Tipos de camarão: quais são as diferenças entre eles?
Escrito e verificado por a nutricionista Maria Patricia Pinero Corredor
Muitos pensam que todos os camarões são iguais. Na verdade, existem muitos tipos de camarão. Entretanto, em alguns países essa denominação é generalizada para todos, enquanto em outros, como Argentina e Espanha, por exemplo, um tipo é chamado de camarón e outro tipo de langostino. Apesar da semelhança entre eles, existem várias diferenças.
Todos são animais com ciclo de vida curto e, quando adultos, se agrupam em cardumes e isso facilita a pesca comercial. As semelhanças vêm da sua origem biológica. O biólogo Marcelo Scelzo descreve que são crustáceos decápodes, pois têm conchas e 10 patas.
Existem algumas diferenças em seu corpo, seu habitat, sua reprodução e seu sabor. Neste artigo, vamos diferenciar dois tipos: Dendrobranchiata e Pleocyemata. A seguir, explicamos como identificá-los.
Eles são biologicamente diferentes
Embora ambos sejam crustáceos pertencentes à mesma família, eles têm estruturas corporais diferentes. France e Grace apontam que os camarões que pertencem à subordem Dendrobranchiata possuem guelras ramificadas. Das 10 pernas, os primeiros 3 pares terminam em uma pinça dupla. No Brasil, podemos encontrá-los no litoral norte do Estado de São Paulo.
O camarão da subordem Pleocyemata possui guelras lamelares em apenas dois pares de patas dianteiras, e é encontrado no norte do Brasil.
Se você quiser encontrar diferenças mais práticas, verifique as antenas e a casca. Os do tipo Pleocyemata têm antenas longas e robustas que podem triplicar o tamanho do corpo. Se você olhar para a concha, verá que os segmentos se sobrepõem ao longo do abdômen. O segundo segmento da casca se sobrepõe ao primeiro e ao terceiro.
Esse tipo de camarão geralmente incuba os seus ovos nas patas que nadam; lá, eles permanecem presos até que eclodam e se tornem parte do plâncton. Algumas espécies de camarão são inicialmente machos e tornam-se fêmeas à medida que envelhecem. O tipo Dendrobranchiata se reproduz copulando machos e fêmeas, e depois liberando os ovos fertilizados na água.
Leia também: Almôndegas de pescada e camarão em molho verde
Onde vivem os diferentes tipos de camarão?
O camarões do tipo Pleocyemata se encontram em todos os fundos dos mares e oceanos do mundo. Eles precisam de oxigênio suficiente, por isso preferem águas pouco profundas. É comum encontrá-los em águas tropicais e temperadas de áreas rochosas, coexistindo com algas marinhas, fundo de lagos, recifes, manguezais, areias de praia, lagoas salobras e doces. Também podemos encontrá-los em cavernas, fendas e outras águas correntes e estagnadas.
Eles se movem pelo mar em cardumes e resistem facilmente a qualquer mudança de temperatura. Isso lhes permite uma ampla distribuição em todo o planeta.
A maior parte dos camarões do tipo Dendrobranchiata são exclusivamente marinhos, estando localizados nos paralelos de 40 graus de latitude norte e 40 graus de latitude sul. A espécie mais explorada pela atividade pesqueira, o Penaeidae, vive em águas costeiras pouco profundas. Outros cavam no fundo do mar durante o dia para emergir à noite e se alimentar.
As larvas deste tipo de camarão não são muito resistentes a baixas temperaturas. Esta parece ser a razão da sua má distribuição em latitudes crescentes.
Dendrobranchiata ou Pleocyemata: qual é o maior?
Se você quiser diferenciar rapidamente um tipo do outro, observe o seu tamanho. Os Dendrobranchiata são muito maiores do que os Pleocyemata.
Eles podem ter até 15 ou 20 centímetros de comprimento e são de cor cinza, enquanto os Pleocyemata podem ter entre 1 e 3 centímetros de comprimento. Os maiores podem medir no máximo 8 centímetros e são de cor marrom.
Diferenças nutricionais entre os tipos de camarão
À primeira vista, não há muita diferença entre os diferentes tipos de camarão, mas existem diferenças nutricionais na sua parte comestível. Vejamos quais são.
De acordo com a tabela de composição de alimentos da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o tipo de camarão Pleocyemata fresco contém cerca de 20% de proteína (semelhante ao peixe, frango e outras carnes). O seu teor de gordura é baixo, por isso é considerado magro. Contribui apenas com 1,73% com predomínio de gorduras poli-insaturadas do tipo ômega 3. O colesterol é alto, com 152 miligramas.
Também fornece minerais, como 52 miligramas de cálcio e 2,4 miligramas de ferro altamente absorvível. Das vitaminas, a A se destaca com 54 equivalentes de retinol. Potássio, sódio, magnésio e zinco estão presentes em boas quantidades.
No caso do tipo de camarão Dendrobranchiata, fornece apenas 16% de proteína e menos gordura do que o Pleocyemata. Outros nutrientes também estão abaixo, como cálcio com 27 miligramas, ferro com 1 miligrama e vitamina A com 16 equivalentes de retinol. No entanto, o potássio é muito maior no tipo Dendrobranchiata, com quase 300 miligramas.
Por outro lado, vale ressaltar que ambos os crustáceos fornecem um dos antioxidantes mais poderosos dos alimentos: a astaxantina. É o pigmento que dá a esses animais a sua cor rosada quando cozidos. Como López Roldán aponta, esse pigmento tem amplos benefícios para a saúde.
Quais são os tipos de camarão com o melhor sabor?
Do ponto de vista gastronômico, há uma pequena diferença no sabor das duas espécies de crustáceos. O Dendrobranchiata é sutilmente mais doce do que o Pleocyemata, o que sem dúvida influencia o tipo de preparo. Com ele, pode-se preparar o famoso “Camarão à paulista”. O tipo Pleocyemata tem um sabor mais intenso, por isso vai muito bem em um guisado, com molho ou nos famosos espetinhos que comemos nas praias brasileiras.
Todos os tipos de camarão combinam muito bem com alho, óleo e bastante salsinha. Se preferir, funcionam bem para acompanhar massa ou arroz.
O tipo Pleocyemata vai muito bem em uma paella, acompanhado de outros de frutos do mar, por causa do seu sabor intenso.
Quanto à textura, o camarão maior é mais firme, com uma carne mais dura e menos suculenta. No entanto, é preciso ter muito cuidado para não cozinhá-lo demais, porque isso altera o seu sabor.
Não deixe de experimentar: Crepes de camarão: confira essa deliciosa receita
As diferenças afetam a qualidade dos tipos de camarão?
Além do tamanho, casca, habitat e reprodução, as diferenças entre esses crustáceos afetam ainda mais o valor nutricional e a preparação culinária. Se você precisar aumentar sua ingestão de proteínas ou ferro, deve comer o tipo Pleocyemata, que são os menores. Mas se precisar de mais potássio e menos gordura, é melhor consumir o tipo Dendrobranchiata, ou seja, os de maior tamanho.
Na hora de escolher um preparo com frutos do mar e sabores intensos, escolha o tipo Pleocyemata, mas para pratos com sabores e texturas mais equilibradas, o tipo Dendrobranchiata é melhor. Bom apetite!
Muitos pensam que todos os camarões são iguais. Na verdade, existem muitos tipos de camarão. Entretanto, em alguns países essa denominação é generalizada para todos, enquanto em outros, como Argentina e Espanha, por exemplo, um tipo é chamado de camarón e outro tipo de langostino. Apesar da semelhança entre eles, existem várias diferenças.
Todos são animais com ciclo de vida curto e, quando adultos, se agrupam em cardumes e isso facilita a pesca comercial. As semelhanças vêm da sua origem biológica. O biólogo Marcelo Scelzo descreve que são crustáceos decápodes, pois têm conchas e 10 patas.
Existem algumas diferenças em seu corpo, seu habitat, sua reprodução e seu sabor. Neste artigo, vamos diferenciar dois tipos: Dendrobranchiata e Pleocyemata. A seguir, explicamos como identificá-los.
Eles são biologicamente diferentes
Embora ambos sejam crustáceos pertencentes à mesma família, eles têm estruturas corporais diferentes. France e Grace apontam que os camarões que pertencem à subordem Dendrobranchiata possuem guelras ramificadas. Das 10 pernas, os primeiros 3 pares terminam em uma pinça dupla. No Brasil, podemos encontrá-los no litoral norte do Estado de São Paulo.
O camarão da subordem Pleocyemata possui guelras lamelares em apenas dois pares de patas dianteiras, e é encontrado no norte do Brasil.
Se você quiser encontrar diferenças mais práticas, verifique as antenas e a casca. Os do tipo Pleocyemata têm antenas longas e robustas que podem triplicar o tamanho do corpo. Se você olhar para a concha, verá que os segmentos se sobrepõem ao longo do abdômen. O segundo segmento da casca se sobrepõe ao primeiro e ao terceiro.
Esse tipo de camarão geralmente incuba os seus ovos nas patas que nadam; lá, eles permanecem presos até que eclodam e se tornem parte do plâncton. Algumas espécies de camarão são inicialmente machos e tornam-se fêmeas à medida que envelhecem. O tipo Dendrobranchiata se reproduz copulando machos e fêmeas, e depois liberando os ovos fertilizados na água.
Leia também: Almôndegas de pescada e camarão em molho verde
Onde vivem os diferentes tipos de camarão?
O camarões do tipo Pleocyemata se encontram em todos os fundos dos mares e oceanos do mundo. Eles precisam de oxigênio suficiente, por isso preferem águas pouco profundas. É comum encontrá-los em águas tropicais e temperadas de áreas rochosas, coexistindo com algas marinhas, fundo de lagos, recifes, manguezais, areias de praia, lagoas salobras e doces. Também podemos encontrá-los em cavernas, fendas e outras águas correntes e estagnadas.
Eles se movem pelo mar em cardumes e resistem facilmente a qualquer mudança de temperatura. Isso lhes permite uma ampla distribuição em todo o planeta.
A maior parte dos camarões do tipo Dendrobranchiata são exclusivamente marinhos, estando localizados nos paralelos de 40 graus de latitude norte e 40 graus de latitude sul. A espécie mais explorada pela atividade pesqueira, o Penaeidae, vive em águas costeiras pouco profundas. Outros cavam no fundo do mar durante o dia para emergir à noite e se alimentar.
As larvas deste tipo de camarão não são muito resistentes a baixas temperaturas. Esta parece ser a razão da sua má distribuição em latitudes crescentes.
Dendrobranchiata ou Pleocyemata: qual é o maior?
Se você quiser diferenciar rapidamente um tipo do outro, observe o seu tamanho. Os Dendrobranchiata são muito maiores do que os Pleocyemata.
Eles podem ter até 15 ou 20 centímetros de comprimento e são de cor cinza, enquanto os Pleocyemata podem ter entre 1 e 3 centímetros de comprimento. Os maiores podem medir no máximo 8 centímetros e são de cor marrom.
Diferenças nutricionais entre os tipos de camarão
À primeira vista, não há muita diferença entre os diferentes tipos de camarão, mas existem diferenças nutricionais na sua parte comestível. Vejamos quais são.
De acordo com a tabela de composição de alimentos da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o tipo de camarão Pleocyemata fresco contém cerca de 20% de proteína (semelhante ao peixe, frango e outras carnes). O seu teor de gordura é baixo, por isso é considerado magro. Contribui apenas com 1,73% com predomínio de gorduras poli-insaturadas do tipo ômega 3. O colesterol é alto, com 152 miligramas.
Também fornece minerais, como 52 miligramas de cálcio e 2,4 miligramas de ferro altamente absorvível. Das vitaminas, a A se destaca com 54 equivalentes de retinol. Potássio, sódio, magnésio e zinco estão presentes em boas quantidades.
No caso do tipo de camarão Dendrobranchiata, fornece apenas 16% de proteína e menos gordura do que o Pleocyemata. Outros nutrientes também estão abaixo, como cálcio com 27 miligramas, ferro com 1 miligrama e vitamina A com 16 equivalentes de retinol. No entanto, o potássio é muito maior no tipo Dendrobranchiata, com quase 300 miligramas.
Por outro lado, vale ressaltar que ambos os crustáceos fornecem um dos antioxidantes mais poderosos dos alimentos: a astaxantina. É o pigmento que dá a esses animais a sua cor rosada quando cozidos. Como López Roldán aponta, esse pigmento tem amplos benefícios para a saúde.
Quais são os tipos de camarão com o melhor sabor?
Do ponto de vista gastronômico, há uma pequena diferença no sabor das duas espécies de crustáceos. O Dendrobranchiata é sutilmente mais doce do que o Pleocyemata, o que sem dúvida influencia o tipo de preparo. Com ele, pode-se preparar o famoso “Camarão à paulista”. O tipo Pleocyemata tem um sabor mais intenso, por isso vai muito bem em um guisado, com molho ou nos famosos espetinhos que comemos nas praias brasileiras.
Todos os tipos de camarão combinam muito bem com alho, óleo e bastante salsinha. Se preferir, funcionam bem para acompanhar massa ou arroz.
O tipo Pleocyemata vai muito bem em uma paella, acompanhado de outros de frutos do mar, por causa do seu sabor intenso.
Quanto à textura, o camarão maior é mais firme, com uma carne mais dura e menos suculenta. No entanto, é preciso ter muito cuidado para não cozinhá-lo demais, porque isso altera o seu sabor.
Não deixe de experimentar: Crepes de camarão: confira essa deliciosa receita
As diferenças afetam a qualidade dos tipos de camarão?
Além do tamanho, casca, habitat e reprodução, as diferenças entre esses crustáceos afetam ainda mais o valor nutricional e a preparação culinária. Se você precisar aumentar sua ingestão de proteínas ou ferro, deve comer o tipo Pleocyemata, que são os menores. Mas se precisar de mais potássio e menos gordura, é melhor consumir o tipo Dendrobranchiata, ou seja, os de maior tamanho.
Na hora de escolher um preparo com frutos do mar e sabores intensos, escolha o tipo Pleocyemata, mas para pratos com sabores e texturas mais equilibradas, o tipo Dendrobranchiata é melhor. Bom apetite!
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Instituto de Nutrición de Centro América y Panamá (INCAP). Organización Panamericana d ela Salud. Tabla de composición de Alimentos. Segunda edición. Reimpresión Serviprensa, S.A. 2012.
- Scelzo, M. Biología reproductiva del langostino y del camarón de las aguas marinas Argentinas. El Mar Argentino y sus Recursos Pesqueros. 2016, 6: 71-88.
- Álvarez , F., Villalobos, J., Hendrick, M., Escobar-Briones, E., Rodríguez, G., y Campos, E. Biodiversidad de crustáceos decápodos (Crustacea: Decapoda) en México. 2014, Revista Mexicana de Biodiversidad, Supl. 85: S208-S219.
- Fransen, C., De Grave, S. Evolution and radiation of shrimp-like decapods: An overview. ResearchGate. 2009, 245-259.
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