As relações líquidas e a fragilidade dos vínculos
Revisado e aprovado por o psicólogo Bernardo Peña
As relações líquidas afetam tanto os casais quanto as amizades e até a família. O que elas têm em comum? Que sua duração é determinada, ou seja, têm um final muito mais próximo que o esperado.
Parece que a sociedade mudou e nós mudamos com ela. Antes os vínculos eram mais sólidos, muito mais fortes, e agora, sem sermos conscientes disso, mergulhamos em relações líquidas que, cedo ou tarde, se perdem no tempo.
As relações líquidas em nossa sociedade
Infidelidades, decepções, problemas de dependência emocional… Todas essas circunstâncias podem fazer com que uma relação se torne tóxica ou, que, pelo contrário, se rompa. Em todos esses casos, este é um desenlace infeliz.
Os laços que estabelecemos com as outras pessoas cedo ou tarde se desfazem e se transformam em lembranças. O grande problema é que, quando esses vínculos se rompem, ficamos conscientes de uma realidade terrível: estamos sozinhos.
Mas, por que as relações se tornaram líquidas? Atualmente, nos vemos no aperto de satisfazer nossas necessidades o mais rápido possível. Quando nos sentimos satisfeitos, passamos para outra coisa. Pode resultar superficial e bastante “egoísta”, mas atualmente muitas pessoas vivem esta realidade.
Descubra: Codependência: cordas que machucam
Além disso, é importante destacar que muitas pessoas temem esse “para sempre”. Queremos desfrutar da vida, viver ao máximo, e nos sentirmos atados a alguém não é algo que entre em nossos planos. Além disso, a responsabilidade que pode acarretar um matrimônio ou ter filhos são situações das quais muitos tentam escapar.
Talvez não se sintam preparados, talvez queiram sentir essa liberdade que lhes permite ser eles mesmos sem cargas nem responsabilidades. Mas, como tudo tem suas consequências, as relações começam a apresentar vínculos terrivelmente frágeis.
Sabemos o que queremos?
Talvez você não se identifique com esse tipo de relação, mas de alguma maneira a sociedade o empurra a experimentá-las, de forma direta ou indireta. Nas palavras de Zygmunt Bauman, um sociólogo e filósofo polaco, nossa sociedade muda de uma maneira muito rápida. Portanto, exige que sejamos flexíveis para nos adaptarmos e nos “acostumarmos” a essas transformações.
Tudo isso não só dá lugar às relações líquidas, mas também, segundo Bauman, faz com que desenvolvamos uma “identidade líquida” que se endurecerá no exterior, ou seja, se vestirá com uma armadura. Assim, aparentemente, será sólida e forte, mas por dentro a pessoa será frágil, fraca e estará desgarrada.
Leia: Amadurecer é ser feliz sabendo que nem tudo é perfeito
É verdade que, com essas contínuas mudanças, manter relações sólidas é algo muito difícil. Precisamos de uma constância, uma estabilidade para poder evitar esses vínculos tão frágeis. Mas atualmente isso não é possível.
A importância que as redes sociais têm também influi essa nova forma de viver as relações. Alguma vez você se preocupou com a quantidade de amigos que tem no Facebook? Já seguiu pessoas no Twitter para aumentar seu número de seguidores?
Como você pode comprovar, prefere-se a quantidade em relação à qualidade, e isso também se refletirá em suas reações reais. Os mais jovens querem ir leves pela vida, mudam de amigos e de parceiro muito rapidamente, e cada vez mais a família vai perdendo a importância.
Relações que se transformam em conexões
As pessoas que mantêm relações líquidas sabem que não podem planejar sua vida a longo prazo. As mudanças se sucedem e, de um momento a outro, pode ser que tudo dê um giro de 180°. É por isso que não se comprometem e começam a ter medo dos sentimentos.
Sabem que os sentimentos podem gerar dependência, e isso não lhes convêm. Além disso, são conscientes de que há muitos peixes no mar e de que, se uma pessoa se vai, pode ser substituída por outra sem nenhum problema.
Com tudo isso, podemos dizer que mais que relações, o que se estabelecem são “conexões” com outras pessoas. Realmente não nos entregamos 100% e sabemos que essa relação vai ter seu final cedo ou tarde.
Conclusão
Podemos sair de tudo isso? Podemos voltar às relações sólidas? É importante mencionar que nem todas as pessoas se deixam levar por esta “modernidade líquida”, mas se você se viu submergir em tudo isso e deseja evitar essa situação, aqui deixamos três conselhos
- Solidifique sua identidade: conecte-se com seu “eu” mais profundo e descubra o que é que você verdadeiramente quer ou necessita. Assim, conseguirá ser autêntico.
- Modifique sua perspectiva: pergunte-se se você valoriza mais a quantidade do que a qualidade e, em função disso, mude sua perspectiva.
- Aprenda a se comprometer: o compromisso e a responsabilidade não têm por que serem negativos, por isso, você deve estar disposto a arriscar, a se entregar. Não se preocupe tanto, não tenha tanto medo, apenas os que se arriscam vencem.
Você estabeleceu relações líquidas? O que pensa sobre este tema? Ainda que pareça que tudo é negativo, a verdade é que, escolhamos uma opção ou outra, tudo tem suas partes positivas e negativas. Em suas mãos fica a escolha entre as relações sólidas ou os vínculos frágeis.
As relações líquidas afetam tanto os casais quanto as amizades e até a família. O que elas têm em comum? Que sua duração é determinada, ou seja, têm um final muito mais próximo que o esperado.
Parece que a sociedade mudou e nós mudamos com ela. Antes os vínculos eram mais sólidos, muito mais fortes, e agora, sem sermos conscientes disso, mergulhamos em relações líquidas que, cedo ou tarde, se perdem no tempo.
As relações líquidas em nossa sociedade
Infidelidades, decepções, problemas de dependência emocional… Todas essas circunstâncias podem fazer com que uma relação se torne tóxica ou, que, pelo contrário, se rompa. Em todos esses casos, este é um desenlace infeliz.
Os laços que estabelecemos com as outras pessoas cedo ou tarde se desfazem e se transformam em lembranças. O grande problema é que, quando esses vínculos se rompem, ficamos conscientes de uma realidade terrível: estamos sozinhos.
Mas, por que as relações se tornaram líquidas? Atualmente, nos vemos no aperto de satisfazer nossas necessidades o mais rápido possível. Quando nos sentimos satisfeitos, passamos para outra coisa. Pode resultar superficial e bastante “egoísta”, mas atualmente muitas pessoas vivem esta realidade.
Descubra: Codependência: cordas que machucam
Além disso, é importante destacar que muitas pessoas temem esse “para sempre”. Queremos desfrutar da vida, viver ao máximo, e nos sentirmos atados a alguém não é algo que entre em nossos planos. Além disso, a responsabilidade que pode acarretar um matrimônio ou ter filhos são situações das quais muitos tentam escapar.
Talvez não se sintam preparados, talvez queiram sentir essa liberdade que lhes permite ser eles mesmos sem cargas nem responsabilidades. Mas, como tudo tem suas consequências, as relações começam a apresentar vínculos terrivelmente frágeis.
Sabemos o que queremos?
Talvez você não se identifique com esse tipo de relação, mas de alguma maneira a sociedade o empurra a experimentá-las, de forma direta ou indireta. Nas palavras de Zygmunt Bauman, um sociólogo e filósofo polaco, nossa sociedade muda de uma maneira muito rápida. Portanto, exige que sejamos flexíveis para nos adaptarmos e nos “acostumarmos” a essas transformações.
Tudo isso não só dá lugar às relações líquidas, mas também, segundo Bauman, faz com que desenvolvamos uma “identidade líquida” que se endurecerá no exterior, ou seja, se vestirá com uma armadura. Assim, aparentemente, será sólida e forte, mas por dentro a pessoa será frágil, fraca e estará desgarrada.
Leia: Amadurecer é ser feliz sabendo que nem tudo é perfeito
É verdade que, com essas contínuas mudanças, manter relações sólidas é algo muito difícil. Precisamos de uma constância, uma estabilidade para poder evitar esses vínculos tão frágeis. Mas atualmente isso não é possível.
A importância que as redes sociais têm também influi essa nova forma de viver as relações. Alguma vez você se preocupou com a quantidade de amigos que tem no Facebook? Já seguiu pessoas no Twitter para aumentar seu número de seguidores?
Como você pode comprovar, prefere-se a quantidade em relação à qualidade, e isso também se refletirá em suas reações reais. Os mais jovens querem ir leves pela vida, mudam de amigos e de parceiro muito rapidamente, e cada vez mais a família vai perdendo a importância.
Relações que se transformam em conexões
As pessoas que mantêm relações líquidas sabem que não podem planejar sua vida a longo prazo. As mudanças se sucedem e, de um momento a outro, pode ser que tudo dê um giro de 180°. É por isso que não se comprometem e começam a ter medo dos sentimentos.
Sabem que os sentimentos podem gerar dependência, e isso não lhes convêm. Além disso, são conscientes de que há muitos peixes no mar e de que, se uma pessoa se vai, pode ser substituída por outra sem nenhum problema.
Com tudo isso, podemos dizer que mais que relações, o que se estabelecem são “conexões” com outras pessoas. Realmente não nos entregamos 100% e sabemos que essa relação vai ter seu final cedo ou tarde.
Conclusão
Podemos sair de tudo isso? Podemos voltar às relações sólidas? É importante mencionar que nem todas as pessoas se deixam levar por esta “modernidade líquida”, mas se você se viu submergir em tudo isso e deseja evitar essa situação, aqui deixamos três conselhos
- Solidifique sua identidade: conecte-se com seu “eu” mais profundo e descubra o que é que você verdadeiramente quer ou necessita. Assim, conseguirá ser autêntico.
- Modifique sua perspectiva: pergunte-se se você valoriza mais a quantidade do que a qualidade e, em função disso, mude sua perspectiva.
- Aprenda a se comprometer: o compromisso e a responsabilidade não têm por que serem negativos, por isso, você deve estar disposto a arriscar, a se entregar. Não se preocupe tanto, não tenha tanto medo, apenas os que se arriscam vencem.
Você estabeleceu relações líquidas? O que pensa sobre este tema? Ainda que pareça que tudo é negativo, a verdade é que, escolhamos uma opção ou outra, tudo tem suas partes positivas e negativas. Em suas mãos fica a escolha entre as relações sólidas ou os vínculos frágeis.
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Bauman, Z. (2013). Amor líquido. Acerca de la fragilidad de los vínculos humanos.
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