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Consequências de discutir na frente das crianças

5 minutos
Discutir na frente das crianças é uma das piores decisões que podemos tomar como pais, pois pode determinar seu futuro desenvolvimento emocional. Vamos contar tudo sobre o assunto a seguir.
Consequências de discutir na frente das crianças
Última atualização: 18 março, 2022

As discussões entre o casal não podem ser evitadas, e são necessárias quando há situações para resolver. O que devemos evitar é transformá-las em verdadeiras batalhas e, claro, devemos tentar não discutir na frente das crianças.

Nesse contexto, devemos diferenciar entre discussões razoáveis, em que diferentes pontos de vista são expostos de forma assertiva, com tolerância e respeito, e aquelas que são agressivas.

Como explicam os especialistas do UNICEF em várias campanhas de conscientização, as crianças que testemunham ataques verbais e físicos experimentam uma sensação de angústia que mais tarde se transforma em sentimentos de raiva, tristeza ou medo. E quando são bebês, as consequências psicológicas são maiores. Vamos nos aprofundar nisso abaixo.

1. Têm impacto no nível subconsciente quando são bebês

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Os recém-nascidos são capazes de registrar em seu subconsciente o humor das pessoas ao seu redor, incluindo o tom de voz e os gestos. Assim como eles percebem o amor que os rodeia, também sentem quando a situação fica tensa, quando o tom de voz reflete raiva ou quando o olhar expressa agressividade.

2. Afetam seu desenvolvimento emocional 

Não importa a magnitude das discussões, crescer em um clima familiar tenso pode causar distúrbios emocionais profundos. Isso porque discutir na frente das crianças favorece o surgimento de problemas como ansiedade e falta de autoestima.

Um ambiente tranquilo, onde a criança não está envolvida nos conflitos dos adultos, contribui para um desenvolvimento psicológico harmonioso.

Leia: Excesso de exposição a telas em crianças

3. Podem criar medos em crianças em idade pré-escolar

Nessa fase, a criança ainda não desenvolveu completamente a linguagem e procura se expressar através da comunicação não verbal. Portanto, após uma discussão, elas podem chorar ou se tornar impertinentes, dificultando o seu consolo.

As crianças em idade pré-escolar ainda não conhecem as causas do conflito. Contudo, seus pensamentos ainda muito autocentrados as leva a assumir a responsabilidade pela briga, chegando a se sentirem culpadas pela tensão entre seus pais.

Segundo diversos estudos, as reações podem variar dependendo de cada criança. Algumas agem como se nada tivesse acontecido, enquanto outras podem desenvolver um medo terrível e ainda, como discutimos antes, algumas expressam suas emoções chorando histericamente.

Elas também expressam seu desgosto através de mudanças no ritmo do sono ou da alimentação. Podem regredir para estágios prévios do desenvolvimento, como urinar na cama, irritabilidade ou agressividade ao fazer atividades.

4. Podem gerar ansiedade em crianças em idade escolar

 

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Mudanças perceptíveis no comportamento de uma criança devem ser consideradas um sinal de alerta para doenças mentais, especialmente se forem prolongadas ou muito intensas.

Nessa idade, os pequenos começam a entender o que acontece. Eles podem se sentir assustados ou ansiosos e ter sentimentos de culpa com relação ao pai ou à mãe. Por isso, eles se sentem compelidos a tomar um partido. As meninas tendem a ficar do lado da mãe, enquanto os meninos tendem a defender o pai.

Em geral, as crianças se acostumam com as discussões frequentes, e é precisamente isso que cria um clima familiar instável ou disfuncional. Isso pode gerar nas crianças a necessidade de manter a situação sob controle. Além disso, pode levá-las a não expressar suas verdadeiras necessidades para evitar algum desagrado.

As crianças e as discussões com ofensas 

A criança nunca deve ser usada para ofender ou ir contra o outro progenitor, especialmente quando os pais são separados ou divorciados.

As discussões existem em todas as famílias, mas é importante fazer um esforço para ter compreensão, porque cada ser humano é diferente. O ideal é que a criança veja que seus pais se entendem e se gostam, mesmo que não sejam mais um casal. Isso é algo que até os especialistas do UNICEF recomendam.

É preferível discutir longe das crianças

 

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As discussões devem sempre ocorrer onde as crianças não estão presentes. É provável que elas entendam que seus pais discutiram, mas não sentirão que fazem parte da briga.

As crianças, especialmente as menores, não são capazes de interpretar além das palavras. Elas levam tudo ao pé da letra. Se escutarem seus pais dizendo frases como: “Chega! Basta!”, “Estou cansado de você!”, “Eu não quero ver você de novo!”, não só se sentirão magoadas, mas também inseguras porque pensarão que seus pais podem abandoná-las.

Procurar uma terapia de casal e familiar pode ser proveitoso

Frequentar a terapia de casal serve para melhorar a comunicação e restaurar o equilíbrio entre os cônjuges. Por sua vez, a terapia familiar é ideal quando a criança apresenta comportamentos inadequados ou sintomas psicossomáticos que requerem intervenção profissional.

Nesse processo, o terapeuta ajuda todo o núcleo familiar a promover relacionamentos positivos.

Confira: Uso de smartphones pelas crianças: vantagens e desvantagens

Conversar com as crianças é importante

Às vezes é inevitável ter uma discussão na presença das crianças. Nesses casos, é importante explicar a elas que todas as pessoas discutem, mesmo quando se amam. Aproveite o momento do diálogo para explicar que uma discussão entre os pais não tem nada a ver com ela.

Se o conflito já estiver resolvido, ele pode ser usado para realizar atividades familiares. Se esse não for o caso, não finja que o problema está resolvido porque as crianças são capazes de perceber a tensão.

Os pais como modelo

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Os pais são um modelo fundamental para as crianças. Ver um dos progenitores sendo verbal ou fisicamente abusado pelo outro criará uma ferida profunda que pode ter consequências na personalidade da criança e no adulto que ela se tornará.

É fundamental ensinar aos pequenos que as pessoas, quando têm opiniões diferentes sobre um tópico, podem sempre recorrer ao diálogo e que é possível criar um ambiente de tolerância e respeito, sem a necessidade de ficar com raiva, gritar ou dizer palavras desagradáveis.

As discussões entre o casal não podem ser evitadas, e são necessárias quando há situações para resolver. O que devemos evitar é transformá-las em verdadeiras batalhas e, claro, devemos tentar não discutir na frente das crianças.

Nesse contexto, devemos diferenciar entre discussões razoáveis, em que diferentes pontos de vista são expostos de forma assertiva, com tolerância e respeito, e aquelas que são agressivas.

Como explicam os especialistas do UNICEF em várias campanhas de conscientização, as crianças que testemunham ataques verbais e físicos experimentam uma sensação de angústia que mais tarde se transforma em sentimentos de raiva, tristeza ou medo. E quando são bebês, as consequências psicológicas são maiores. Vamos nos aprofundar nisso abaixo.

1. Têm impacto no nível subconsciente quando são bebês

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Os recém-nascidos são capazes de registrar em seu subconsciente o humor das pessoas ao seu redor, incluindo o tom de voz e os gestos. Assim como eles percebem o amor que os rodeia, também sentem quando a situação fica tensa, quando o tom de voz reflete raiva ou quando o olhar expressa agressividade.

2. Afetam seu desenvolvimento emocional 

Não importa a magnitude das discussões, crescer em um clima familiar tenso pode causar distúrbios emocionais profundos. Isso porque discutir na frente das crianças favorece o surgimento de problemas como ansiedade e falta de autoestima.

Um ambiente tranquilo, onde a criança não está envolvida nos conflitos dos adultos, contribui para um desenvolvimento psicológico harmonioso.

Leia: Excesso de exposição a telas em crianças

3. Podem criar medos em crianças em idade pré-escolar

Nessa fase, a criança ainda não desenvolveu completamente a linguagem e procura se expressar através da comunicação não verbal. Portanto, após uma discussão, elas podem chorar ou se tornar impertinentes, dificultando o seu consolo.

As crianças em idade pré-escolar ainda não conhecem as causas do conflito. Contudo, seus pensamentos ainda muito autocentrados as leva a assumir a responsabilidade pela briga, chegando a se sentirem culpadas pela tensão entre seus pais.

Segundo diversos estudos, as reações podem variar dependendo de cada criança. Algumas agem como se nada tivesse acontecido, enquanto outras podem desenvolver um medo terrível e ainda, como discutimos antes, algumas expressam suas emoções chorando histericamente.

Elas também expressam seu desgosto através de mudanças no ritmo do sono ou da alimentação. Podem regredir para estágios prévios do desenvolvimento, como urinar na cama, irritabilidade ou agressividade ao fazer atividades.

4. Podem gerar ansiedade em crianças em idade escolar

 

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Mudanças perceptíveis no comportamento de uma criança devem ser consideradas um sinal de alerta para doenças mentais, especialmente se forem prolongadas ou muito intensas.

Nessa idade, os pequenos começam a entender o que acontece. Eles podem se sentir assustados ou ansiosos e ter sentimentos de culpa com relação ao pai ou à mãe. Por isso, eles se sentem compelidos a tomar um partido. As meninas tendem a ficar do lado da mãe, enquanto os meninos tendem a defender o pai.

Em geral, as crianças se acostumam com as discussões frequentes, e é precisamente isso que cria um clima familiar instável ou disfuncional. Isso pode gerar nas crianças a necessidade de manter a situação sob controle. Além disso, pode levá-las a não expressar suas verdadeiras necessidades para evitar algum desagrado.

As crianças e as discussões com ofensas 

A criança nunca deve ser usada para ofender ou ir contra o outro progenitor, especialmente quando os pais são separados ou divorciados.

As discussões existem em todas as famílias, mas é importante fazer um esforço para ter compreensão, porque cada ser humano é diferente. O ideal é que a criança veja que seus pais se entendem e se gostam, mesmo que não sejam mais um casal. Isso é algo que até os especialistas do UNICEF recomendam.

É preferível discutir longe das crianças

 

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As discussões devem sempre ocorrer onde as crianças não estão presentes. É provável que elas entendam que seus pais discutiram, mas não sentirão que fazem parte da briga.

As crianças, especialmente as menores, não são capazes de interpretar além das palavras. Elas levam tudo ao pé da letra. Se escutarem seus pais dizendo frases como: “Chega! Basta!”, “Estou cansado de você!”, “Eu não quero ver você de novo!”, não só se sentirão magoadas, mas também inseguras porque pensarão que seus pais podem abandoná-las.

Procurar uma terapia de casal e familiar pode ser proveitoso

Frequentar a terapia de casal serve para melhorar a comunicação e restaurar o equilíbrio entre os cônjuges. Por sua vez, a terapia familiar é ideal quando a criança apresenta comportamentos inadequados ou sintomas psicossomáticos que requerem intervenção profissional.

Nesse processo, o terapeuta ajuda todo o núcleo familiar a promover relacionamentos positivos.

Confira: Uso de smartphones pelas crianças: vantagens e desvantagens

Conversar com as crianças é importante

Às vezes é inevitável ter uma discussão na presença das crianças. Nesses casos, é importante explicar a elas que todas as pessoas discutem, mesmo quando se amam. Aproveite o momento do diálogo para explicar que uma discussão entre os pais não tem nada a ver com ela.

Se o conflito já estiver resolvido, ele pode ser usado para realizar atividades familiares. Se esse não for o caso, não finja que o problema está resolvido porque as crianças são capazes de perceber a tensão.

Os pais como modelo

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Os pais são um modelo fundamental para as crianças. Ver um dos progenitores sendo verbal ou fisicamente abusado pelo outro criará uma ferida profunda que pode ter consequências na personalidade da criança e no adulto que ela se tornará.

É fundamental ensinar aos pequenos que as pessoas, quando têm opiniões diferentes sobre um tópico, podem sempre recorrer ao diálogo e que é possível criar um ambiente de tolerância e respeito, sem a necessidade de ficar com raiva, gritar ou dizer palavras desagradáveis.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Morris, A. S., Silk, J. S., Steinberg, L., Myers, S. S., & Robinson, L. R. (2007). The role of the family context in the development of emotion regulation. Social Development. https://doi.org/10.1111/j.1467-9507.2007.00389.x
  • Kim, I. H., Anderson, R. C., Nguyen-Jahiel, K., & Archodidou, A. (2007). Discourse patterns during children’s collaborative online discussions. Journal of the Learning Sciences. https://doi.org/10.1080/10508400701413419
  • Blankenship, K. M., Friedman, S. R., Dworkin, S., & Mantell, J. E. (2006). Structural interventions: Concepts, challenges and opportunities for research. In Journal of Urban Health. https://doi.org/10.1007/s11524-005-9007-4

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