O que acontece quando você coça uma picada de mosquito?
Revisado e aprovado por médico Nelton Abdon Ramos Rojas
Embora um gesto tão automático quanto coçar uma picada de mosquito possa parecer inofensivo, a verdade é que pode causar consequências mais relevantes do que podemos imaginar.
Segundo os especialistas em entomologia da Universidade da Flórida, uma picada de mosquito ocorre quando um mosquito fêmea sonda a pele com sua boca e encontra um leito capilar perto da superfície da pele de um ser humano. É nesta parte do processo de sondagem que o mosquito libera saliva, no lugar de cada sonda, sob a pele do humano.
Neste processo é preciso levar em conta que a saliva já contém proteínas que o sistema imunológico do hospedeiro percebe como substâncias estranhas. Portanto, o corpo responde à agressão de forma imediata no lugar da picada, através do inchaço da pele e da coceira no local.
O comum é sentirmos somente alguns poucos dias de coceira, mas também podemos ter reações alérgicas ou infecções, de maior ou menor intensidade. Para saber se uma picada de mosquito simples pode se transformar em algo mais, leve em conta os seguintes pontos.
A coceira se deve ao fato da nossa própria pele liberar uma substância conhecida como histamina, a qual ajuda a combater outras substâncias potencialmente nocivas, como a saliva do mosquito.
A histamina faz com que os vasos sanguíneos ao redor da picada se alarguem, e por isso ocorre o inchaço. Também irrita os nervos, o que causa a coceira.
Cuidado ao coçar uma picada de mosquito: quando ela pode ser algo a mais?
Se, depois de levar uma picada, você começar a se sentir mal e identificar alguns sintomas, o melhor é ir ao hospital para ser examinado. Somente o médico poderá determinar se é uma picada de mosquito inofensiva ou se é algo que requer mais atenção.
Por que os mosquitos nos picam?
Segundo os pesquisadores, o processo de picada dos mosquitos começa a cerca de 50 metros de distância de nós, já que a esta distância eles já são capazes de sentir a nossa presença devido ao CO2 da respiração. Trata-se de um sinal que é capaz de disparar a busca da presa.
Este sinal não irá guiá-los diretamente até nós, mas fará com que ele possa localizar onde há possíveis fontes de alimento. O que o mosquito faz é seguir o cheiro do gás contra o vento para ver de onde ele vem. Desta maneira, se mantém atento durante seu voo.
Quando o mosquito se aproxima para examinar as possíveis fontes de alimento que encontra em seu caminho, realiza um processo de descarte de opções. Se ele não detectar mais pistas químicas que lhe façam perceber que se trata de um ser humano, continuará sua busca até encontrar um.
O mosquito pode perceber um ser humano a partir dos 10 metros de distância, mas é a cerca de 20 centímetros que consegue detectar o calor. É aí que entram em jogo alguns fatores como a umidade e o cheiro corporal.
Com estes fatores em conta, o mosquito se dirige até um lugar de aterrissagem na superfície do corpo, como os pés ou tornozelos. Quando o mosquito já está a uns 3 centímetros de nossa pele, todos os sinais confirmam que se trata de um ser humano. Ele aterrissa e pica.
Medidas de prevenção
Para evitar as picadas de mosquito existem várias opções. Alguns repelentes bioquímicos, como a citronela, são muito eficazes, já que não possuem um odor tão forte e nem o tato desagradável de outras opções, e fazem efeito de forma adequada.
O óleo de eucalipto limão também funciona como repelente natural. Também é conhecido pelo nome de citriodiol, mas seu uso não é recomendável em crianças com menos de 3 anos.
Outra boa solução natural para combater estas incômodas picadas está na combinação de certos ingredientes. Por exemplo, se adicionarmos à baunilha ou ao óleo de citronela (Cymbopogon citratus) uma concentração de 5% de DEET (N-Dietil-meta-toluamida), aumenta-se o tempo de duração do repelente e, portanto, é possível proteger mais a pele.
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