5 lanchinhos "saudáveis" que na verdade são produtos ultraprocessados
Escrito e verificado por a nutricionista Anna Vilarrasa
Nem todos os produtos ultraprocessados são itens de fast food, comida congelada e doces industriais. Você sabia que alguns dos lanchinhos “saudáveis” que são promovidos como tal podem ser classificados nesta categoria?
É importante reconhecer esses tipos de produtos e limitar o seu consumo, pois os alimentos ultraprocessados na dieta alimentar estão relacionados à obesidade e a outras doenças não transmissíveis, como problemas cardiovasculares e diabetes.
Alimentos ultraprocessados
Os alimentos ultraprocessados são produtos alimentícios que costumam conter uma longa lista de ingredientes e aditivos com sabores artificiais, açúcares adicionados, estabilizantes e conservantes.
Automaticamente, os relacionamos com comida congelada, fast food ou bebidas energéticas. No entanto, sua presença é muito mais difundida, e às vezes eles se escondem sob a aparência de produtos saudáveis.
A vontade de cuidar da alimentação e de zelar pela saúde está cada vez mais presente em muitos consumidores. A indústria de alimentos viu essa preocupação e decidiu utilizá-la como argumento para promover os seus produtos, destacando seus atributos e propriedades para a saúde.
A maioria destaca apenas os nutrientes certos para a promoção de um melhor estado físico e mental. No entanto, é importante analisar a composição desses alimentos que se dizem saudáveis, pois eles podem conter ingredientes que não são recomendados.
5 lanchinhos “saudáveis” que são ultraprocessados
Como já vimos anteriormente, esses tipos de produtos são muito difundidos. A seguir, destacamos alguns deles, que devem fazer parte da dieta apenas ocasionalmente.
1. Barras de cereal
Talvez seja um dos alimentos mais comuns e difundidos no mundo fitness e entre os alimentos light. Uma forma cômoda, rápida e leve de repor as energias onde estivermos.
O problema não está nos ingredientes, pois alguns deles realmente são saudáveis. No entanto, muitas dessas barras escondem grandes quantidades de açúcar adicionado na forma de mel e xaropes de glicose e frutose.
O resultado é um lanche que fornece energia instantânea, mas que não dura muito e não promove uma sensação de saciedade a longo prazo.
Descubra também: Que tipos de aditivos alimentares existem?
2. Barras de proteínas
Ao contrário das anteriores, este tipo de barra tem um teor elevado de proteína. São úteis para comer após o exercício e ajudam quando as necessidades de ingestão de proteína são muito altas.
Em grande parte, são elaboradas com proteínas do leite ou do ovo, mas algumas delas também contêm muito açúcar e gordura saturada. Inclusive, às vezes elas os apresentam em quantidades maiores do que um tablete de chocolate.
3. Outros lanchinhos “saudáveis” mas ultraprocessados: bolachas e cereais fitness com fibra
Os biscoitos e os cereais fitness são amplamente consumidos. A fibra costuma ser o principal argumento, mas o produto final ainda contém grandes quantidades de açúcar adicionado.
Além disso, no caso dos biscoitos, muitos deles tendem a conter gorduras hidrogenadas ou óleos não recomendados e que não apresentam benefícios.
Em ambos os casos, é necessário ler bem os rótulos. Alguns dos biscoitos e cereais mais clássicos têm uma composição nutricional igual ou melhor do que outros que são vendidos como alimentos saudáveis.
4. Doces e sobremesas ricos em proteínas
Um dos últimos a chegar ao mercado, graças à boa reputação das dietas com baixo teor de carboidratos. Seus usuários são tanto pessoas que desejam melhorar a composição corporal quanto aquelas que querem perder peso e prevenir problemas de saúde.
Este grupo, ainda novo, inclui produtos díspares, como donuts, biscoitos, bolos, croissants, pãezinhos e todos os tipos de petiscos, tanto doces quanto salgados.
Qual é o problema? O primeiro é a longa lista de ingredientes com aromatizantes e outros conservantes. Às vezes é muito difícil que o usuário os reconheça.
Em segundo lugar, a composição nutricional também engana. Apesar de ter mais proteína do que o produto original, o resultado final ainda tem pouca ou nenhuma qualidade nutricional. E o maior perigo é que os comemos pensando que são saudáveis, e assim os ingerimos em maior quantidade e com mais frequência.
5. Shake de proteína
Há muito tempo um alimento exclusivo de atletas, hoje visa atingir aquelas pessoas que querem se cuidar e não têm tempo para preparar uma refeição completa.
Fácil de preparar, cômodo para transportar e rápido de consumir. No entanto, em termos de composição, a realidade é que eles são semelhantes às barras energéticas e proteicas.
Leia também: Receitas de barras de cereais caseiras
Por que é importante evitar os alimentos ultraprocessados?
Há anos os especialistas em nutrição e saúde alertam para o consumo de produtos ultraprocessados. Por que eles estão na mira dos nutricionistas? Qual é a causa da preocupação e o motivo de tentar mantê-los afastados da dieta regular?
O primeiro problema que apresentam é a qualidade nutricional. Ou melhor, sua contribuição quase nula de nutrientes básicos que se mostram necessários para a promoção da saúde e do bem-estar.
Do que necessitamos? Carboidratos complexos, gorduras saudáveis, fibras, vitaminas e minerais.
Em vez disso, este tipo de produtos contém grandes quantidades de sal, açúcar adicionado e gorduras saturadas e hidrogenadas, além de apresentar uma alta densidade de energia.
Sem falar que a palatabilidade e o marketing que os acompanha estimulam o alto consumo. Todos esses fatores fazem com que estejam presentes na alimentação de muitas pessoas de forma excessiva.
Esse consumo contínuo se traduz em problemas de saúde de longo prazo. Ao longo das últimas décadas, a ciência obteve evidências da sua associação com múltiplos marcadores e resultados adversos.
Conforme indica uma revisão sistemática publicada em 2020, os problemas associados são os seguintes:
- Maior prevalência de sobrepeso e obesidade, bem como maior índice de massa corporal.
- Aumento do risco de síndrome metabólica e todos os seus fatores: glicose alta no sangue, pressão alta, lipídios elevados no sangue.
- Maior incidência de doenças cardiovasculares, arteriais e cerebrovasculares.
- Depressão.
- Problemas relacionados à síndrome do intestino irritável.
- Maior índice de mortalidade.
Como fazer um consumo responsável destes 5 lanchinhos “saudáveis”
Os alimentos ultraprocessados se caracterizam por ter grandes quantidades de açúcar adicionado, gorduras de baixa qualidade e sal. A presença de fibra é muito baixa, assim como a de vitaminas e minerais.
Hoje, a maioria deles afirma se destacar como fonte desses nutrientes para a promoção da saúde e do bem-estar dos consumidores. No entanto, é sempre preferível ingerir estes nutrientes através de alimentos frescos.
O consumo esporádico não é prejudicial e pode até ter alguma utilidade, desde que as pessoas tenham conhecimento do produto que compram e comem e que eles não façam parte da alimentação regular.
Para quem precisa desses lanchinhos supostamente saudáveis esporadicamente, o melhor conselho é ler os rótulos dos produtos e escolher aqueles com ingredientes conhecidos. Se, em vez disso, as circunstâncias os tornarem comuns na dieta, é preferível explorar alternativas caseiras que sejam rápidas de preparar e fáceis de transportar e consumir.
Nem todos os produtos ultraprocessados são itens de fast food, comida congelada e doces industriais. Você sabia que alguns dos lanchinhos “saudáveis” que são promovidos como tal podem ser classificados nesta categoria?
É importante reconhecer esses tipos de produtos e limitar o seu consumo, pois os alimentos ultraprocessados na dieta alimentar estão relacionados à obesidade e a outras doenças não transmissíveis, como problemas cardiovasculares e diabetes.
Alimentos ultraprocessados
Os alimentos ultraprocessados são produtos alimentícios que costumam conter uma longa lista de ingredientes e aditivos com sabores artificiais, açúcares adicionados, estabilizantes e conservantes.
Automaticamente, os relacionamos com comida congelada, fast food ou bebidas energéticas. No entanto, sua presença é muito mais difundida, e às vezes eles se escondem sob a aparência de produtos saudáveis.
A vontade de cuidar da alimentação e de zelar pela saúde está cada vez mais presente em muitos consumidores. A indústria de alimentos viu essa preocupação e decidiu utilizá-la como argumento para promover os seus produtos, destacando seus atributos e propriedades para a saúde.
A maioria destaca apenas os nutrientes certos para a promoção de um melhor estado físico e mental. No entanto, é importante analisar a composição desses alimentos que se dizem saudáveis, pois eles podem conter ingredientes que não são recomendados.
5 lanchinhos “saudáveis” que são ultraprocessados
Como já vimos anteriormente, esses tipos de produtos são muito difundidos. A seguir, destacamos alguns deles, que devem fazer parte da dieta apenas ocasionalmente.
1. Barras de cereal
Talvez seja um dos alimentos mais comuns e difundidos no mundo fitness e entre os alimentos light. Uma forma cômoda, rápida e leve de repor as energias onde estivermos.
O problema não está nos ingredientes, pois alguns deles realmente são saudáveis. No entanto, muitas dessas barras escondem grandes quantidades de açúcar adicionado na forma de mel e xaropes de glicose e frutose.
O resultado é um lanche que fornece energia instantânea, mas que não dura muito e não promove uma sensação de saciedade a longo prazo.
Descubra também: Que tipos de aditivos alimentares existem?
2. Barras de proteínas
Ao contrário das anteriores, este tipo de barra tem um teor elevado de proteína. São úteis para comer após o exercício e ajudam quando as necessidades de ingestão de proteína são muito altas.
Em grande parte, são elaboradas com proteínas do leite ou do ovo, mas algumas delas também contêm muito açúcar e gordura saturada. Inclusive, às vezes elas os apresentam em quantidades maiores do que um tablete de chocolate.
3. Outros lanchinhos “saudáveis” mas ultraprocessados: bolachas e cereais fitness com fibra
Os biscoitos e os cereais fitness são amplamente consumidos. A fibra costuma ser o principal argumento, mas o produto final ainda contém grandes quantidades de açúcar adicionado.
Além disso, no caso dos biscoitos, muitos deles tendem a conter gorduras hidrogenadas ou óleos não recomendados e que não apresentam benefícios.
Em ambos os casos, é necessário ler bem os rótulos. Alguns dos biscoitos e cereais mais clássicos têm uma composição nutricional igual ou melhor do que outros que são vendidos como alimentos saudáveis.
4. Doces e sobremesas ricos em proteínas
Um dos últimos a chegar ao mercado, graças à boa reputação das dietas com baixo teor de carboidratos. Seus usuários são tanto pessoas que desejam melhorar a composição corporal quanto aquelas que querem perder peso e prevenir problemas de saúde.
Este grupo, ainda novo, inclui produtos díspares, como donuts, biscoitos, bolos, croissants, pãezinhos e todos os tipos de petiscos, tanto doces quanto salgados.
Qual é o problema? O primeiro é a longa lista de ingredientes com aromatizantes e outros conservantes. Às vezes é muito difícil que o usuário os reconheça.
Em segundo lugar, a composição nutricional também engana. Apesar de ter mais proteína do que o produto original, o resultado final ainda tem pouca ou nenhuma qualidade nutricional. E o maior perigo é que os comemos pensando que são saudáveis, e assim os ingerimos em maior quantidade e com mais frequência.
5. Shake de proteína
Há muito tempo um alimento exclusivo de atletas, hoje visa atingir aquelas pessoas que querem se cuidar e não têm tempo para preparar uma refeição completa.
Fácil de preparar, cômodo para transportar e rápido de consumir. No entanto, em termos de composição, a realidade é que eles são semelhantes às barras energéticas e proteicas.
Leia também: Receitas de barras de cereais caseiras
Por que é importante evitar os alimentos ultraprocessados?
Há anos os especialistas em nutrição e saúde alertam para o consumo de produtos ultraprocessados. Por que eles estão na mira dos nutricionistas? Qual é a causa da preocupação e o motivo de tentar mantê-los afastados da dieta regular?
O primeiro problema que apresentam é a qualidade nutricional. Ou melhor, sua contribuição quase nula de nutrientes básicos que se mostram necessários para a promoção da saúde e do bem-estar.
Do que necessitamos? Carboidratos complexos, gorduras saudáveis, fibras, vitaminas e minerais.
Em vez disso, este tipo de produtos contém grandes quantidades de sal, açúcar adicionado e gorduras saturadas e hidrogenadas, além de apresentar uma alta densidade de energia.
Sem falar que a palatabilidade e o marketing que os acompanha estimulam o alto consumo. Todos esses fatores fazem com que estejam presentes na alimentação de muitas pessoas de forma excessiva.
Esse consumo contínuo se traduz em problemas de saúde de longo prazo. Ao longo das últimas décadas, a ciência obteve evidências da sua associação com múltiplos marcadores e resultados adversos.
Conforme indica uma revisão sistemática publicada em 2020, os problemas associados são os seguintes:
- Maior prevalência de sobrepeso e obesidade, bem como maior índice de massa corporal.
- Aumento do risco de síndrome metabólica e todos os seus fatores: glicose alta no sangue, pressão alta, lipídios elevados no sangue.
- Maior incidência de doenças cardiovasculares, arteriais e cerebrovasculares.
- Depressão.
- Problemas relacionados à síndrome do intestino irritável.
- Maior índice de mortalidade.
Como fazer um consumo responsável destes 5 lanchinhos “saudáveis”
Os alimentos ultraprocessados se caracterizam por ter grandes quantidades de açúcar adicionado, gorduras de baixa qualidade e sal. A presença de fibra é muito baixa, assim como a de vitaminas e minerais.
Hoje, a maioria deles afirma se destacar como fonte desses nutrientes para a promoção da saúde e do bem-estar dos consumidores. No entanto, é sempre preferível ingerir estes nutrientes através de alimentos frescos.
O consumo esporádico não é prejudicial e pode até ter alguma utilidade, desde que as pessoas tenham conhecimento do produto que compram e comem e que eles não façam parte da alimentação regular.
Para quem precisa desses lanchinhos supostamente saudáveis esporadicamente, o melhor conselho é ler os rótulos dos produtos e escolher aqueles com ingredientes conhecidos. Se, em vez disso, as circunstâncias os tornarem comuns na dieta, é preferível explorar alternativas caseiras que sejam rápidas de preparar e fáceis de transportar e consumir.
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- Elizabeth L, Machado P, et al. Ultra-Processed Foods and Health Outcomes: A Narrative Review. Nutrients. Junio 2020. 12(7):1955.
- Fiolet Th, et al. Consumption of ultra-processed foods and cancer risk: results from NutriNet-Santé prospective cohort. The BMJ. Febrero. 2018. 360:k322.
- Marti A. Ultra-Processed Foods Are Not “Real Food” but Really Affect Your Health. Nutrients. Agosto 2019.11(8):1902.
- Rauber F, et al. Ultra-Processed Food Consumption and Chronic Non-Communicable Diseases-Related Dietary Nutrient Profile in the UK (2008⁻2014). Nutrients. Mayo 2018. 10(5):587.
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