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O que é a síndrome do membro fantasma?

4 minutos
A síndrome do membro fantasma é uma condição incômoda sofrida por pessoas que passaram por amputações. Ainda não existe um tratamento específico, mas foram feitos avanços nas abordagens para aliviar o desconforto.
O que é a síndrome do membro fantasma?
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto

Escrito por Leonardo Biolatto
Última atualização: 27 maio, 2022

A síndrome do membro fantasma surge quando uma pessoa sofre uma amputação e, apesar disso, continua a apresentar sensações naquela região específica. Apesar do membro amputado não existir mais, o cérebro interpreta que ele ainda está ali.

As sensações que surgem no local onde estava o membro são de dor, coceira, calor e pressão. Todas elas podem aparecer em conjunto ou uma por vez. Não há um padrão de apresentação.

A síndrome do membro fantasma foi descrita pelo médico Silas Weir Mitchel. Este profissional atendia soldados da guerra civil norte-americana, muitos deles amputados pelas vicissitudes dos confrontos. Entre eles, ele pôde observar os sintomas do membro fantasma com frequência.

As sensações são tão comuns que estima-se que até 85% dos amputados sofram com este problema. Com o passar do tempo ele se torna menos evidente, mas pode durar décadas após a amputação.

Formas de apresentação da síndrome do membro fantasma

A síndrome do membro fantasma pode assumir três modalidades clínicas:

1. Dor de extremidade residual

Ao amputar um membro, a região fica com um toco. Este toco tem terminações nervosas e pode provocar uma dor que simule no cérebro a localização da parte do membro que não existe mais. Também pode ocorrer um acúmulo de líquido inflamatório ou de sangue que contribua para o processo doloroso.

2. Sensação de membro fantasma

Logo após a amputação, durante o primeiro mês, quase todos os amputados sentem como se o membro ainda estivesse ali. Trata-se de uma sensação, e não de dor.

3. Dor do membro fantasma

Esta é a forma mais incômoda e mais difícil de tratar. Junto com a dor, pode haver uma sensação de coceira ou de temperatura elevada. Ela é bastante persistente no tempo e ainda há discussões científicas em andamento a respeito da sua origem real; não se sabe se ela tem relação com os nervos periféricos ou do cérebro.

Leia também: 14 passos para uma amputação supracondiliana

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A síndrome do membro fantasma ocorre quando uma pessoa sofre uma amputação. Em geral, provoca um conjunto de sensações no local onde ficava o membro amputado.

Por que esta síndrome ocorre?

A síndrome do membro fantasma se fundamenta na representação que o cérebro tem do corpo. Para funcionar diariamente, nosso cérebro elabora um esquema corporal de como somos externamente.

Ao amputar um membro, persiste no cérebro a estrutura corporal assimilada antes da amputação. Para o cérebro, os membros continuam estando no mesmo lugar, até que ele consiga elaborar um novo esquema mental.

A elaboração do novo esquema é lenta, e os sinais são confusos para os neurônios. Toda a informação nova sobrecarrega o cérebro, que precisa aprender novamente em que corpo se encontra.

Em termos neurológicos, estamos falando da memória somatossensorial. Esta memória do sistema nervoso se alimenta das sensações que vamos percebendo.

Ou seja, as experiências que nos provocam dor, nos apertam, nos causam calor, nos causam frio ou nos causam coceira ajudam o corpo a perceber a si mesmo.

Sintomas da síndrome do membro fantasma

Os sinais da presença da síndrome do membro fantasma são relatados pelos pacientes. O médico chega ao diagnóstico pela referência que o amputado faz das suas sensações. Entre os sintomas mais comuns, estão:

  • Dor
  • Coceira
  • Temperaturas extremas de frio e calor
  • Sensação de que o membro inexistente está realizando alguma ação, como mover os dedos ou se colocar em alguma posição particular.
  • Invaginação: é a sensação de que o membro faltante se dobra.

Continue lendo: Como são classificados os medicamentos analgésicos

Possíveis tratamentos

Há duas maneiras de abordar a síndrome do membro fantasma. Em geral, é preciso combiná-las. Uma forma é a farmacológica e a outra é a das terapias e técnicas.

A abordagem farmacológica envolve analgésicos e adjuvantes da analgesia. São usados antidepressivos, neurolépticos e reguladores da transmissão neuronal.

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O uso de analgésicos é uma opção de tratamento para a síndrome do membro fantasma, embora não seja totalmente eficaz.

Quanto às terapias não farmacológicas, as opções são a kinesioterapia, estimulação elétrica, terapia-espelho para os neurônios, espelho do sistema nervoso e até cirurgia cerebral. Não há uma técnica que tenha sido totalmente eficaz para acalmar os sintomas.

Estudos científicos sugerem que uma gestão correta da dor pré-operatória à amputação poderia ajudar. Foi proposta a utilização de analgesia local contínua pré-operatória no momento de realizar a cirurgia de amputação.

Esta abordagem não é fácil, mas continua sendo estudada. As evoluções no conhecimento das causas e na fisiopatologia do cérebro permitiram alcançar diversos avanços para entender a origem da síndrome do membro fantasma.

A síndrome do membro fantasma surge quando uma pessoa sofre uma amputação e, apesar disso, continua a apresentar sensações naquela região específica. Apesar do membro amputado não existir mais, o cérebro interpreta que ele ainda está ali.

As sensações que surgem no local onde estava o membro são de dor, coceira, calor e pressão. Todas elas podem aparecer em conjunto ou uma por vez. Não há um padrão de apresentação.

A síndrome do membro fantasma foi descrita pelo médico Silas Weir Mitchel. Este profissional atendia soldados da guerra civil norte-americana, muitos deles amputados pelas vicissitudes dos confrontos. Entre eles, ele pôde observar os sintomas do membro fantasma com frequência.

As sensações são tão comuns que estima-se que até 85% dos amputados sofram com este problema. Com o passar do tempo ele se torna menos evidente, mas pode durar décadas após a amputação.

Formas de apresentação da síndrome do membro fantasma

A síndrome do membro fantasma pode assumir três modalidades clínicas:

1. Dor de extremidade residual

Ao amputar um membro, a região fica com um toco. Este toco tem terminações nervosas e pode provocar uma dor que simule no cérebro a localização da parte do membro que não existe mais. Também pode ocorrer um acúmulo de líquido inflamatório ou de sangue que contribua para o processo doloroso.

2. Sensação de membro fantasma

Logo após a amputação, durante o primeiro mês, quase todos os amputados sentem como se o membro ainda estivesse ali. Trata-se de uma sensação, e não de dor.

3. Dor do membro fantasma

Esta é a forma mais incômoda e mais difícil de tratar. Junto com a dor, pode haver uma sensação de coceira ou de temperatura elevada. Ela é bastante persistente no tempo e ainda há discussões científicas em andamento a respeito da sua origem real; não se sabe se ela tem relação com os nervos periféricos ou do cérebro.

Leia também: 14 passos para uma amputação supracondiliana

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A síndrome do membro fantasma ocorre quando uma pessoa sofre uma amputação. Em geral, provoca um conjunto de sensações no local onde ficava o membro amputado.

Por que esta síndrome ocorre?

A síndrome do membro fantasma se fundamenta na representação que o cérebro tem do corpo. Para funcionar diariamente, nosso cérebro elabora um esquema corporal de como somos externamente.

Ao amputar um membro, persiste no cérebro a estrutura corporal assimilada antes da amputação. Para o cérebro, os membros continuam estando no mesmo lugar, até que ele consiga elaborar um novo esquema mental.

A elaboração do novo esquema é lenta, e os sinais são confusos para os neurônios. Toda a informação nova sobrecarrega o cérebro, que precisa aprender novamente em que corpo se encontra.

Em termos neurológicos, estamos falando da memória somatossensorial. Esta memória do sistema nervoso se alimenta das sensações que vamos percebendo.

Ou seja, as experiências que nos provocam dor, nos apertam, nos causam calor, nos causam frio ou nos causam coceira ajudam o corpo a perceber a si mesmo.

Sintomas da síndrome do membro fantasma

Os sinais da presença da síndrome do membro fantasma são relatados pelos pacientes. O médico chega ao diagnóstico pela referência que o amputado faz das suas sensações. Entre os sintomas mais comuns, estão:

  • Dor
  • Coceira
  • Temperaturas extremas de frio e calor
  • Sensação de que o membro inexistente está realizando alguma ação, como mover os dedos ou se colocar em alguma posição particular.
  • Invaginação: é a sensação de que o membro faltante se dobra.

Continue lendo: Como são classificados os medicamentos analgésicos

Possíveis tratamentos

Há duas maneiras de abordar a síndrome do membro fantasma. Em geral, é preciso combiná-las. Uma forma é a farmacológica e a outra é a das terapias e técnicas.

A abordagem farmacológica envolve analgésicos e adjuvantes da analgesia. São usados antidepressivos, neurolépticos e reguladores da transmissão neuronal.

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O uso de analgésicos é uma opção de tratamento para a síndrome do membro fantasma, embora não seja totalmente eficaz.

Quanto às terapias não farmacológicas, as opções são a kinesioterapia, estimulação elétrica, terapia-espelho para os neurônios, espelho do sistema nervoso e até cirurgia cerebral. Não há uma técnica que tenha sido totalmente eficaz para acalmar os sintomas.

Estudos científicos sugerem que uma gestão correta da dor pré-operatória à amputação poderia ajudar. Foi proposta a utilização de analgesia local contínua pré-operatória no momento de realizar a cirurgia de amputação.

Esta abordagem não é fácil, mas continua sendo estudada. As evoluções no conhecimento das causas e na fisiopatologia do cérebro permitiram alcançar diversos avanços para entender a origem da síndrome do membro fantasma.


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  • Bang MS, Jung SH. Phantom limb pain. In: Frontera WR, Silver JK, Rizzo TD, eds. Essentials of Physical Medicine and Rehabilitation. 3rd ed. Philadelphia, PA: Elsevier Saunders; 2015:chap 107.
  • V.S. Ramachadran, D. Roger-Ramachadran, S. Cobb. Touching the phantom limb. Nature, 377 (1995), pp. 489-490.
  • B. Subedi, G.T. Grossberg. Phantom limb pain: mechanisms and treatment approaches. Pain Res Treat, 2011 (2011), pp. 864605.
  • Srivastava D. Chronic post-amputation pain: peri-operative management – Review. Br J Pain. 2017;11(4):192–202. doi:10.1177/2049463717736492

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