Ansiolíticos: saiba tudo sobre esses remédios

As benzodiazepinas, apesar de causarem tolerância e dependência, são os ansiolíticos mais utilizados atualmente.
Ansiolíticos: saiba tudo sobre esses remédios
Sofía Quintana Alonso

Revisado e aprovado por a fisioterapeuta Sofía Quintana Alonso.

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 15 janeiro, 2023

A ansiedade é um comportamento natural que engloba as reações que os seres humanos têm diante de alguma ameaça física ou psicológica. O problema surge quando essa reação se torna desmedida em relação ao estímulo. Aparece assim um estado patológico de ansiedade que pode necessitar o uso dos chamados medicamentos ansiolíticos.

O limite entre um estado de ansiedade patológico e um normal é difuso, mas poderia se estabelecer no ponto no qual os sintomas interferem na vida diária da pessoa.

Cérebro com comprimidos de ansiolíticos

A ansiedade é um transtorno mental que aumenta dia a dia no mundo todo. O número de pessoas com depressão ou ansiedade aumentou de 416 para 615 milhões entre 1990 e 2013.

Para entender por que alguns remédios são mais indicados que outros em função do tipo de ansiedade que o paciente sofre, devemos diferenciar entre:

  1. Transtornos que implicam em medo, como os ataques de pânico, ansiedade social e fobias.
  2. Transtornos que levam a uma sensação de ansiedade geral sem nenhuma razão ou origem clara.

Tratamento da ansiedade com ansiolíticos

Os medicamentos ansiolíticos são aqueles que aliviam ou suprimem o sintoma da ansiedade sem produzir sedação ou sono.

As benzodiazepinas se aproximam do ansiolítico ideal porque, ainda que em doses elevadas produzam sedação e sono, é possível gerenciá-las com eficácia e baixo risco.

Mas esse tipo de remédio tem o inconveniente de produzir efeitos adversos notórios, como a amnésia ou a tolerância, e até a dependência física do remédio.

Além disso, na maioria das vezes, o tratamento farmacológico deve ser combinado também com uma terapia.

Ao longo da última década, o tratamento da ansiedade passou a se basear no uso de ansiolíticos e hipnóticos para empregar uma grande variedade de medicamentos usados para outros transtornos do sistema nervoso central que carecem de efeito hipnótico.

Benzodiazepinas

A primeira benzodiazepina sintetizada foi o clordiazepóxido, em 1961. Esses ansiolíticos agem unindo-se seletivamente aos receptores do GABA. Esse neurotransmissor fisiológico media a inibição do sistema nervoso central.

Assim, esse grupo de remédios facilita a abertura dos canais de cloro ativados pelo GABA e acentua seu efeito inibidor. Além disso, possui outros efeitos, agindo como sedativo, anticonvulsivante e relaxante muscular.

As benzodiazepinas são frequentemente utilizadas para tratar a ansiedade aguda. Também são aplicadas diante de ataques de pânico, combinados a ISRSs e, na forma de enema, para crianças epiléticas.

Para classificá-las, podemos tomar como referência o tempo que levam para fazer efeito:

  • Benzodiazepinas de ação curta: midazolam, triazolam.
  • De ação intermediária: alprazolam, bromazepam, lorazepam, lormetazepam…
  • De ação longa: clobazam, clorazepato, diazepam, clordiazepóxido…

São ansiolíticos com uma boa absorção oral, mas que apresentam interações com psicofármacos, álcool, barbitúricos, opiáceos e antialérgicos H1. A dose deve ser receitada com precaução em idosos para evitar o acúmulo no organismo.

Para o tratamento de pessoas de idade avançada, recomenda-se a administração de lorazepam, oxazepam e temazepam.

Os principais efeitos adversos desses ansiolíticos são:

  • Sonolência
  • Confusão
  • Amnésia
  • Deterioração da coordenação

Além disso, todas as benzodiazepinas levam à dependência (o que supõe um aumento gradual da dose necessária para produzir o efeito desejado).

Na hora de suprimir o tratamento, recomenda-se retirar gradualmente as benzodiazepinas, diminuindo a dosagem pouco a pouco, processo conhecido como “desmame”.

Molécula do ansiolítico Alprazolam

A sobredose aguda de benzodiazepinas é consideravelmente menos perigosa do que a de outros ansiolíticos. No entanto, a sobredose de benzodiazepinas pode desencadear uma depressão respiratória grave.

Nessa situação, deve-se recorrer ao tratamento com flumazenilo, remédio utilizado para reverter o efeito das mesmas no caso de intoxicação.

Buspirona

A buspirona é um ansiolítico agonista dos receptores de serotonina 5-HT1a. Serve para tratar o transtorno de ansiedade generalizada, mas não as fobias ou o transtorno de ansiedade social.

Não tem ação sedativa, anticonvulsivante e como relaxante muscular. Apresenta um perfil de baixa interação farmacológica. Seus principais efeitos adversos são náuseas, enjoos, cefaleia e inquietação.

Antidepressivos utilizados como ansiolíticos

Esses remédios são eficazes contra os transtornos de ansiedade generalizada, social e fobias. Em contrapartida, os antidepressivos tricíclicos e os inibidores da monoaminoxidase (IMAO) têm mais efeitos adversos, mas também podem ser utilizados.

Nessa categoria podem ser utilizados:

  • Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como a fluoxetina ou a sertralina.
  • Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina, como a venlafaxina ou a duloxetina.

Antiepilépticos

Os antiepilépticos gabapentina, pregabalina, valproato e levetiracetam também são eficazes no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada.

Antipsicóticos atípicos

Certos antipsicóticos atípicos, como a olanzapina, a risperidona, a quetiapina e a ziprasidona são eficazes para certas formas de ansiedade, inclusive os transtornos de ansiedade generalizada e estresse pós-traumático.

Antagonistas β-adrenérgicos

O propranolol é amplamente utilizado como ansiolítico no tratamento de certas formas de ansiedade. É útil, sobretudo frente aos sintomas físicos, como a sudorese, tremor e a taquicardia.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Belmonte Trigueros, R., González Piqueras, J.C., and Dualde Beltrán, F. (2006). Ansiolíticos e hipnóticos. In Manual de Psicofarmacoterapia, J.M. Cámara Teruel, C. Cañete Nicolás, and F. Dualde Beltrán, eds. (Entheos), pp. 57–91.
  • Casamitjana, N. (2017). Medicamentos ansiolíticos.
  • Danza, Á., Cristiani, F., and Tamosiunas, G. (2009). Riesgos asociados al uso de Benzodiazepinas. SCIELO 31, 103–107.
  • Sáiz Martínez, P.A., Sáiz Martínez, P.A., Sáiz Martínez, P.A., Treviño, L.J., Treviño, L.J., Díaz Mesa, E.M., Díaz Mesa, E.M., García-Portilla González, M.P., García-Portilla González, M.P., García-Portilla González, M.P., et al. (2014). Patología dual en trastornos de ansiedad: Recomendaciones en el tratamiento farmacológico. Adicciones 26, 254–274.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.