Hiperlactação ou superprodução de leite materno: o que você precisa saber
Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz
A amamentação é um dos maiores presentes que você pode dar ao seu bebê. Com ela não apenas é garantida uma nutrição ideal, mas é favorecida a criação de um forte vínculo emocional entre mãe e filho. No entanto, estabelecer e manter a amamentação nem sempre é fácil; neste processo podem surgir várias dificuldades (como a hiperlactação) que se não forem atendidas de maneira adequada podem levar ao abandono deste hábito.
A maioria das mulheres grávidas e mães de primeira viagem vez teme não ter leite materno suficiente para atender às necessidades dos seus bebês. Portanto, à primeira vista a superprodução pode não parecer um problema.
No entanto a hiperlactação é uma condição que provoca desconforto nas mulheres e crianças, e pode levar a alguns problemas de saúde. Para que nada prejudique essa linda experiência, falaremos mais sobre este assunto e mostraremos como lidar com essa situação.
O que é a hiperlactação e por que ela acontece?
A produção excessiva de leite materno é chamada de hiperlactação. As mulheres que sofrem com ela têm um fluxo de leite rápido, constante e abundante que gera diversos transtornos. Para entender por que esse excesso de oferta acontece é importante lembrar como funciona o processo de estabelecimento da lactação.
É normal que a produção de leite seja maior durante as primeiras quatro ou seis semanas após o parto. Durante esse período o corpo aprenderá de quanto alimento o bebê precisa e se ajustará à demanda dele. Enquanto isso a criança ganhará prática e fluência na sucção, de forma que eventualmente ambas estarão sincronizadas. No entanto, algumas mulheres continuam tendo uma abundância de leite após esse período.
A hiperlactação pode ter várias causas. Algumas mulheres têm uma produção excessiva de leite de forma natural, devido a uma predisposição congênita. Outras podem ser excessivamente sensíveis à estimulação e liberar prolactina demais no sangue. No entanto, em outros casos alguns fatores controláveis contribuem, por exemplo o uso de práticas inadequadas de amamentação.
Saiba mais: Como conservar o leite materno?
Sintomas de hiperlactação
Para definir se você sofre de hiperlactação é possível observar uma série de sintomas que aparecerão tanto em você quanto no bebê. No caso deste último, os mais comuns são os seguintes:
No bebe:
- Durante a amamentação ele tosse e se engasga. Isso pode acontecer porque ele não consegue controlar a rapidez e a abundância do suprimento de leite.
- Ele mostra padrões de pega inadequados. Por exemplo, empurra o peito como se estivesse brigando com ele, morde o mamilo ou engole e devora a comida com uma atitude ansiosa. Outras crianças, ao contrário, mamam com a boca solta agarrando muito mal o mamilo, dando a impressão de serem preguiçosas.
- O bebê fica inquieto, angustiado ou irritado durante as mamadas e pode até chorar.
- As regurgitações são frequentes, assim como a necessidade de arrotar. Isso acontece porque a criança engole muito ar ao mamar. As cólicas ocorrem com frequência e podem aparecer fezes verdes e explosivas.
- O bebê está constantemente com fome e pede o peito com bastante frequência. Além disso ele ganha peso mais rápido do que o esperado.
Na mãe:
Você como mãe também sofrerá uma série de sintomas e consequências que podem te ajudar a identificar o que está acontecendo:
- Você percebe que os seus seios estão constantemente cheios, ingurgitados e tensos.
- Você sente dor na mama com frequência, e a descida do leite é dolorosa.
- Você sofre perdas de leite durante o dia que te incomodam.
- Devido à pega equivocada os mamilos podem ficar rachados, além de um risco aumentado de mastite recorrente e obstruções no ducto.
Consequências da superprodução de leite materno
A hiperlactação pode tornar a amamentação incômoda e desagradável para ambos, além de provocar os sintomas já mencionados. No entanto, além disso podem ser geradas outras consequências importantes.
Por exemplo, o seu bebê pode não estar recebendo nutrientes suficientes, já que o leite materno no início das mamadas é composto principalmente por lactose. Se o bebê fica saciado antes de chegar ao leite com alto teor de gordura (que é produzido posteriormente), ele apresentará uma deficiência nesse aspecto.
Por outro lado, é comum que algumas mães confundam a hiperlactação com uma produção insuficiente de leite, pois os bebês estão sempre com fome. Desta forma elas podem tomar suplementos para aumentar a produção e agravar o problema já existente.
Como lidar com a hiperlactação?
Se você atualmente está apresentando uma produção excessiva de leite materno, existem algumas diretrizes que você pode aplicar para reverter esse problema:
- Amamente o seu filho estando reclinada ou deitada. Isso permitirá que a criança tenha mais controle e não sufoque ou fique sobrecarregada.
- Evite bombear leite com frequência. Com essa prática você envia para o seu corpo um sinal de que a demanda é maior e que ele precisa produzir ainda mais.
- A cada amamentação, ofereça ao seu filho apenas uma mama em vez de alterná-las. Desta forma você permite que ela se esvazie adequadamente.
- Se isso não for suficiente, continue oferecendo o mesmo seio ao bebê em todas as mamadas por um período de tempo; por exemplo, quatro ou seis horas.
- Para os casos mais graves existe um procedimento que se mostrou eficaz. Ele consiste em esvaziar completamente as mamas e, em seguida, proceder com a amamentação unilateral explicada anteriormente. Ou seja, todo o leite deve ser retirado de forma manual ou mecânica de ambas mamas e, a seguir, cada mama deve ser ofertada em blocos de tempo estabelecidos.
Também pode te interessar: 10 mitos sobre a amamentação nos quais você não deveria acreditar
Consulte um profissional
Se a superprodução de leite materno for confirmada, é imprescindível se consultar com um profissional. Ele te ajudará a determinar se isso é realmente o que está acontecendo e mostrará como proceder em seguida. Buscar o aconselhamento de um consultor de amamentação pode ser uma excelente decisão.
Por outro lado, lembre-se de que a situação pode demorar um pouco para ser totalmente resolvida. Não se desespere e siga as orientações do especialista que está te acompanhando. Quando esta fase terminar você ficará feliz por não ter desistido de amamentar.
A amamentação é um dos maiores presentes que você pode dar ao seu bebê. Com ela não apenas é garantida uma nutrição ideal, mas é favorecida a criação de um forte vínculo emocional entre mãe e filho. No entanto, estabelecer e manter a amamentação nem sempre é fácil; neste processo podem surgir várias dificuldades (como a hiperlactação) que se não forem atendidas de maneira adequada podem levar ao abandono deste hábito.
A maioria das mulheres grávidas e mães de primeira viagem vez teme não ter leite materno suficiente para atender às necessidades dos seus bebês. Portanto, à primeira vista a superprodução pode não parecer um problema.
No entanto a hiperlactação é uma condição que provoca desconforto nas mulheres e crianças, e pode levar a alguns problemas de saúde. Para que nada prejudique essa linda experiência, falaremos mais sobre este assunto e mostraremos como lidar com essa situação.
O que é a hiperlactação e por que ela acontece?
A produção excessiva de leite materno é chamada de hiperlactação. As mulheres que sofrem com ela têm um fluxo de leite rápido, constante e abundante que gera diversos transtornos. Para entender por que esse excesso de oferta acontece é importante lembrar como funciona o processo de estabelecimento da lactação.
É normal que a produção de leite seja maior durante as primeiras quatro ou seis semanas após o parto. Durante esse período o corpo aprenderá de quanto alimento o bebê precisa e se ajustará à demanda dele. Enquanto isso a criança ganhará prática e fluência na sucção, de forma que eventualmente ambas estarão sincronizadas. No entanto, algumas mulheres continuam tendo uma abundância de leite após esse período.
A hiperlactação pode ter várias causas. Algumas mulheres têm uma produção excessiva de leite de forma natural, devido a uma predisposição congênita. Outras podem ser excessivamente sensíveis à estimulação e liberar prolactina demais no sangue. No entanto, em outros casos alguns fatores controláveis contribuem, por exemplo o uso de práticas inadequadas de amamentação.
Saiba mais: Como conservar o leite materno?
Sintomas de hiperlactação
Para definir se você sofre de hiperlactação é possível observar uma série de sintomas que aparecerão tanto em você quanto no bebê. No caso deste último, os mais comuns são os seguintes:
No bebe:
- Durante a amamentação ele tosse e se engasga. Isso pode acontecer porque ele não consegue controlar a rapidez e a abundância do suprimento de leite.
- Ele mostra padrões de pega inadequados. Por exemplo, empurra o peito como se estivesse brigando com ele, morde o mamilo ou engole e devora a comida com uma atitude ansiosa. Outras crianças, ao contrário, mamam com a boca solta agarrando muito mal o mamilo, dando a impressão de serem preguiçosas.
- O bebê fica inquieto, angustiado ou irritado durante as mamadas e pode até chorar.
- As regurgitações são frequentes, assim como a necessidade de arrotar. Isso acontece porque a criança engole muito ar ao mamar. As cólicas ocorrem com frequência e podem aparecer fezes verdes e explosivas.
- O bebê está constantemente com fome e pede o peito com bastante frequência. Além disso ele ganha peso mais rápido do que o esperado.
Na mãe:
Você como mãe também sofrerá uma série de sintomas e consequências que podem te ajudar a identificar o que está acontecendo:
- Você percebe que os seus seios estão constantemente cheios, ingurgitados e tensos.
- Você sente dor na mama com frequência, e a descida do leite é dolorosa.
- Você sofre perdas de leite durante o dia que te incomodam.
- Devido à pega equivocada os mamilos podem ficar rachados, além de um risco aumentado de mastite recorrente e obstruções no ducto.
Consequências da superprodução de leite materno
A hiperlactação pode tornar a amamentação incômoda e desagradável para ambos, além de provocar os sintomas já mencionados. No entanto, além disso podem ser geradas outras consequências importantes.
Por exemplo, o seu bebê pode não estar recebendo nutrientes suficientes, já que o leite materno no início das mamadas é composto principalmente por lactose. Se o bebê fica saciado antes de chegar ao leite com alto teor de gordura (que é produzido posteriormente), ele apresentará uma deficiência nesse aspecto.
Por outro lado, é comum que algumas mães confundam a hiperlactação com uma produção insuficiente de leite, pois os bebês estão sempre com fome. Desta forma elas podem tomar suplementos para aumentar a produção e agravar o problema já existente.
Como lidar com a hiperlactação?
Se você atualmente está apresentando uma produção excessiva de leite materno, existem algumas diretrizes que você pode aplicar para reverter esse problema:
- Amamente o seu filho estando reclinada ou deitada. Isso permitirá que a criança tenha mais controle e não sufoque ou fique sobrecarregada.
- Evite bombear leite com frequência. Com essa prática você envia para o seu corpo um sinal de que a demanda é maior e que ele precisa produzir ainda mais.
- A cada amamentação, ofereça ao seu filho apenas uma mama em vez de alterná-las. Desta forma você permite que ela se esvazie adequadamente.
- Se isso não for suficiente, continue oferecendo o mesmo seio ao bebê em todas as mamadas por um período de tempo; por exemplo, quatro ou seis horas.
- Para os casos mais graves existe um procedimento que se mostrou eficaz. Ele consiste em esvaziar completamente as mamas e, em seguida, proceder com a amamentação unilateral explicada anteriormente. Ou seja, todo o leite deve ser retirado de forma manual ou mecânica de ambas mamas e, a seguir, cada mama deve ser ofertada em blocos de tempo estabelecidos.
Também pode te interessar: 10 mitos sobre a amamentação nos quais você não deveria acreditar
Consulte um profissional
Se a superprodução de leite materno for confirmada, é imprescindível se consultar com um profissional. Ele te ajudará a determinar se isso é realmente o que está acontecendo e mostrará como proceder em seguida. Buscar o aconselhamento de um consultor de amamentação pode ser uma excelente decisão.
Por outro lado, lembre-se de que a situação pode demorar um pouco para ser totalmente resolvida. Não se desespere e siga as orientações do especialista que está te acompanhando. Quando esta fase terminar você ficará feliz por não ter desistido de amamentar.
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- Woolridge, M. W., & Fisher, C. (1988). Colic,” overfeeding”, and symptoms of lactose malabsorption in the breast-fed baby: a possible artifact of feed management?. The Lancet, 332(8607), 382-384.
- van Veldhuizen-Staas, C. G. (2007). Overabundant milk supply: an alternative way to intervene by full drainage and block feeding. International Breastfeeding Journal, 2(1), 1-5.
- Amamantar Asturias. (s. f.). Hiperlactancia: cómo las reglas del hemisferio izquierdo para la lactancia pueden causar estragos en un proceso natural. Amamantarasturias.org. Recuperado diciembre de 2021, de https://amamantarasturias.org/wp-content/uploads/2019/11/17esp-Hiperlactancia.pdf
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