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O que acontece fisicamente no corpo horas após a morte?

6 minutos
O corpo humano sofre várias modificações após a morte. Elas fazem parte de um processo dinâmico que começa com a extinção definitiva das funções vitais.
O que acontece fisicamente no corpo horas após a morte?
Leidy Mora Molina

Revisado e aprovado por a enfermeira Leidy Mora Molina

Última atualização: 01 outubro, 2022

A morte é um assunto desconfortável e delicado para a maioria das pessoas. De forma geral existe uma inquietude latente com as diferentes fases pelas quais o corpo passa depois do falecimento. Nesse sentido, algumas pessoas se perguntam o que acontece fisicamente no corpo horas após a morte.

A cessação irreversível das funções vitais que permitem a vida é um fenômeno dinâmico influenciado por diversos fatores. Estudos afirmam que, após a morte, uma série de alterações estruturais, físicas e químicas conhecidas como fenômenos cadavéricos são desencadeadas no corpo.

Dessa forma, o processo de morte possui várias etapas. Cada uma dessas modificações físicas ocorre em um determinado período de tempo, por isso são úteis para a medicina legal e forense.

O estado de morte

A maioria das pessoas considera o estado de morte como a falta de pulso e a cessação da respiração. No entanto, o que ocorre é um processo complexo que vai além do colapso circulatório e pulmonar, que em alguns casos pode ser reversível pela reanimação cardiopulmonar.

Atualmente, estudos eletrocardiográficos em pacientes falecidos sugerem que o cérebro humano continua funcionando por até 10 minutos após o falecimento. Nesse sentido, o corpo poderia permanecer, de alguma forma, consciente da iminência da morte.

Dessa forma, os profissionais de saúde utilizam diversos critérios para declarar a morte de uma pessoa. Estes incluem a falta de resposta a reflexos e a ausência de contração pupilar à luz, bem como a cessação irreversível do pulso e da respiração.

Você pode se interessar pelo seguinte artigo: Como enfrentar o medo da morte?

Quais são as mudanças que o corpo sofre após a morte?

No momento em que a vida se extingue, o corpo humano sofre diversas modificações decorrentes dos processos bioquímicos do próprio cadáver e da exposição ao ambiente que o rodeia. Nesse sentido, é possível classificar essas alterações físicas em iniciais e tardias.

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Embora o pulso seja tradicionalmente considerado como um elemento que determina a morte, a verdade é que diferentes parâmetros devem ser usados nesse momento para declarar o óbito.

Alterações iniciais

As alterações iniciais são as que ocorrem 24 horas após a morte. Dentro delas podemos encontrar as seguintes características:

Lividez

Com a cessação do bombeamento de sangue do coração, a pele tende a ficar pálida nos primeiros minutos após a morte. Em seguida o sangue começará a se distribuir por gravidade para as partes do corpo mais próximas ao solo, formando as lividezes ou livor mortis. Elas nada mais são do que manchas arroxeadas nas áreas de declive do corpo.

Em geral, essas lesões são de grande utilidade para determinar a posição do corpo no momento da morte. Elas podem ser alteradas movendo o cadáver nas primeiras 12 horas. Após 24 horas da morte, nenhuma lesão nova se formará.

Resfriamento

Um sinal característico de morte é a perda de temperatura corporal, ou algor mortis. Esse resfriamento cadavérico ocorre nas primeiras 24 horas após a morte, até que o corpo atinja a temperatura do ar circundante.

Após a morte, a perda de calor ocorre a uma taxa de 1 grau Celsius por hora, dependendo das condições atmosféricas. A frieza costuma ser mais evidente no rosto e nas mãos em um primeiro momento, e mais tarde no pescoço e axilas. Pessoas com sobrepeso tendem a esfriar mais lentamente.

Rigidez

Na primeira hora após a morte, toda a musculatura lisa e estriada do corpo começa a relaxar em uma fase conhecida como flacidez primária. Por esta razão, as articulações do corpo se tornam flexíveis, as pálpebras perdem a cor e a mandíbula tende a se abrir.

Mais tarde, será estabelecido um estado de endurecimento e petrificação dos músculos conhecido como rigor mortis. Esse processo começa nos músculos menores da face e depois acontece no restante do corpo, promovendo uma retração discreta. Essa característica atinge sua intensidade máxima entre 12 e 15 horas após a morte.

Leia o seguinte artigo: Como explicar a morte para as crianças?

Desidratação

Esse fenômeno é resultado da exposição contínua e passiva de fluidos corporais ao ambiente. A desidratação geralmente se manifesta com o apergaminhamento da pele, ressecamento das mucosas e genitália e afundamento dos globos oculares.

Da mesma forma, é comum que ocorra uma acentuação de proeminências ósseas no peito, tórax e quadris. Além disso, uma perda de peso abrupta e generalizada é observada em crianças pequenas.

Alterações tardias

As alterações corporais tardias ocorrem depois das primeiras 24 a 36 horas após a morte. Elas obedecem à evolução natural do cadáver e levam à destruição progressiva dos órgãos e tecidos. Nesse sentido, podemos encontrar os seguintes fenômenos:

Autólise ou autodigestão

A autodigestão começa quando o coração para de bater e os tecidos são privados de oxigênio. No entanto, as mudanças físicas começam a se tornar aparentes várias horas depois. Pesquisas afirmam que essa etapa é resultado da ação de enzimas do próprio organismo sobre as membranas celulares.

Esse fenômeno geralmente começa com mais intensidade no fígado, rins, glândulas suprarrenais e estômago. Além disso, o cérebro está sujeito a autólise devido ao seu alto teor de água.

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A destruição das membranas celulares é o que caracteriza a autólise.

Putrefação

O ecossistema cadavérico é composto por bactérias que vivem na superfície do corpo. A microbiota intestinal, especialmente a do ceco, é a principal fonte de germes no corpo humano. No entanto, enquanto uma pessoa está viva, a maioria dos órgãos é desprovida de micróbios.

Nesse sentido, logo após a morte o sistema imunológico é desligado e as bactérias podem se espalhar livremente por todos os tecidos. Este fato condiciona o início da putrefação como resultado da ação fermentativa de enzimas bacterianas sobre as células.

Nas primeiras 24 a 48 horas aparecem manchas esverdeadas e enegrecidas ao redor do abdome devido à ação de bactérias anaeróbicas nos vasos sanguíneos. Mais tarde, o gás produzido pela ação microbiana provoca efeitos como distensão do abdome, protrusão dos olhos e protusão da língua.

Este fato dá lugar à fase final de decomposição conhecida como liquefação. Nesta etapa os tecidos são destruídos e expelidos na forma de um líquido marrom e pútrido. Da mesma forma, o corpo diminui progressivamente de volume para depois ser destruído pela ação de insetos e outros animais.

Um processo complexo que começa com a cessação das funções vitais

A morte é um estado patológico complexo que começa com o colapso irreversível das funções vitais e a cessação das capacidades cerebrais. Após a morte, o corpo humano sofre uma série de mudanças e modificações físicas e bioquímicas que levam à decomposição de todos os órgãos e tecidos.

Em geral, essas alterações ocorrem de forma contínua em todos os cadáveres, sendo influenciadas pela causa da morte e por variações ambientais. Por isso elas são o principal objeto de estudo da medicina legal e forense.

A morte é um assunto desconfortável e delicado para a maioria das pessoas. De forma geral existe uma inquietude latente com as diferentes fases pelas quais o corpo passa depois do falecimento. Nesse sentido, algumas pessoas se perguntam o que acontece fisicamente no corpo horas após a morte.

A cessação irreversível das funções vitais que permitem a vida é um fenômeno dinâmico influenciado por diversos fatores. Estudos afirmam que, após a morte, uma série de alterações estruturais, físicas e químicas conhecidas como fenômenos cadavéricos são desencadeadas no corpo.

Dessa forma, o processo de morte possui várias etapas. Cada uma dessas modificações físicas ocorre em um determinado período de tempo, por isso são úteis para a medicina legal e forense.

O estado de morte

A maioria das pessoas considera o estado de morte como a falta de pulso e a cessação da respiração. No entanto, o que ocorre é um processo complexo que vai além do colapso circulatório e pulmonar, que em alguns casos pode ser reversível pela reanimação cardiopulmonar.

Atualmente, estudos eletrocardiográficos em pacientes falecidos sugerem que o cérebro humano continua funcionando por até 10 minutos após o falecimento. Nesse sentido, o corpo poderia permanecer, de alguma forma, consciente da iminência da morte.

Dessa forma, os profissionais de saúde utilizam diversos critérios para declarar a morte de uma pessoa. Estes incluem a falta de resposta a reflexos e a ausência de contração pupilar à luz, bem como a cessação irreversível do pulso e da respiração.

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Quais são as mudanças que o corpo sofre após a morte?

No momento em que a vida se extingue, o corpo humano sofre diversas modificações decorrentes dos processos bioquímicos do próprio cadáver e da exposição ao ambiente que o rodeia. Nesse sentido, é possível classificar essas alterações físicas em iniciais e tardias.

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Embora o pulso seja tradicionalmente considerado como um elemento que determina a morte, a verdade é que diferentes parâmetros devem ser usados nesse momento para declarar o óbito.

Alterações iniciais

As alterações iniciais são as que ocorrem 24 horas após a morte. Dentro delas podemos encontrar as seguintes características:

Lividez

Com a cessação do bombeamento de sangue do coração, a pele tende a ficar pálida nos primeiros minutos após a morte. Em seguida o sangue começará a se distribuir por gravidade para as partes do corpo mais próximas ao solo, formando as lividezes ou livor mortis. Elas nada mais são do que manchas arroxeadas nas áreas de declive do corpo.

Em geral, essas lesões são de grande utilidade para determinar a posição do corpo no momento da morte. Elas podem ser alteradas movendo o cadáver nas primeiras 12 horas. Após 24 horas da morte, nenhuma lesão nova se formará.

Resfriamento

Um sinal característico de morte é a perda de temperatura corporal, ou algor mortis. Esse resfriamento cadavérico ocorre nas primeiras 24 horas após a morte, até que o corpo atinja a temperatura do ar circundante.

Após a morte, a perda de calor ocorre a uma taxa de 1 grau Celsius por hora, dependendo das condições atmosféricas. A frieza costuma ser mais evidente no rosto e nas mãos em um primeiro momento, e mais tarde no pescoço e axilas. Pessoas com sobrepeso tendem a esfriar mais lentamente.

Rigidez

Na primeira hora após a morte, toda a musculatura lisa e estriada do corpo começa a relaxar em uma fase conhecida como flacidez primária. Por esta razão, as articulações do corpo se tornam flexíveis, as pálpebras perdem a cor e a mandíbula tende a se abrir.

Mais tarde, será estabelecido um estado de endurecimento e petrificação dos músculos conhecido como rigor mortis. Esse processo começa nos músculos menores da face e depois acontece no restante do corpo, promovendo uma retração discreta. Essa característica atinge sua intensidade máxima entre 12 e 15 horas após a morte.

Leia o seguinte artigo: Como explicar a morte para as crianças?

Desidratação

Esse fenômeno é resultado da exposição contínua e passiva de fluidos corporais ao ambiente. A desidratação geralmente se manifesta com o apergaminhamento da pele, ressecamento das mucosas e genitália e afundamento dos globos oculares.

Da mesma forma, é comum que ocorra uma acentuação de proeminências ósseas no peito, tórax e quadris. Além disso, uma perda de peso abrupta e generalizada é observada em crianças pequenas.

Alterações tardias

As alterações corporais tardias ocorrem depois das primeiras 24 a 36 horas após a morte. Elas obedecem à evolução natural do cadáver e levam à destruição progressiva dos órgãos e tecidos. Nesse sentido, podemos encontrar os seguintes fenômenos:

Autólise ou autodigestão

A autodigestão começa quando o coração para de bater e os tecidos são privados de oxigênio. No entanto, as mudanças físicas começam a se tornar aparentes várias horas depois. Pesquisas afirmam que essa etapa é resultado da ação de enzimas do próprio organismo sobre as membranas celulares.

Esse fenômeno geralmente começa com mais intensidade no fígado, rins, glândulas suprarrenais e estômago. Além disso, o cérebro está sujeito a autólise devido ao seu alto teor de água.

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A destruição das membranas celulares é o que caracteriza a autólise.

Putrefação

O ecossistema cadavérico é composto por bactérias que vivem na superfície do corpo. A microbiota intestinal, especialmente a do ceco, é a principal fonte de germes no corpo humano. No entanto, enquanto uma pessoa está viva, a maioria dos órgãos é desprovida de micróbios.

Nesse sentido, logo após a morte o sistema imunológico é desligado e as bactérias podem se espalhar livremente por todos os tecidos. Este fato condiciona o início da putrefação como resultado da ação fermentativa de enzimas bacterianas sobre as células.

Nas primeiras 24 a 48 horas aparecem manchas esverdeadas e enegrecidas ao redor do abdome devido à ação de bactérias anaeróbicas nos vasos sanguíneos. Mais tarde, o gás produzido pela ação microbiana provoca efeitos como distensão do abdome, protrusão dos olhos e protusão da língua.

Este fato dá lugar à fase final de decomposição conhecida como liquefação. Nesta etapa os tecidos são destruídos e expelidos na forma de um líquido marrom e pútrido. Da mesma forma, o corpo diminui progressivamente de volume para depois ser destruído pela ação de insetos e outros animais.

Um processo complexo que começa com a cessação das funções vitais

A morte é um estado patológico complexo que começa com o colapso irreversível das funções vitais e a cessação das capacidades cerebrais. Após a morte, o corpo humano sofre uma série de mudanças e modificações físicas e bioquímicas que levam à decomposição de todos os órgãos e tecidos.

Em geral, essas alterações ocorrem de forma contínua em todos os cadáveres, sendo influenciadas pela causa da morte e por variações ambientais. Por isso elas são o principal objeto de estudo da medicina legal e forense.


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