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Como enfrentar o Natal se você tem um distúrbio alimentar?

7 minutos
Ter um distúrbio alimentar pode impedi-lo de aproveitar a época natalina. Como você lida com ele? Aqui estão algumas dicas.
Como enfrentar o Natal se você tem um distúrbio alimentar?
Elena Sanz

Revisado e aprovado por a psicóloga Elena Sanz

Última atualização: 18 julho, 2023

O Natal pode ser um feriado difícil para quem tem um distúrbio alimentar. Como essas datas giram em torno de grandes quantidades de comida e reuniões familiares, muitas dessas pessoas experimentam níveis crescentes de ansiedade, culpa e sentimentos de solidão.

Seja bulimia, anorexia nervosa, transtorno da compulsão alimentar periódica ou transtorno alimentar restritivo, existe um alto risco de sofrer crises e complicações decorrentes de mudanças na rotina nessas datas. Portanto, abaixo compartilhamos uma série de recomendações para lidar com eles.

Dicas para enfrentar o Natal se você sofre de um distúrbio alimentar

Os transtornos alimentares são caracterizados por uma alteração no padrão alimentar, muitas vezes decorrente de uma preocupação excessiva com o peso e a imagem corporal.

Podem manifestar-se através de uma restrição extrema na ingestão de alimentos ou, inversamente, do consumo excessivo dos mesmos. Eles são classificados como problemas psiquiátricos e, de fato, estão na quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).

Os mais frequentes são os seguintes:

Outros transtornos incluídos no DSM-5 são ruminação, pica e outros transtornos alimentares especificados e não especificados.

Uma publicação no Internal Medicine Journal afirma que a prevalência dessas doenças é maior entre mulheres e jovens. No entanto, os homens não estão isentos de sofrer com elas, assim como as pessoas de todas as idades.

Devido à complexidade desses transtornos e ao constante risco de recaída, o Natal representa um momento difícil para os pacientes acometidos. A pressão para comer mais do que o habitual, o aumento da socialização, o stress pela falta de tempo e a alteração das rotinas tornam-se desencadeadores de crises.

Deve-se levar em consideração que é extremamente difícil para uma pessoa com transtornos alimentares estabelecer uma boa relação com a comida. Daí o fato de aumentar a sua ansiedade e preocupação com o tipo e a quantidade de alimentos que habitualmente são oferecidos nas dastas natalícias.

Então, o que você precisa fazer para lidar com isso? Como ajudar um parente que sofre de transtornos alimentares e não se diverte muito nessas datas? Em primeiro lugar, é necessário garantir que a abordagem médica e psicológica seja respeitada. O fato de passarmos por datas comemorativas não é motivo para suspender ou adiar os tratamentos.

Somado a isso, é possível implementar uma série de estratégias que não só auxiliam na redução dos sintomas de ansiedade, como também são decisivas para evitar crises e complicações. Vejamos o mais relevante.

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As circunstâncias da temporada de férias adicionam pressão e estresse para as pessoas que vivem com transtornos alimentares.

Veja: Anorexia em homens

Planejar atividades

Sem dúvida, planejar as atividades natalinas é uma das principais chaves para evitar recaídas em caso de transtorno alimentar. Devemos desvincular a ideia de que as comemorações andam de mãos dadas com os excessos.

Se você ou um familiar sofre de um distúrbio alimentar, convém optar por planos agradáveis, que permitam a distração e o prazer, mas não sejam centrados na alimentação. Brincadeiras em família, decorar a casa, cantar canções natalinas, assistir a um filme, fazer karaokê, sair para ver as fogos ou dançar são algumas das opções.

Planejar refeições

Claro, o que tem a ver com o planejamento das refeições merece uma menção especial. Como o problema de uma pessoa com transtorno alimentar é sua relação com a comida, os cardápios de Natal devem ser preparados com cuidado.

Nesse sentido, é preciso mudar um pouco a ficha e deixar para trás a ideia de que as comemorações devem ser feitas com pratos variados e fartos à mesa. Não se deve ignorar que a pessoa pode ficar tentada a comer porções exageradas, ou pode se sentir sobrecarregada ao ver tanta comida.

Portanto, o ideal é implementar as seguintes recomendações:

  • Afastar a pessoa das preparações de alimentos. Você não precisa se envolver em compras ou preparar jantares. Isso evita que sua ansiedade seja desencadeada mais cedo.
  • Baseie o cardápio em alimentos frescos e saudáveis. Evite refeições fartas, pois posteriormente podem gerar sentimento de culpa.
  • Evite refeições tipo bufê. O fato de ter muitos alimentos disponíveis pode desencadear ansiedade ou angústia.
  • Sirva primeiro a entrada, depois o prato principal e por último a sobremesa.
  • Certifique-se de que as porções sejam iguais para todos na mesa. Isso normaliza o momento e pode dar tranquilidade à pessoa com transtorno alimentar.
  • Não insista em comer mais. Não importa o quão deliciosa seja uma refeição, você deve respeitar o processo da pessoa. Pressionar ou fazer comentários sobre o que ou quanto você deve comer tende a atrapalhar o tratamento.

Implemente técnicas de relaxamento ou distração

O que está relacionado à comida não é o único gatilho para ansiedade no Natal em quem tem transtorno alimentar. Reuniões sociais, horário de trabalho, dificuldades econômicas, entre outros fatores, podem desencadear ansiedade nesses pacientes e exacerbar seus sintomas.

Para combatê-la, uma boa opção é implementar técnicas de relaxamento durante o dia. Ouvir música, fazer exercícios respiratórios, fazer uma sessão de aromaterapia, passear ou praticar ioga é bastante benéfico.

Priorize o autocuidado

É verdade que as comemorações natalinas envolvem mudanças na rotina. Mas quando você sofre de um distúrbio alimentar, isso não deve significar um sacrifício de bem-estar. Aliás, aproveitando o tempo livre das férias ou feriados de Natal, é saudável fazer atividades de autocuidado.

Algumas opções interessantes são as seguintes:

  • Meditar.
  • Dormir bem.
  • Ler um livro.
  • Tomar um banho na banheira.
  • Colocar uma máscara facial.
  • Fazer atividade física (desde que o especialista aprove).

Cuidado com as palavras

O apoio familiar e social desempenha um papel importante na recuperação de uma pessoa com transtorno alimentar. Para isso, é fundamental aprender a cuidar das palavras, principalmente quando há algum tipo de reunião ou comemoração.

Não é válido fazer comentários “brincando” ou categorizar a comida como boa ou ruim. Se a pessoa decidir comer menos ou optar por alimentos diferentes do jantar em família, não há necessidade de comentar. O que para alguns pode ser uma simples brincadeira, para o doente pode ser motivo de insatisfação e desconforto.

Da mesma forma, se houver convidados, você deve tentar informá-los antes de prosseguir para o jantar e compartilhar. A ideia é evitar perguntas ou comentários relacionados à alimentação, aparência física ou qualquer outra questão associada ao transtorno.

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As refeições natalinas costumam ser tão fartas que mudar o cardápio tradicional é uma escolha sábia para acompanhar pacientes com transtornos alimentares.

Outras estratégias úteis para enfrentar um distúrbio alimentar no Natal

  • Entenda e aceite as emoções. Embora o Natal esteja associado à felicidade, é preciso lembrar que não é errado sentir-se triste ou ansioso. Não é uma obrigação ser feliz ou animado.
  • Se a pessoa corre o risco de comportamentos compensatórios, ela pode ter alguém para apoiá-la quando quiser ir ao banheiro.
  • Opiniões sobre o físico devem ser evitadas. Não só da pessoa afetada, mas de qualquer pessoa.
  • Comentários com referências estéticas devem ser evitados. Em vez disso, você pode oferecer uma mensagem de apoio como “você é muito corajoso”, “eu te admiro”, “estou orgulhoso”.
  • Ao dar presentes, você deve evitar coisas que possam gerar sensibilidade. Por exemplo, nesses casos, não é uma boa ideia doar roupas por causa do tamanho. E se for melhor você dar uma experiência? Pode ser uma viagem, um dia de spa, uma visita a museus… as opções são diversas.

Veja: Os perigos da anorexia

Apoio familiar e ambiental é fundamental para pessoas com transtornos alimentares

Compreender as dificuldades que a época natalícia implica para as pessoas com perturbação alimentar é fundamental para fomentar a empatia e ser uma rede de apoio. Tanto a família quanto outras pessoas do ambiente podem ser envolvidas na criação de um ambiente mais adequado para evitar recaídas.

Deve-se levar em consideração que essas datas desencadeiam ansiedade nesses pacientes; não só pelo que está relacionado com a questão alimentar, mas pela pressão social e pelo facto de querer corresponder às expectativas de alegria e entusiasmo. Assim, acompanhar, evitar comentários desnecessários e planejar diferentes eventos é decisivo para diminuir o sentimento de preocupação e culpa que tende a se agravar.

O Natal pode ser um feriado difícil para quem tem um distúrbio alimentar. Como essas datas giram em torno de grandes quantidades de comida e reuniões familiares, muitas dessas pessoas experimentam níveis crescentes de ansiedade, culpa e sentimentos de solidão.

Seja bulimia, anorexia nervosa, transtorno da compulsão alimentar periódica ou transtorno alimentar restritivo, existe um alto risco de sofrer crises e complicações decorrentes de mudanças na rotina nessas datas. Portanto, abaixo compartilhamos uma série de recomendações para lidar com eles.

Dicas para enfrentar o Natal se você sofre de um distúrbio alimentar

Os transtornos alimentares são caracterizados por uma alteração no padrão alimentar, muitas vezes decorrente de uma preocupação excessiva com o peso e a imagem corporal.

Podem manifestar-se através de uma restrição extrema na ingestão de alimentos ou, inversamente, do consumo excessivo dos mesmos. Eles são classificados como problemas psiquiátricos e, de fato, estão na quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).

Os mais frequentes são os seguintes:

Outros transtornos incluídos no DSM-5 são ruminação, pica e outros transtornos alimentares especificados e não especificados.

Uma publicação no Internal Medicine Journal afirma que a prevalência dessas doenças é maior entre mulheres e jovens. No entanto, os homens não estão isentos de sofrer com elas, assim como as pessoas de todas as idades.

Devido à complexidade desses transtornos e ao constante risco de recaída, o Natal representa um momento difícil para os pacientes acometidos. A pressão para comer mais do que o habitual, o aumento da socialização, o stress pela falta de tempo e a alteração das rotinas tornam-se desencadeadores de crises.

Deve-se levar em consideração que é extremamente difícil para uma pessoa com transtornos alimentares estabelecer uma boa relação com a comida. Daí o fato de aumentar a sua ansiedade e preocupação com o tipo e a quantidade de alimentos que habitualmente são oferecidos nas dastas natalícias.

Então, o que você precisa fazer para lidar com isso? Como ajudar um parente que sofre de transtornos alimentares e não se diverte muito nessas datas? Em primeiro lugar, é necessário garantir que a abordagem médica e psicológica seja respeitada. O fato de passarmos por datas comemorativas não é motivo para suspender ou adiar os tratamentos.

Somado a isso, é possível implementar uma série de estratégias que não só auxiliam na redução dos sintomas de ansiedade, como também são decisivas para evitar crises e complicações. Vejamos o mais relevante.

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As circunstâncias da temporada de férias adicionam pressão e estresse para as pessoas que vivem com transtornos alimentares.

Veja: Anorexia em homens

Planejar atividades

Sem dúvida, planejar as atividades natalinas é uma das principais chaves para evitar recaídas em caso de transtorno alimentar. Devemos desvincular a ideia de que as comemorações andam de mãos dadas com os excessos.

Se você ou um familiar sofre de um distúrbio alimentar, convém optar por planos agradáveis, que permitam a distração e o prazer, mas não sejam centrados na alimentação. Brincadeiras em família, decorar a casa, cantar canções natalinas, assistir a um filme, fazer karaokê, sair para ver as fogos ou dançar são algumas das opções.

Planejar refeições

Claro, o que tem a ver com o planejamento das refeições merece uma menção especial. Como o problema de uma pessoa com transtorno alimentar é sua relação com a comida, os cardápios de Natal devem ser preparados com cuidado.

Nesse sentido, é preciso mudar um pouco a ficha e deixar para trás a ideia de que as comemorações devem ser feitas com pratos variados e fartos à mesa. Não se deve ignorar que a pessoa pode ficar tentada a comer porções exageradas, ou pode se sentir sobrecarregada ao ver tanta comida.

Portanto, o ideal é implementar as seguintes recomendações:

  • Afastar a pessoa das preparações de alimentos. Você não precisa se envolver em compras ou preparar jantares. Isso evita que sua ansiedade seja desencadeada mais cedo.
  • Baseie o cardápio em alimentos frescos e saudáveis. Evite refeições fartas, pois posteriormente podem gerar sentimento de culpa.
  • Evite refeições tipo bufê. O fato de ter muitos alimentos disponíveis pode desencadear ansiedade ou angústia.
  • Sirva primeiro a entrada, depois o prato principal e por último a sobremesa.
  • Certifique-se de que as porções sejam iguais para todos na mesa. Isso normaliza o momento e pode dar tranquilidade à pessoa com transtorno alimentar.
  • Não insista em comer mais. Não importa o quão deliciosa seja uma refeição, você deve respeitar o processo da pessoa. Pressionar ou fazer comentários sobre o que ou quanto você deve comer tende a atrapalhar o tratamento.

Implemente técnicas de relaxamento ou distração

O que está relacionado à comida não é o único gatilho para ansiedade no Natal em quem tem transtorno alimentar. Reuniões sociais, horário de trabalho, dificuldades econômicas, entre outros fatores, podem desencadear ansiedade nesses pacientes e exacerbar seus sintomas.

Para combatê-la, uma boa opção é implementar técnicas de relaxamento durante o dia. Ouvir música, fazer exercícios respiratórios, fazer uma sessão de aromaterapia, passear ou praticar ioga é bastante benéfico.

Priorize o autocuidado

É verdade que as comemorações natalinas envolvem mudanças na rotina. Mas quando você sofre de um distúrbio alimentar, isso não deve significar um sacrifício de bem-estar. Aliás, aproveitando o tempo livre das férias ou feriados de Natal, é saudável fazer atividades de autocuidado.

Algumas opções interessantes são as seguintes:

  • Meditar.
  • Dormir bem.
  • Ler um livro.
  • Tomar um banho na banheira.
  • Colocar uma máscara facial.
  • Fazer atividade física (desde que o especialista aprove).

Cuidado com as palavras

O apoio familiar e social desempenha um papel importante na recuperação de uma pessoa com transtorno alimentar. Para isso, é fundamental aprender a cuidar das palavras, principalmente quando há algum tipo de reunião ou comemoração.

Não é válido fazer comentários “brincando” ou categorizar a comida como boa ou ruim. Se a pessoa decidir comer menos ou optar por alimentos diferentes do jantar em família, não há necessidade de comentar. O que para alguns pode ser uma simples brincadeira, para o doente pode ser motivo de insatisfação e desconforto.

Da mesma forma, se houver convidados, você deve tentar informá-los antes de prosseguir para o jantar e compartilhar. A ideia é evitar perguntas ou comentários relacionados à alimentação, aparência física ou qualquer outra questão associada ao transtorno.

Some figure
As refeições natalinas costumam ser tão fartas que mudar o cardápio tradicional é uma escolha sábia para acompanhar pacientes com transtornos alimentares.

Outras estratégias úteis para enfrentar um distúrbio alimentar no Natal

  • Entenda e aceite as emoções. Embora o Natal esteja associado à felicidade, é preciso lembrar que não é errado sentir-se triste ou ansioso. Não é uma obrigação ser feliz ou animado.
  • Se a pessoa corre o risco de comportamentos compensatórios, ela pode ter alguém para apoiá-la quando quiser ir ao banheiro.
  • Opiniões sobre o físico devem ser evitadas. Não só da pessoa afetada, mas de qualquer pessoa.
  • Comentários com referências estéticas devem ser evitados. Em vez disso, você pode oferecer uma mensagem de apoio como “você é muito corajoso”, “eu te admiro”, “estou orgulhoso”.
  • Ao dar presentes, você deve evitar coisas que possam gerar sensibilidade. Por exemplo, nesses casos, não é uma boa ideia doar roupas por causa do tamanho. E se for melhor você dar uma experiência? Pode ser uma viagem, um dia de spa, uma visita a museus… as opções são diversas.

Veja: Os perigos da anorexia

Apoio familiar e ambiental é fundamental para pessoas com transtornos alimentares

Compreender as dificuldades que a época natalícia implica para as pessoas com perturbação alimentar é fundamental para fomentar a empatia e ser uma rede de apoio. Tanto a família quanto outras pessoas do ambiente podem ser envolvidas na criação de um ambiente mais adequado para evitar recaídas.

Deve-se levar em consideração que essas datas desencadeiam ansiedade nesses pacientes; não só pelo que está relacionado com a questão alimentar, mas pela pressão social e pelo facto de querer corresponder às expectativas de alegria e entusiasmo. Assim, acompanhar, evitar comentários desnecessários e planejar diferentes eventos é decisivo para diminuir o sentimento de preocupação e culpa que tende a se agravar.


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