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Nutrientes para a prevenção do Alzheimer

6 minutos
O mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que resulta da complexa interação de múltiplos mecanismos que, até o momento, não foram totalmente compreendidos. Descubra quais são os principais planos alimentares e nutrientes envolvidos na prevenção.
Nutrientes para a prevenção do Alzheimer
Última atualização: 08 abril, 2022

Existem certos padrões alimentares e nutrientes para a prevenção do Alzheimer que podem atrasar o desenvolvimento e a progressão da doença. No entanto, precisamos lembrar que essa doença é crônica e incurável atualmente. A única coisa que pode ser feita para retardar seu aparecimento é melhorar os hábitos de vida, embora o componente genético desempenhe um fator importante.

A seguir, apresentaremos uma série de estratégias dietéticas que podem ser úteis na redução da incidência dessa patologia. Elas são apoiadas pela ciência, embora isso não signifique que segui-las impeça o aparecimento da doença. 

O que é o Alzheimer?

Para começar, o mal de Alzheimer é a demência mais comum entre os adultos mais velhos, afetando 1 em cada 4 pessoas com 85 anos ou mais.

O declínio na função cognitiva resulta da interação de vários fatores:

  • Idade.
  • Ambiente.
  • Educação.
  • Vulnerabilidade genética.

A prevalência de doenças neurodegenerativas tem aumentado consideravelmente devido à proporção de idosos no mundo e, em certa medida, devido aos hábitos alimentares que criam um ambiente favorável para os danos neuronais.

Fatores de risco para o desenvolvimento do Alzheimer

Embora sua origem ainda seja desconhecida, sabe-se que o estresse oxidativo, a disfunção da mitocôndria (organela celular) e a inflamação são fatores centrais dessa doença. Especificamente, o excesso de radicais livres danifica DNA, lipídios e proteínas, contribuindo para a patogênese da doença. Além disso, o aumento da permeabilidade das membranas intestinais e cerebrais pode aumentar o acúmulo de substâncias tóxicas que aumentam o risco de desenvolver a doença, de acordo com uma pesquisa publicada na revista F1000Research.

Os principais distúrbios associados a esses danos são fatores de risco cardiovascular:

  • Obesidade.
  • Dislipidemia
  • Hipertensão arterial.
  • Resistência à insulina e diabetes.

Interação entre a nutrição e a doença de Alzheimer

Vários autores têm explorado o uso de componentes alimentares e o papel de diferentes hábitos alimentares no desenvolvimento e progressão desta doença neurodegenerativa.

Especificamente, a dieta ocidental que a maioria das pessoas mantêm atualmente está associada à alta incidência e prevalência de doenças crônico-degenerativas, pois promove um ambiente inflamatório no organismo.

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A dieta ocidental costuma estar associada a um risco aumentado de doenças crônicas, pois aumenta a inflamação.

Mecanismos moleculares e nutrientes para a prevenção do Alzheimer

Atualmente, sabe-se que determinados nutrientes interagem de forma protetora contra inúmeros fatores que desenvolvem a doença. Especificamente, foi estudado o papel do ômega 3, das vitaminas E e B, da colina e da uridina para a prevenção e o tratamento.

No entanto, ainda não há evidências clínicas suficientes quanto ao impacto da suplementação isolada desses nutrientes na doença de Alzheimer. Portanto, os planos de refeições contendo produtos funcionais foram estudados para lidar com vários fatores de risco.

Dieta mediterrânea

A literatura científica se refere a essa dieta como um potencial tratamento neuroprotetor. Sabe-se que a dieta mediterrânea é caracterizada por um alto consumo de vegetais, frutas, grãos integrais e ácidos graxos vegetais.

A dieta mediterrânea é um modelo dietético, pois é rica em:

  • Ácidos graxos monoinsaturados (principalmente azeite)
  • Ácidos graxos poli-insaturados (presentes em peixes)
  • Inúmeros antioxidantes, como compostos de enxofre, antocianinas, catequinas, flavonoides, indóis e luteína.
  • Vitaminas A, complexo B, D e E
  • Minerais cardioprotetores como cálcio, magnésio e potássio, bem como iodo, sódio e selênio.
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A dieta mediterrânea é um modelo nutricional que contém nutrientes para a prevenção do Alzheimer.

A dieta mediterrânea e a doença de Alzheimer

Estudos clínicos estudaram a influência dessa dieta no declínio cognitivo e nas doenças neurodegenerativas. Um estudo publicado na revista Archives of Neurology, realizado em uma população norte-americana, observou que quanto maior a adesão à dieta mediterrânea, menor o risco de desenvolver a doença de Alzheimer.

Além disso, verificou-se que esse tipo de dieta é capaz de preservar um maior volume de massa cinzenta, além de produzir um menor acúmulo de substâncias β-amiloides, que estão relacionadas a um maior risco de desenvolver a doença.

A dieta DASH e os nutrientes para a prevenção de Alzheimer

A dieta DASH é um padrão alimentar criado pelo Instituto Nacional do Coração, Pulmões e Sangue (NHLBI, na sua sigla em inglês). Este plano alimentar é caracterizado por nutrientes que reduzem a pressão arterial e protegem contra vários fatores de risco cardiovascular que desempenham um papel no desenvolvimento da demência e na fisiopatologia do Alzheimer.

Estudos, como o publicado na revista Neurology por Tangney et al, mostraram que a adesão a essa dieta está significativamente associada a um menor declínio cognitivo e uma redução na incidência do Alzheimer.

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A dieta DASH é outro dos modelos alimentares que servem de referência para reduzir o risco de demência e Alzheimer com a alimentação.

Dieta MIND

A dieta MIND é uma combinação da dieta mediterrânea e da dieta DASH, e seu impacto no atraso do processo neurodegenerativo e na redução das taxas de incidência do Alzheimer foi estudado. É baseada em 10 alimentos saudáveis ​​para o cérebro:

  • Leguminosas.
  • Oleaginosas.
  • Azeite de oliva.
  • Frutos vermelhos (ricos em polifenóis).
  • Vegetais com folhas verdes (ricos em polifenóis).
  • Carnes magras como peixes (ricos em ômega 3) e frango.

Da mesma forma, exclui alimentos típicos da dieta ocidental que contribuem para o risco cardiovascular: carnes vermelhas, manteiga e margarina, queijos, massas e doces.

Dieta cetogênica

A dieta cetogênica é uma dieta pobre em carboidratos (CH) e rica em ácidos graxos, que tem um efeito de jejum no organismo, produzindo um estado de cetose. Esse plano é adotado há mais de 100 anos, especialmente para o tratamento da epilepsia resistente a medicamentos.

Enquanto a dieta “normal” costuma ter uma contribuição de 55% de carboidratos, 30% de ácidos graxos e 15% de proteínas, as proporções na dieta cetogênica são de 8% de carboidratos, 90% de ácidos graxos e 7% de proteínas. Consequentemente, essas mudanças nos padrões são desagradáveis e difíceis de manter, principalmente se forem sustentadas por um longo período de tempo.

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A dieta cetogênica está associada a efeitos neuroprotetores. No entanto, este é um padrão alimentar que deve ser adotado com cautela.

Dieta cetogênica: impacto dos corpos cetônicos e nutrientes na prevenção do Alzheimer

Os efeitos neuroprotetores dessa dieta estão relacionados às alterações bioquímicas que ocorrem após a produção de corpos cetônicos, que aumentam a respiração nas mitocôndrias e melhoram o seu funcionamento. Da mesma forma, possuem atividade antioxidante. Esses efeitos foram classificados por especialistas como protetores contra o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

Da mesma forma, o consumo de ácidos graxos poli-insaturados (ômega 3) desta dieta promove a excitabilidade das membranas neuronais, ao mesmo tempo em que reduz as condições inflamatórias e a produção de radicais livres.

Mudanças na alimentação e nutrientes para a prevenção do Alzheimer

Para concluir, embora seja verdade que a doença de Alzheimer resulta da interação de múltiplos mecanismos que, até o momento, não são totalmente compreendidos, foi encontrada uma correlação entre fatores de risco cardiovascular, comprometimento cognitivo, desenvolvimento da demência e incidência de doenças neurodegenerativas.

Portanto, uma medida para a prevenção e o tratamento dessas doenças é fornecer ao corpo nutrientes que combatam a inflamação, promovam a atividade antioxidante e diminuam o acúmulo de substâncias que promovem a morte neuronal.

Existem certos padrões alimentares e nutrientes para a prevenção do Alzheimer que podem atrasar o desenvolvimento e a progressão da doença. No entanto, precisamos lembrar que essa doença é crônica e incurável atualmente. A única coisa que pode ser feita para retardar seu aparecimento é melhorar os hábitos de vida, embora o componente genético desempenhe um fator importante.

A seguir, apresentaremos uma série de estratégias dietéticas que podem ser úteis na redução da incidência dessa patologia. Elas são apoiadas pela ciência, embora isso não signifique que segui-las impeça o aparecimento da doença. 

O que é o Alzheimer?

Para começar, o mal de Alzheimer é a demência mais comum entre os adultos mais velhos, afetando 1 em cada 4 pessoas com 85 anos ou mais.

O declínio na função cognitiva resulta da interação de vários fatores:

  • Idade.
  • Ambiente.
  • Educação.
  • Vulnerabilidade genética.

A prevalência de doenças neurodegenerativas tem aumentado consideravelmente devido à proporção de idosos no mundo e, em certa medida, devido aos hábitos alimentares que criam um ambiente favorável para os danos neuronais.

Fatores de risco para o desenvolvimento do Alzheimer

Embora sua origem ainda seja desconhecida, sabe-se que o estresse oxidativo, a disfunção da mitocôndria (organela celular) e a inflamação são fatores centrais dessa doença. Especificamente, o excesso de radicais livres danifica DNA, lipídios e proteínas, contribuindo para a patogênese da doença. Além disso, o aumento da permeabilidade das membranas intestinais e cerebrais pode aumentar o acúmulo de substâncias tóxicas que aumentam o risco de desenvolver a doença, de acordo com uma pesquisa publicada na revista F1000Research.

Os principais distúrbios associados a esses danos são fatores de risco cardiovascular:

  • Obesidade.
  • Dislipidemia
  • Hipertensão arterial.
  • Resistência à insulina e diabetes.

Interação entre a nutrição e a doença de Alzheimer

Vários autores têm explorado o uso de componentes alimentares e o papel de diferentes hábitos alimentares no desenvolvimento e progressão desta doença neurodegenerativa.

Especificamente, a dieta ocidental que a maioria das pessoas mantêm atualmente está associada à alta incidência e prevalência de doenças crônico-degenerativas, pois promove um ambiente inflamatório no organismo.

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A dieta ocidental costuma estar associada a um risco aumentado de doenças crônicas, pois aumenta a inflamação.

Mecanismos moleculares e nutrientes para a prevenção do Alzheimer

Atualmente, sabe-se que determinados nutrientes interagem de forma protetora contra inúmeros fatores que desenvolvem a doença. Especificamente, foi estudado o papel do ômega 3, das vitaminas E e B, da colina e da uridina para a prevenção e o tratamento.

No entanto, ainda não há evidências clínicas suficientes quanto ao impacto da suplementação isolada desses nutrientes na doença de Alzheimer. Portanto, os planos de refeições contendo produtos funcionais foram estudados para lidar com vários fatores de risco.

Dieta mediterrânea

A literatura científica se refere a essa dieta como um potencial tratamento neuroprotetor. Sabe-se que a dieta mediterrânea é caracterizada por um alto consumo de vegetais, frutas, grãos integrais e ácidos graxos vegetais.

A dieta mediterrânea é um modelo dietético, pois é rica em:

  • Ácidos graxos monoinsaturados (principalmente azeite)
  • Ácidos graxos poli-insaturados (presentes em peixes)
  • Inúmeros antioxidantes, como compostos de enxofre, antocianinas, catequinas, flavonoides, indóis e luteína.
  • Vitaminas A, complexo B, D e E
  • Minerais cardioprotetores como cálcio, magnésio e potássio, bem como iodo, sódio e selênio.
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A dieta mediterrânea é um modelo nutricional que contém nutrientes para a prevenção do Alzheimer.

A dieta mediterrânea e a doença de Alzheimer

Estudos clínicos estudaram a influência dessa dieta no declínio cognitivo e nas doenças neurodegenerativas. Um estudo publicado na revista Archives of Neurology, realizado em uma população norte-americana, observou que quanto maior a adesão à dieta mediterrânea, menor o risco de desenvolver a doença de Alzheimer.

Além disso, verificou-se que esse tipo de dieta é capaz de preservar um maior volume de massa cinzenta, além de produzir um menor acúmulo de substâncias β-amiloides, que estão relacionadas a um maior risco de desenvolver a doença.

A dieta DASH e os nutrientes para a prevenção de Alzheimer

A dieta DASH é um padrão alimentar criado pelo Instituto Nacional do Coração, Pulmões e Sangue (NHLBI, na sua sigla em inglês). Este plano alimentar é caracterizado por nutrientes que reduzem a pressão arterial e protegem contra vários fatores de risco cardiovascular que desempenham um papel no desenvolvimento da demência e na fisiopatologia do Alzheimer.

Estudos, como o publicado na revista Neurology por Tangney et al, mostraram que a adesão a essa dieta está significativamente associada a um menor declínio cognitivo e uma redução na incidência do Alzheimer.

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A dieta DASH é outro dos modelos alimentares que servem de referência para reduzir o risco de demência e Alzheimer com a alimentação.

Dieta MIND

A dieta MIND é uma combinação da dieta mediterrânea e da dieta DASH, e seu impacto no atraso do processo neurodegenerativo e na redução das taxas de incidência do Alzheimer foi estudado. É baseada em 10 alimentos saudáveis ​​para o cérebro:

  • Leguminosas.
  • Oleaginosas.
  • Azeite de oliva.
  • Frutos vermelhos (ricos em polifenóis).
  • Vegetais com folhas verdes (ricos em polifenóis).
  • Carnes magras como peixes (ricos em ômega 3) e frango.

Da mesma forma, exclui alimentos típicos da dieta ocidental que contribuem para o risco cardiovascular: carnes vermelhas, manteiga e margarina, queijos, massas e doces.

Dieta cetogênica

A dieta cetogênica é uma dieta pobre em carboidratos (CH) e rica em ácidos graxos, que tem um efeito de jejum no organismo, produzindo um estado de cetose. Esse plano é adotado há mais de 100 anos, especialmente para o tratamento da epilepsia resistente a medicamentos.

Enquanto a dieta “normal” costuma ter uma contribuição de 55% de carboidratos, 30% de ácidos graxos e 15% de proteínas, as proporções na dieta cetogênica são de 8% de carboidratos, 90% de ácidos graxos e 7% de proteínas. Consequentemente, essas mudanças nos padrões são desagradáveis e difíceis de manter, principalmente se forem sustentadas por um longo período de tempo.

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A dieta cetogênica está associada a efeitos neuroprotetores. No entanto, este é um padrão alimentar que deve ser adotado com cautela.

Dieta cetogênica: impacto dos corpos cetônicos e nutrientes na prevenção do Alzheimer

Os efeitos neuroprotetores dessa dieta estão relacionados às alterações bioquímicas que ocorrem após a produção de corpos cetônicos, que aumentam a respiração nas mitocôndrias e melhoram o seu funcionamento. Da mesma forma, possuem atividade antioxidante. Esses efeitos foram classificados por especialistas como protetores contra o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

Da mesma forma, o consumo de ácidos graxos poli-insaturados (ômega 3) desta dieta promove a excitabilidade das membranas neuronais, ao mesmo tempo em que reduz as condições inflamatórias e a produção de radicais livres.

Mudanças na alimentação e nutrientes para a prevenção do Alzheimer

Para concluir, embora seja verdade que a doença de Alzheimer resulta da interação de múltiplos mecanismos que, até o momento, não são totalmente compreendidos, foi encontrada uma correlação entre fatores de risco cardiovascular, comprometimento cognitivo, desenvolvimento da demência e incidência de doenças neurodegenerativas.

Portanto, uma medida para a prevenção e o tratamento dessas doenças é fornecer ao corpo nutrientes que combatam a inflamação, promovam a atividade antioxidante e diminuam o acúmulo de substâncias que promovem a morte neuronal.


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  • Weller J., Budson A., Current understanding of Alzheimer’s disease diagnosis and treatment. F1000Research, 2018.
  • Liyanage SI., Vilekar P., Weaver DF., Nutrients in alzheimer’s disease: the interaction of diet, drugs and disease. Canadian Journal of Neurological Sciences, 2019.
  • Scarmeas N., Luchsinger JA., Mayeux R., Stern Y., Mediterranean diet and alzheimer disease mortality. Neurology, 2009.
  • Tangney CC., Li H., Wang Y., Barnes L., et al., Relation of DASH and mediterranena like dietary patterns to cognitive decline in older persons. Neurology, 2014. 83 (16): 1410-6.
  • Wlodarek D., Role of ketogenic diets in Neurodegenerative disease (Alzheimer’s disease and Parkinson’s disease) Nutrients, 2019.

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