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O que é a dieta do DNA?

4 minutos
A dieta do DNA faz parte do ramo da nutrição que leva ao extremo as dietas personalizadas. Essa nova tendência é chamada de nutrigenética.
O que é a dieta do DNA?
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto

Última atualização: 28 setembro, 2022

A ideia da existência de uma dieta de DNA está conosco há mais de dez anos. Seus defensores remontam até a década de 1950, com os primeiros sinais de nutrição extremamente personalizada.

Atualmente nos referimos a um campo de estudo específico e conciso que é a nutrigenética. Dentro da nutrição, é a área que estuda como nossos genes influenciam a resposta do organismo a diferentes nutrientes.

Supõe-se que nem todos nós alcançamos os mesmos efeitos corporais comendo a mesma coisa. A mesma dieta não causa a mesma perda de peso em alguns como em outros. Surge a questão de qual é o fator que marca a resposta diferente.

A dieta do DNA é uma teoria que coloca a origem das diferenças na codificação genética individual. Segundo ela, certos nutrientes seguiriam caminhos de metabolismo diferentes de acordo com cada genoma, mesmo dentro de uma mesma família.

Como sempre, a nutrigenética e a dieta do DNA têm seus defensores e detratores. A medicina de precisão, cada vez mais em alta, é a favor, mas alguns estudos científicos negam sua eficácia. Explicamos tudo aqui.

A relação entre obesidade e DNA

O problema da obesidade é enorme. O mundo tende a ficar mais acima do peso a cada década que passa. Mudanças no estilo de vida mais uma dieta diária baseada em altas calorias têm impacto no peso corporal.

A dieta do DNA, como teoria, atribui grande valor ao genoma individual como determinante do ganho de peso. O excesso de peso de muitos pode ser explicado pela falta de precisão das dietas que são elaboradas de forma massiva.

A verdade é que a obesidade é uma patologia multifatorial. É verdade que a genética pode ser vinculativa, mas seria muito arriscado atribuir-lhe uma importância maior do que realmente se sabe que tem.

Recordemos que em 2007 foi publicado o estudo que anunciava a descoberta do gene da obesidade. Batizado de gene FTO, os pesquisadores sugeriram que, se houvesse falhas no DNA, isso resultaria em menos uso de quilocalorias, que eram armazenadas como gordura.

Quando a deficiência do gene FTO foi rastreada entre as populações europeias, foi encontrada em 44% das pessoas. Isso é menos da metade da população e essa frequência não explicaria todo o excesso de peso.

Continue lendo: Obesidade, tendências e recomendações de consumo

O Projeto que defende a Dieta do DNA

O projeto Food4Me é possivelmente a pesquisa em maior escala feita sobre a dieta do DNA. É um estudo multicêntrico com mais de 1.200 pessoas, financiado pela União Europeia.

O plano básico é avaliar as diferenças entre os diferentes grupos populacionais que realizarão dietas com base em diferentes abordagens, como as seguintes:

  • Um grupo desenvolverá sua própria dieta buscando informações na internet, sem orientação de especialistas.
  • O segundo grupo terá uma dieta baseada em conhecimentos tradicionais de nutrição, com base em dados mensuráveis como peso e altura e alguns parâmetros de exames de sangue.
  • Por fim, o último grupo terá uma dieta de DNA. Será elaborado o mapa genético desses indivíduos e proposto um esquema nutricional baseado em seu genoma.

A hipótese inicial é que o terceiro grupo terá uma perda de peso mais sustentada e saudável do que os outros dois. Os resultados finais ainda não estão prontos, mas assim que publicados, uma abordagem mais realista da nutrigenética estará disponível.

Saiba mais: Esteróis vegetais: o que são e como incluí-los na dieta?

Os opositores da dieta do DNA

Some figure

A Universidade de Stanford realizou um estudo científico com mais de 600 indivíduos. A pesquisa foi intitulada DIETFITS e começou com a hipótese de que a dieta do DNA não era eficiente.

A população do estudo foi separada em dois grupos. Um deles tinha uma dieta pobre em carboidratos, enquanto o outro grupo, ao contrário, seguia o plano de baixo teor de gordura. Os resultados comparados indicam que o genoma não teve influência na perda de peso de nenhum grupo.

Após um ano de dieta, foram observadas perdas de peso significativas em ambos os grupos, da ordem de 5 a 6 quilos. Apesar de ter genomas diferentes, o DNA não foi decisivo para a queda da massa corporal, mas a dieta rigorosa elaborada em termos tradicionais sim.

A nutrição personalizada já existe

O debate sobre a dieta do DNA também vem acontecendo há mais de uma década, mas é inevitável pensar que a medicina personalizada avançará. As clínicas nutricionais baseadas no genoma já existem e caberá aos usuários se informarem para distinguir entre mentiras e abordagens profissionais com efeitos reais.

A ideia da existência de uma dieta de DNA está conosco há mais de dez anos. Seus defensores remontam até a década de 1950, com os primeiros sinais de nutrição extremamente personalizada.

Atualmente nos referimos a um campo de estudo específico e conciso que é a nutrigenética. Dentro da nutrição, é a área que estuda como nossos genes influenciam a resposta do organismo a diferentes nutrientes.

Supõe-se que nem todos nós alcançamos os mesmos efeitos corporais comendo a mesma coisa. A mesma dieta não causa a mesma perda de peso em alguns como em outros. Surge a questão de qual é o fator que marca a resposta diferente.

A dieta do DNA é uma teoria que coloca a origem das diferenças na codificação genética individual. Segundo ela, certos nutrientes seguiriam caminhos de metabolismo diferentes de acordo com cada genoma, mesmo dentro de uma mesma família.

Como sempre, a nutrigenética e a dieta do DNA têm seus defensores e detratores. A medicina de precisão, cada vez mais em alta, é a favor, mas alguns estudos científicos negam sua eficácia. Explicamos tudo aqui.

A relação entre obesidade e DNA

O problema da obesidade é enorme. O mundo tende a ficar mais acima do peso a cada década que passa. Mudanças no estilo de vida mais uma dieta diária baseada em altas calorias têm impacto no peso corporal.

A dieta do DNA, como teoria, atribui grande valor ao genoma individual como determinante do ganho de peso. O excesso de peso de muitos pode ser explicado pela falta de precisão das dietas que são elaboradas de forma massiva.

A verdade é que a obesidade é uma patologia multifatorial. É verdade que a genética pode ser vinculativa, mas seria muito arriscado atribuir-lhe uma importância maior do que realmente se sabe que tem.

Recordemos que em 2007 foi publicado o estudo que anunciava a descoberta do gene da obesidade. Batizado de gene FTO, os pesquisadores sugeriram que, se houvesse falhas no DNA, isso resultaria em menos uso de quilocalorias, que eram armazenadas como gordura.

Quando a deficiência do gene FTO foi rastreada entre as populações europeias, foi encontrada em 44% das pessoas. Isso é menos da metade da população e essa frequência não explicaria todo o excesso de peso.

Continue lendo: Obesidade, tendências e recomendações de consumo

O Projeto que defende a Dieta do DNA

O projeto Food4Me é possivelmente a pesquisa em maior escala feita sobre a dieta do DNA. É um estudo multicêntrico com mais de 1.200 pessoas, financiado pela União Europeia.

O plano básico é avaliar as diferenças entre os diferentes grupos populacionais que realizarão dietas com base em diferentes abordagens, como as seguintes:

  • Um grupo desenvolverá sua própria dieta buscando informações na internet, sem orientação de especialistas.
  • O segundo grupo terá uma dieta baseada em conhecimentos tradicionais de nutrição, com base em dados mensuráveis como peso e altura e alguns parâmetros de exames de sangue.
  • Por fim, o último grupo terá uma dieta de DNA. Será elaborado o mapa genético desses indivíduos e proposto um esquema nutricional baseado em seu genoma.

A hipótese inicial é que o terceiro grupo terá uma perda de peso mais sustentada e saudável do que os outros dois. Os resultados finais ainda não estão prontos, mas assim que publicados, uma abordagem mais realista da nutrigenética estará disponível.

Saiba mais: Esteróis vegetais: o que são e como incluí-los na dieta?

Os opositores da dieta do DNA

Some figure

A Universidade de Stanford realizou um estudo científico com mais de 600 indivíduos. A pesquisa foi intitulada DIETFITS e começou com a hipótese de que a dieta do DNA não era eficiente.

A população do estudo foi separada em dois grupos. Um deles tinha uma dieta pobre em carboidratos, enquanto o outro grupo, ao contrário, seguia o plano de baixo teor de gordura. Os resultados comparados indicam que o genoma não teve influência na perda de peso de nenhum grupo.

Após um ano de dieta, foram observadas perdas de peso significativas em ambos os grupos, da ordem de 5 a 6 quilos. Apesar de ter genomas diferentes, o DNA não foi decisivo para a queda da massa corporal, mas a dieta rigorosa elaborada em termos tradicionais sim.

A nutrição personalizada já existe

O debate sobre a dieta do DNA também vem acontecendo há mais de uma década, mas é inevitável pensar que a medicina personalizada avançará. As clínicas nutricionais baseadas no genoma já existem e caberá aos usuários se informarem para distinguir entre mentiras e abordagens profissionais com efeitos reais.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Stanton, Michael V., et al. “DIETFITS study (diet intervention examining the factors interacting with treatment success)–Study design and methods.” Contemporary clinical trials 53 (2017): 151-161.
  • Hernández Fernández, Rolando A. “Genoma y ambiente en la génesis de la obesidad.” Revista Cubana de Genética Comunitaria 7.1 (2013): 5-11.
  • Marti, Amelia, et al. “Telómeros y calidad de la dieta.” Nutrición Hospitalaria 34.5 (2017): 1226-1245.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.