O que é um perinatologista, especialista em medicina materno-fetal?
Escrito e verificado por médico Nelton Abdon Ramos Rojas
Com os avanços da ciência, surgem novas especializações, como a perinatologia, uma especialidade em medicina materna-fetal. O perinatologista é responsável pela avaliação e pelo tratamento de gestações de alto risco e alterações fetais.
A partir da 28ª semana de gestação até a primeira semana de vida, o perinatologista pode ser recomendado pelo ginecologista caso exista qualquer tipo de complicação. Isso dependerá de diferentes fatores, como a idade da mãe, as condições de saúde e o diagnóstico do bebê.
Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que as mortes prematuras de bebês foram reduzidas em 45% ao longo dos últimos 25 anos. E a perinatologia é, em parte, responsável por essas boas notícias.
Quando uma gravidez é considerada de alto risco?
É considerada uma gravidez de alto risco quando a mulher tem menos de 18 anos ou mais de 40. E também se ela:
- Teve ou terá uma gravidez múltipla.
- Tem alguma doença sexualmente transmissível.
- Tem diabetes, seja anterior à gravidez ou gestacional.
- Teve abortos espontâneos ou parto prematuro no passado.
- Tem pressão alta, anterior à gravidez ou como produto da gestação.
- Recebeu um diagnóstico pré-natal que indica que o bebê tem um defeito de nascença ou problemas de crescimento.
O que um perinatologista faz?
Em caso de gravidez de alto risco, o perinatologista fará um monitoramento contínuo. Entre outros aspectos, ele deve prestar atenção ao seguinte:
- Prestar atenção médica após o parto em caso de complicações como sangramento excessivo, pressão alta, diabetes ou convulsões.
- Realizar exames e procedimentos para descobrir alterações no feto.
- Também nos casos em que os defeitos fetais são tratáveis, o perinatologista avalia as possibilidades de aplicar certas medidas corretivas.
- Dar recomendações para o cuidado das mulheres e do feto durante o trabalho de parto.
- Ajudar no nascimento do bebê.
Alguns procedimentos podem ser muito invasivos e arriscados, como as intervenções diretas dentro do útero, embora hoje tenham se tornando mais frequentes.
Veja também: Fatores de risco durante a gravidez
Procedimentos diagnósticos pré-natais
O monitoramento fetal e a ultrassonografia são testes muito importantes para o bebê e a mãe, pois não trazem consequências negativas. Há outros exames que envolvem riscos consideráveis, portanto, é preciso que sejam realmente necessários.
1. Ultrassonografia
É um procedimento que usa ondas de ultrassom que criam ecos e formam imagens do feto para detectar alterações em sua formação.
2. Monitoramento fetal
Permite obter informações sobre a frequência cardíaca do feto e o estado do útero através da colocação de eletrodos na parede abdominal da mulher.
Além disso, também existe o monitoramento intraparto, que mede a frequência cardíaca fetal em associação com as contrações do trabalho de parto.
3. Amniocentese
Esse exame envolve a remoção de uma pequena quantidade de líquido amniótico. É realizado por meio de uma punção com uma agulha fina inserida através da parede abdominal e do útero. A punção é guiada por um ultrassom.
O líquido amniótico que envolve o feto contém células e produtos químicos fetais. Sua análise permite estudar possíveis distúrbios fetais.
4. Cordocentese
É uma técnica invasiva através da qual se obtém o sangue do cordão umbilical do feto. Isso é feito através de uma punção e o objetivo é determinar se existe alguma infecção ou doença genética.
Esse exame deve ser realizado entre as semanas 17 e 18. Geralmente, é feito para confirmar os resultados da amniocentese. Também pode ser feito quando é obtida uma amostra de líquido amniótico insuficiente ou o resultado for confuso.
5. Fetoscopia
A fetoscopia é a tecnologia capaz de resolver malformações, realizar biópsias ou cirurgias menores em um feto, mesmo no útero.
O fetoscópio, um fino instrumento de iluminação por fibra óptica, visualiza diretamente o feto, a placenta e o cordão umbilical. Assim, é possível especificar os procedimentos a serem seguidos, dependendo do diagnóstico realizado.
Leia também: As mudanças que acontecem no corpo na gravidez
Procedimentos terapêuticos pré-natais
Os procedimentos terapêuticos pré-natais estão se tornando cada vez mais frequentes. Em geral, são muito invasivos, pois permitem corrigir algumas anomalias no bebê antes do seu nascimento. O objetivo desses procedimentos é reverter os danos ocorridos durante a gravidez.
O perinatologista, levando em consideração a ultrassonografia e a fetoscopia, pode corrigir defeitos simples do tubo neural ou tratar de forma transitória problemas como a hidronefrose e a hidrocefalia.
Esse especialista também pode realizar uma cordocentese para fins terapêuticos no tratamento da anemia, imunodeficiência congênita, insuficiência cardíaca e arritmias, entre outros problemas.
A abordagem direta do feto é o procedimento mais avançado para tratar doenças pulmonares, obstrução urinária ou cardiopatias congênitas. Isso pode ser feito em um útero fechado ou aberto.
Considerações finais
É comum que gestações de alto risco exijam mais consultas médicas e ultrassonografias do que gestações de baixo risco. Evite ficar preocupada se o obstetra lhe disser para se consultar com um perinatologista.
Algumas mulheres mantêm consultas regulares com seu ginecologista e vão ao perinatologista apenas para consultas pontuais. Para outras, o perinatologista será o médico responsável durante toda a gestação.
Nota final
Quando o perinatologista lhe disser que é necessário realizar algum procedimento, peça que ele explique detalhadamente o que vai fazer, por que isso deve ser feito e quais são os riscos que acarreta para você e seu bebê. Pergunte tudo o que você achar que é necessário, pois o importante é que seu bebê nasça saudável sem que o procedimento implique em qualquer risco para você.
Com os avanços da ciência, surgem novas especializações, como a perinatologia, uma especialidade em medicina materna-fetal. O perinatologista é responsável pela avaliação e pelo tratamento de gestações de alto risco e alterações fetais.
A partir da 28ª semana de gestação até a primeira semana de vida, o perinatologista pode ser recomendado pelo ginecologista caso exista qualquer tipo de complicação. Isso dependerá de diferentes fatores, como a idade da mãe, as condições de saúde e o diagnóstico do bebê.
Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que as mortes prematuras de bebês foram reduzidas em 45% ao longo dos últimos 25 anos. E a perinatologia é, em parte, responsável por essas boas notícias.
Quando uma gravidez é considerada de alto risco?
É considerada uma gravidez de alto risco quando a mulher tem menos de 18 anos ou mais de 40. E também se ela:
- Teve ou terá uma gravidez múltipla.
- Tem alguma doença sexualmente transmissível.
- Tem diabetes, seja anterior à gravidez ou gestacional.
- Teve abortos espontâneos ou parto prematuro no passado.
- Tem pressão alta, anterior à gravidez ou como produto da gestação.
- Recebeu um diagnóstico pré-natal que indica que o bebê tem um defeito de nascença ou problemas de crescimento.
O que um perinatologista faz?
Em caso de gravidez de alto risco, o perinatologista fará um monitoramento contínuo. Entre outros aspectos, ele deve prestar atenção ao seguinte:
- Prestar atenção médica após o parto em caso de complicações como sangramento excessivo, pressão alta, diabetes ou convulsões.
- Realizar exames e procedimentos para descobrir alterações no feto.
- Também nos casos em que os defeitos fetais são tratáveis, o perinatologista avalia as possibilidades de aplicar certas medidas corretivas.
- Dar recomendações para o cuidado das mulheres e do feto durante o trabalho de parto.
- Ajudar no nascimento do bebê.
Alguns procedimentos podem ser muito invasivos e arriscados, como as intervenções diretas dentro do útero, embora hoje tenham se tornando mais frequentes.
Veja também: Fatores de risco durante a gravidez
Procedimentos diagnósticos pré-natais
O monitoramento fetal e a ultrassonografia são testes muito importantes para o bebê e a mãe, pois não trazem consequências negativas. Há outros exames que envolvem riscos consideráveis, portanto, é preciso que sejam realmente necessários.
1. Ultrassonografia
É um procedimento que usa ondas de ultrassom que criam ecos e formam imagens do feto para detectar alterações em sua formação.
2. Monitoramento fetal
Permite obter informações sobre a frequência cardíaca do feto e o estado do útero através da colocação de eletrodos na parede abdominal da mulher.
Além disso, também existe o monitoramento intraparto, que mede a frequência cardíaca fetal em associação com as contrações do trabalho de parto.
3. Amniocentese
Esse exame envolve a remoção de uma pequena quantidade de líquido amniótico. É realizado por meio de uma punção com uma agulha fina inserida através da parede abdominal e do útero. A punção é guiada por um ultrassom.
O líquido amniótico que envolve o feto contém células e produtos químicos fetais. Sua análise permite estudar possíveis distúrbios fetais.
4. Cordocentese
É uma técnica invasiva através da qual se obtém o sangue do cordão umbilical do feto. Isso é feito através de uma punção e o objetivo é determinar se existe alguma infecção ou doença genética.
Esse exame deve ser realizado entre as semanas 17 e 18. Geralmente, é feito para confirmar os resultados da amniocentese. Também pode ser feito quando é obtida uma amostra de líquido amniótico insuficiente ou o resultado for confuso.
5. Fetoscopia
A fetoscopia é a tecnologia capaz de resolver malformações, realizar biópsias ou cirurgias menores em um feto, mesmo no útero.
O fetoscópio, um fino instrumento de iluminação por fibra óptica, visualiza diretamente o feto, a placenta e o cordão umbilical. Assim, é possível especificar os procedimentos a serem seguidos, dependendo do diagnóstico realizado.
Leia também: As mudanças que acontecem no corpo na gravidez
Procedimentos terapêuticos pré-natais
Os procedimentos terapêuticos pré-natais estão se tornando cada vez mais frequentes. Em geral, são muito invasivos, pois permitem corrigir algumas anomalias no bebê antes do seu nascimento. O objetivo desses procedimentos é reverter os danos ocorridos durante a gravidez.
O perinatologista, levando em consideração a ultrassonografia e a fetoscopia, pode corrigir defeitos simples do tubo neural ou tratar de forma transitória problemas como a hidronefrose e a hidrocefalia.
Esse especialista também pode realizar uma cordocentese para fins terapêuticos no tratamento da anemia, imunodeficiência congênita, insuficiência cardíaca e arritmias, entre outros problemas.
A abordagem direta do feto é o procedimento mais avançado para tratar doenças pulmonares, obstrução urinária ou cardiopatias congênitas. Isso pode ser feito em um útero fechado ou aberto.
Considerações finais
É comum que gestações de alto risco exijam mais consultas médicas e ultrassonografias do que gestações de baixo risco. Evite ficar preocupada se o obstetra lhe disser para se consultar com um perinatologista.
Algumas mulheres mantêm consultas regulares com seu ginecologista e vão ao perinatologista apenas para consultas pontuais. Para outras, o perinatologista será o médico responsável durante toda a gestação.
Nota final
Quando o perinatologista lhe disser que é necessário realizar algum procedimento, peça que ele explique detalhadamente o que vai fazer, por que isso deve ser feito e quais são os riscos que acarreta para você e seu bebê. Pergunte tudo o que você achar que é necessário, pois o importante é que seu bebê nasça saudável sem que o procedimento implique em qualquer risco para você.
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- Choose an obstetrician: American Pregnancy Association. (2015, August)
americanpregnancy.org/planning/choosing-an-obstetrician/ - Gynecology and obstetrics: maternal fetal medicine (high-risk pregnancies). (n.d.)
hopkinsmedicine.org/gynecology_obstetrics/specialty_areas/maternal_fetal_medicine/services/maternal_fetal_medicine_high_risk_pregnancies/ - What is a maternal-fetal medicine specialist. (n.d.)
smfm.org/members/what-is-a-mfm - Fetal non-stress test (NST). (2015, July)
americanpregnancy.org/prenatal-testing/non-stress-test/
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