Por que algumas pessoas são mais sensíveis à dor do que outras?
Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto
A existência de pessoas mais sensíveis à dor do que outras é de conhecimento geral. Todos nós experimentamos essa diferença em primeira mão. Entre diferentes indivíduos, mesmo da mesma idade ou da mesma família, a sensibilidade à dor pode ser altamente variável. Da mesma forma, a resposta de cada organismo aos analgésicos para o tratamento da dor é altamente variável.
Mas o que exatamente é a dor? Isso não é fácil de definir. Na comunidade científica, existe um consenso em descrever que a dor é uma experiência desagradável associada a um dano real ou potencial.
Por ser difícil de definir, também é difícil de tratar e interpretar. Para o clínico geral, lidar com uma situação de dor é uma tarefa complicada. Se adicionarmos a isso o fato de que algumas pessoas são mais sensíveis à dor do que outras, então encontrar a abordagem certa para a dor de cada pessoa se torna um caminho espinhoso.
Estima-se que mais da metade das mudanças na sensibilidade à dor em humanos possam ser atribuídas a causas genéticas. Basicamente, é como dizer que o limiar da dor que suportamos está em nosso DNA.
O limiar da dor é a quantidade mínima de estímulo que pode ser suportado até sentirmos a sensação que identificamos como dolorosa. Esse limite é específico para cada indivíduo e é modificado por alguns outros fatores, além da genética.
Fatores de sensibilidade à dor
Como antecipamos, existem pessoas mais sensíveis à dor do que outras por razões genéticas. No entanto, essa genética é afetada continuamente e com o tempo. Os fatores que as afetam são:
- Epigenética: alguns estudos científicos analisaram a sensibilidade à dor de gêmeos idênticos a fim de descobrir a variabilidade genética. Os gêmeos têm o mesmo DNA, mas não reagem da mesma forma à dor. Estudos concluem que o contexto social e o estilo de vida modificam o limiar da dor.
- Dessensibilização: a dor é uma sensação percebida por receptores no corpo chamados nociceptores. Quando o estímulo de dor é crônico e prolongado no tempo, os nociceptores se desligam. Isso é a dessensibilização.
- Atenção: sabe-se também que a atenção dada à dor pode aumentá-la ou diminuí-la. Em exercícios nos quais o paciente com dor deve prestar atenção em outras coisas, a dor tende a ser percebida como mais leve.
- Sono: existem pessoas mais sensíveis à dor do que outras devido à privação de sono. Estudos científicos também investigaram essa variável e encontraram resultados que indicam que o sono de má qualidade aumenta a atividade cerebral nas áreas que interpretam a dor. Quanto pior o descanso, menor o limiar da dor.
Não deixe de ler: Dor irruptiva: sintomas e tratamento
Os menos sensíveis à dor
Existem alterações genéticas incomuns cujo resultado é a insensibilidade à dor. No início da sua descoberta, essa condição era denominada analgesia pura. Com o tempo e o maior conhecimento da genética o diagnóstico tornou-se mais preciso. Hoje temos identidade para alterações, como a canalopatia por insensibilidade à dor ou a mutação do gene SCN11A.
Mutações genéticas que alteram a sensibilidade à dor levando à analgesia geralmente consistem em alterações nos nociceptores. Algumas outras mutações afetam os nervos que transportam as informações sobre a dor para o cérebro.
Embora pareça uma vantagem sobre as pessoas mais sensíveis à dor, na realidade não é. A ausência de dor é um perigo para a vida de quem possui essa característica.
Por não perceber a dor, o corpo perde a oportunidade de responder a perigos potenciais ou reais. Vamos imaginar que enfiar um prego no pé não desencadeou uma resposta de defesa e o prego provocou uma infecção. Da mesma forma, se uma dor em um órgão interno não der o aviso correspondente, a doença pode progredir até a morte.
Leia também: O cérebro pode sentir dor?
Pessoas mais sensíveis à dor
No outro extremo, oposto àqueles insensíveis à dor, temos pessoas que são mais sensíveis à dor. São eles que interpretam os sinais de dor de forma exagerada, tornando até mesmo o mínimo insuportável. Neste distúrbio também há alterações genéticas com nomes e sobrenomes, como eritermalgia primária. O gene afetado é o SCN9A, que aumentará a transmissão nervosa da dor.
Além do componente genético, existem pessoas mais sensíveis à dor do que outras por causa das morfinas e dos vícios. Os indivíduos que usam derivados da morfina como analgésicos cronicamente, ou que são viciados em heroína, podem se tornar mais sensíveis à dor com o tempo.
Esse estado de hiperalgesia geralmente está associado a outro estado conhecido como alodínia. Alodínia é a dor provocada por situações que não deveriam ser dolorosas, como a fricção das roupas, por exemplo. Aqueles que são mais sensíveis à dor geralmente sentem dor devido a estímulos leves.
A existência de pessoas mais sensíveis à dor do que outras é de conhecimento geral. Todos nós experimentamos essa diferença em primeira mão. Entre diferentes indivíduos, mesmo da mesma idade ou da mesma família, a sensibilidade à dor pode ser altamente variável. Da mesma forma, a resposta de cada organismo aos analgésicos para o tratamento da dor é altamente variável.
Mas o que exatamente é a dor? Isso não é fácil de definir. Na comunidade científica, existe um consenso em descrever que a dor é uma experiência desagradável associada a um dano real ou potencial.
Por ser difícil de definir, também é difícil de tratar e interpretar. Para o clínico geral, lidar com uma situação de dor é uma tarefa complicada. Se adicionarmos a isso o fato de que algumas pessoas são mais sensíveis à dor do que outras, então encontrar a abordagem certa para a dor de cada pessoa se torna um caminho espinhoso.
Estima-se que mais da metade das mudanças na sensibilidade à dor em humanos possam ser atribuídas a causas genéticas. Basicamente, é como dizer que o limiar da dor que suportamos está em nosso DNA.
O limiar da dor é a quantidade mínima de estímulo que pode ser suportado até sentirmos a sensação que identificamos como dolorosa. Esse limite é específico para cada indivíduo e é modificado por alguns outros fatores, além da genética.
Fatores de sensibilidade à dor
Como antecipamos, existem pessoas mais sensíveis à dor do que outras por razões genéticas. No entanto, essa genética é afetada continuamente e com o tempo. Os fatores que as afetam são:
- Epigenética: alguns estudos científicos analisaram a sensibilidade à dor de gêmeos idênticos a fim de descobrir a variabilidade genética. Os gêmeos têm o mesmo DNA, mas não reagem da mesma forma à dor. Estudos concluem que o contexto social e o estilo de vida modificam o limiar da dor.
- Dessensibilização: a dor é uma sensação percebida por receptores no corpo chamados nociceptores. Quando o estímulo de dor é crônico e prolongado no tempo, os nociceptores se desligam. Isso é a dessensibilização.
- Atenção: sabe-se também que a atenção dada à dor pode aumentá-la ou diminuí-la. Em exercícios nos quais o paciente com dor deve prestar atenção em outras coisas, a dor tende a ser percebida como mais leve.
- Sono: existem pessoas mais sensíveis à dor do que outras devido à privação de sono. Estudos científicos também investigaram essa variável e encontraram resultados que indicam que o sono de má qualidade aumenta a atividade cerebral nas áreas que interpretam a dor. Quanto pior o descanso, menor o limiar da dor.
Não deixe de ler: Dor irruptiva: sintomas e tratamento
Os menos sensíveis à dor
Existem alterações genéticas incomuns cujo resultado é a insensibilidade à dor. No início da sua descoberta, essa condição era denominada analgesia pura. Com o tempo e o maior conhecimento da genética o diagnóstico tornou-se mais preciso. Hoje temos identidade para alterações, como a canalopatia por insensibilidade à dor ou a mutação do gene SCN11A.
Mutações genéticas que alteram a sensibilidade à dor levando à analgesia geralmente consistem em alterações nos nociceptores. Algumas outras mutações afetam os nervos que transportam as informações sobre a dor para o cérebro.
Embora pareça uma vantagem sobre as pessoas mais sensíveis à dor, na realidade não é. A ausência de dor é um perigo para a vida de quem possui essa característica.
Por não perceber a dor, o corpo perde a oportunidade de responder a perigos potenciais ou reais. Vamos imaginar que enfiar um prego no pé não desencadeou uma resposta de defesa e o prego provocou uma infecção. Da mesma forma, se uma dor em um órgão interno não der o aviso correspondente, a doença pode progredir até a morte.
Leia também: O cérebro pode sentir dor?
Pessoas mais sensíveis à dor
No outro extremo, oposto àqueles insensíveis à dor, temos pessoas que são mais sensíveis à dor. São eles que interpretam os sinais de dor de forma exagerada, tornando até mesmo o mínimo insuportável. Neste distúrbio também há alterações genéticas com nomes e sobrenomes, como eritermalgia primária. O gene afetado é o SCN9A, que aumentará a transmissão nervosa da dor.
Além do componente genético, existem pessoas mais sensíveis à dor do que outras por causa das morfinas e dos vícios. Os indivíduos que usam derivados da morfina como analgésicos cronicamente, ou que são viciados em heroína, podem se tornar mais sensíveis à dor com o tempo.
Esse estado de hiperalgesia geralmente está associado a outro estado conhecido como alodínia. Alodínia é a dor provocada por situações que não deveriam ser dolorosas, como a fricção das roupas, por exemplo. Aqueles que são mais sensíveis à dor geralmente sentem dor devido a estímulos leves.
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- Sandkühler, J. (2009). Models and mechanisms of hyperalgesia and allodyinia. Physiological Reviews, 89: 707-758.
- Breivik H., Borchgrevink P.C., Allen S.M., Rosseland L.A., Romundstad L., Breivik-Hals E.K., et al. Assessment of pain. Br J Anaesth. 2008; 101:17-24.
- Cordoliani, F. “Eritermalgia.” EMC-Tratado de Medicina 22.4 (2018): 1-2.
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