Como você pode apoiar alguém que está em um relacionamento abusivo
Escrito e verificado por a psicóloga Maria Fatima Seppi Vinuales
Isolamento, desânimo, desconforto permanente, mudanças no comportamento e na forma de se relacionar, comentários que parecem brincadeira, mas escondem agressividade, são alguns dos sinais que levam a pensar que uma pessoa está em um relacionamento abusivo.
No entanto, você pode ter menos clareza sobre o que fazer e como agir para ajudá-la. Diante disso, oferecemos as seguintes dicas para apoiá-la.
Dicas para apoiar alguém em um relacionamento abusivo
Se você conhece alguém que pode estar passando por essa situação, pode oferecer ajuda e sugerir que procure ajuda profissional. Apesar disso, existem outras recomendações para acompanhar quem está em um relacionamento abusivo.
1. Não julgue ou comente
Às vezes, querendo ser empáticos, seus comentários fogem dessa intenção e podem ter um ar de superioridade. Mesmo que você não acredite que aquela pessoa aguenta tanta humilhação, tente entender o que está por trás disso:
- Medo da solidão.
- Baixa auto estima.
- Um ambiente onde a violência é comum.
Agora, você pode perguntar a essa pessoa que conselho ela lhe daria se fosse você quem contasse a ela sobre uma situação de abuso que ela vivenciou. Você também pode ajudá-la a reconhecer por que você a admira, fazê-la sentir que pode superar uma fase difícil, confiar em sua força e incentivá-la a pedir ajuda.
Como amigos, é importante que sejamos um lugar seguro para onde ir, que aprendamos a ouvir com empatia e que permitamos que cada um se expresse.
2. Evite largar a mão dessa pessoa
Por exemplo, entre tantas reviravoltas e histórias em que os padrões se repetem, você diz à sua amiga que se ela vai continuar naquele relacionamento abusivo, ela deve evitar compartilhar o que está acontecendo com ela. “Não me conte mais” costuma ser a frase que antecede o ultimato.
Embora seja necessário nos distanciarmos de situações que nos frustram e nos fazem sentir impotentes, se você impede que sua amiga fale com você, pode estar privando-a de sua única fonte de ajuda. Além disso, lembre-se de que os relacionamentos abusivos costumam isolar as pessoas envolvidas: o agressor fica irritado quando a pessoa se encontra com amigos ou familiares por medo de ser criticado, porque quer controlar tudo, porque tem medo de ser julgado sobre a situação abusiva, entre outros motivos.
Pelo contrário, o que pode fazer com a sua amiga ou amigo é dizer-lhe que sente saudades, organizar um passeio e ajudá-la a divertir-se e a distrair-se, tornando mais fácil para ela se reconectar com o que a faz feliz. Também seja flexível com os planos e adapte os horários para não ter desculpas de que não pode. Quando as reuniões presenciais não forem possíveis, mantenha contato via telefone celular ou mídia social.
Em momentos tão delicados, deixar a pessoa que sofre violência de lado muitas vezes piora a situação.
3. Recomende uma consulta com um profissional
A violência é um fenômeno complexo influenciado por múltiplos fatores. Em geral, em um relacionamento abusivo costuma ocorrer o chamado ciclo da violência, caracterizado por incluir pessoas que não percebem que estão em um relacionamento nocivo.
Identificar as seguintes características permitirá que você saiba quando alguém está em um relacionamento abusivo:
- Calma. É uma situação ideal, onde tudo é idealizado.
- Acúmulo de tensão. Diferenças e discordâncias começam a aparecer. Aqui a violência já está presente, mas de forma sorrateira; por exemplo, através de agressão passiva, insinuações, comentários provocativos encobertos, entre outros.
- Explosão. Geralmente é aquela fase em que ocorrem descargas em um casal. É uma fase de grande intensidade.
- Lua de mel. Aqui, o abusador promete mudar e começa a se engajar em certos comportamentos compensatórios.
Por esse motivo, as situações de violência são difíceis de serem reconhecidas e resolvidas pela pessoa envolvida. Isso porque, entre outros fatores, muitas vezes são vítimas de gaslighting, e também porque naturalizaram o abuso.
Gaslighting envolve o agressor questionando, invalidando e questionando a outra pessoa. Ou seja, leva ela a um limite onde ela mesma duvida e a deixa presa na culpa. Há um primeiro obstáculo ao reconhecimento da violência psicológica.
Por sua vez, o fato de normalizar o abuso tem como consequência a omissão de certos sinais de alarme. Por isso é importante aconselhar nosso ente querido a pedir ajuda profissional, que alguém o ajude a reconhecer o problema, desenvolver recursos pessoais e recuperar a confiança para seguir em frente.
4. Evite pressionar
Se você tem um amigo em um relacionamento abusivo, evite pressioná-lo a admitir o que está acontecendo com ele, a fazer uma reclamação ou a iniciar uma terapia. Se você agir dessa forma, por meio de alguma coerção, estará replicando o mesmo padrão que critica.
Você deve ser compreensivo, entender que cada pessoa tem seu tempo e estar presente quando ela perceber o que está passando. Quem vê a situação de fora acredita ter tudo muito claro. No entanto, para quem a experimenta, é muito doloroso de admitir
O amor não precisa doer
Muitas vezes, relacionamentos abusivos são possíveis e até justificados, devido a certas crenças errôneas ligadas ao amor romântico. Há muito tempo ouvimos que se alguém controla com quem você troca mensagens de texto, é porque te ama, ou se te proíbe de sair, é porque quer passar um tempo com você.
Romantizar esses comportamentos é permitir que o outro tenha controle sobre nós. E, sem dúvida, isso nos afasta do caminho de um relacionamento saudável. Bons laços são construídos com base na reciprocidade, confiança e cuidado.
Isolamento, desânimo, desconforto permanente, mudanças no comportamento e na forma de se relacionar, comentários que parecem brincadeira, mas escondem agressividade, são alguns dos sinais que levam a pensar que uma pessoa está em um relacionamento abusivo.
No entanto, você pode ter menos clareza sobre o que fazer e como agir para ajudá-la. Diante disso, oferecemos as seguintes dicas para apoiá-la.
Dicas para apoiar alguém em um relacionamento abusivo
Se você conhece alguém que pode estar passando por essa situação, pode oferecer ajuda e sugerir que procure ajuda profissional. Apesar disso, existem outras recomendações para acompanhar quem está em um relacionamento abusivo.
1. Não julgue ou comente
Às vezes, querendo ser empáticos, seus comentários fogem dessa intenção e podem ter um ar de superioridade. Mesmo que você não acredite que aquela pessoa aguenta tanta humilhação, tente entender o que está por trás disso:
- Medo da solidão.
- Baixa auto estima.
- Um ambiente onde a violência é comum.
Agora, você pode perguntar a essa pessoa que conselho ela lhe daria se fosse você quem contasse a ela sobre uma situação de abuso que ela vivenciou. Você também pode ajudá-la a reconhecer por que você a admira, fazê-la sentir que pode superar uma fase difícil, confiar em sua força e incentivá-la a pedir ajuda.
Como amigos, é importante que sejamos um lugar seguro para onde ir, que aprendamos a ouvir com empatia e que permitamos que cada um se expresse.
2. Evite largar a mão dessa pessoa
Por exemplo, entre tantas reviravoltas e histórias em que os padrões se repetem, você diz à sua amiga que se ela vai continuar naquele relacionamento abusivo, ela deve evitar compartilhar o que está acontecendo com ela. “Não me conte mais” costuma ser a frase que antecede o ultimato.
Embora seja necessário nos distanciarmos de situações que nos frustram e nos fazem sentir impotentes, se você impede que sua amiga fale com você, pode estar privando-a de sua única fonte de ajuda. Além disso, lembre-se de que os relacionamentos abusivos costumam isolar as pessoas envolvidas: o agressor fica irritado quando a pessoa se encontra com amigos ou familiares por medo de ser criticado, porque quer controlar tudo, porque tem medo de ser julgado sobre a situação abusiva, entre outros motivos.
Pelo contrário, o que pode fazer com a sua amiga ou amigo é dizer-lhe que sente saudades, organizar um passeio e ajudá-la a divertir-se e a distrair-se, tornando mais fácil para ela se reconectar com o que a faz feliz. Também seja flexível com os planos e adapte os horários para não ter desculpas de que não pode. Quando as reuniões presenciais não forem possíveis, mantenha contato via telefone celular ou mídia social.
Em momentos tão delicados, deixar a pessoa que sofre violência de lado muitas vezes piora a situação.
3. Recomende uma consulta com um profissional
A violência é um fenômeno complexo influenciado por múltiplos fatores. Em geral, em um relacionamento abusivo costuma ocorrer o chamado ciclo da violência, caracterizado por incluir pessoas que não percebem que estão em um relacionamento nocivo.
Identificar as seguintes características permitirá que você saiba quando alguém está em um relacionamento abusivo:
- Calma. É uma situação ideal, onde tudo é idealizado.
- Acúmulo de tensão. Diferenças e discordâncias começam a aparecer. Aqui a violência já está presente, mas de forma sorrateira; por exemplo, através de agressão passiva, insinuações, comentários provocativos encobertos, entre outros.
- Explosão. Geralmente é aquela fase em que ocorrem descargas em um casal. É uma fase de grande intensidade.
- Lua de mel. Aqui, o abusador promete mudar e começa a se engajar em certos comportamentos compensatórios.
Por esse motivo, as situações de violência são difíceis de serem reconhecidas e resolvidas pela pessoa envolvida. Isso porque, entre outros fatores, muitas vezes são vítimas de gaslighting, e também porque naturalizaram o abuso.
Gaslighting envolve o agressor questionando, invalidando e questionando a outra pessoa. Ou seja, leva ela a um limite onde ela mesma duvida e a deixa presa na culpa. Há um primeiro obstáculo ao reconhecimento da violência psicológica.
Por sua vez, o fato de normalizar o abuso tem como consequência a omissão de certos sinais de alarme. Por isso é importante aconselhar nosso ente querido a pedir ajuda profissional, que alguém o ajude a reconhecer o problema, desenvolver recursos pessoais e recuperar a confiança para seguir em frente.
4. Evite pressionar
Se você tem um amigo em um relacionamento abusivo, evite pressioná-lo a admitir o que está acontecendo com ele, a fazer uma reclamação ou a iniciar uma terapia. Se você agir dessa forma, por meio de alguma coerção, estará replicando o mesmo padrão que critica.
Você deve ser compreensivo, entender que cada pessoa tem seu tempo e estar presente quando ela perceber o que está passando. Quem vê a situação de fora acredita ter tudo muito claro. No entanto, para quem a experimenta, é muito doloroso de admitir
O amor não precisa doer
Muitas vezes, relacionamentos abusivos são possíveis e até justificados, devido a certas crenças errôneas ligadas ao amor romântico. Há muito tempo ouvimos que se alguém controla com quem você troca mensagens de texto, é porque te ama, ou se te proíbe de sair, é porque quer passar um tempo com você.
Romantizar esses comportamentos é permitir que o outro tenha controle sobre nós. E, sem dúvida, isso nos afasta do caminho de um relacionamento saudável. Bons laços são construídos com base na reciprocidade, confiança e cuidado.
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