Como o sistema imunológico trata infecções virais
Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto
Saber como o sistema imunológico trata infecções virais é de extrema importância no processo de estabelecimento de terapias antivirais. Lembre-se de que os vírus não são bactérias e, portanto, os antibióticos não têm efeito sobre eles.
Os laboratórios já percorreram um longo caminho na criação de antivirais e antirretrovirais para combater partículas como o vírus da hepatite C ou o vírus da imunodeficiência humana, por exemplo. Houve até reduções nas cargas virais que estabilizam os pacientes.
No entanto, há um problema maior nas infecções virais crônicas, que envolvem a sobreposição de doenças. Muitas pessoas infectadas com vírus são superinfectadas por bactérias ou fungos. É o caso do coronavírus atual, ao qual a pneumonia bacteriana pode ser adicionada.
Para desvendar os mecanismos íntimos de combate do sistema imunológico contra infecções virais, alguns estudos são feitos combinando infecções. É o caso da pesquisa recente da Universidade de Birmingham, publicada no final de fevereiro.
O estudo para descobrir como o sistema imunológico trata infecções virais
Este artigo ao qual nos referimos foi publicado na revista PLOS Pathogens por autores associados à Universidade de Birmingham, ao Instituto Pirbright e ao University College London. O professor Robin May liderou a pesquisa.
Para conduzir o estudo, os pesquisadores analisaram os glóbulos brancos infectados por vírus que foram expostos a um fungo específico: Cryptococcus neoformans. Este é um fungo oportunista, ou seja, se instala em pessoas com um sistema imunológico enfraquecido.
Essa comparação entre o que aconteceu em um laboratório e o que acontece na vida real é extremamente importante. Doenças como a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) causam um esgotamento das defesas que não matam por si só, mas por superinfecção.
Os fungos oportunistas aproveitam o fraco sistema imunológico do hospedeiro para se estabelecer e se reproduzir. Finalmente, podem ocorrer complicações e até a morte por pneumonia ou sepse fúngica, e não pelo vírus inicial.
Talvez você possa se interessar: Manose: excelente remédio natural para infecções
O que foi descoberto nesta pesquisa?
A pesquisa assumiu, antes de começar, que existem dois processos pelos quais o sistema imunológico trata infecções virais e fúngicas. No caso dos vírus, os glóbulos brancos envolvem as partículas em um mecanismo chamado fagocitose.
Embora a fagocitose possa ser o principal método para os fungos, às vezes ocorre o inverso: a expulsão do agente infeccioso para fora dos glóbulos brancos. Isso é chamado de “vomocitose” e, embora não seja o mais comum, foi o eixo da descoberta deste estudo.
Observando no microscópio como os glóbulos brancos lidavam com duas infecções ao mesmo tempo, foi possível ver que a vomocitose se acelerou notavelmente ao inserir um vírus na equação. Em outras palavras, os glóbulos brancos expulsavam os fungos mais rapidamente se tivessem que combater um vírus.
A suposição da equipe de pesquisa é de que o sistema imunológico acelera um processo para liberar recursos e combater um segundo invasor. Não sabemos se isso é mais eficiente ou não, mas parece que existe um tipo de inteligência interna que decide onde concentrar os esforços na batalha.
Não deixe de ler: Como podemos evitar as infecções virais?
Qual é a utilidade dessa descoberta?
A pesquisa lança luz sobre um aspecto controverso e perigoso para pacientes crônicos imunodeprimidos. Se soubermos como o sistema imunológico trata infecções virais, e especificamente como o faz quando se trata de um vírus oportunista, podemos ajudar melhor os pacientes com AIDS, por exemplo.
A intenção dessas linhas de pesquisa é alcançar um protocolo de tratamento para infecções oportunistas que melhore a sobrevida de pacientes imunodeprimidos. Como dissemos, a morte nesses pacientes ocorre a partir de um agente infeccioso que se insere em um corpo enfraquecido e que, então, torna-se impossível de tratar.
Se, além de antifúngicos, antibacterianos e antivirais, tivéssemos tratamentos que estimulassem o sistema imunológico, poderíamos melhorar a eficácia dos glóbulos brancos. A questão não é pequena, considerando que o fungo usado nesta pesquisa, por exemplo, está associado a mais de 200.000 mortes por ano em todo o mundo.
Além disso, é válido perguntar se essa rápida expulsão do fungo pelo sistema imunológico não o está liberando para danificar ainda mais os órgãos. E se essa aceleração for realmente uma ineficiência do mecanismo de defesa, e não uma inteligência natural? Pesquisas subsequentes vão esclarecer este ponto.
O sistema imunológico não trata apenas infecções virais
É essencial lembrar que não existem apenas infecções virais. Embora o SARS-CoV-2 receba toda a atenção no momento, a pneumonia bacteriana, a gripe e as micoses ainda estão presentes. Um sistema imunológico saudável é a chave para uma vida com menos infecções.
Saber como o sistema imunológico trata infecções virais é de extrema importância no processo de estabelecimento de terapias antivirais. Lembre-se de que os vírus não são bactérias e, portanto, os antibióticos não têm efeito sobre eles.
Os laboratórios já percorreram um longo caminho na criação de antivirais e antirretrovirais para combater partículas como o vírus da hepatite C ou o vírus da imunodeficiência humana, por exemplo. Houve até reduções nas cargas virais que estabilizam os pacientes.
No entanto, há um problema maior nas infecções virais crônicas, que envolvem a sobreposição de doenças. Muitas pessoas infectadas com vírus são superinfectadas por bactérias ou fungos. É o caso do coronavírus atual, ao qual a pneumonia bacteriana pode ser adicionada.
Para desvendar os mecanismos íntimos de combate do sistema imunológico contra infecções virais, alguns estudos são feitos combinando infecções. É o caso da pesquisa recente da Universidade de Birmingham, publicada no final de fevereiro.
O estudo para descobrir como o sistema imunológico trata infecções virais
Este artigo ao qual nos referimos foi publicado na revista PLOS Pathogens por autores associados à Universidade de Birmingham, ao Instituto Pirbright e ao University College London. O professor Robin May liderou a pesquisa.
Para conduzir o estudo, os pesquisadores analisaram os glóbulos brancos infectados por vírus que foram expostos a um fungo específico: Cryptococcus neoformans. Este é um fungo oportunista, ou seja, se instala em pessoas com um sistema imunológico enfraquecido.
Essa comparação entre o que aconteceu em um laboratório e o que acontece na vida real é extremamente importante. Doenças como a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) causam um esgotamento das defesas que não matam por si só, mas por superinfecção.
Os fungos oportunistas aproveitam o fraco sistema imunológico do hospedeiro para se estabelecer e se reproduzir. Finalmente, podem ocorrer complicações e até a morte por pneumonia ou sepse fúngica, e não pelo vírus inicial.
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O que foi descoberto nesta pesquisa?
A pesquisa assumiu, antes de começar, que existem dois processos pelos quais o sistema imunológico trata infecções virais e fúngicas. No caso dos vírus, os glóbulos brancos envolvem as partículas em um mecanismo chamado fagocitose.
Embora a fagocitose possa ser o principal método para os fungos, às vezes ocorre o inverso: a expulsão do agente infeccioso para fora dos glóbulos brancos. Isso é chamado de “vomocitose” e, embora não seja o mais comum, foi o eixo da descoberta deste estudo.
Observando no microscópio como os glóbulos brancos lidavam com duas infecções ao mesmo tempo, foi possível ver que a vomocitose se acelerou notavelmente ao inserir um vírus na equação. Em outras palavras, os glóbulos brancos expulsavam os fungos mais rapidamente se tivessem que combater um vírus.
A suposição da equipe de pesquisa é de que o sistema imunológico acelera um processo para liberar recursos e combater um segundo invasor. Não sabemos se isso é mais eficiente ou não, mas parece que existe um tipo de inteligência interna que decide onde concentrar os esforços na batalha.
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Qual é a utilidade dessa descoberta?
A pesquisa lança luz sobre um aspecto controverso e perigoso para pacientes crônicos imunodeprimidos. Se soubermos como o sistema imunológico trata infecções virais, e especificamente como o faz quando se trata de um vírus oportunista, podemos ajudar melhor os pacientes com AIDS, por exemplo.
A intenção dessas linhas de pesquisa é alcançar um protocolo de tratamento para infecções oportunistas que melhore a sobrevida de pacientes imunodeprimidos. Como dissemos, a morte nesses pacientes ocorre a partir de um agente infeccioso que se insere em um corpo enfraquecido e que, então, torna-se impossível de tratar.
Se, além de antifúngicos, antibacterianos e antivirais, tivéssemos tratamentos que estimulassem o sistema imunológico, poderíamos melhorar a eficácia dos glóbulos brancos. A questão não é pequena, considerando que o fungo usado nesta pesquisa, por exemplo, está associado a mais de 200.000 mortes por ano em todo o mundo.
Além disso, é válido perguntar se essa rápida expulsão do fungo pelo sistema imunológico não o está liberando para danificar ainda mais os órgãos. E se essa aceleração for realmente uma ineficiência do mecanismo de defesa, e não uma inteligência natural? Pesquisas subsequentes vão esclarecer este ponto.
O sistema imunológico não trata apenas infecções virais
É essencial lembrar que não existem apenas infecções virais. Embora o SARS-CoV-2 receba toda a atenção no momento, a pneumonia bacteriana, a gripe e as micoses ainda estão presentes. Um sistema imunológico saudável é a chave para uma vida com menos infecções.
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- Seoane, Paula I., et al. “Viral infection triggers interferon-induced expulsion of live Cryptococcus neoformans by macrophages.” PLoS Pathogens 16.2 (2020): e1008240.
- de León Delgado, Joel, et al. “SARS-CoV-2 y sistema inmune: una batalla de titanes.” Horizonte Médico (Lima) 20.2 (2020): 3-4.
- Espinosa, Argelis del C. Respuesta inmunitaria pre y post vacunación con influenza del paciente con virus de inmunodeficiencia humana, clínica de terapia antirretroviral del hospital regional de Veraguas, Dr. Luis Fábrega. 2018. Diss. Universidad de Panamá, 2018.
- Rincón, Olga L., et al. “Virus del papiloma humano, respuesta inmune y cáncer cervical: una relación compleja.” Revista colombiana de obstetricia y ginecología 58.3 (2007): 202-212.
- Sánchez R, Sánchez E, Rodríguez N. La respuesta inmune antiviral. Rev Cubana Med Gen Integr. 1998; 14(1).
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