Transtorno de ansiedade generalizada
Revisado e aprovado por o médico Diego Pereira
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é uma doença causada pela hiperativação sustentada dos sistemas que temos para garantir a nossa sobrevivência.
O que é o Transtorno de ansiedade generalizada ?
Antes de mais nada, a ansiedade é algo natural. É um mecanismo adaptativo que prepara o corpo para um esforço mental e físico a fim de superar um obstáculo. Isto é o que é conhecido como a reação de luta ou fuga, ou resposta aguda de estresse.
Em face de uma possível ameaça, uma resposta bioquímica é iniciada na amígdala, que é um componente do sistema nervoso central.
Como consequência, são liberados sucessivos mensageiros químicos que preparam o corpo para lidar com a situação. A frequência cardíaca aumenta e a pressão sanguínea também, assim, mais sangue atinge os músculos e as pupilas dilatam. Tudo com o objetivo de enfrentar a ameaça ou fugir.
O cortisol é o hormônio que prepara o corpo para fugir ou lutar. Isso explica os sintomas físicos de pessoas com ansiedade.
Um exemplo de ansiedade pode ser o seguinte: uma pessoa encontra um animal selvagem e está assustada, porque não sabe como reagir. Nessa situação, seu corpo prepara um mecanismo de defesa para:
- Se defender;
- Atacar;
- Escapar.
Tudo isso acontece sem que a pessoa perceba que um mecanismo ou outro está sendo ativado. Ou seja, acontece tão rapidamente que não temos tempo para perceber o processo passo a passo.
Nesse sentido o instinto desencadeia uma série de reações fisiológicas que ativam um mecanismo de defesa ou outro.
Portanto, e visto de uma maneira muito simples: a ansiedade é parte da base da sobrevivência.
Então… quando a ansiedade se torna algo ruim? Em resumo, a ansiedade torna-se ruim quando é excessiva.
Por quê? Porque, então se produz uma resposta inadaptada. Em vez de superar um obstáculo, a ansiedade torna-se um. Ou seja, a ansiedade nos transborda e perdemos o controle da situação.
Por que a ansiedade ocorre? O circuito do medo
A informação que recebemos com os sentidos (com exceção do olfato, que segue outro caminho) viaja para o tálamo. O tálamo é um componente do sistema nervoso central que filtra os estímulos, de modo que o cérebro recebe apenas os mais relevantes.
Dessa forma, a informação que é obtida quando estamos ansiosos é percebida erroneamente, como uma situação de ameaça ou simplesmente ampliando a mesma.
Quando esta informação é considerada uma ameaça, o cérebro e outras regiões do sistema nervoso enviam sinais para a amígdala.
Como funciona?
Mediante a liberação de noradrenalina.
Em síntese, a noradrenalina é liberada no locus coeruleus, uma região do cérebro onde os neurônios noradrenérgicos são abundantes.
Da amígdala, começam novos sinais, que, no final, causam a liberação de cortisol. Como já vimos anteriormente, o cortisol é o hormônio que prepara o corpo para fugir ou lutar. Isso explica os sintomas físicos de pessoas com ansiedade.
Esta hiperativação da amígdala acrescenta outro problema: a área do cérebro responsável por “afastar” o medo é alterada. Portanto, não inibe a sensação de medo, e continua a perceber a ameaça.
De forma simples, há uma hiperativação dos sistemas para responder às ameaças e, além disso, nada que os impeça.
Que problemas isso causa a longo prazo?
Pode-se dizer que o corpo “está acostumado” a responder dessa maneira. A ativação prolongada desses caminhos, e o cortisol em particular, enfraquecem o umbral.
Isso explica o porquê de crianças abusadas ou pessoas que viveram em zonas de guerra sofram mais de ansiedade. Ou seja, tendo vivido em constante tensão há anos, seu corpo se acostumara a responder a qualquer ameaça.
Leia também: Como detectar os transtornos do espectro autista?
O que os transtornos de ansiedade têm em comum?
Os distúrbios de ansiedade são um conjunto de doenças que se caracterizam por medo excessivo, temor ou preocupação. Isso causa uma hiperativação do organismo, o que resulta em uma deterioração considerável do indivíduo em todas as áreas.
Neste artigo abordamos o transtorno de ansiedade generalizada.
O que é o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)?
A principal característica do transtorno de ansiedade generalizada é a presença de sofrimento excessivo, e preocupação para qualquer tipo de evento por mais de 6 meses.
As situações do dia-a-dia, os problemas cotidianos e os eventos comuns despertam a sensação de expectativa apreensiva.
Entretanto, a principal diferença com os ataques de pânico (crise de angústia) é, precisamente, que não se apresenta como uma crise. Neste caso, os sintomas são mantidos ao longo do tempo.
Quais são os sintomas do transtorno de ansiedade generalizada?
- Ansiedade, preocupação e sentimentos de apreensão notáveis por mais de 6 meses, e desencadeados por situações do dia-a-dia;
- Palpitações, transpiração, tremores e boca seca;
- Sensação de estrangulamento, dificuldade em engolir, sensação de pressão no peito e náusea;
- Tonturas e instabilidade;
- Sensação de irrealidade (episódios de irrealidade) e sentimentos de “estar fora do corpo” (despersonalização);
- Medo de ficar louco, medo de perder o controle, medo de morrer;
- Tensão muscular e dor;
- Dificuldade em se concentrar e para deixar a mente vazia. Irritabilidade;
- E, como se fosse pouco, pessoas com ansiedade não adormecem por conta de preocupações.
Leia também: O que fazer em um ataque de pânico?
Quão comum é? Quem é afetado?
Embora a ansiedade seja um sintoma muito comum, o transtorno de ansiedade generalizada é relativamente raro. Na verdade, só deve ser considerado como um diagnóstico, se a ansiedade não puder ser explicada por outra doença mental.
A ansiedade afeta mais o sexo feminino. Mesmo assim, é comum em ambos os sexos e, além disso, pode aparecer em todas as idades.
Ansiedade e depressão
Tanto os diferentes transtornos, entre eles a ansiedade e a depressão, apresentam-se relacionados na maioria dos casos. Além disso, a associação dessas doenças mentais, com a afetação física crônica, também é mais do que evidente.
A relação entre saúde mental e física é de especial importância em pessoas idosas. Nelas, a todos esses problemas devem ser somadas as doenças, a solidão, e a falta de recursos sociais e econômicos, por exemplo.
Outro ponto de grande importância são os tratamentos. No entanto, neste caso, esta associação é utilizada para o benefício dos doentes.
Assim, na maioria dos casos, o tratamento para o transtorno de ansiedade generalizada é uma combinação de ansiolíticos e antidepressivos.
Os ansiolíticos agem em cerca de 20 minutos, enquanto os antidepressivos levam cerca de 3 semanas para exercer seu efeito. Assim, este período é “encoberto”, até que o antidepressivo entre em vigor e, por fim, as pessoas percebem uma melhora nos sintomas.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é uma doença causada pela hiperativação sustentada dos sistemas que temos para garantir a nossa sobrevivência.
O que é o Transtorno de ansiedade generalizada ?
Antes de mais nada, a ansiedade é algo natural. É um mecanismo adaptativo que prepara o corpo para um esforço mental e físico a fim de superar um obstáculo. Isto é o que é conhecido como a reação de luta ou fuga, ou resposta aguda de estresse.
Em face de uma possível ameaça, uma resposta bioquímica é iniciada na amígdala, que é um componente do sistema nervoso central.
Como consequência, são liberados sucessivos mensageiros químicos que preparam o corpo para lidar com a situação. A frequência cardíaca aumenta e a pressão sanguínea também, assim, mais sangue atinge os músculos e as pupilas dilatam. Tudo com o objetivo de enfrentar a ameaça ou fugir.
O cortisol é o hormônio que prepara o corpo para fugir ou lutar. Isso explica os sintomas físicos de pessoas com ansiedade.
Um exemplo de ansiedade pode ser o seguinte: uma pessoa encontra um animal selvagem e está assustada, porque não sabe como reagir. Nessa situação, seu corpo prepara um mecanismo de defesa para:
- Se defender;
- Atacar;
- Escapar.
Tudo isso acontece sem que a pessoa perceba que um mecanismo ou outro está sendo ativado. Ou seja, acontece tão rapidamente que não temos tempo para perceber o processo passo a passo.
Nesse sentido o instinto desencadeia uma série de reações fisiológicas que ativam um mecanismo de defesa ou outro.
Portanto, e visto de uma maneira muito simples: a ansiedade é parte da base da sobrevivência.
Então… quando a ansiedade se torna algo ruim? Em resumo, a ansiedade torna-se ruim quando é excessiva.
Por quê? Porque, então se produz uma resposta inadaptada. Em vez de superar um obstáculo, a ansiedade torna-se um. Ou seja, a ansiedade nos transborda e perdemos o controle da situação.
Por que a ansiedade ocorre? O circuito do medo
A informação que recebemos com os sentidos (com exceção do olfato, que segue outro caminho) viaja para o tálamo. O tálamo é um componente do sistema nervoso central que filtra os estímulos, de modo que o cérebro recebe apenas os mais relevantes.
Dessa forma, a informação que é obtida quando estamos ansiosos é percebida erroneamente, como uma situação de ameaça ou simplesmente ampliando a mesma.
Quando esta informação é considerada uma ameaça, o cérebro e outras regiões do sistema nervoso enviam sinais para a amígdala.
Como funciona?
Mediante a liberação de noradrenalina.
Em síntese, a noradrenalina é liberada no locus coeruleus, uma região do cérebro onde os neurônios noradrenérgicos são abundantes.
Da amígdala, começam novos sinais, que, no final, causam a liberação de cortisol. Como já vimos anteriormente, o cortisol é o hormônio que prepara o corpo para fugir ou lutar. Isso explica os sintomas físicos de pessoas com ansiedade.
Esta hiperativação da amígdala acrescenta outro problema: a área do cérebro responsável por “afastar” o medo é alterada. Portanto, não inibe a sensação de medo, e continua a perceber a ameaça.
De forma simples, há uma hiperativação dos sistemas para responder às ameaças e, além disso, nada que os impeça.
Que problemas isso causa a longo prazo?
Pode-se dizer que o corpo “está acostumado” a responder dessa maneira. A ativação prolongada desses caminhos, e o cortisol em particular, enfraquecem o umbral.
Isso explica o porquê de crianças abusadas ou pessoas que viveram em zonas de guerra sofram mais de ansiedade. Ou seja, tendo vivido em constante tensão há anos, seu corpo se acostumara a responder a qualquer ameaça.
Leia também: Como detectar os transtornos do espectro autista?
O que os transtornos de ansiedade têm em comum?
Os distúrbios de ansiedade são um conjunto de doenças que se caracterizam por medo excessivo, temor ou preocupação. Isso causa uma hiperativação do organismo, o que resulta em uma deterioração considerável do indivíduo em todas as áreas.
Neste artigo abordamos o transtorno de ansiedade generalizada.
O que é o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)?
A principal característica do transtorno de ansiedade generalizada é a presença de sofrimento excessivo, e preocupação para qualquer tipo de evento por mais de 6 meses.
As situações do dia-a-dia, os problemas cotidianos e os eventos comuns despertam a sensação de expectativa apreensiva.
Entretanto, a principal diferença com os ataques de pânico (crise de angústia) é, precisamente, que não se apresenta como uma crise. Neste caso, os sintomas são mantidos ao longo do tempo.
Quais são os sintomas do transtorno de ansiedade generalizada?
- Ansiedade, preocupação e sentimentos de apreensão notáveis por mais de 6 meses, e desencadeados por situações do dia-a-dia;
- Palpitações, transpiração, tremores e boca seca;
- Sensação de estrangulamento, dificuldade em engolir, sensação de pressão no peito e náusea;
- Tonturas e instabilidade;
- Sensação de irrealidade (episódios de irrealidade) e sentimentos de “estar fora do corpo” (despersonalização);
- Medo de ficar louco, medo de perder o controle, medo de morrer;
- Tensão muscular e dor;
- Dificuldade em se concentrar e para deixar a mente vazia. Irritabilidade;
- E, como se fosse pouco, pessoas com ansiedade não adormecem por conta de preocupações.
Leia também: O que fazer em um ataque de pânico?
Quão comum é? Quem é afetado?
Embora a ansiedade seja um sintoma muito comum, o transtorno de ansiedade generalizada é relativamente raro. Na verdade, só deve ser considerado como um diagnóstico, se a ansiedade não puder ser explicada por outra doença mental.
A ansiedade afeta mais o sexo feminino. Mesmo assim, é comum em ambos os sexos e, além disso, pode aparecer em todas as idades.
Ansiedade e depressão
Tanto os diferentes transtornos, entre eles a ansiedade e a depressão, apresentam-se relacionados na maioria dos casos. Além disso, a associação dessas doenças mentais, com a afetação física crônica, também é mais do que evidente.
A relação entre saúde mental e física é de especial importância em pessoas idosas. Nelas, a todos esses problemas devem ser somadas as doenças, a solidão, e a falta de recursos sociais e econômicos, por exemplo.
Outro ponto de grande importância são os tratamentos. No entanto, neste caso, esta associação é utilizada para o benefício dos doentes.
Assim, na maioria dos casos, o tratamento para o transtorno de ansiedade generalizada é uma combinação de ansiolíticos e antidepressivos.
Os ansiolíticos agem em cerca de 20 minutos, enquanto os antidepressivos levam cerca de 3 semanas para exercer seu efeito. Assim, este período é “encoberto”, até que o antidepressivo entre em vigor e, por fim, as pessoas percebem uma melhora nos sintomas.
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