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Conhecendo a síndrome do ovário policístico (SOP)

4 minutos
Embora essa doença possa estar relacionada com o excesso de gordura e com um desequilíbrio fisiológico hormonal, na verdade, se desconhecem os fatores que influenciam o desenvolvimento dos ovários policísticos.
Conhecendo a síndrome do ovário policístico (SOP)
Bernardo Peña

Escrito e verificado por o psicólogo Bernardo Peña

Escrito por Raquel Aldana
Última atualização: 14 março, 2023

Muitas mulheres têm um problema em seu ciclo reprodutor chamada de Síndrome do Ovário Policístico (em sua forma abreviada: SOP). Essa doença constitui um sinal de mau funcionamento hormonal e, como consequência, afeta múltiplas áreas.

Sabe-se que, habitualmente, para a ocorrência da SOP, conflui a influência de vários fatores (alimentação, gordura corporal, conflitos interiores, estresse, etc.), e se supõe que as causas sejam diversas. Vamos ver mais aspectos sobre a síndrome do ovário policístico (SOP)

“Ela canta inspirada no conhecimento dos ovários, conhecimento que vem da profundidade do corpo, do mais profundo da mente, do mais profundo da alma”.

-Clarissa Pinkola Estes-

Anatomia dos ovários

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Os ovários são esses órgãos pequenos, de forma oval e cor de pérola, situados logo abaixo das trompas de Falópio, um de cada lado do útero. Eles são os responsáveis pela produção de óvulos ou ovócitos.

Quando os andrógenos permanecem elevados, o ciclo hormonal da mulher não evolui e, no final, os níveis tendem a ser estáticos. Desse modo, os ovários vão conter muitos pequenos cistos produzidos em óvulos subdesenvolvidos.

Como consequência, na ultrassonografia, os ovários podem ser vistos aumentados e com múltiplos pequenos cistos debaixo da superfície. Por isso, esse problema é chamado de síndrome dos ovários policísticos.

Leia também: 5 aspectos que afetam a saúde dos ovários

Síndrome do ovário policístico

A síndrome do ovário policístico pode ser desencadeada pelas emoções, pelos pensamentos, pela alimentação e pela própria história de vida.

Atualmente, sabe-se que não é uma doença, mas um sinal de desequilíbrio fisiológico hormonal. Do mesmo modo, cabe destacar que, ainda que existam alguns casos congênitos, na verdade, não existem causas hereditárias conhecidas para o desenvolvimento da SOP.

Infelizmente, a medicina ortodoxa não sabe explicar a razão, nem como se produz esse problema. No entanto, sabe-se que está bastante relacionado com o excesso de gordura corporal.

De fato, os dados indicam que mulheres com a cintura muito larga em relação ao quadril (ou seja, com forma de maçã), são mais propensas a esse tipo de disfunções dos ovários.

Outra possibilidade é que os problemas hormonais se devam a disfunções hipotalâmicas ou a outros fatores como o estresse emocional e outros conflitos psicológicos.

O principal problema dos ovários policísticos

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Os ovários policísticos não produzem óvulos e, por isso, o corpo produz demasiados andrógenos.

Como consequência, o ciclo menstrual da mulher fica inibido ou obstruído, sendo que as menstruações cessam ou se tornam muito irregulares.

É sabido que, muitas vezes, a hiperprodução de andrógenos se deve a um nível demasiado elevado de insulina na circulação. Sabendo disso, a pergunta inevitável é se o erro pode estar em nossa dieta.

A resposta tem uma alta probabilidade de ser afirmativa se nossa alimentação contiver uma grande quantidade de produtos refinados.

Nesse caso, além da hiperprodução de andrógenos, apresentamos um maior risco de obesidade, diabetes, hirsutismo (excessivo pelo facial) e doenças cardíacas.

Por outro lado, o hormônio do estresse (o cortisol) também tem o poder de aumentar a quantidade de insulina no sangue e, como consequência, reforçar a produção de andrógenos.

Tratamento dos ovários policísticos

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Devido ao fato de que na maior parte dos casos de SOP a medicina não conseguiu decifrar a causa, o tratamento se orienta a atenuar os sintomas. Assim, vejamos que alternativas que conhecemos.

Tratamento farmacológico/ hormonal

Atualmente, costuma-se receitar alguns destes tratamentos:

  • Pílulas anticoncepcionais.
  • Medicamentos antiandrogênicos.
  • Inibidores de aromatase (que alteram o modo de metabolizar os hormônios de nosso corpo).
  • Redutores de insulina.

Tanto as pílulas como a progestina impedem o excesso de revestimento do útero, pelo que, a longo prazo, evitam os danos derivados da acumulação ocasionada por não menstruar.

Ainda assim, apesar de prevenirem alguns riscos, só mascaram os sintomas sem tratarem a causa ou o problema subjacente que ocasiona a amenorreia, ou falta de menstruação, e os incômodos provocados pelo SOP.

Visite este artigo: Sintomas da doença inflamatória pélvica (DIP) na mulher

Mudança alimentar

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Realizar modificações em nossa dieta pode ter efeitos muito positivos na hora de equilibrar os níveis hormonais. Por isso, devemos reduzir ou eliminar o consumo de alimentos refinados e optar por produtos naturais.

Os alimentos ricos em fibra nos ajudam a restabelecer os níveis saudáveis de insulina e eliminar o excesso de gordura corporal.

Algumas recomendações

Devido ao fato de que a síndrome do ovário policístico pode ser originada por conflitos emocionais diversos, é importante explorar e cuidar desse aspecto também.

Devemos identificar as mensagens negativas que podemos estar interiorizando e que estão nos prejudicando e bloqueá-las.

Na verdade, muitas vezes basta ficar atento ao nosso fluxo emocional, pois, como já dissemos, nossas estruturas neuroquímicas estão super conectadas.

Nesse sentido, não podemos nos permitir falhar com nós mesmas. Por isso, não devemos nos resignar a conviver com esse problema, mas temos que tentar adaptar a nossa vida às alternativas que nos oferecem maior equilíbrio.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


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Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.