A dor neuropática: uma incômoda companheira noturna

O problema da dor neuropática é que não há duas pessoas que a sintam da mesma forma, por isso os tratamentos devem ser individualizados e de acordo com nossas necessidades particulares.
A dor neuropática: uma incômoda companheira noturna
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 01 outubro, 2022

Pode ser que a expressão dor neuropática soe um tanto quanto estranha. Entretanto, se falamos dessa dor, coceira ou adormecimento das mãos e pés que se intensifica à noite, é possível que o tema seja muito familiar para várias pessoas.

Este tipo de transtorno se parece muito com uma descarga elétrica. Em instantes nos faz sentir queimação, formigamento e, ainda que possa desaparecer por algumas semanas, volta pouco tempo depois com mais força, ao ponto de nos impedir de conciliar um sono profundo e reparador.

A dor neuropática afeta 10% da população. Tira qualidade de vida e, por sua vez, vale dizer também que não há um tratamento efetivo que faça este problema desaparecer por completo.

Ainda, pode vir acompanhada de outro tipo de sintomatologia que vale a pena considerar.

Se este é seu caso, recomendamos que procure um bom especialista. Há diversos tipos de enfoques terapêuticos e, o mais adequado, é testar aqueles que mais se ajustem às nossas características.

Explicamos a seguir alguns segredos básicos e explicamos também porque essa doença se intensifica no período da noite. Então não deixe de conferir!

O que causa a dor neuropática?

A dor neuropática se origina por uma pequena alteração do sistema nervoso. Associa-se, além disso, àquelas pessoas que sofrem dor crônica.

Às vezes, podem ser encontradas algumas lesões na medula espinhal que derivam nestas descargas incômodas.

Ainda, a dor neuropática pode se relacionar também com transtornos imunológicos ou com problemas nos nervos periféricos.

Tanto é assim, que em muitas ocasiões o incômodo se localiza no nervo trigêmeo do rosto ou no nervo intercostal.

É um tipo de doença muito complexa; tanto, que vai muito além do clássico adormecimento das mãos e dos pés.

Sempre serão os especialistas quem nos oferecerão um diagnóstico adequado segundo a nossa sintomatologia, por isso é importante procurar um profissional.

Neurônios da dor neuropática

Quais sintomas posso ter?

A dor neuropática é crônica. Assim como assinalamos no início, vai e vem, por temporadas. Porém, os pacientes sempre se queixam do fato da dor se tornar insuportável durante a noite.

Ao incômodo localizado nos pés e nas mãos, também costuma-se adicionar diversas alterações sensitivas em todo o corpo, ou seja, só de esfregarmos podemos sentir dor.

Porque o incômodo é mais intenso à noite?

Os especialistas dizem que a dor neuropática está infradiagnosticada. Se for assim, deve-se a diversas razões:

  • Essa dor não está relacionada com os ossos ou as articulaçõesFalamos de nervos e neuroglias, ou seja, um tipo de sensibilização central localizada nas células gliais.
  • A dor neuropática não se vai com uma aspirina. De fato, é comum que os pacientes se mostrem desesperados ao não encontrar alívio.

Pouco a pouco, e em caso de não obter uma solução, podemos sentir certo abatimento.

Além disso, se à noite a dor se intensificar é porque estamos muito “quietos”. Enquanto estamos em movimento nosso corpo aplaca, em certo modo, essa alteração nos nervos.

Agora, ao permanecer em repouso as descargas elétricas são mais intensas. Os músculos já não se exercitam e agora a tensão se concentra em maior grau nas extremidades, como são os pés e as mãos.

Em outras palavras, a hipersensibilidade também se intensifica durante a noite. É como ter alfinetes por todo o corpo.

Dor neuropática nos braços

Existe alguma terapia efetiva para a dor neuropática?

Estamos diante de uma dor crônica. Isso requer, antes de tudo, uma concentração. Esse incômodo, essas dores que, às vezes, nos incapacitam e que nos tiram o sono, vão nos acompanhar sempre.

Agora, a chave não está na rendição, mas sim na busca contínua por conseguir uma qualidade de vida adequada.

Esta batalha é muito pessoal. Isso quer dizer que, enquanto para alguém determinado tratamento pode dar certo, pode ser que para você seja necessário um diferente.

Dessa forma, é importante que tenhamos diversas alternativas em conta diversas:

  • A medicação. Assim como indicamos antes, os fármacos não garantem que a dor neuropática desapareça 100%. Porém, é preciso provar diversos medicamentos, como os esteroides, os anti-inflamatórios ou outros que o médico recomende.
  • A fisioterapia passiva, como massagens ou aplicação de calor/frio, pode nos aliviar. Além disso, as terapias ativas como o exercício moderado também podem nos ajudar.
  • A cirurgia. Será o especialista que trata o caso que informará sobre a possibilidade ou não desta opção, que terá o objetivo de encontrar o foco que causa a dor e corrigi-lo.
  • Os neuroestimuladores. Este tipo de técnicas clínicas também costumam oferecer uma boa qualidade de vida. Trata-se de enviar pequenos impulsos elétricos muito suaves ao espaço peridural próximo à coluna vertebral.
    Dor neuropática na coluna

Deste modo, alivia-se a percepção da dor intensa, substituindo-a por uma sensação de formigamento quase imperceptível.

Para concluir, podemos dizer que a dor neuropática é uma realidade muito delicada para a qual existem muitos tipos de tratamentos.

É adequado testar todos os tratamentos para ver qual se ajusta a nós para fazer as atividades normalmente e reduzir, assim, o impacto da dor.


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