Como sobreviver aos manipuladores cotidianos

Vale a pena manter uma relação de manipulação? Se você perceber que está sendo prejudicado, não hesite em romper o vínculo que o liga a essa pessoa. O mais importante é o seu bem-estar emocional.
Como sobreviver aos manipuladores cotidianos
Raquel Aldana

Escrito e verificado por o psicólogo Raquel Aldana.

Última atualização: 14 março, 2023

Vivemos em um mundo em que precisamos cooperar uns com os outros, algo tão necessário quanto benéfico. No entanto, quase nunca esta cooperação é totalmente desinteressada, e possui riscos quando estamos diante dos manipuladores cotidianos.

Com esta breve descrição, você pode estar pensando em alguém específico ou, pelo menos, ter uma ideia do que estamos falando. Talvez até nós mesmos já tenhamos nos comportado como manipuladores cotidianos.

Quem nunca pensou que dirigiria a empresa melhor do que seu chefe? Ou que somos vítimas do sofrimento e da injustiça que acontece no mundo que nos rodeia? Quem não gritou com alguém e se justificou em suas ações para fazê-lo?

Lobos em pele de cordeiro

Lobo em pele de cordeiro

Era uma vez um lobo que estava com muita fome. Ele queria comer uma ovelha de um rebanho que morava perto da sua casa. Porém, o pastor do rebanho sempre era muito atento, e por mais que ele tentasse, nunca teve sucesso.

Um dia o lobo pensou em mudar sua aparência para que fosse mais fácil conseguir sua comida. Caminhando pela floresta, ele viu uma pele de cordeiro e colocou-a sobre seu corpo para se parecer com uma ovelha. Então, ele foi pastar com o rebanho, enganando totalmente o pastor.

Ao anoitecer, o rebanho foi para a parte da fazenda onde dormia, com o portão trancado.

O lobo disse para si mesmo: “Agora, quando o pastor adormecer, vou levar as ovelhas que estão mais gordas e fazer um verdadeiro banquete.”

No entanto, naquela noite, quando o pastor estava procurando a comida da sua família para o dia seguinte, foi até o rebanho e pegou o lobo, acreditando ser um cordeiro. Ele o sacrificou instantaneamente.

Quando a esposa do pastor tentou cozinhá-lo, percebeu que não era realmente um cordeiro, mas um lobo. Quando ela ligou para o marido, ele reconheceu o lobo que já havia tentado atacar suas ovelhas tantas vezes.

As aparências enganam

Como todos sabemos, as aparências enganam. As pessoas se comportam de maneira passiva, agressiva ou passivo-agressiva com alguma intenção.

Chantagistas, vampiros e predadores emocionais se comportam de maneira muito mais destrutiva do que os manipuladores cotidianos. Estes últimos nem sempre usam ameaças e nem sempre destroem.

Na verdade, muitas vezes os desculpamos justamente porque os amamos ou os apreciamos, já que seu abuso nem sempre é explícito ou constante.

“Uma pessoa que parece gentil, correta e respeitosa também pode ser alguém desprezível e agressivo que gosta de difamar os demais. A bondade é a pele de cordeiro sob a qual o lobo mau se esconde. Sair para se divertir com eles é legal, mas morar junto pode ser um verdadeiro inferno”.
– Juan Carlos Vicente –

Veja também: Como distanciar as pessoas tóxicas que afetam sua vida

As estratégias dos manipuladores cotidianos

Mulher manipulada

Os manipuladores cotidianos fazem com que nos sintamos culpados, nos usam para satisfazer as suas necessidades de forma que acabamos por fazer o que eles querem por vontade própria ou à força.

Sua maneira de agir não é baseada no medo, mas na culpa. A manipulação mais autêntica é aquela que se faz sem ser notada, sem se destacar.

Fazer-se de vítima, ameaçar ou encorajar alguém a fazer algo por nós em troca de um sorriso pode ser muito eficaz; entretanto, não é necessário.

Conviver com um manipulador é complicado e exaustivo. Isso não se deve apenas às contínuas tentativas de submissão, mas também à falta de recursos emocionais e sociais, à instabilidade e ao vazio emocional que mina sua vida interior.

Os manipuladores cotidianos não pretendem ter sucesso, mas não conhecem outra forma de resolver seus problemas ou atingir seus interesses, além de não aceitarem “não” como resposta.


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  • FERNANDEZ, C. A. (1995). Medios De Comunicacion Social: Poder De Manipulacion Y Capacidad De Transformacion. Anales de Historia Contemporánea.
  • Chomsky, N. (2010). 10 Estrategias de Manipulación” a través de los medios.
  • Vázquez Feria, M. J. (2015). Educar con el corazón. Educar en Inteligencia Emocional. Publicaciones Didácticas.

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