Acatisia: sintomas, causas, tratamentos e muito mais
Revisado e aprovado por a enfermeira Leidy Mora Molina
A acatisia é uma síndrome que causa um desejo irresistível de se mover. As pessoas afetadas só encontram algum alívio se estiverem em constante movimento. Se permanecerem parados, experimentam um profundo desconforto.
O mais comum é que seja um efeito colateral de algum medicamento, principalmente antipsicóticos. Estima-se que até um terço das pessoas que tomam esse tipo de medicamento regularmente tenham a síndrome.
Acredita-se que a acatisia seja subdiagnosticada, pois os sintomas geralmente são ignorados. Isso faz com que a droga que causa a reação não seja removida.
O que é acatisia?
A acatisia é definida como um distúrbio do movimento caracterizado por grande dificuldade em ficar parado, acompanhado por uma sensação subjetiva de inquietação. Se a pessoa não se mexer, ela experimenta angústia ou sensação de coceira, por exemplo.
Esta síndrome afeta a qualidade de vida de forma notória. Tem sido associado a comportamento agressivo e até mesmo a um risco aumentado de suicídio.
Em idosos é um fator de risco para quedas. Estima-se que a acatisia esteja presente em 20-75% das pessoas que tomam antipsicóticos.
Dependendo de quando a condição ocorre, pode ser de diferentes tipos:
- Agudo: Acontece logo após o início do uso de um medicamento e dura menos de 6 meses.
- Crônica: quando dura mais de 6 meses.
- Tardia: aparece meses ou anos após começar a tomar o medicamento em questão.
- Por abstinência: ocorre durante as 6 semanas após o abandono de um medicamento.
A acatisia às vezes é confundida com outro distúrbio chamado discinesia tardia. Este último também é um efeito colateral dos antipsicóticos.
A diferença entre um e outro é que, na discinesia, a pessoa não tem consciência de que está se movendo. Na acatisia sim.
Sintomas e diagnóstico
O principal sintoma da acatisia é o desejo de movimento constante e a incapacidade de ficar parado. Isso afeta o tronco, mãos, braços e pernas; especialmente este último. Por esse motivo, às vezes é confundido com a síndrome das pernas inquietas.
Outros sintomas são os seguintes:
- Náusea.
- Agressividade e agitação
- Depressão e ansiedade.
- Dificuldade para dormir.
- Sensação de inquietação e desconforto mental.
- Perda de apetite e às vezes perda de peso.
- Em casos graves, pensamentos ou comportamento suicida.
- Realização de movimentos repetitivos. Pode ser balançar, arrastar, etc.
Confira: Conselhos para ajudar pessoas com pensamentos suicidas
O diagnóstico é feito com base no histórico médico e no exame físico. O médico perguntará sobre os medicamentos que a pessoa está tomando.
Além disso, ele observará os movimentos e as reações ao ficar parado. Ele pode usar uma ferramenta de avaliação chamada Escala de Avaliação de Acatisia de Barnes.
Em alguns casos, testes adicionais são realizados para descartar problemas semelhantes:
- Mania.
- Psicose.
- Discinesia tardia.
- Depressão agitada.
- Ansiedade ou insônia.
- A retirada da droga.
- Síndrome das pernas inquietas.
- Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Causas e fatores de risco da acatisia
A acatisia é mais recorrente em pessoas que tomam antipsicóticos de primeira geração. Esses tipos de medicamentos são os mais antigos e incluem medicamentos como clorpromazina, haloperidol e Loxitane®.
Antidepressivos e antieméticos também podem causar acatisia.
Esse efeito também foi detectado, embora em menor grau, em antipsicóticos de segunda geração e até mesmo nos mais modernos. A ciência não especificou a razão pela qual isso ocorre. Acredita-se que pode ser porque essas drogas bloqueiam os receptores de dopamina, um neurotransmissor que afeta o movimento.
No entanto, outros neurotransmissores, como serotonina, acetilcolina e GABA, também são suspeitos de desempenhar um papel na acatisia. Este efeito colateral também ocorre em pessoas que tomam outros medicamentos:
- Sedativos.
- Antivertigem.
- Bloqueadores dos canais de cálcio.
- Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs).
Essa condição é mais provável em pessoas que tomam altas doses do medicamento, que aumentam suas doses muito rapidamente ou são adultos de meia-idade ou idosos. Existem outras condições médicas que podem causar esse distúrbio, como doença de Parkinson, encefalite e lesão cerebral traumática.
Tratamento para acatisia
A primeira opção de tratamento para acatisia é reduzir a dose do medicamento que causa o distúrbio. Essa medida é mais eficaz em casos leves, mas pode demorar um pouco para a melhora vir.
Se não for possível reduzir o medicamento, é indicado trocá-lo por outro que não produza esse efeito colateral.
Se for um caso mais grave, pode ser necessário introduzir um medicamento específico para tratar a acatisia. No entanto, isso pode acarretar o risco de polifarmácia. Ao optar por essa alternativa, é comum o uso de betabloqueadores, benzodiazepínicos ou alguns antidepressivos.
As pessoas com esse distúrbio se beneficiam do aumento da ingestão de vitamina B6, encontrada em alimentos como peixe, nozes e vegetais. Também é recomendado que eles façam exercícios físicos para reduzir o estresse.
Algumas dicas adicionais
É muito importante que, se uma pessoa notar os sintomas da acatisia, consulte seu médico o mais rápido possível. Isso é mais importante se houver sintomas de depressão ou pensamentos suicidas.
Da mesma forma, existem algumas medidas que podem ser tomadas para controlar e reduzir os efeitos:
- Prevenir a depressão e a ansiedade: psicoterapia, atividade física regular, hobbies, redução da ingestão de açúcar, descanso adequado, alimentação saudável rica em ômega 3 e grupos de apoio são úteis.
- Praticar o gerenciamento do estresse: inclui medidas como dormir o suficiente, tomar chás de ervas relaxantes, planejar atividades, praticar técnicas de meditação.
- Suplemento: pode ser uma boa ideia introduzir um suplemento de vitamina B6 ou magnésio.
A acatisia é um distúrbio reversível. No entanto, o principal problema é que muitas pessoas afetadas não informam seus médicos sobre seus sintomas.
O prognóstico é muito mais favorável quando o tratamento é iniciado precocemente. Deve-se notar que casos graves e não tratados podem levar a complicações muito graves, como paralisia.
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