5 maneiras de conter relações tóxicas na família
Escrito e verificado por o psicólogo Bernardo Peña
Ninguém merece viver em um ambiente emocionalmente tóxico. Sair dele não é somente necessário como também é absolutamente vital. Há familiares tóxicos que podem nos fazer muito mal. Cada integrante do núcleo familiar pode complicar nossa vida seja através de seus comportamentos ou de suas palavras.
Dessa forma, a família é um dos ambientes mais comuns entre os que se desenvolve o drama das relações tóxicas. Além disso, soma-se uma dificuldade mais: não podemos nos afastar dessas pessoas, já que sempre haverá algo que nos uni.
Podemos ter ex-parceiros, mas não ex-mães, ex-pais, ex-irmãos, ex-avós, etc. Isto é, podemos por um ponto final em um relacionamento de casal, mas não podemos fazer isso com nossos familiares.
Não podemos escolher nossa família e isso requer que, ainda que não gostemos dela, tenhamos que nos adaptar. Geralmente nos vemos submetidos a certas normas dentro do nosso núcleo familiar, e isso nos afoga.
Isso faz com que nos sintamos escravos, presos e sem saída. Além disso, ocorre que, quanto mais relevante for o lugar ou a posição que ocupa o familiar tóxico, mais difícil será solucionar ou exercer nossos direitos.
Dizem que existem dois tipos de famílias: as rígidas e as flexíveis. Nas primeiras domina a toxidade, pois seu funcionamento é fruto do uso intenso e irracional do poder.
O fato de isso acontecer implica grande dificuldade na hora de nos relacionarmos, pois somos impedidos de expressar com liberdade sentimentos, opiniões, conversas ou nos mostrarmos como somos.
Esses familiares são, sem dúvida, vampiros emocionais. São essas pessoas que impõem as coisas, sentem inveja e descaso por alguém que deveriam cuidar.
Como comentamos, o mais lógico e provável é que não consigamos romper essa relação com facilidade, pois um vínculo familiar não se desfaz com tanta rapidez.
Entretanto, existem vezes em que as relações se intensificam e não resta outra solução se não fugir do ambiente tóxico.
Como podemos agir?
Segundo Laura Rojas Marcos, a maioria dos conflitos vêm originados pelas lutas de poder, o sentimento de direito e a falta de limites.
Quais são as chaves para nos libertarmos de um familiar que quer nos prejudicar com suas palavras ou seus atos?
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1. Colocar-se no lugar dos outros: a empatia
Isso não significa que devemos nos submeter aos desejos ou às necessidades dos demais, e sim que tenhamos a disposição de compreender o que acontece além das palavras e dos atos.
Ou seja, “praticar a empatia” significa escutar e considerar o que os demais dizem. Isso nos ajudará a aceitar a possibilidade de não chegar a um acordo sobre o que nos pedirem, pois cada um têm necessidades diferentes.
Nesses casos, deve existir um pacto de respeito ao desacordo, algo que vai facilitar a convivência. Isto é: você quer algo que não é compatível com o que eu quero, aceitemos e sigamos em frente.
2. Respeitar a intimidade e o espaço de cada um
Respeitar o outro significa aceitar que o “não” seja uma resposta, tolerando assim a frustração, ainda que pareça injusto. Não podemos nos intrometer nas coisas dos outros, já que podemos desenvolver grandes conflitos familiares.
Assim como conta Rojas Marcos:
“nas relações familiares, são feitas coisas que não agradam a todos. Se entrarmos sem avisar na casa de um filho ou se fizermos uma ligação em horário inapropriado, precisamos estar preparados para receber uma resposta que pode não nos agradar e que marque os limites da relação”.
3. Ser respeitoso e se manter firme
Geralmente é habitual que, em conversas familiares, se diga a primeira coisa que vem à mente. Isso acontece porque não passamos o filtro da educação e do respeito nas nossas palavras e ações.
É provável que uma grande parte de nós tenha um familiar próximo que acha que pode dizer tudo o que pensa e que suas percepções e opiniões estão acima de quaisquer outras.
Isso criará grandes conflitos. Por isso, é importante manter distância nessas situações e estabelecer limites de forma calma, explicando para essa pessoa que o que ela disse está causando dor emocional.
4. Ser assertivo e utilizar as palavras mágicas
Há relações familiares que se baseiam em jogos de poder. É provável que não queiram poder, que só queiram liberdade para agir e se expressar, e pode ser que existam pessoas que dificultam essa transição.
Nessas situações, devemos nos manifestar dizendo “não posso”, “não quero” ou “não estou de acordo”, sem medo. É importante nos sentirmos seguros com nós mesmos, agir com determinação e fazer valer nossa capacidade de escolha.
Além disso, ainda que estejamos em família, devemos sempre pronunciar as palavras “obrigada” e “por favor”, já que com elas expressamos consideração e amabilidade, demonstrando respeito.
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5. Ser paciente
Ficar impaciente nos leva a agir com impulsividade e não refletir na hora de avaliar as circunstâncias e as tomadas de decisões. Por essa razão, é indispensável desenvolver nossa capacidade de espera e de reflexão antes de agir.
Pode ser que não consigamos resolver as dificuldades que acompanham o esgotamento gerada em uma relação familiar tóxica. Portanto, às vezes, é inevitável a decisão de romper com a unidade da família e, por exemplo, ficar longe dessas pessoas.
Não podemos nos esquecer de que os vampiros e que os destruidores emocionais estão presentes em todos os contextos de nossa vida, o que requer que sejamos hábeis em identificá-los e em nos proteger deles.
Assim, é importante que aprendamos a controlar a intensidade de emoções como a raiva, pois podem gerar dramas.
Devemos manter o bom senso e avaliar muito as consequências de nossos atos, levando em consideração os limites emocionais e físicos que nunca deveríamos ultrapassar.
Fonte: “Família: das relações tóxicas as sanas”. Laura Rojas Marcos.
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- Laura Rojas Marcos. La familia. De relaciones tóxicas a relaciones sanas. 1th ed. Editorial Grijalbo. 2014.
- Montes, C., Rodríguez, D., & Serrano, G. (2014). Estrategias de manejo de conflicto en clave emocional. Anales de Psicologia, 30(1), 238–246. https://doi.org/10.6018/analesps.30.1.135171
- Andrade, S., Castro, P., Giraldo, L., & Martínez, M. (2013). Relaciones Tóxicas de pareja. Psicologia.Com, 17(2), 1–15.
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