Como saber se seu parceiro tem “mamite” e como lidar com isso
Você já sentiu que seu parceiro é muito apegado à mãe? Ele a consulta para tudo e sempre lhe dá ouvidos, mesmo em assuntos que dizem respeito apenas ao casal?
Nesse caso, seu parceiro pode ter “mamite”, um termo coloquial usado para descrever a dependência emocional excessiva de um adulto em relação à mãe. Não se trata de uma doença ou distúrbio psicológico, e sim de uma forma de relacionamento disfuncional que pode afetar a vida pessoal e profissional dos casais.
O que é “mamite”?
É fruto de uma educação superprotetora, em que a mãe assume o papel de cuidadora, sem deixar espaço para o desenvolvimento da autonomia da criança, da sua autoestima e da sua capacidade de tomar decisões.
Isso gera uma relação de dependência mútua, na qual o filho se sente incapaz de viver sem o apoio e a aprovação da mãe. Assim, a mãe torna-se essencial e necessária.
Embora não existam dados oficiais, alguns profissionais apontam que a “mamite” tende a ocorrer mais em homens do que em mulheres, devido aos tradicionais papéis de gênero que atribuem à mãe o papel de cuidar e mimar o filho, e ao pai a função de educar e disciplinar.
Como se manifesta?
O apego materno extremo refere-se a uma ligação íntima com a mãe, com certa falta de desenvolvimento emocional, autonomia na tomada de decisões e desafios na formação de relacionamentos com outras pessoas. Essa dependência se manifesta em comportamentos como consultar a mãe sobre decisões, permitir-lhe intervir em assuntos pessoais e profissionais e priorizar as opiniões e desejos da mãe em detrimento dos da parceira.
Pessoas com “mamite” tendem a defender a mãe em qualquer situação. Mesmo quando ele não está certa. Algo comum é cancelar compromissos para atender demandas.
Quais fatores influenciam a “mamite”?
A “mamite” não surge do nada: tem uma série de causas e fatores que a favorecem ou mantêm:
- Educação recebida: quando o companheiro vem de um ambiente familiar onde a mãe desempenhava um papel protetor, oferecendo poucas oportunidades para desenvolver certa autonomia, é mais comum. Ao mesmo tempo, em algumas dinâmicas, como a de um pai que ficou em segundo plano, tornam a situação mais viável.
- Personalidade do parceiro: uma pessoa com personalidade insegura, que vivencia problemas de autoestima, falta de autoconfiança e dificuldades para enfrentar desafios, estará mais suscetível.
- Personalidade da sogra: uma mãe com personalidade possessiva pode gerar um vínculo de dependência com o filho. Isso pode fazer com que seu parceiro se sinta culpado ou egoísta ao tentar estabelecer limites ou levar uma vida independente.
Quais são as consequências para o relacionamento do casal?
A “mamite” pode levar à falta de intimidade e confiança no relacionamento. Se o seu parceiro compartilhar detalhes sobre sua vida ou permitir que a mãe se envolva em assuntos privados, isso pode levar à desconfiança.
Também gera problemas de comunicação e tomada de decisão no relacionamento. Pode dificultar a capacidade de chegar a acordos, pois possibilita uma dinâmica onde pessoas fora do relacionamento emitem julgamentos e opiniões.
Dá origem a uma falta de harmonia e estabilidade no relacionamento. Manter um relacionamento cordial e tranquilo com sua sogra pode se tornar um desafio, pois você sente que ela está se interpondo entre você e seu parceiro.
Como prevenir e enfrentar a “mamite”?
Observe como seu parceiro se relaciona com a mãe, como ele se comunica, como sua sogra te trata e como ela respeita o seu espaço. Isso ajudará você a identificar sinais e a tomar decisões sobre o relacionamento.
Para enfrentar essa situação, os sentimentos devem ser comunicados de forma empática e sem culpabilização. A comunicação aberta é essencial para abordar as raízes da dependência.
Comunique suas expectativas e limites ao seu parceiro, deixando-o saber o que você espera do relacionamento e o que está disposta a tolerar. Também é importante que você mantenha limites com sua sogra, comunicando a ela o papel que deseja que ela desempenhe em seu relacionamento.
Estabelecer limites, tanto com o companheiro quanto com a sogra, definindo quais comportamentos são aceitáveis, é o caminho. Por exemplo, pode ser útil discutir a frequência das visitas, bem como o tipo de informação que é partilhada.
Se você considera que a “mamite” está afetando de alguma forma o relacionamento, procure ajuda profissional. Um terapeuta ajudará a identificar as consequências e fornecer estratégias para superá-las.
Incentive seu companheiro a terem projetos e interesses próprios, a interagir com mais pessoas além da mãe e a tomar decisões sem depender da opinião dela. Aumente a autoconfiança dele mostrando seu apoio e apreço.
Cuide do relacionamento com seu parceiro. Dedique tempo e atenção, compartilhe momentos de qualidade e demonstre interesse genuíno pelas suas preocupações. Faça seu parceiro se sentir amado, fortalecendo o vínculo.
Um problema que tem solução
A “mamite” apresenta desafios nas relações de casal. Não há dúvida de que traz tensões, desentendimentos e sentimentos desconfortáveis.
Com a aplicação de paciência, diálogo e respeito, você poderá dar apoio para que seu parceiro supere isso e alcance um maior grau de independência e maturidade. É claro que não se trata de competir com a mãe e, muito menos, de fazer inimizade com ela.
O objetivo é que seu parceiro consiga trabalhar sua autonomia, mantendo um relacionamento saudável e equilibrado com a mãe. Não esqueça que o amor tem uma força que supera qualquer dependência.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Cid, F.M. (2011). Los cuatro componentes de la relación de pareja. Revista electrónica de psicología Iztacala, 14(1), 321-332. https://www.researchgate.net
- Guzmán, M., & Contreras, P. (2012). Estilos de apego en relaciones de pareja y su asociación con la satisfacción marital. Psykhe (Santiago), 21(1), 69-82. https://www.scielo.cl
- Morell Gonzalo, M. (2019). Interferencias parentales mediante la manipulación del apego. Interferencias parentales mediante la manipulación del apego, 75-96. https://www.torrossa.com/en/resources/an/4559565
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.