6 dicas para lidar com uma recaída da esclerose múltipla
Escrito e verificado por a médica Maryel Alvarado Nieto
Uma crise, exacerbação ou recaída de esclerose múltipla (EM) é a ocorrência de sintomas de disfunção neurológica que duram mais de 24 horas. Este conceito também inclui o agravamento das manifestações clínicas do paciente no último mês.
No entanto, esses sintomas não devem ser causados por febre, alterações hormonais ou metabólicas ou distúrbios do sono. Estas últimas situações agravam as condições dos doentes com EM, sem constituir um verdadeiro surto.
Atualmente, a origem da esclerose múltipla é desconhecida. A literatura científica reconhece duas fases patológicas sobrepostas:
- Por um lado, existe um processo inflamatório autoimune que degenera a bainha de mielina da substância branca no sistema nervoso central (SNC). Este mecanismo é responsável pelos sintomas dos surtos.
- Da mesma forma, também ocorre uma degeneração progressiva de axônios e neurônios, o que leva à incapacidade permanente, típica dos estágios avançados da doença.
O manejo farmacológico das crises inclui a administração de glicocorticóides, especialmente metilprednisolona, em altas doses. A referida terapia mostrou grande utilidade em encurtar a duração das exacerbações e diminuir sua intensidade.
No entanto, os esteróides não parecem modificar a progressão da doença. Seus efeitos adversos limitam seu uso em pacientes com surtos leves.
Por isso, é importante conhecer algumas dicas para lidar com as recaídas na EM.
1. Avaliação médica contínua
Embora pareça uma recomendação óbvia, nem todos os pacientes com esclerose múltipla fazem check-ups médicos regulares. Isso dificulta o monitoramento oportuno dos sintomas e das lesões neurológicas visíveis nos estudos de imagem.
A falta de acompanhamento próximo causa atrasos no reconhecimento de recaídas de esclerose múltipla. Por esse mesmo motivo, há atraso no início do tratamento.
Considera-se que ocorre uma média de 0,5 surtos por ano nos estágios iniciais da doença.
Por isso, os especialistas recomendam avaliações médicas a cada seis meses e exames de ressonância magnética pelo menos uma vez por ano. É importante ressaltar que, embora os esteroides não tratem a doença, seu uso precoce poderia ter um efeito protetor ao reduzir o processo inflamatório.
2. Entender é essencial na recaída da esclerose múltipla
O conhecimento da doença por parte do paciente é vital para lidar com sua patologia. Para isso, não só é necessário fornecer informações precisas na consulta médica, como também é recomendável que os pacientes participem de sessões educativas.
O objetivo dessas reuniões é aumentar a compreensão da EM por aqueles que sofrem com ela. A educação continuada promove mudança comportamental, o que melhora a perspectiva do paciente sobre sua condição.
Da mesma forma, enriquecer o conhecimento sobre a doença ofereceria a possibilidade de reduzir as recidivas na esclerose múltipla. Isso, em comparação com aquelas pessoas que não tiveram uma intervenção educativa. No entanto, ainda há pouca documentação a esse respeito e mais pesquisas devem ser realizadas.
3. Controlar os gatilhos
Cerca de 10% das infecções que ocorrem em pacientes com EM levarão a uma recaída. Por isso, é fundamental preveni-las; especialmente, aquelas que constituem um fator de risco para esses pacientes.
A vitamina C permite a acidificação da urina em pessoas com esvaziamento incompleto da bexiga. Constitui uma medida profilática com alguma eficácia contra a colonização por algumas bactérias.
Da mesma forma, as infecções do trato respiratório e as do trato gastrointestinal devem ser evitadas naqueles pacientes com dificuldade de locomoção e com distúrbios de evacuação. Essas medidas devem ser indicadas por um profissional capacitado.
É importante ressaltar que assim que surgirem sintomas sugestivos de processo infeccioso , o médico deve ser procurado imediatamente para uma avaliação oportuna. Por outro lado, condições como aumento da temperatura ambiente, exercícios intensos, alterações hormonais, estresse e falta de sono exacerbam os sintomas da EM.
Embora não constituam um surto como tal, agravam as manifestações. Portanto, eles devem ser evitados.
Leia também: Tipos de esclerose múltipla
4. Reabilitação
Os sintomas da esclerose múltipla dependem da área do SNC lesada. Como essas áreas têm localizações diferentes, existe uma ampla gama de manifestações físicas.
No entanto, os sinais mais frequentes são os seguintes:
- Alterações motoras.
- Distúrbios visuais.
- Sintomas proprioceptivos.
A avaliação de cada um dos sintomas e sua intensidade deve ser feita por um grupo de especialistas. Para que as alternativas farmacológicas para tratá-los tenham o maior sucesso possível.
A literatura propõe alguns conselhos gerais que podem ajudar o paciente a enfrentar a recidiva da esclerose múltipla. No entanto, estes não devem substituir a abordagem farmacológica. Entre as recomendações estão as seguintes:
- Usar roupas amplas feitas de fibras naturais.
- Fzer pausas periodicamente ao longo do dia.
- Realizar exercício físico até à tolerância, de forma regular.
- Ficar em ambientes frescos ou com ar condicionado.
- Planejar as principais atividades nas primeiras horas da manhã.
- Usar dispositivos de suporte mecânico.
- Eliminar e o hábito de fumar.
- Reduzir a ingestão de sal.
5. Suplementos dietéticos
A deficiência de vitamina D foi proposta como um fator de risco para EM, mas nem todos os pacientes com esclerose múltipla apresentam níveis baixos dessa vitamina. Por isso, para alguns, é razoável considerar a correção desse déficit.
A escolha da dose tem sido motivo de debate entre os pesquisadores e não há consenso sobre o assunto.
Por outro lado, é aconselhável a inclusão de peixes oleosos, como o salmão, na dieta desses pacientes. Caso isso não seja possível, a suplementação com ácidos graxos de cadeia longa (ômega-3) é considerada segura para eles.
Veja: Anitta: entenda a relação entre o vírus Epstein-Barr e a esclerose múltipla
6. Trate os sintomas ocultos da recaída da esclerose múltipla
Existem três manifestações clínicas que são consideradas sintomas ocultos da EM:
Apesar de sua alta prevalência, a reabilitação neuropsicológica não costuma ser oferecida como opção terapêutica inicial nesses pacientes. No entanto, existe um grande benefício no desenvolvimento de comportamentos saudáveis em pessoas com EM, quando se utiliza este tipo de intervenção.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) e, mais recentemente, o treinamento de mindfulness, têm se mostrado estratégias eficazes no gerenciamento do estresse derivado da doença. De fato, um estudo corroborou a diminuição do número de novas lesões naqueles pacientes que receberam treinamento individual de TCC.
No entanto, esses efeitos desapareceram no final da terapia.
Acredita-se que a vantagem que o mindfulness oferece sobre a TCC é que o impacto positivo da prática pode ser mantido ao longo do tempo, apesar de não continuar o treinamento. As competências adquiridas podem ser implementadas individualmente, melhorando ao longo do tempo.
Uma crise, exacerbação ou recaída de esclerose múltipla (EM) é a ocorrência de sintomas de disfunção neurológica que duram mais de 24 horas. Este conceito também inclui o agravamento das manifestações clínicas do paciente no último mês.
No entanto, esses sintomas não devem ser causados por febre, alterações hormonais ou metabólicas ou distúrbios do sono. Estas últimas situações agravam as condições dos doentes com EM, sem constituir um verdadeiro surto.
Atualmente, a origem da esclerose múltipla é desconhecida. A literatura científica reconhece duas fases patológicas sobrepostas:
- Por um lado, existe um processo inflamatório autoimune que degenera a bainha de mielina da substância branca no sistema nervoso central (SNC). Este mecanismo é responsável pelos sintomas dos surtos.
- Da mesma forma, também ocorre uma degeneração progressiva de axônios e neurônios, o que leva à incapacidade permanente, típica dos estágios avançados da doença.
O manejo farmacológico das crises inclui a administração de glicocorticóides, especialmente metilprednisolona, em altas doses. A referida terapia mostrou grande utilidade em encurtar a duração das exacerbações e diminuir sua intensidade.
No entanto, os esteróides não parecem modificar a progressão da doença. Seus efeitos adversos limitam seu uso em pacientes com surtos leves.
Por isso, é importante conhecer algumas dicas para lidar com as recaídas na EM.
1. Avaliação médica contínua
Embora pareça uma recomendação óbvia, nem todos os pacientes com esclerose múltipla fazem check-ups médicos regulares. Isso dificulta o monitoramento oportuno dos sintomas e das lesões neurológicas visíveis nos estudos de imagem.
A falta de acompanhamento próximo causa atrasos no reconhecimento de recaídas de esclerose múltipla. Por esse mesmo motivo, há atraso no início do tratamento.
Considera-se que ocorre uma média de 0,5 surtos por ano nos estágios iniciais da doença.
Por isso, os especialistas recomendam avaliações médicas a cada seis meses e exames de ressonância magnética pelo menos uma vez por ano. É importante ressaltar que, embora os esteroides não tratem a doença, seu uso precoce poderia ter um efeito protetor ao reduzir o processo inflamatório.
2. Entender é essencial na recaída da esclerose múltipla
O conhecimento da doença por parte do paciente é vital para lidar com sua patologia. Para isso, não só é necessário fornecer informações precisas na consulta médica, como também é recomendável que os pacientes participem de sessões educativas.
O objetivo dessas reuniões é aumentar a compreensão da EM por aqueles que sofrem com ela. A educação continuada promove mudança comportamental, o que melhora a perspectiva do paciente sobre sua condição.
Da mesma forma, enriquecer o conhecimento sobre a doença ofereceria a possibilidade de reduzir as recidivas na esclerose múltipla. Isso, em comparação com aquelas pessoas que não tiveram uma intervenção educativa. No entanto, ainda há pouca documentação a esse respeito e mais pesquisas devem ser realizadas.
3. Controlar os gatilhos
Cerca de 10% das infecções que ocorrem em pacientes com EM levarão a uma recaída. Por isso, é fundamental preveni-las; especialmente, aquelas que constituem um fator de risco para esses pacientes.
A vitamina C permite a acidificação da urina em pessoas com esvaziamento incompleto da bexiga. Constitui uma medida profilática com alguma eficácia contra a colonização por algumas bactérias.
Da mesma forma, as infecções do trato respiratório e as do trato gastrointestinal devem ser evitadas naqueles pacientes com dificuldade de locomoção e com distúrbios de evacuação. Essas medidas devem ser indicadas por um profissional capacitado.
É importante ressaltar que assim que surgirem sintomas sugestivos de processo infeccioso , o médico deve ser procurado imediatamente para uma avaliação oportuna. Por outro lado, condições como aumento da temperatura ambiente, exercícios intensos, alterações hormonais, estresse e falta de sono exacerbam os sintomas da EM.
Embora não constituam um surto como tal, agravam as manifestações. Portanto, eles devem ser evitados.
Leia também: Tipos de esclerose múltipla
4. Reabilitação
Os sintomas da esclerose múltipla dependem da área do SNC lesada. Como essas áreas têm localizações diferentes, existe uma ampla gama de manifestações físicas.
No entanto, os sinais mais frequentes são os seguintes:
- Alterações motoras.
- Distúrbios visuais.
- Sintomas proprioceptivos.
A avaliação de cada um dos sintomas e sua intensidade deve ser feita por um grupo de especialistas. Para que as alternativas farmacológicas para tratá-los tenham o maior sucesso possível.
A literatura propõe alguns conselhos gerais que podem ajudar o paciente a enfrentar a recidiva da esclerose múltipla. No entanto, estes não devem substituir a abordagem farmacológica. Entre as recomendações estão as seguintes:
- Usar roupas amplas feitas de fibras naturais.
- Fzer pausas periodicamente ao longo do dia.
- Realizar exercício físico até à tolerância, de forma regular.
- Ficar em ambientes frescos ou com ar condicionado.
- Planejar as principais atividades nas primeiras horas da manhã.
- Usar dispositivos de suporte mecânico.
- Eliminar e o hábito de fumar.
- Reduzir a ingestão de sal.
5. Suplementos dietéticos
A deficiência de vitamina D foi proposta como um fator de risco para EM, mas nem todos os pacientes com esclerose múltipla apresentam níveis baixos dessa vitamina. Por isso, para alguns, é razoável considerar a correção desse déficit.
A escolha da dose tem sido motivo de debate entre os pesquisadores e não há consenso sobre o assunto.
Por outro lado, é aconselhável a inclusão de peixes oleosos, como o salmão, na dieta desses pacientes. Caso isso não seja possível, a suplementação com ácidos graxos de cadeia longa (ômega-3) é considerada segura para eles.
Veja: Anitta: entenda a relação entre o vírus Epstein-Barr e a esclerose múltipla
6. Trate os sintomas ocultos da recaída da esclerose múltipla
Existem três manifestações clínicas que são consideradas sintomas ocultos da EM:
Apesar de sua alta prevalência, a reabilitação neuropsicológica não costuma ser oferecida como opção terapêutica inicial nesses pacientes. No entanto, existe um grande benefício no desenvolvimento de comportamentos saudáveis em pessoas com EM, quando se utiliza este tipo de intervenção.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) e, mais recentemente, o treinamento de mindfulness, têm se mostrado estratégias eficazes no gerenciamento do estresse derivado da doença. De fato, um estudo corroborou a diminuição do número de novas lesões naqueles pacientes que receberam treinamento individual de TCC.
No entanto, esses efeitos desapareceram no final da terapia.
Acredita-se que a vantagem que o mindfulness oferece sobre a TCC é que o impacto positivo da prática pode ser mantido ao longo do tempo, apesar de não continuar o treinamento. As competências adquiridas podem ser implementadas individualmente, melhorando ao longo do tempo.
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