Livros, um recurso precioso: jovem que começou estudando com livros recolhidos do lixo pela sua mãe, hoje estuda nos EUA
Thompson Vitor é um jovem brasileiro e sua motivação o levou a realizar seu sonho: cursar uma universidade.
“Oi, eu sou o Thompson Vitor.
Eu morava em uma comunidade muito pobre chamada Paço da Pátria, em Natal, no Rio Grande do Norte.
Minha mãe era catadora de lixo e, durante a minha infância, trazia livros, gibis e revistas que eram descartados por aí.
Era com eles que ela lia pra mim.
Era com isso que ela me ensinava sobre as letras.
Sobre acreditar.
Sobre tudo.
Em 2015, depois de seguir estudando como eu podia, fui aprovado em 1º lugar no exame do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, o IFRN.
Logo depois, entrei na Organização Educacional Farias Brito, em Fortaleza, uma escola privada e muito famosa por aprovar os alunos em exames muito concorridos dentro e fora do Brasil. Eu jamais poderia pagar, mas graças às minhas notas consegui uma bolsa.
Aliás, não só por causa das minhas notas.
Foi por causa da minha mãe. Em cada nota minha, tinha muito dela.
Pois é, Dona Rosângela conseguiu.
Fui estudar na UWC Pearson College, no Canadá, uma experiência que me transformou e me deixou pronto para o que vivo hoje: sou aluno de Química na Universidade de Rochester, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Minha mãe está com 44 anos e se cuidando mais, se arrumando mais, se sentindo bonita.
Isso também é importante.
Ela acreditou. E eu acreditei junto.
Esse sou eu.”
Nascido em uma pequena cidade próxima à Natal, no nordeste do Brasil, Thompson cresceu em uma família humilde e com poucos recursos financeiros. Ele morava com os pais, ambos com empregos mal remunerados: sua mãe recolhia recicláveis do lixo e os vendia, e seu pai fazia sanduíches.
Para permitir que ele passe no vestibular, sua mãe recuperou livros antigos do lixo, pois não tinha condições de comprá-los. Foi com eles que seu filho estudou e treinou, se destacando entre os demais alunos.
O jovem Thompson Vitor do Brasil protagonizou uma história inspiradora e edificante que deve servir de modelo e fonte de inspiração para os jovens de hoje.
Sua mãe, Rosângela, foi uma figura significativa no desenvolvimento do jovem, já que desenvolveu o gosto pela leitura como resultado de todos os livros que sua mãe lhe forneceu para ler.
Seus pais sempre o apoiaram, mas, preocupados com o que o futuro poderia lhe oferecer, tentaram convencê-lo a encontrar um emprego primeiro. Suas ideias, no entanto, eram bem diferentes.
“Eles querem que eu consiga um emprego mais cedo. Sempre digo que preciso me dedicar aos estudos. Até ajudo minha mãe no trabalho, mas desde que não interfira nos meus estudos”, explicou Vitor em 2015, em entrevista ao G1 .
“Tenho muito orgulho dos meus pais. Eu sei o quanto eles sofreram para me criar. Não só eu, mas também meus irmãos. Superaram as adversidades da vida, os problemas econômicos e abriram mão de seus momentos de prazer para cuidar de todos”, explicou ele naquele momento.
Seus pais não conseguiram terminar o ensino fundamental, por isso sempre incentivaram seu filho a trabalhar com eles desde cedo. Entretanto, a vontade de Thompson em vencer na vida através dos estudos era mais forte.
Thompson queria ir para a faculdade, estudar disciplinas de ciências, que sempre foram sua maior paixão. Já em 2015, Thompson passou no exame para ingressar no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) com a melhor nota entre todos os candidatos. Depois de tantos sacrifícios, ele ganhou uma bolsa de estudos e assim deixou o Brasil.
Em 2019, foi admitido na Universidade de Rochester, em Nova York, onde atualmente estuda química.
Sua história comoveu todo o Brasil e agora está alcançando o mundo. Graças ao empenho de sua mãe, Thompson Vitor teve a oportunidade de perseguir seus sonhos e, graças à sua força de vontade, os tornou realidade.
Para alguns, livros antigos são lixo para jogar fora, mas, para quem não tem condições financeiras, esses mesmos livros arruinados ou simplesmente datados representam um recurso precioso, uma oportunidade, uma ferramenta com a qual emergir. E a história de Thompson provou isso.
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