Transtornos alimentares em crianças com autismo
Escrito e verificado por a nutricionista Anna Vilarrasa
Os transtornos alimentares são relativamente comuns em crianças com autismo. Eles podem ter uma variedade de causas, embora geralmente elas sejam secundárias às alterações características desse transtorno, e tenham diferentes graus de intensidade.
Deve-se lembrar que os transtornos do espectro autista (TEA) são um conjunto de distúrbios do sistema nervoso central que afetam a função cerebral. Seu início geralmente ocorre durante a infância, com problemas no funcionamento neural que resultam em dificuldades nas áreas de interação social e habilidades de comunicação.
Fatores associados aos transtornos alimentares em crianças com autismo
O campo alimentar é um dos afetados em pacientes com autismo. Sua origem está ligada ao seguinte:
- Alterações na percepção sensorial que resultam em hipossensibilidade ou hipersensibilidade a algumas texturas, sabores, cheiros ou cores de alimentos.
- Interesses limitados e restritivos.
- Comportamentos repetitivos.
- Dificuldade em integrar percepções sensoriais em sua totalidade.
O impacto na alimentação pode ser muito relevante. Quais são os principais transtornos alimentares em crianças com essa condição? A seguir, compartilharemos mais detalhes.
Principais transtornos alimentares em crianças com autismo
1. Dieta pouco variada
Devido à seleção limitada de alimentos e à forte aversão que alguns deles podem despertar, a dieta de crianças com autismo pode ser muito restrita. A rejeição pode ser por alimentos específicos, um grupo inteiro, alimentos com uma certa cor ou textura, e assim por diante.
Eles também tendem a ter uma preferência por um tipo de preparação ou apresentação. Em geral, e sem ser padrão para todas as crianças, alimentos vermelhos, amarelos ou alaranjados são os preferidos, enquanto as texturas mais rejeitadas são granuladas, viscosas e adstringentes.
2. Não comer o suficiente
Crianças com autismo têm dificuldade em se concentrar em uma única tarefa por um longo período de tempo, e isso faz com que seja difícil se sentarem à mesa desde o primeiro prato até a sobremesa.
Se somarmos a isso o que vimos na seção anterior (escolhas alimentares restritivas), pode ser que suas dietas sejam insuficientes em termos de consumo de energia e nutrientes.
Em alguns casos, também pode haver uma dificuldade em estabelecer os papéis de poder e aceitação dos limites impostos. Então, são as próprias crianças que assumem o controle total da sua dieta, escolhendo o que comer e o que não comer, e em que quantidades.
3. Aversões alimentares causadas por um condicionamento clássico negativo
O condicionamento clássico envolve a existência de um estímulo-resposta que aparece como resultado de uma experiência. É comum que gere aversão ou rejeição de alguns alimentos se a experiência subsequente que a criança teve, depois de experimentá-lo pela primeira vez, tiver sido negativa.
Experiências negativas podem incluir:
- Aspectos físicos: dor abdominal, vômito, diarreia, etc.
- Desconforto causado pela raiva ou por uma luta para que a criança coma aquele determinado alimento.
Além disso, o condicionamento negativo pode ser estendido a outros alimentos similares, o que diminui a variedade de alimentos aceitos.
4. Problemas relacionados com medicamentos
Alguns dos medicamentos usados para tratar transtornos do espectro autista (TEA) têm um impacto na dieta das crianças. Eles causam uma diminuição ou aumento no apetite, e podem impedir a absorção de algumas vitaminas ou minerais.
Por isso, é importante conhecer os efeitos colaterais dos tratamentos e discuti-los com os profissionais responsáveis pelo cuidado das crianças.
5. Perturbações digestivas frequentes
Crianças com autismo podem apresentar alguns sintomas relacionados ao sistema digestivo e à dieta. Estes incluem o seguinte:
- Dor abdominal.
- Azia.
- Diarreia crônica ou prisão de ventre.
- Regurgitações.
- Flatulências.
- Vômitos.
De qualquer forma, deve-se notar que o aparecimento desses sintomas não é causado pelo transtorno em si, mas pelos problemas alimentares que surgem dele.
Por exemplo, a restrição do consumo de frutas e vegetais pode levar a dietas com baixo teor de fibras, que acabam causando problemas de prisão de ventre. Dificuldades para mastigar e insuficiência da mastigação podem levar à má digestão e flatulências.
No entanto, deve-se prestar atenção à frequência e intensidade dos sintomas e avaliar a possível existência de intolerância alimentar ou alergia, presentes em muitas crianças.
Leia mais: Alergia, intolerância, aversão e intoxicação alimentar
É necessário intervir diante dos problemas alimentares?
Diante de qualquer transtorno alimentar em crianças com autismo, é necessário agir o mais rápido possível. Embora muitas vezes não sejam consideradas uma prioridade, as deficiências infantis podem levar à desnutrição.
Este seria um problema adicional para o desenvolvimento adequado e o crescimento das crianças. Uma meta-análise de estudos científicos descobriu que há uma menor ingestão de proteína e cálcio nas dietas de crianças com autismo em comparação com crianças saudáveis.
Por isso, é importante comentar qualquer problema relacionado à alimentação com o médico para encontrar uma solução adequada em cada caso. Além disso, especialistas destacam a necessidade de manter uma dieta adaptada a cada criança (suas preferências e manifestações) e um controle do seu estado nutricional.
Dessa forma, elas podem melhorar seus problemas digestivos e prevenir possíveis problemas futuros relacionados à alimentação inadequada.
Os transtornos alimentares em crianças com autismo requerem atenção
O cuidado oportuno com os transtornos alimentares em crianças com autismo é fundamental para evitar complicações durante seu processo de desenvolvimento e crescimento. Assim, qualquer anormalidade no comportamento dos pequenos deve ser motivo de uma consulta com pediatras, nutricionistas e outros profissionais.
Os transtornos alimentares são relativamente comuns em crianças com autismo. Eles podem ter uma variedade de causas, embora geralmente elas sejam secundárias às alterações características desse transtorno, e tenham diferentes graus de intensidade.
Deve-se lembrar que os transtornos do espectro autista (TEA) são um conjunto de distúrbios do sistema nervoso central que afetam a função cerebral. Seu início geralmente ocorre durante a infância, com problemas no funcionamento neural que resultam em dificuldades nas áreas de interação social e habilidades de comunicação.
Fatores associados aos transtornos alimentares em crianças com autismo
O campo alimentar é um dos afetados em pacientes com autismo. Sua origem está ligada ao seguinte:
- Alterações na percepção sensorial que resultam em hipossensibilidade ou hipersensibilidade a algumas texturas, sabores, cheiros ou cores de alimentos.
- Interesses limitados e restritivos.
- Comportamentos repetitivos.
- Dificuldade em integrar percepções sensoriais em sua totalidade.
O impacto na alimentação pode ser muito relevante. Quais são os principais transtornos alimentares em crianças com essa condição? A seguir, compartilharemos mais detalhes.
Principais transtornos alimentares em crianças com autismo
1. Dieta pouco variada
Devido à seleção limitada de alimentos e à forte aversão que alguns deles podem despertar, a dieta de crianças com autismo pode ser muito restrita. A rejeição pode ser por alimentos específicos, um grupo inteiro, alimentos com uma certa cor ou textura, e assim por diante.
Eles também tendem a ter uma preferência por um tipo de preparação ou apresentação. Em geral, e sem ser padrão para todas as crianças, alimentos vermelhos, amarelos ou alaranjados são os preferidos, enquanto as texturas mais rejeitadas são granuladas, viscosas e adstringentes.
2. Não comer o suficiente
Crianças com autismo têm dificuldade em se concentrar em uma única tarefa por um longo período de tempo, e isso faz com que seja difícil se sentarem à mesa desde o primeiro prato até a sobremesa.
Se somarmos a isso o que vimos na seção anterior (escolhas alimentares restritivas), pode ser que suas dietas sejam insuficientes em termos de consumo de energia e nutrientes.
Em alguns casos, também pode haver uma dificuldade em estabelecer os papéis de poder e aceitação dos limites impostos. Então, são as próprias crianças que assumem o controle total da sua dieta, escolhendo o que comer e o que não comer, e em que quantidades.
3. Aversões alimentares causadas por um condicionamento clássico negativo
O condicionamento clássico envolve a existência de um estímulo-resposta que aparece como resultado de uma experiência. É comum que gere aversão ou rejeição de alguns alimentos se a experiência subsequente que a criança teve, depois de experimentá-lo pela primeira vez, tiver sido negativa.
Experiências negativas podem incluir:
- Aspectos físicos: dor abdominal, vômito, diarreia, etc.
- Desconforto causado pela raiva ou por uma luta para que a criança coma aquele determinado alimento.
Além disso, o condicionamento negativo pode ser estendido a outros alimentos similares, o que diminui a variedade de alimentos aceitos.
4. Problemas relacionados com medicamentos
Alguns dos medicamentos usados para tratar transtornos do espectro autista (TEA) têm um impacto na dieta das crianças. Eles causam uma diminuição ou aumento no apetite, e podem impedir a absorção de algumas vitaminas ou minerais.
Por isso, é importante conhecer os efeitos colaterais dos tratamentos e discuti-los com os profissionais responsáveis pelo cuidado das crianças.
5. Perturbações digestivas frequentes
Crianças com autismo podem apresentar alguns sintomas relacionados ao sistema digestivo e à dieta. Estes incluem o seguinte:
- Dor abdominal.
- Azia.
- Diarreia crônica ou prisão de ventre.
- Regurgitações.
- Flatulências.
- Vômitos.
De qualquer forma, deve-se notar que o aparecimento desses sintomas não é causado pelo transtorno em si, mas pelos problemas alimentares que surgem dele.
Por exemplo, a restrição do consumo de frutas e vegetais pode levar a dietas com baixo teor de fibras, que acabam causando problemas de prisão de ventre. Dificuldades para mastigar e insuficiência da mastigação podem levar à má digestão e flatulências.
No entanto, deve-se prestar atenção à frequência e intensidade dos sintomas e avaliar a possível existência de intolerância alimentar ou alergia, presentes em muitas crianças.
Leia mais: Alergia, intolerância, aversão e intoxicação alimentar
É necessário intervir diante dos problemas alimentares?
Diante de qualquer transtorno alimentar em crianças com autismo, é necessário agir o mais rápido possível. Embora muitas vezes não sejam consideradas uma prioridade, as deficiências infantis podem levar à desnutrição.
Este seria um problema adicional para o desenvolvimento adequado e o crescimento das crianças. Uma meta-análise de estudos científicos descobriu que há uma menor ingestão de proteína e cálcio nas dietas de crianças com autismo em comparação com crianças saudáveis.
Por isso, é importante comentar qualquer problema relacionado à alimentação com o médico para encontrar uma solução adequada em cada caso. Além disso, especialistas destacam a necessidade de manter uma dieta adaptada a cada criança (suas preferências e manifestações) e um controle do seu estado nutricional.
Dessa forma, elas podem melhorar seus problemas digestivos e prevenir possíveis problemas futuros relacionados à alimentação inadequada.
Os transtornos alimentares em crianças com autismo requerem atenção
O cuidado oportuno com os transtornos alimentares em crianças com autismo é fundamental para evitar complicações durante seu processo de desenvolvimento e crescimento. Assim, qualquer anormalidade no comportamento dos pequenos deve ser motivo de uma consulta com pediatras, nutricionistas e outros profissionais.
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- Sharma S.R, et al. Autism Spectrum Disorder: Classification, diagnosis and therapy. Pharmacology and Therapeutics. Octubre 2018. 190;91-104.
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