Dicloxacilina: usos e efeitos colaterais
Escrito e verificado por a farmacêutica Fabiola Marín Aguilar
A dicloxacilina é um antibiótico beta-lactâmico pertencente ao grupo das penicilinas e resistente às penicilinases, que são enzimas produzidas por determinados microrganismos, capazes de hidrolisar e inativar a penicilina.
É utilizada para tratar infecções causadas por bactérias gram-positivas, como Staphylococcus aureus, e para tratar infecções causadas por estreptococos do grupo A, como Streptococcus pneumoniae.
Neste artigo, informaremos quando o uso da dicloxacilina é indicado e os possíveis efeitos colaterais que ela pode causar.
Um pouco de história
O primeiro antibiótico amplamente utilizado na medicina foi a penicilina G ou benzilpenicilina, descoberta por Alexander Fleming em 1928, pela qual ganhou o Prêmio Nobel. Desde então, os avanços da ciência têm permitido o desenvolvimento de novas moléculas para o tratamento específico das diversas infecções causadas por bactérias.
Atualmente, existem diferentes grupos de beta-lactâmicos além da penicilina G, como a ampicilina, amoxicilina, ou penicilinas resistentes à penicilinase, como a dicloxacilina que estamos discutindo neste artigo.
Indicações terapêuticas das penicilinas
A dicloxacilina é indicada para adultos e crianças com mais de 12 anos de idade, no tratamento das seguintes infecções bacterianas:
- Faringotonsilite estreptocócica aguda
- Infecções da pele e estruturas relacionadas, como a escarlatina, o impetigo ou furúnculos
- Infecções das estruturas dentais e periodontais
O profissional determinará a dosagem e a duração do tratamento de acordo com o tipo de condição para a qual é indicado.
Mecanismo de ação
O mecanismo de ação das penicilinas funciona ativando as enzimas que alteram a parede celular das bactérias, agindo como bactericidas, ou seja, destroem as bactérias.
Algumas advertências e precauções de uso
É importante que, antes de iniciar o tratamento com dicloxacilina, o profissional descubra se alguma vez o paciente que será tratado teve alguma reação alérgica a penicilinas ou outros beta-lactâmicos. Como a grande maioria dos antibióticos, a dicloxacilina pode causar diarreia ou colite pseudomembranosa causada por Clostridium difficile.
Você pode se interessar: Por que a automedicação com antibióticos é perigosa?
A dicloxacilina pode interagir com outros medicamentos?
Ao tomar dicloxacilina, é necessário ter em mente que, como já mencionamos, esta droga é uma penicilina. De acordo com estudos, as penicilinas reduzem a excreção de metotrexato quando tomadas em conjunto. Essa redução na excreção do medicamento pode levar ao aumento da sua toxicidade.
Além disso, as penicilinas podem interagir com os anticoncepcionais orais, diminuindo sua eficácia e, consequentemente, aumentando o risco de gravidez.
Gravidez, amamentação e dicloxacilina
Até o momento, a experiência clínica parece indicar pouco risco durante a gravidez, para o feto ou o recém-nascido. Entretanto, o ideal é avaliar o risco/benefício existente antes do início do tratamento com dicloxacilina.
No caso da amamentação, parece que as penicilinas são excretadas em proporção muito baixa no leite materno, tornando improvável que efeitos nocivos se manifestem no bebê. Da mesma forma, a avaliação risco/benefício pelo médico é aconselhável.
No entanto, a dicloxacilina é frequentemente usada para o tratamento da mastite em mães que amamentam e, ocasionalmente, a microbiota oral e intestinal do bebê pode ser afetada, levando a episódios de diarreia.
De qualquer maneira, este efeito parece não ter sido estudado adequadamente, e o tratamento com penicilina durante a lactação continua sendo aplicado.
Efeitos colaterais da dicloxacilina
Os antibióticos estão associados principalmente a efeitos adversos relacionados a distúrbios gastrointestinais, tais como:
- Náuseas.
- Vômitos.
- Diarreia.
- Flatulências.
- Dor epigástrica e halitose.
Além disso, como outras penicilinas, pode causar sintomas alérgicos como urticária, prurido, erupção cutânea ou reação anafilática em caso de alergia grave.
Não deixe de ler: Epinefrina: modo de administração e indicações
Conclusão
É importante que você leve em consideração que os antibióticos são indicados no tratamento de infecções bacterianas e não são eficazes em casos de infecções virais.
Portanto, o uso de antibióticos para tratar um resfriado ou gripe não será eficaz e, além disso, corremos o risco de criar resistência. Consulte sempre o seu médico.
A dicloxacilina é um antibiótico beta-lactâmico pertencente ao grupo das penicilinas e resistente às penicilinases, que são enzimas produzidas por determinados microrganismos, capazes de hidrolisar e inativar a penicilina.
É utilizada para tratar infecções causadas por bactérias gram-positivas, como Staphylococcus aureus, e para tratar infecções causadas por estreptococos do grupo A, como Streptococcus pneumoniae.
Neste artigo, informaremos quando o uso da dicloxacilina é indicado e os possíveis efeitos colaterais que ela pode causar.
Um pouco de história
O primeiro antibiótico amplamente utilizado na medicina foi a penicilina G ou benzilpenicilina, descoberta por Alexander Fleming em 1928, pela qual ganhou o Prêmio Nobel. Desde então, os avanços da ciência têm permitido o desenvolvimento de novas moléculas para o tratamento específico das diversas infecções causadas por bactérias.
Atualmente, existem diferentes grupos de beta-lactâmicos além da penicilina G, como a ampicilina, amoxicilina, ou penicilinas resistentes à penicilinase, como a dicloxacilina que estamos discutindo neste artigo.
Indicações terapêuticas das penicilinas
A dicloxacilina é indicada para adultos e crianças com mais de 12 anos de idade, no tratamento das seguintes infecções bacterianas:
- Faringotonsilite estreptocócica aguda
- Infecções da pele e estruturas relacionadas, como a escarlatina, o impetigo ou furúnculos
- Infecções das estruturas dentais e periodontais
O profissional determinará a dosagem e a duração do tratamento de acordo com o tipo de condição para a qual é indicado.
Mecanismo de ação
O mecanismo de ação das penicilinas funciona ativando as enzimas que alteram a parede celular das bactérias, agindo como bactericidas, ou seja, destroem as bactérias.
Algumas advertências e precauções de uso
É importante que, antes de iniciar o tratamento com dicloxacilina, o profissional descubra se alguma vez o paciente que será tratado teve alguma reação alérgica a penicilinas ou outros beta-lactâmicos. Como a grande maioria dos antibióticos, a dicloxacilina pode causar diarreia ou colite pseudomembranosa causada por Clostridium difficile.
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A dicloxacilina pode interagir com outros medicamentos?
Ao tomar dicloxacilina, é necessário ter em mente que, como já mencionamos, esta droga é uma penicilina. De acordo com estudos, as penicilinas reduzem a excreção de metotrexato quando tomadas em conjunto. Essa redução na excreção do medicamento pode levar ao aumento da sua toxicidade.
Além disso, as penicilinas podem interagir com os anticoncepcionais orais, diminuindo sua eficácia e, consequentemente, aumentando o risco de gravidez.
Gravidez, amamentação e dicloxacilina
Até o momento, a experiência clínica parece indicar pouco risco durante a gravidez, para o feto ou o recém-nascido. Entretanto, o ideal é avaliar o risco/benefício existente antes do início do tratamento com dicloxacilina.
No caso da amamentação, parece que as penicilinas são excretadas em proporção muito baixa no leite materno, tornando improvável que efeitos nocivos se manifestem no bebê. Da mesma forma, a avaliação risco/benefício pelo médico é aconselhável.
No entanto, a dicloxacilina é frequentemente usada para o tratamento da mastite em mães que amamentam e, ocasionalmente, a microbiota oral e intestinal do bebê pode ser afetada, levando a episódios de diarreia.
De qualquer maneira, este efeito parece não ter sido estudado adequadamente, e o tratamento com penicilina durante a lactação continua sendo aplicado.
Efeitos colaterais da dicloxacilina
Os antibióticos estão associados principalmente a efeitos adversos relacionados a distúrbios gastrointestinais, tais como:
- Náuseas.
- Vômitos.
- Diarreia.
- Flatulências.
- Dor epigástrica e halitose.
Além disso, como outras penicilinas, pode causar sintomas alérgicos como urticária, prurido, erupção cutânea ou reação anafilática em caso de alergia grave.
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Conclusão
É importante que você leve em consideração que os antibióticos são indicados no tratamento de infecções bacterianas e não são eficazes em casos de infecções virais.
Portanto, o uso de antibióticos para tratar um resfriado ou gripe não será eficaz e, além disso, corremos o risco de criar resistência. Consulte sempre o seu médico.
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