O que é a disbiose intestinal?
Escrito e verificado por a nutricionista Mariana Sánchez Huergo
A disbiose intestinal se refere à perda de massa bacteriana benéfica ou microbiota intestinal. É um problema muito comum na população que está relacionado ao aparecimento de doenças autoimunes, inflamações, alergias, obesidade, entre outras doenças crônicas. Por que ela acontece?
Em primeiro lugar, é preciso levar em conta que a flora intestinal tem sido considerada um órgão nos últimos anos. Isso porque ela possui diversas funções que influenciam o estado de saúde e o metabolismo dos nutrientes.
Qual é a microbiota? O estado de simbiose e disbiose intestinal
Para começar, é preciso falar sobre o que é a microbiota. Trata-se de uma comunidade de diferentes microrganismos distribuídos por todo o corpo humano (pele, boca, olhos, áreas genitais e, em maior abundância, o intestino).
Essas populações formam uma relação mutuamente benéfica com o hospedeiro, conhecida como simbiose. Isso foi demonstrado por um estudo publicado no World Journal of Gastrotenterology. Quando existe um desequilíbrio e a relação se torna prejudicial, falamos em disbiose intestinal. Muitas pessoas se referem à microbiota intestinal como um “órgão metabólico”, pois contribui para:
- Preservar a integridade da mucosa.
- É a primeira barreira contra os agentes patogénicos, tais com a E. Coli.
- Regula as funções das células do sistema imunológico.
- Favorece a síntese de vitaminas como K, D e do complexo B.
Características da microbiota intestinal
A composição da microbiota é bastante complexa e pode sofrer alterações (agudas ou crônicas) devido a fatores exógenos (como estilo de vida, hábitos, interação com patógenos e/ou produtos químicos, agentes ambientais) e fatores endógenos (genética).
Curiosamente, sabe-se que existem mais microrganismos no corpo humano do que células. Especificamente, mais de 1000 espécies bacterianas vivem no corpo (100 bilhões de bactérias), embora, predominantemente, aquelas do filo Firmicutes e Bacteroidetes sejam as mais encontradas.
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A microbiota humana
O crescimento da população microbiana que coloniza o intestino ocorre desde o nascimento; ela se fortalece com o parto vaginal e a amamentação exclusiva até 6 meses. Com a alimentação e a interação com o meio ambiente, mudanças começam a ocorrer na composição da microbiota, o que definirá o estado de saúde do indivíduo.
Segundo um estudo publicado na Revista Española Endocrinología Pediátrica por Tinahones F et al, os microrganismos predominantes no trato gastrointestinal humano são:
- Estômago: Helicobacter pylori (Proteobacteria), Lactobacillus (Firmicutes), Streptococcus (Firmicutes).
- Duodeno: Bacteroides (Bacteroidetes), Lactobacillus (Firmicutes), Streptococcus (Firmicutes), Staphylococcus (Firmicutes).
- Jejuno: Bacteroides (Bacteroidetes), Lactobacillus (Firmicutes), Streptococcus (Firmicutes), Bacillus (Firmicutes).
- Íleo: Bacteroides (Bacteroidetes), Clostridium (Firmicutes), Enterobacteriaceae (Proteobacteria), Enterococcus (Firmicutes), Lactobacillus (Firmicutes), Veillonella (Firmicutes).
- Cólon: Bacteroides (Bacteroidetes), Bacillus (Firmicutes), Bifidobacterium (Actinobacteria), Clostridium (Firmicutes), Enterococcus (Firmicutes), Eubacterium (Firmicutes), Fusobacterium (Fusobacteria), Peptostreptococcus (Firmicutes), Streptococcus (Firmicutes).
O que é a disbiose intestinal?
Sabe-se, graças a inúmeros estudos, que a microbiota (especificamente a microbiota intestinal) tem um papel importante nas funções do organismo. Quando suas populações são alteradas, isso promove o desenvolvimento de doenças.
Falamos de disbiose intestinal quando existe um desequilíbrio entre a estrutura e a composição das populações microbianas presentes no intestino. Quando a microbiota está alterada, pode contribuir direta ou indiretamente para o desenvolvimento de inúmeras patologias.
Eixo intestino-cérebro e microbiota intestinal
O trato gastrointestinal e o sistema nervoso estão intimamente conectados por meio do eixo conhecido como “intestino-cérebro“, um sistema bidirecional complexo no qual os sistemas nervoso central e entérico interagem entre si, desenvolvendo-se por meio de circuitos endócrinos, imunológicos e neurológicos.
Isso levou a várias teorias sobre a origem multifatorial das doenças neuropsiquiátricas (como transtornos do espectro do autismo e depressão), metabólicas (como diabetes e obesidade) e tumorais (como câncer colorretal).
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Características do eixo intestino-cérebro
Estudos recentes indicam uma forte relação entre o eixo intestino-cérebro e a composição da microbiota intestinal com o desenvolvimento de várias doenças. Especificamente:
- Sabe-se que existem sinais neuronais que influenciam as funções motoras, sensoriais e secretoras do trato gastrointestinal que, por sua vez, regulam os processos inflamatórios e a estrutura da microbiota.
- Além disso, os sinais intestinais podem regular as funções do sistema nervoso.
Relação entre a disbiose intestinal e a obesidade
Segundo um estudo publicado na revista Nutrients por Niccolai E et al, quando o corpo é submetido a estresse crônico, é liberada uma carga de cortisol que altera a permeabilidade do intestino e a sua barreira protetora. Portanto, a composição da microbiota é afetada, gerando disbiose intestinal. Como consequência, a microbiota intestinal provoca alterações:
- Altera os níveis de neurotransmissores que regulam os sinais de apetite e saciedade (como a serotonina).
- Aumenta a produção de citocinas inflamatórias.
- Provoca alterações na reserva de gordura.
Essas mudanças desencadeiam um ambiente favorável para o desenvolvimento de importantes alterações metabólicas e um comportamento alimentar desequilibrado.
A importância de manter a microbiota em equilíbrio
Por fim, é fundamental enfatizar a importância de manter uma composição adequada da população microbiana do intestino. Nesse sentido, sabe-se que as características da dieta e os fatores genéticos influenciam a sua estrutura de forma decisiva.
Uma alimentação variada, com alto consumo de vegetais, frutas, grãos integrais e sementes, fornece a fibra como o principal alimento para as bactérias intestinais.
Evitar o consumo de alimentos processados, ricos em açúcares ou adoçantes, bem como controlar o estresse por meio da prática de meditação e exercícios, são medidas importantes para evitar a disbiose intestinal.
A disbiose intestinal se refere à perda de massa bacteriana benéfica ou microbiota intestinal. É um problema muito comum na população que está relacionado ao aparecimento de doenças autoimunes, inflamações, alergias, obesidade, entre outras doenças crônicas. Por que ela acontece?
Em primeiro lugar, é preciso levar em conta que a flora intestinal tem sido considerada um órgão nos últimos anos. Isso porque ela possui diversas funções que influenciam o estado de saúde e o metabolismo dos nutrientes.
Qual é a microbiota? O estado de simbiose e disbiose intestinal
Para começar, é preciso falar sobre o que é a microbiota. Trata-se de uma comunidade de diferentes microrganismos distribuídos por todo o corpo humano (pele, boca, olhos, áreas genitais e, em maior abundância, o intestino).
Essas populações formam uma relação mutuamente benéfica com o hospedeiro, conhecida como simbiose. Isso foi demonstrado por um estudo publicado no World Journal of Gastrotenterology. Quando existe um desequilíbrio e a relação se torna prejudicial, falamos em disbiose intestinal. Muitas pessoas se referem à microbiota intestinal como um “órgão metabólico”, pois contribui para:
- Preservar a integridade da mucosa.
- É a primeira barreira contra os agentes patogénicos, tais com a E. Coli.
- Regula as funções das células do sistema imunológico.
- Favorece a síntese de vitaminas como K, D e do complexo B.
Características da microbiota intestinal
A composição da microbiota é bastante complexa e pode sofrer alterações (agudas ou crônicas) devido a fatores exógenos (como estilo de vida, hábitos, interação com patógenos e/ou produtos químicos, agentes ambientais) e fatores endógenos (genética).
Curiosamente, sabe-se que existem mais microrganismos no corpo humano do que células. Especificamente, mais de 1000 espécies bacterianas vivem no corpo (100 bilhões de bactérias), embora, predominantemente, aquelas do filo Firmicutes e Bacteroidetes sejam as mais encontradas.
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A microbiota humana
O crescimento da população microbiana que coloniza o intestino ocorre desde o nascimento; ela se fortalece com o parto vaginal e a amamentação exclusiva até 6 meses. Com a alimentação e a interação com o meio ambiente, mudanças começam a ocorrer na composição da microbiota, o que definirá o estado de saúde do indivíduo.
Segundo um estudo publicado na Revista Española Endocrinología Pediátrica por Tinahones F et al, os microrganismos predominantes no trato gastrointestinal humano são:
- Estômago: Helicobacter pylori (Proteobacteria), Lactobacillus (Firmicutes), Streptococcus (Firmicutes).
- Duodeno: Bacteroides (Bacteroidetes), Lactobacillus (Firmicutes), Streptococcus (Firmicutes), Staphylococcus (Firmicutes).
- Jejuno: Bacteroides (Bacteroidetes), Lactobacillus (Firmicutes), Streptococcus (Firmicutes), Bacillus (Firmicutes).
- Íleo: Bacteroides (Bacteroidetes), Clostridium (Firmicutes), Enterobacteriaceae (Proteobacteria), Enterococcus (Firmicutes), Lactobacillus (Firmicutes), Veillonella (Firmicutes).
- Cólon: Bacteroides (Bacteroidetes), Bacillus (Firmicutes), Bifidobacterium (Actinobacteria), Clostridium (Firmicutes), Enterococcus (Firmicutes), Eubacterium (Firmicutes), Fusobacterium (Fusobacteria), Peptostreptococcus (Firmicutes), Streptococcus (Firmicutes).
O que é a disbiose intestinal?
Sabe-se, graças a inúmeros estudos, que a microbiota (especificamente a microbiota intestinal) tem um papel importante nas funções do organismo. Quando suas populações são alteradas, isso promove o desenvolvimento de doenças.
Falamos de disbiose intestinal quando existe um desequilíbrio entre a estrutura e a composição das populações microbianas presentes no intestino. Quando a microbiota está alterada, pode contribuir direta ou indiretamente para o desenvolvimento de inúmeras patologias.
Eixo intestino-cérebro e microbiota intestinal
O trato gastrointestinal e o sistema nervoso estão intimamente conectados por meio do eixo conhecido como “intestino-cérebro“, um sistema bidirecional complexo no qual os sistemas nervoso central e entérico interagem entre si, desenvolvendo-se por meio de circuitos endócrinos, imunológicos e neurológicos.
Isso levou a várias teorias sobre a origem multifatorial das doenças neuropsiquiátricas (como transtornos do espectro do autismo e depressão), metabólicas (como diabetes e obesidade) e tumorais (como câncer colorretal).
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Características do eixo intestino-cérebro
Estudos recentes indicam uma forte relação entre o eixo intestino-cérebro e a composição da microbiota intestinal com o desenvolvimento de várias doenças. Especificamente:
- Sabe-se que existem sinais neuronais que influenciam as funções motoras, sensoriais e secretoras do trato gastrointestinal que, por sua vez, regulam os processos inflamatórios e a estrutura da microbiota.
- Além disso, os sinais intestinais podem regular as funções do sistema nervoso.
Relação entre a disbiose intestinal e a obesidade
Segundo um estudo publicado na revista Nutrients por Niccolai E et al, quando o corpo é submetido a estresse crônico, é liberada uma carga de cortisol que altera a permeabilidade do intestino e a sua barreira protetora. Portanto, a composição da microbiota é afetada, gerando disbiose intestinal. Como consequência, a microbiota intestinal provoca alterações:
- Altera os níveis de neurotransmissores que regulam os sinais de apetite e saciedade (como a serotonina).
- Aumenta a produção de citocinas inflamatórias.
- Provoca alterações na reserva de gordura.
Essas mudanças desencadeiam um ambiente favorável para o desenvolvimento de importantes alterações metabólicas e um comportamento alimentar desequilibrado.
A importância de manter a microbiota em equilíbrio
Por fim, é fundamental enfatizar a importância de manter uma composição adequada da população microbiana do intestino. Nesse sentido, sabe-se que as características da dieta e os fatores genéticos influenciam a sua estrutura de forma decisiva.
Uma alimentação variada, com alto consumo de vegetais, frutas, grãos integrais e sementes, fornece a fibra como o principal alimento para as bactérias intestinais.
Evitar o consumo de alimentos processados, ricos em açúcares ou adoçantes, bem como controlar o estresse por meio da prática de meditação e exercícios, são medidas importantes para evitar a disbiose intestinal.
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- Boem F, Amedei A .Healthy axis: Towards an integrated view of the gut-brain health. World J Gastroenterol. 2019;25(29):3838-3841.
- Tinahones F. La importancia de la microbiota en la obesidad. Rev Esp Endocrinol Pediatr 2017; 8:15-20
- Niccolai E, Boem F, Russo E, Amedei A. The GutBrain Axis in the Neuropsychological Disease Model of Obesity: A Classical Movie Revised by the Emerging Director “Microbiome”. Nutrients.2019; 11 (1): 1-25.
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