Mulher universitária é humilhada por ser estudante e ter mais de 40 anos: "Chorei muito"
Patrícia Linares, estudante de biomedicina de uma universidade particular de Bauru, SP, foi alvo de deboche de colegas de turma por ter mais de 40 anos. Um caso que pode ser caracterizado como etarismo. Apesar da polêmica, ela não desiste de realizar seu sonho de cursar a graduação e se pronunciou sobre o caso.
A ideia de retomar os estudos veio durante a pandemia de coronavírus, quando ela teve que fechar sua loja. “Fui pra casa e fiquei pensando o que eu poderia fazer pra mudar minha história”, relembra. Após quase três décadas de ter terminado o Ensino Médio, Patrícia decidiu buscar uma vaga na faculdade e teve apoio dos familiares.
No vídeo em questão, Giovana Cassalatti, Beatriz Pontes e Bárbara Calixto ironizam Patrícia Linhares, caloura no curso de biomedicina, devido sua idade.
Nas imagens, uma das universitárias ironiza: “Gente, quizz do dia: como ‘desmatrícula’ um colega de sala?”. Logo depois, outra responde: “Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada”. “Realmente”, concorda a terceira.
Em seguida, a estudante que grava o vídeo diz: “Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade. Eu tenho essa opinião”. Elas chegam a dizer que a mulher “não sabe o que é Google”.
Patrícia disse que soube da hostilização dentro da sala de aula, enquanto se preparava para apresentar um trabalho.
“Nós tínhamos um trabalho de anatomia super difícil para apresentar. Durante o intervalo da aula, fui para o banheiro. Tinham várias pessoas olhando para mim. Pensei: ‘Meu Deus. O que será que está acontecendo? ‘. Antes de eu voltar para a sala, duas pessoas, que não sei quem são, me chamaram. Perguntaram se eu era a Patrícia e falaram: ‘Sabia que tem um vídeo seu rolando na faculdade?’. Fiquei preocupada. Falei: ‘Ué, será que alguém me filmou?’. Falaram que não. ‘São três meninas que estão falando mal de você’,” explica Patrícia sobre o ocorrido.
Em um primeiro momento, a aluna não quis assistir as imagens. No entanto, ao entrar na sala, foi surpreendida por uma colega que contou sobre o vídeo e o mostrou. “Ela falou: ‘Patrícia, eu não queria, porque sei que vai te chatear, mas preciso te falar. Fizeram um vídeo caçoando da sua idade’, e me mostrou o vídeo. Eu olhei para aquele vídeo e comecei a chorar. Foi um misto de emoções. Eu estava preocupada com o trabalho e, ao mesmo tempo, tinha acabado de ver aquele vídeo deprimente”, relembra a aluna.
O vídeo da hostilização viralizou nas redes sociais, mas isso não abalou a determinação de Patrícia em realizar seu sonho de cursar a graduação.
“Me abalou profundamente. A tristeza que me abateu foi muito grande. Eu chorei muito. Quando cheguei em casa, contei para o meu esposo o que tinha acontecido, mandei para as minhas irmãs e aí tudo começou a acontecer”, conta Patrícia
O apoio
O vídeo gerou indignação pelo etarismo contido nas falas das jovens estudantes. Patrícia revelou que viu o vídeo pouco antes da apresentação de um trabalho e ficou muito abalada. Mas a tristeza inicial logo foi substituída pela rede de apoio encontrada após a repercussão do caso.
O caso pode ser caracterizado como etarismo, nome dado à discriminação e ao preconceito relacionado com a idade de uma pessoa. Essa repulsa pode resultar, inclusive, em violência verbal, física ou psicológica.
Os colegas de curso encontraram Patrícia e se mostraram revoltados com a demonstração de preconceito contra ela. O grupo prestou solidariedade e entregou cartas, flores e chocolates à estudante.
“Eu estou estarrecida com essa corrente de amor que eu tenho recebido. A gente vê muitos relatos na internet de pessoas que sofrem preconceito, mas eu não sabia que tinha tanta gente bacana, que também já passou por esse tipo de coisa”, conta Patrícia.
Patrícia registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil por injúria e difamação contra as estudantes.
Como consequência, o centro acadêmico iniciou um processo disciplinar contra Giovana Cassalatti, Beatriz Pontes e Bárbara Calixto. Porém, a Unisagrado informou que elas desistiram da graduação.
Além disso, o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), em suas redes sociais, manifestou apoio à aluna de biomedicina vítima de etarismo. “Sabemos que cada indivíduo é único e para cada um as oportunidades vêm em momentos singulares. Não há idade para aprender. Lamentamos essa atitude em pleno século XXI”, afirma o conselho.
Patrícia felizmente diz que não vai desistir e já retornou às aulas. “Não tem essa opção de desistir. Nem quando eu era vendedora, nunca desisti das minhas clientes, eu nunca desisti da minha vida. E muito menos desistirei do meu sonho”, disse.
Patrícia Linares, estudante de biomedicina de uma universidade particular de Bauru, SP, foi alvo de deboche de colegas de turma por ter mais de 40 anos. Um caso que pode ser caracterizado como etarismo. Apesar da polêmica, ela não desiste de realizar seu sonho de cursar a graduação e se pronunciou sobre o caso.
A ideia de retomar os estudos veio durante a pandemia de coronavírus, quando ela teve que fechar sua loja. “Fui pra casa e fiquei pensando o que eu poderia fazer pra mudar minha história”, relembra. Após quase três décadas de ter terminado o Ensino Médio, Patrícia decidiu buscar uma vaga na faculdade e teve apoio dos familiares.
No vídeo em questão, Giovana Cassalatti, Beatriz Pontes e Bárbara Calixto ironizam Patrícia Linhares, caloura no curso de biomedicina, devido sua idade.
Nas imagens, uma das universitárias ironiza: “Gente, quizz do dia: como ‘desmatrícula’ um colega de sala?”. Logo depois, outra responde: “Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada”. “Realmente”, concorda a terceira.
Em seguida, a estudante que grava o vídeo diz: “Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade. Eu tenho essa opinião”. Elas chegam a dizer que a mulher “não sabe o que é Google”.
Patrícia disse que soube da hostilização dentro da sala de aula, enquanto se preparava para apresentar um trabalho.
“Nós tínhamos um trabalho de anatomia super difícil para apresentar. Durante o intervalo da aula, fui para o banheiro. Tinham várias pessoas olhando para mim. Pensei: ‘Meu Deus. O que será que está acontecendo? ‘. Antes de eu voltar para a sala, duas pessoas, que não sei quem são, me chamaram. Perguntaram se eu era a Patrícia e falaram: ‘Sabia que tem um vídeo seu rolando na faculdade?’. Fiquei preocupada. Falei: ‘Ué, será que alguém me filmou?’. Falaram que não. ‘São três meninas que estão falando mal de você’,” explica Patrícia sobre o ocorrido.
Em um primeiro momento, a aluna não quis assistir as imagens. No entanto, ao entrar na sala, foi surpreendida por uma colega que contou sobre o vídeo e o mostrou. “Ela falou: ‘Patrícia, eu não queria, porque sei que vai te chatear, mas preciso te falar. Fizeram um vídeo caçoando da sua idade’, e me mostrou o vídeo. Eu olhei para aquele vídeo e comecei a chorar. Foi um misto de emoções. Eu estava preocupada com o trabalho e, ao mesmo tempo, tinha acabado de ver aquele vídeo deprimente”, relembra a aluna.
O vídeo da hostilização viralizou nas redes sociais, mas isso não abalou a determinação de Patrícia em realizar seu sonho de cursar a graduação.
“Me abalou profundamente. A tristeza que me abateu foi muito grande. Eu chorei muito. Quando cheguei em casa, contei para o meu esposo o que tinha acontecido, mandei para as minhas irmãs e aí tudo começou a acontecer”, conta Patrícia
O apoio
O vídeo gerou indignação pelo etarismo contido nas falas das jovens estudantes. Patrícia revelou que viu o vídeo pouco antes da apresentação de um trabalho e ficou muito abalada. Mas a tristeza inicial logo foi substituída pela rede de apoio encontrada após a repercussão do caso.
O caso pode ser caracterizado como etarismo, nome dado à discriminação e ao preconceito relacionado com a idade de uma pessoa. Essa repulsa pode resultar, inclusive, em violência verbal, física ou psicológica.
Os colegas de curso encontraram Patrícia e se mostraram revoltados com a demonstração de preconceito contra ela. O grupo prestou solidariedade e entregou cartas, flores e chocolates à estudante.
“Eu estou estarrecida com essa corrente de amor que eu tenho recebido. A gente vê muitos relatos na internet de pessoas que sofrem preconceito, mas eu não sabia que tinha tanta gente bacana, que também já passou por esse tipo de coisa”, conta Patrícia.
Patrícia registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil por injúria e difamação contra as estudantes.
Como consequência, o centro acadêmico iniciou um processo disciplinar contra Giovana Cassalatti, Beatriz Pontes e Bárbara Calixto. Porém, a Unisagrado informou que elas desistiram da graduação.
Além disso, o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), em suas redes sociais, manifestou apoio à aluna de biomedicina vítima de etarismo. “Sabemos que cada indivíduo é único e para cada um as oportunidades vêm em momentos singulares. Não há idade para aprender. Lamentamos essa atitude em pleno século XXI”, afirma o conselho.
Patrícia felizmente diz que não vai desistir e já retornou às aulas. “Não tem essa opção de desistir. Nem quando eu era vendedora, nunca desisti das minhas clientes, eu nunca desisti da minha vida. E muito menos desistirei do meu sonho”, disse.
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