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Lindsey Rogers-Seitz: “Meu coração o perdoou, mas demorou para minha mente entender”

8 minutos
"Eu nunca vou parar de reviver aquele dia”.
Lindsey Rogers-Seitz: “Meu coração o perdoou, mas demorou para minha mente entender”
Última atualização: 12 maio, 2023

A norte-americana Lindsey Rogers-Seitz narra com detalhes suas memórias dolorosas no livro The Gift of Ben (Wellness Writers Press), lançado no fim de abril. Nele, ela relembra como sua vida se transformou em julho de 2014, quando seu marido esqueceu de deixar o filho Ben, de 15 meses, na creche.

O menino foi encontrado dentro do carro no fim do dia, já sem vida. Na época — e pelos anos seguintes — Lindsey e Kyle enfrentaram acusações de homicídio. A história da família virou um livro. “Eu nunca vou parar de reviver aquele dia”, diz a mãe.

Ben era uma criança alegre que gostava de brincar com bolas, ria e exibia as suas bochechas com covinhas. Nessa época, ele pronunciou a primeira palavra tão esperada: “mamãe”.

7 de julho

A manhã de segunda-feira, 7 de julho, foi de retorno ao trabalho. Enquanto se preparava, Lindsey lembra de olhar para o filho e dizer: “Você é bonito demais para ser um menino”. Seu marido, Kyle, estava ocupado alimentando Ben com aveia e iogurte antes de tirá-lo de seu pijama de jacaré verde. Era a rotina normal para Kyle: deixar Ben na creche, tomar café na Main Street e dirigir até o trabalho em uma empresa de engenharia local.

Nesse dia, Lindsey tirou uma rara folga do trabalho como advogada para levar as meninas, Kaylyn e Riley, então com 8 e 5 anos, para a escola bíblica de férias. Pouco tempo depois de sair de casa, ela avistou o carro de Kyle ao lado da cafeteria na rua principal, e presumiu que ele havia feito um tempo recorde ao deixar Ben na creche. “Estou vendo seu carro”, ela mandou uma mensagem. Foi um dia bastante comum.

Por volta das 17h, Kyle passou pela creche para pegar Ben — e nesse momento, a vida da família mudaria para sempre. “Ben não veio hoje”, disseram a Kyle.

Depois de vasculhar sala por sala no prédio, Kyle correu para o carro para descobrir que Ben ainda estava preso em sua cadeirinha. Ele tinha esquecido de deixar Ben na creche. Naquele dia, a temperatura chegou aos 30 graus, e o menino ficou preso no sufocante veículo o dia todo.

Lindsey, por sua vez, estava tentando fazer planos para o jantar, mandando uma mensagem para Kyle perguntando se ele queria tacos. Nesse momento, a creche ligou para Lindsey para alertá-la de que Ben não foi para a escola. “Minha mente começou a pensar que, todo verão, crianças são esquecidas em carros quentes”, disse ela.

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Direitos autorais: Arquivo pessoal

O início de um pesadelo

“Eu dirigi até a delegacia e tive um ataque de ansiedade no estacionamento”, conta. Ela entrou perguntando: “Sou Lindsey Seitz – há algo que preciso saber sobre minha família?” Então, disseram que a levariam ao hospital. Sentada no banco de trás de um carro de polícia com um saco de papel na boca e sendo instruída a não tirar conclusões precipitadas, Lindsey sentia seu instinto de mãe falando o contrário.

Kyle tentou desesperadamente acordar o filho antes de correr para o hospital, mas ele foi declarado morto logo na chegada. Lindsey foi conduzida a uma pequena sala com uma Bíblia preta sobre a mesa e ouviu as palavras que nenhum pai ou mãe deveria ouvir: “Ele não sobreviveu”.

Além de todos os sentimentos que envolvem uma notícia como essa — dor, confusão, raiva, desespero, vazio, outro pesadelo estava prestes a começar. Haveria uma investigação sobre a morte de Ben, que o médico legista de Connecticut considerou homicídio em agosto de 2014, e a parte de sua vida que Lindsey trabalhou tanto para manter escondida, agora estava prestes a ser exposta ao mundo.

Ela sofria de transtorno bipolar e depressão maníaca e agora enfrentaria a possibilidade de seus filhos mais velhos serem levados embora. “Houve dois traumas – o primeiro foi a perda de Ben e o segundo foi o resultado imediato do DCF”, disse Lindsey, referindo-se ao processo que estava sendo montado pelo Departamento Estadual de Crianças e Famílias, que exigiu acesso aos seus arquivos médicos, motivo pelo qual ela tinha medo de perder a guarda de seus filhos. 

“Assim que descobriram que eu era bipolar, vieram atrás de mim também”, disse ela. Lindsey lutou para manter os registros privados — e só agora decidiu tornar pública as informações sobre sua saúde mental.

Medo e força para manter a família unida

Após a morte de Ben, os dias se tornaram uma “névoa de medo” e “sobrevivência”. “Não podíamos ficar de luto, era preciso cuidar das meninas”, disse ela.

Embora a própria Lindsey tenha sido inocentada no início da investigação por envolvimento na morte de Ben, o caso contra ela logo se intensificou. Ao mesmo tempo, sua história dolorosa tornou-se notícia internacional, e a mãe projetou força externamente, concedendo entrevistas para diversos meios de comunicação. Enquanto ela falava publicamente sobre ser forte e manter a família unida, Lindsey estava em uma espiral privada.

“Eu não me sentia corajosa. Coloquei uma armadura”, disse ela. “Achei que, se mostrasse um segundo de fraqueza, seríamos completamente devorados – pelo DCF, pela polícia, pela mídia, por estranhos. Então eu senti que não poderia ser fraca”, admite.

Ela escreveu também sobre sua doença mental sendo usada contra ela. “Muitas vezes, senti como se os ingredientes que me tornavam humana estivessem sendo gradualmente removidos, um por um. Eu havia perdido meu filho, meus direitos parentais estavam em questão, a liberdade física de meu marido era uma incógnita e o âmago do meu ser, minha doença mental, estava agora sob intenso exame”, disse. “Eu meio que cheguei ao fundo do poço”, disse ela ao The Post.

Ela afirmou que se sentia “estereotipada” e desigual aos olhos da lei. Ela foi até avisada de que deixar Kyle pouparia muita burocracia legal agonizante. “Uma visão [legal] era que eu fui negligente apenas por ficar com ele”, disse ela.

Após quatro meses de investigações, Kyle, então com 36 anos, foi acusado de homicídio criminalmente negligente em novembro de 2014. Ele entrou com um pedido que o ajudou a evitar a prisão, que o juiz aceitou. “Não posso puni-lo mais do que você já foi punido”, disse o juiz do Tribunal Superior, Kevin Ross.

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Direitos autorais: Reprodução/ Facebook

Lindsey Rogers-Seitz: recomeço

Ela fugiu de cidade, Ridgefield, antes da prisão iminente de Kyle, levando as meninas para Colorado Springs para um novo começo. Depois que ele foi inocentado, juntou-se à família e eles permaneceram lá pelos próximos cinco anos.

“Finalmente era apenas sobre Ben”. Agora eles poderiam se curar como uma família.

No entanto, Lindsey se sentia culpada. Começou se automedicando, primeiro com benzodiazepínicos, depois passando para poderosos estabilizadores de humor que agiam como tranquilizantes à noite. Logo depois foi o álcool. Seu objetivo era cair no esquecimento todas as tardes e noites. “Eu me entorpeci”, disse ela. O perdão para Kyle seria tudo, menos direto. Foi “um instante que permanecerá entre nós por toda a vida”, escreveu ela.

“Não é fácil. Tem sido uma jornada de oito anos”, disse. “Acho que no momento em que descobri que Ben morreu, meu coração o perdoou. Mas levou muito tempo para minha mente entender”, completou.

Houve muita autoflagelação para ela também. Lindsay pensou no que poderia ter feito diferente. Quando ela avistou o carro dele na Main Street naquela manhã, e se ela tivesse mandado uma mensagem diferente: “Como foi na creche?” em vez de “Estou vendo seu carro”?

“Eu nunca vou parar de reviver aquele dia”, disse ela. “Muitas pessoas focaram na culpa de Kyle, mas eu também me sentia culpada. Você sempre se pergunta, eu poderia ter feito algo diferente para salvá-lo e, se assim fosse, Ben teria 10 anos agora? Eu nunca poderia imaginar que no dia em que decidi aproveitar um dia de folga, meu filho morreria. Que eu viveria com a culpa por toda a eternidade”.

Lindsey encontrou um propósito na dor

Lindsey, agora com 44 anos, resolveu tirar o estigma da doença mental que ela passou toda a sua vida adulta tentando esconder e falou sobre isso pela primeira vez em seu livro. “É todo o meu propósito na vida agora”, disse. “Eu estava escondida — até este livro. Eu mereço ser quem eu sou, assim como todo mundo”, completou.

Atualmente, Lindsey faz parte do grupo Kids and Car Safety, que trabalha na defesa da segurança do carro e já rastreou 1.051 mortes de crianças em carros quentes em todo o país desde 1990.

Ela encontrou um propósito na dor, que é defender medidas de segurança — o que resultou na aprovação da Lei de Carros Quentes de 2021.

Em busca de paz

Nove anos depois, Lindsey refletiu sobre sua própria história. “A experiência me mudou”, ela escreveu. “Tanta dor, mas tanto amor. Eu vi o melhor e o pior da humanidade em tão pouco tempo”, finalizou.

É claro que ela ainda pensa — e fala com — seu filho todos os dias, imaginando dias de futebol e a escola, como poderiam ter sido. “Quando vejo os filhos dos meus amigos no Facebook, o que eles estão fazendo, indo para a escola, esportes e outras coisas, é muito difícil. São as pequenas coisas,” disse Lindsey, que mora com Kyle e suas filhas, agora com 17 e 14 anos, em Morrisville, Carolina do Norte.

Lindsey diz que agora “encontrou a paz”. “Ainda há resquícios dos quais nunca poderei me livrar, mas mesmo assim, o dia a dia me dá alegria agora. É uma paz que provavelmente não tenho há muito tempo”, afirmou.

A norte-americana Lindsey Rogers-Seitz narra com detalhes suas memórias dolorosas no livro The Gift of Ben (Wellness Writers Press), lançado no fim de abril. Nele, ela relembra como sua vida se transformou em julho de 2014, quando seu marido esqueceu de deixar o filho Ben, de 15 meses, na creche.

O menino foi encontrado dentro do carro no fim do dia, já sem vida. Na época — e pelos anos seguintes — Lindsey e Kyle enfrentaram acusações de homicídio. A história da família virou um livro. “Eu nunca vou parar de reviver aquele dia”, diz a mãe.

Ben era uma criança alegre que gostava de brincar com bolas, ria e exibia as suas bochechas com covinhas. Nessa época, ele pronunciou a primeira palavra tão esperada: “mamãe”.

7 de julho

A manhã de segunda-feira, 7 de julho, foi de retorno ao trabalho. Enquanto se preparava, Lindsey lembra de olhar para o filho e dizer: “Você é bonito demais para ser um menino”. Seu marido, Kyle, estava ocupado alimentando Ben com aveia e iogurte antes de tirá-lo de seu pijama de jacaré verde. Era a rotina normal para Kyle: deixar Ben na creche, tomar café na Main Street e dirigir até o trabalho em uma empresa de engenharia local.

Nesse dia, Lindsey tirou uma rara folga do trabalho como advogada para levar as meninas, Kaylyn e Riley, então com 8 e 5 anos, para a escola bíblica de férias. Pouco tempo depois de sair de casa, ela avistou o carro de Kyle ao lado da cafeteria na rua principal, e presumiu que ele havia feito um tempo recorde ao deixar Ben na creche. “Estou vendo seu carro”, ela mandou uma mensagem. Foi um dia bastante comum.

Por volta das 17h, Kyle passou pela creche para pegar Ben — e nesse momento, a vida da família mudaria para sempre. “Ben não veio hoje”, disseram a Kyle.

Depois de vasculhar sala por sala no prédio, Kyle correu para o carro para descobrir que Ben ainda estava preso em sua cadeirinha. Ele tinha esquecido de deixar Ben na creche. Naquele dia, a temperatura chegou aos 30 graus, e o menino ficou preso no sufocante veículo o dia todo.

Lindsey, por sua vez, estava tentando fazer planos para o jantar, mandando uma mensagem para Kyle perguntando se ele queria tacos. Nesse momento, a creche ligou para Lindsey para alertá-la de que Ben não foi para a escola. “Minha mente começou a pensar que, todo verão, crianças são esquecidas em carros quentes”, disse ela.

Some figure
Direitos autorais: Arquivo pessoal

O início de um pesadelo

“Eu dirigi até a delegacia e tive um ataque de ansiedade no estacionamento”, conta. Ela entrou perguntando: “Sou Lindsey Seitz – há algo que preciso saber sobre minha família?” Então, disseram que a levariam ao hospital. Sentada no banco de trás de um carro de polícia com um saco de papel na boca e sendo instruída a não tirar conclusões precipitadas, Lindsey sentia seu instinto de mãe falando o contrário.

Kyle tentou desesperadamente acordar o filho antes de correr para o hospital, mas ele foi declarado morto logo na chegada. Lindsey foi conduzida a uma pequena sala com uma Bíblia preta sobre a mesa e ouviu as palavras que nenhum pai ou mãe deveria ouvir: “Ele não sobreviveu”.

Além de todos os sentimentos que envolvem uma notícia como essa — dor, confusão, raiva, desespero, vazio, outro pesadelo estava prestes a começar. Haveria uma investigação sobre a morte de Ben, que o médico legista de Connecticut considerou homicídio em agosto de 2014, e a parte de sua vida que Lindsey trabalhou tanto para manter escondida, agora estava prestes a ser exposta ao mundo.

Ela sofria de transtorno bipolar e depressão maníaca e agora enfrentaria a possibilidade de seus filhos mais velhos serem levados embora. “Houve dois traumas – o primeiro foi a perda de Ben e o segundo foi o resultado imediato do DCF”, disse Lindsey, referindo-se ao processo que estava sendo montado pelo Departamento Estadual de Crianças e Famílias, que exigiu acesso aos seus arquivos médicos, motivo pelo qual ela tinha medo de perder a guarda de seus filhos. 

“Assim que descobriram que eu era bipolar, vieram atrás de mim também”, disse ela. Lindsey lutou para manter os registros privados — e só agora decidiu tornar pública as informações sobre sua saúde mental.

Medo e força para manter a família unida

Após a morte de Ben, os dias se tornaram uma “névoa de medo” e “sobrevivência”. “Não podíamos ficar de luto, era preciso cuidar das meninas”, disse ela.

Embora a própria Lindsey tenha sido inocentada no início da investigação por envolvimento na morte de Ben, o caso contra ela logo se intensificou. Ao mesmo tempo, sua história dolorosa tornou-se notícia internacional, e a mãe projetou força externamente, concedendo entrevistas para diversos meios de comunicação. Enquanto ela falava publicamente sobre ser forte e manter a família unida, Lindsey estava em uma espiral privada.

“Eu não me sentia corajosa. Coloquei uma armadura”, disse ela. “Achei que, se mostrasse um segundo de fraqueza, seríamos completamente devorados – pelo DCF, pela polícia, pela mídia, por estranhos. Então eu senti que não poderia ser fraca”, admite.

Ela escreveu também sobre sua doença mental sendo usada contra ela. “Muitas vezes, senti como se os ingredientes que me tornavam humana estivessem sendo gradualmente removidos, um por um. Eu havia perdido meu filho, meus direitos parentais estavam em questão, a liberdade física de meu marido era uma incógnita e o âmago do meu ser, minha doença mental, estava agora sob intenso exame”, disse. “Eu meio que cheguei ao fundo do poço”, disse ela ao The Post.

Ela afirmou que se sentia “estereotipada” e desigual aos olhos da lei. Ela foi até avisada de que deixar Kyle pouparia muita burocracia legal agonizante. “Uma visão [legal] era que eu fui negligente apenas por ficar com ele”, disse ela.

Após quatro meses de investigações, Kyle, então com 36 anos, foi acusado de homicídio criminalmente negligente em novembro de 2014. Ele entrou com um pedido que o ajudou a evitar a prisão, que o juiz aceitou. “Não posso puni-lo mais do que você já foi punido”, disse o juiz do Tribunal Superior, Kevin Ross.

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Direitos autorais: Reprodução/ Facebook

Lindsey Rogers-Seitz: recomeço

Ela fugiu de cidade, Ridgefield, antes da prisão iminente de Kyle, levando as meninas para Colorado Springs para um novo começo. Depois que ele foi inocentado, juntou-se à família e eles permaneceram lá pelos próximos cinco anos.

“Finalmente era apenas sobre Ben”. Agora eles poderiam se curar como uma família.

No entanto, Lindsey se sentia culpada. Começou se automedicando, primeiro com benzodiazepínicos, depois passando para poderosos estabilizadores de humor que agiam como tranquilizantes à noite. Logo depois foi o álcool. Seu objetivo era cair no esquecimento todas as tardes e noites. “Eu me entorpeci”, disse ela. O perdão para Kyle seria tudo, menos direto. Foi “um instante que permanecerá entre nós por toda a vida”, escreveu ela.

“Não é fácil. Tem sido uma jornada de oito anos”, disse. “Acho que no momento em que descobri que Ben morreu, meu coração o perdoou. Mas levou muito tempo para minha mente entender”, completou.

Houve muita autoflagelação para ela também. Lindsay pensou no que poderia ter feito diferente. Quando ela avistou o carro dele na Main Street naquela manhã, e se ela tivesse mandado uma mensagem diferente: “Como foi na creche?” em vez de “Estou vendo seu carro”?

“Eu nunca vou parar de reviver aquele dia”, disse ela. “Muitas pessoas focaram na culpa de Kyle, mas eu também me sentia culpada. Você sempre se pergunta, eu poderia ter feito algo diferente para salvá-lo e, se assim fosse, Ben teria 10 anos agora? Eu nunca poderia imaginar que no dia em que decidi aproveitar um dia de folga, meu filho morreria. Que eu viveria com a culpa por toda a eternidade”.

Lindsey encontrou um propósito na dor

Lindsey, agora com 44 anos, resolveu tirar o estigma da doença mental que ela passou toda a sua vida adulta tentando esconder e falou sobre isso pela primeira vez em seu livro. “É todo o meu propósito na vida agora”, disse. “Eu estava escondida — até este livro. Eu mereço ser quem eu sou, assim como todo mundo”, completou.

Atualmente, Lindsey faz parte do grupo Kids and Car Safety, que trabalha na defesa da segurança do carro e já rastreou 1.051 mortes de crianças em carros quentes em todo o país desde 1990.

Ela encontrou um propósito na dor, que é defender medidas de segurança — o que resultou na aprovação da Lei de Carros Quentes de 2021.

Em busca de paz

Nove anos depois, Lindsey refletiu sobre sua própria história. “A experiência me mudou”, ela escreveu. “Tanta dor, mas tanto amor. Eu vi o melhor e o pior da humanidade em tão pouco tempo”, finalizou.

É claro que ela ainda pensa — e fala com — seu filho todos os dias, imaginando dias de futebol e a escola, como poderiam ter sido. “Quando vejo os filhos dos meus amigos no Facebook, o que eles estão fazendo, indo para a escola, esportes e outras coisas, é muito difícil. São as pequenas coisas,” disse Lindsey, que mora com Kyle e suas filhas, agora com 17 e 14 anos, em Morrisville, Carolina do Norte.

Lindsey diz que agora “encontrou a paz”. “Ainda há resquícios dos quais nunca poderei me livrar, mas mesmo assim, o dia a dia me dá alegria agora. É uma paz que provavelmente não tenho há muito tempo”, afirmou.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.