Doenças do recém-nascido tratadas com cirurgia
Escrito e verificado por médico Nelton Abdon Ramos Rojas
A maioria das doenças cirúrgicas neonatais se relacionam com malformações no desenvolvimento pré-natal. Além disso, existem incontáveis motivos que tornam necessária a intervenção cirúrgica do neonato. A seguir explicaremos somente algumas das doenças do recém-nascido tratadas com cirurgia, ordenando-as por sistemas.
Doenças do recém-nascido cirúrgicas digestivas
Defeitos na parede abdominal anterior
Nesse sentido, encontra-se a onfalocele e a gastrosquise. A onfalocele consiste na projeção através de uma abertura abdominal de alguns órgãos. Ademais, estes órgãos encontram-se cobertos por uma membrana. Na gastrosquise não existe tal membrana.
Atresia esofágica
No contexto de uma atresia esofágica, o esôfago não se desenvolve apropriadamente. Dessa maneira, este termina em sua parte superior sem chegar a se conectar com o estômago.
A atresia esofágica se associa frequentemente com outro defeito chamado fístula traqueoesofágica. Esta determina uma conexão anormal entre o esôfago e a traqueia. Desse modo, o conteúdo digestivo termina passando para o sistema respiratório.
Estenose hipertrófica do piloro
O piloro é o orifício que comunica o estômago com o intestino. No curso desta doença, os músculos ao redor do piloro encontram-se hipertrofiados (seu tamanho está aumentado). Por isso, a passagem do alimento do estômago para o intestino se torna difícil.
Além disso, a estenose do piloro traz consigo consequências como vômitos frequentes, desnutrição ou dor abdominal.
Megacólon: Doença de Hirschprung
O Manual MSD indica que a doença de Hirschprung é «uma anomalia congênita da inervação dos segmentos inferiores do intestino, limitada geralmente no cólon, que provoca obstrução funcional parcial ou total».
O peristaltismo é um termo que se refere às contrações que são realizadas no intestino com a finalidade de movimentar os alimentos. Em suma, para que estes movimentos sejam produzidos, é necessária a presença de neurônios na parede intestinal. É precisamente isso que falta na doença de Hirschprung, ao menos em uma parte do intestino.
Como consequência de não acontecer o peristaltismo em uma área, é gerado um bloqueio na região. Com isso, os alimentos não podem avançar e, a partir do bloqueio, se acumulam. Isso gera uma importante obstrução intestinal. Por isso, o abdômen incha e as evacuações se tornam complicadas.
Talvez te interesse saber sobre: Síndrome de Turner
Doenças do recém-nascido cirúrgicas cardiovasculares
As cardiopatias congênitas são as principais malformações congênitas geradoras de mortalidade infantil e neonatal. Isso se explica por sua relativa maior frequência e sua mais alta mortalidade específica.
Coarctação da aorta
A aorta é a artéria que leva o sangue do coração até a maioria dos vasos sanguíneos do organismo. Em resumo, uma coarctação da aorta se refere a um estreitamento pontual desta artéria, geralmente no início de seu percurso.
Os sintomas dependem da quantidade de sangue que possa fluir através da coarctação. Se pode fluir de forma suficiente, não será diagnosticado até aproximadamente a adolescência.
Caso contrário, o recém-nascido apresentará respiração rápida e problemas para comer. Além disso, poderá ficar sonolento e reagirá de maneira insuficiente ante estímulos. No caso de a coarctação ser muito grave, o neonato poderá apresentar insuficiência cardíaca e choque.
Comunicação interatrial e interventricular
O coração conta com dois átrios (direito e esquerdo) e dois ventrículos de igual distribuição. Além disso, o circuito cardiovascular determina que nas cavidades esquerdas haja sangue oxigenado e nas direitas sangue sem oxigenar.
Portanto, quando existe uma comunicação entre átrio (ou ventrículo) direito e esquerdo, estes dois sangues se misturam. Isso faz com que o oxigênio não possa chegar de maneira correta a todas as células. Desse modo, o neonato apresentará sintomas como dificuldade respiratória e falta de ar causado pela atividade, por exemplo ao comer.
Estenose pulmonar
Existem válvulas que dão passagem para o sangue do coração para as artérias. No entanto, pode acontecer um caso em que estas válvulas não possam se abrir totalmente. Isso é chamado de estenose de uma válvula. Neste caso acontece com a válvula que dá passagem para a artéria pulmonar: a que leva sangue não oxigenado para os pulmões para ser oxigenado.
A maioria dos casos de estenose pulmonar são leves e são encontrados na auscultação do neonato.
Doenças do recém-nascido cirúrgicas urológicas
Anomalias da migração e da fusão
No desenvolvimento pré-natal, os rins são formados na parte baixa do abdômen. Mais tarde, ascendem até terminar na parte superior. Contudo, no trajeto podem surgir falhas, aparecendo as ectopias renais. Este termo se refere aos rins situados em lugares anormais.
Além disso, os rins, enquanto ascendem, podem se encontrar. Dessa forma, é possível que se fundam, dando lugar a um único rim. Quando se unem na parte inferior, dão lugar ao chamado rim em ferradura, pela forma que adquire.
Displasia renal multicística
Um rim com displasia renal multicística é composto por cistos e tecido displásico (de maturação anômala). Dessa maneira, o rim não funciona, e costuma retroceder em sua evolução. O ureter (o condutor que une o rim a bexiga) costuma aparecer estreito ou não chegar a se desenvolver.
Doenças cirúrgicas do sistema nervoso
Hidrocefalia
A hidrocefalia é o acúmulo de líquido nas cavidades profundas do sistema nervoso central. Em suma, este líquido comprime o encéfalo. À primeira vista, pode ser percebida pelo tamanho aumentado da cabeça do neonato.
Além disso, pode produzir sintomas variados, desde vômitos até sonolência e irritabilidade ou convulsões.
Espinha bífida
Quando a coluna vertebral não se fecha por completo, parte da medula espinhal se projeta através da coluna. Caso a projeção seja de pouca quantidade de tecido nervoso, pode ser que não apareçam sintomas. Se for de grande quantidade, podem existir dificuldades motoras ou sintomas urinários, entre outros.
A maioria das doenças cirúrgicas neonatais se relacionam com malformações no desenvolvimento pré-natal. Além disso, existem incontáveis motivos que tornam necessária a intervenção cirúrgica do neonato. A seguir explicaremos somente algumas das doenças do recém-nascido tratadas com cirurgia, ordenando-as por sistemas.
Doenças do recém-nascido cirúrgicas digestivas
Defeitos na parede abdominal anterior
Nesse sentido, encontra-se a onfalocele e a gastrosquise. A onfalocele consiste na projeção através de uma abertura abdominal de alguns órgãos. Ademais, estes órgãos encontram-se cobertos por uma membrana. Na gastrosquise não existe tal membrana.
Atresia esofágica
No contexto de uma atresia esofágica, o esôfago não se desenvolve apropriadamente. Dessa maneira, este termina em sua parte superior sem chegar a se conectar com o estômago.
A atresia esofágica se associa frequentemente com outro defeito chamado fístula traqueoesofágica. Esta determina uma conexão anormal entre o esôfago e a traqueia. Desse modo, o conteúdo digestivo termina passando para o sistema respiratório.
Estenose hipertrófica do piloro
O piloro é o orifício que comunica o estômago com o intestino. No curso desta doença, os músculos ao redor do piloro encontram-se hipertrofiados (seu tamanho está aumentado). Por isso, a passagem do alimento do estômago para o intestino se torna difícil.
Além disso, a estenose do piloro traz consigo consequências como vômitos frequentes, desnutrição ou dor abdominal.
Megacólon: Doença de Hirschprung
O Manual MSD indica que a doença de Hirschprung é «uma anomalia congênita da inervação dos segmentos inferiores do intestino, limitada geralmente no cólon, que provoca obstrução funcional parcial ou total».
O peristaltismo é um termo que se refere às contrações que são realizadas no intestino com a finalidade de movimentar os alimentos. Em suma, para que estes movimentos sejam produzidos, é necessária a presença de neurônios na parede intestinal. É precisamente isso que falta na doença de Hirschprung, ao menos em uma parte do intestino.
Como consequência de não acontecer o peristaltismo em uma área, é gerado um bloqueio na região. Com isso, os alimentos não podem avançar e, a partir do bloqueio, se acumulam. Isso gera uma importante obstrução intestinal. Por isso, o abdômen incha e as evacuações se tornam complicadas.
Talvez te interesse saber sobre: Síndrome de Turner
Doenças do recém-nascido cirúrgicas cardiovasculares
As cardiopatias congênitas são as principais malformações congênitas geradoras de mortalidade infantil e neonatal. Isso se explica por sua relativa maior frequência e sua mais alta mortalidade específica.
Coarctação da aorta
A aorta é a artéria que leva o sangue do coração até a maioria dos vasos sanguíneos do organismo. Em resumo, uma coarctação da aorta se refere a um estreitamento pontual desta artéria, geralmente no início de seu percurso.
Os sintomas dependem da quantidade de sangue que possa fluir através da coarctação. Se pode fluir de forma suficiente, não será diagnosticado até aproximadamente a adolescência.
Caso contrário, o recém-nascido apresentará respiração rápida e problemas para comer. Além disso, poderá ficar sonolento e reagirá de maneira insuficiente ante estímulos. No caso de a coarctação ser muito grave, o neonato poderá apresentar insuficiência cardíaca e choque.
Comunicação interatrial e interventricular
O coração conta com dois átrios (direito e esquerdo) e dois ventrículos de igual distribuição. Além disso, o circuito cardiovascular determina que nas cavidades esquerdas haja sangue oxigenado e nas direitas sangue sem oxigenar.
Portanto, quando existe uma comunicação entre átrio (ou ventrículo) direito e esquerdo, estes dois sangues se misturam. Isso faz com que o oxigênio não possa chegar de maneira correta a todas as células. Desse modo, o neonato apresentará sintomas como dificuldade respiratória e falta de ar causado pela atividade, por exemplo ao comer.
Estenose pulmonar
Existem válvulas que dão passagem para o sangue do coração para as artérias. No entanto, pode acontecer um caso em que estas válvulas não possam se abrir totalmente. Isso é chamado de estenose de uma válvula. Neste caso acontece com a válvula que dá passagem para a artéria pulmonar: a que leva sangue não oxigenado para os pulmões para ser oxigenado.
A maioria dos casos de estenose pulmonar são leves e são encontrados na auscultação do neonato.
Doenças do recém-nascido cirúrgicas urológicas
Anomalias da migração e da fusão
No desenvolvimento pré-natal, os rins são formados na parte baixa do abdômen. Mais tarde, ascendem até terminar na parte superior. Contudo, no trajeto podem surgir falhas, aparecendo as ectopias renais. Este termo se refere aos rins situados em lugares anormais.
Além disso, os rins, enquanto ascendem, podem se encontrar. Dessa forma, é possível que se fundam, dando lugar a um único rim. Quando se unem na parte inferior, dão lugar ao chamado rim em ferradura, pela forma que adquire.
Displasia renal multicística
Um rim com displasia renal multicística é composto por cistos e tecido displásico (de maturação anômala). Dessa maneira, o rim não funciona, e costuma retroceder em sua evolução. O ureter (o condutor que une o rim a bexiga) costuma aparecer estreito ou não chegar a se desenvolver.
Doenças cirúrgicas do sistema nervoso
Hidrocefalia
A hidrocefalia é o acúmulo de líquido nas cavidades profundas do sistema nervoso central. Em suma, este líquido comprime o encéfalo. À primeira vista, pode ser percebida pelo tamanho aumentado da cabeça do neonato.
Além disso, pode produzir sintomas variados, desde vômitos até sonolência e irritabilidade ou convulsões.
Espinha bífida
Quando a coluna vertebral não se fecha por completo, parte da medula espinhal se projeta através da coluna. Caso a projeção seja de pouca quantidade de tecido nervoso, pode ser que não apareçam sintomas. Se for de grande quantidade, podem existir dificuldades motoras ou sintomas urinários, entre outros.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Capecchi, G. a, Conde, A., Rovere, L. M., Sasia, F., Oxilia, H. G., & Capomasi, M. (2008). Defectos congénitos de la pared abdominal . Patologías mas comunes : Gastrosquisis y Onfalocele. Anuario Fundación Dr. J.R. Villavicencio.
- Jakubson S., L., Paz C., F., Zavala B., A., Harris D., P. R., & Bertrand N., P. (2010). Atresia esofágica y fístula traqueoesofágica. Evolución y complicaciones postquirúrgicas. Revista Chilena de Pediatria. https://doi.org/10.4067/S0370-41062010000400008
- Río, R. Del, Romero, G., Álvaro, M. 1, Vega1, R., & Aguirre, R. C. (2016). Revisión de Estenosis Hipertrófica del Píloro. 18 Rev. Ped. Elec. [En Línea].
- Centella Hernández, T., Stanescu, D., & Stanescu, S. (2014). Coartación aórtica. Interrupción del arco aórtico. Cirugia Cardiovascular. https://doi.org/10.1016/j.circv.2014.03.007
- Granado, F. M. (2010). Epidemiología de las cardiopatías congénitas. Sociedad Española de Cardiología Pediátrica y Cardiopatías Congénitas.
- Kalfa, N., Veyrac, C., Dubois, C., Morin, D., Lopez, C., & Averous, M. (2010). Malformaciones congénitas del riñón. EMC – Urología. https://doi.org/10.1016/S1761-3310(10)70013-X
- Río, R. Del, & Guiñez Gahona, R. (2015). Espina bífida, prevención, diagnóstico y manejo prenatal. Rev. Ped. Elec.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.