma boa noite de sono, pois precisava estar cedo no trabalho.
Dessa forma, nenhum deles conseguia dormir mais de sete horas consecutivas e ele passava o dia cansado, irritado. Além disso, o homem também se lembrou que na maioria das vezes que discutiram era porque ele não tinha dormido o suficiente.
Quartos separados: uma convivência mais harmoniosa
Depois de uma longa e séria conversa naquele café da manhã, eles chegaram à conclusão de que seria melhor dormir em quartos separados, pois seus horários de sono eram diferentes. Felizmente, tinham espaço na casa para isso.
No início, a mulher não concordou muito com essa separação. Achava que era algo estranho e diferente do que a maioria dos casais geralmente faz. Ela disse que seus pais começaram a dormir separados apenas depois de 25 anos de casamento.
Com o passar do tempo, a mulher percebeu que seu companheiro tinha se adaptado muito bem à nova realidade. Ele conseguia dormir mais rápido, acordar com mais facilidade e ainda preparava o café da manhã para os dois. Ambos foram se acostumando com isso, as discussões quase zeraram e eles ficaram cada vez mais felizes.
O que a ciência diz
Segundo o livro Two in a bed: the social system of couple bed sharing (Dois na cama: o sistema social de cama compartilhada), do professor de sociologia Paul C. Rosenblatt, dormir junto pode resultar em problemas psicológicos, insônia, além de outros distúrbios.
O livro é um estudo sociológico com 42 casais heterossexuais, homossexuais e quatro solteiros, em que Paul descobriu que o quarto costuma ser o “centro de tensão” da casa.
O professor afirma que, na maioria dos casos, o problema pode ser facilmente resolvido apenas dormindo em lugares diferentes, porém muitos não conseguem lutar contra o estereótipo de que dormir junto é algo “natural” do ser humano.
Segundo o site Psychology Today, os psicólogos afirmam que a privação do sono afeta não somente os indivíduos que não dormem, mas também as pessoas ao seu redor.
A mente e o corpo estão intimamente conectados, de modo que essa falta de sono periódica altera nosso equilíbrio interno, nos deixando ainda mais nervosos e irritados.
Quando as pessoas dormem mal e pouco, os relacionamentos amorosos tendem a sofrer. O sono regula os níveis hormonais e, se uma pessoa não dorme por tempo suficiente, os níveis dos hormônios sexuais caem, enquanto os do estresse aumentam.
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